Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma pintora e desenhista brasileira. O quadro "Abaporu" pintado em 1928 � sua obra mais conhecida. Junto com os escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, lan�ou o movimento "Antropof�gico", que foi o mais radical de todos os movimentos do per�odo Modernista.�
Tarsila do Amaral nasceu na Fazenda S�o Bernardo, munic�pio de Capivari, interior de S�o Paulo, no dia 1 de setembro de 1886. Era filha de Jos� Estanislau do Amaral Filho e Lydia Dias de Aguiar do Amaral tradicional e rica fam�lia de S�o Paulo.
Era neta de Jos� Estanislau do Amaral, propriet�rio de diversas fazendas no interior de S�o Paulo, apelidado de "milion�rio". Seu pai herdou apreci�vel fortuna e diversas fazendas, nas quais Tarsila passou a inf�ncia e adolesc�ncia.
Forma��o
Tarsila do Amaral estudou em S�o Paulo em uma escola de freiras e no Col�gio Sion. Completou seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, "Sagrado Cora��o de Jesus", aos 16 anos.
De sua volta ao Brasil, em 1906, Tarsila casou-se com Andr� Teixeira Pinto, primo de sua m�e, com quem teve uma filha, Dulce Pinto.
Em 1916, Tarsila come�ou a estudar no ateli� de William Zadig, escultor sueco radicado em S�o Paulo. Com ele aprendeu a fazer modelagem em barro.
Em 1920, separou-se de Andr� Teixeira e foi para Paris, onde estudou na Academia Julian, escola de pintura e escultura. Estudou tamb�m com �mile Renard.
Em 1922, tem uma tela sua admitida no Sal�o Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil.
O Modernismo
Em 1923, Tarsila volta � Europa e mantem contato com os modernistas que l� se encontravam, s�o intelectuais, pintores, m�sicos e poetas, entre eles Oswald de Andrade.
Estudou com Albert Gleizes e Fernand L�ger, grandes mestres cubistas. Manteve estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-su��o que visitou o Brasil em 1924.
Em 1925, estando em Paris, Oswald de Andrade lan�ou o volume de poesias �Pau-Brasil�, com ilustra��es de Tarsila.
Em 1926, Tarsila casou-se com Oswald de Andrade e no mesmo ano a artista realizou sua primeira exposi��o individual na Galeria Percier, em Paris.
Embora n�o tenha participado diretamente da �Semana de 22�, Tarsila se integrou com os intelectuais modernistas.
Fez parte do "Grupo dos Cinco", juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, M�rio de Andrade e Menotti del Picchia.
Em 1929 exp�e individualmente pela primeira vez no Brasil, no Palace Hotel em S�o Paulo.
Em 1930, Oswald de Andrade deixa Tarsila e passa a viver com Pagu. Deprimida, durante um ano produziu uma �nica tela intitulada �Composi��o (Figura S�)�.
Fases da Obra de Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral foi uma das artistas pl�sticas mais importantes da primeira fase do Modernismo, concretizando em sua obra todas as aspira��es de vanguarda formuladas pelo grupo.
Sua obra atravessou tr�s fases denominadas: �Pau-Brasil�, �Antropof�gica� e��Social�.
A primeira fase, �Pau-Brasil�,�teve�in�cio em 1924, quando Oswald de Andrade divulgou o �Manifesto Pau Brasil� defendendo o nacionalismo.
A artista rompeu completamente com o conservadorismo e sua obra encheu-se de formas e cores assimiladas em sua viagem de �redescoberta do Brasil�, realizada em Minas Gerais, com seus amigos modernistas.
Tarsila explorou os temas tropicais e exalta a flora e a fauna, as ferrovias e as m�quinas, s�mbolos da modernidade urbana. S�o exemplos dessa �poca as telas:
A segunda fase da obra de Tarsila do Amaral, denominada �Antropof�gica�, teve origem no mais radical de todos os movimentos do per�odo modernista: �Movimento Antropof�gico� que foi inspirado no quadro �Abaporu� (1928) (antrop�fago, em tupi), que Tarsila oferecera a Oswald como presente de anivers�rio.
Partid�rios de um primitivismo cr�tico, os antrop�fagos propunham que a cultura estrangeira fosse devorada, aproveitando dela suas inova��es art�sticas, por�m sem perder nossa pr�pria identidade cultural. Exemplos dessa fase:
A terceira e �ltima fase da obra de Tarsila do Amaral, denominada �Social�, teve in�cio em 1933, com a obra, �Oper�rios�, onde sua cria��o est� voltada para os temas sociais da �poca e a situa��o dos trabalhadores. S�o dessa fase as obras:
Tarsila pintou dois pain�is em sua carreira: �Prociss�o do Sant�ssimo� (1954), para as comemora��es do IV Centen�rio da cidade de S�o Paulo e �Batizado de Macuna�ma� (1956), para a Editora Martins.
Entre 1934 e 1951, Tarsila manteve�um relacionamento com o escritor Lu�s Martins. De 1936 a 1952, trabalhou�como colunista nos Di�rios Associados onde ilustrava retratos de grandes personalidades. Em 1951 participou�da I Bienal de S�o Paulo. Em 1963 teve�uma sala especial na VII Bienal de S�o Paulo e no ano seguinte teve�participa��o especial na XXXII Bienal de Veneza.
Tarsila do Amaral faleceu em S�o Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973.
Outras Obras de Tarsila do Amaral
- P�tio, Com Cora��o de Jesus, 1921
- A Espanhola, 1922
- Chap�u Azul, 1922
- Margaridas de M�rio de Andrade, 1922
- �rvore, 1922
- O Passaporte, 1922
- Retrato de Oswald de Andrade, 1922
- Retrato de M�rio de Andrade, 1922
- Estudo, 1923
- Manteau Rouge, 1923
- Rio de Janeiro, 1923
- A Negra, 1923
- Caipirinha, 1923
- Figura Azul, 1923
- Auto Retrato, 1924
- Morro da Favela, 1924
- A Fam�lia, 1925
- Palmeiras, 1925
- Religi�o Brasileira, 1927
- A Boneca, 1928
- Cart�o Postal, 1928
- Floresta, 1929
- Retrato do Padre Bento, 1931
- O Casamento, 1940
- Prociss�o, 1941
- Terra, 1943
- Primavera, 1946
- Praia, 1947
- Crian�a, 1949
- Costureiras, 1950
- Porto I, 1953
- Prociss�o, 1954
- A Metr�pole, 1958
- Porto II, 1966
- Religi�o Brasileira IV, 1970
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