Muito se fala atualmente em motivação dos funcionários e aumento da produtividade. Essa preocupação surgiu a partir dos estudos de pesquisadores, que deram origem à Teoria das Relações Humanas.
Essa teoria tem ideias contrárias à Teoria da Escola Clássica (de Taylor e Ford), orientando que um funcionário bom era aquele que obedecia às ordens sem questionar. O foco era somente a linha de produção e os resultados.
Mas, afinal, o que a Teoria das Relações Humanas tem de tão importante? De que forma ela está presente nos dias de hoje? Continue a leitura e descubra!
A Teoria das Relações Humanas, também conhecida como Escola das Relações Humanas, é formada por um conjunto de teorias administrativas. O propulsor desses estudos foi Elton Mayo, que desenvolveu uma experiência em uma fábrica em Chicago, EUA.
O objetivo inicial era descobrir qual a relação existente entre a intensidade da luz e a produtividade. O resultado da pesquisa fugiu do esperado: o nível de produção estava diretamente ligado à integração social dos trabalhadores.
A partir disso, as fábricas passaram por mudanças radicais. Era preciso motivar os operários para que os resultados operacionais fossem positivos.
Como aplicar a teoria no ambiente corporativo?
Existem diversas maneiras de aplicar os conhecimentos da teoria dentro do ambiente corporativo. O foco em motivação e produtividade permitiu que fossem desenvolvidas diversas ferramentas e técnicas eficazes para a gestão de pessoas. Aqui vão alguns exemplos:
Pesquisa de clima
O intuito é identificar possíveis questões de relacionamento entre os colaboradores e solucioná-los antes que afetem toda a equipe. Quando uma pessoa não se dá bem com o colega, a motivação acaba sendo prejudicada, e começam a surgir problemas de desempenho.
Como demonstrado no experimento, a produtividade está diretamente ligada à integração social. Sendo assim, não deixe de realizar periodicamente a pesquisa de clima como forma de garantir uma interação de forma positiva.
Reuniões periódicas
Os encontros periódicos para discutir resultados, desempenho e demais assuntos organizacionais são importantes não só para atualizar os objetivos da equipe e cobrar melhorias.
Esse é o momento de reunir os colaboradores e lhes trazer a oportunidade de expressar suas percepções sobre o trabalho e propor ações que aprimorem o ambiente. Não deixe de elogiar os destaques do grupo para manter a motivação e estimular os demais!
Ergonomia
A abordagem humanística da teoria contribuiu para construir uma visão crítica dos tempos e movimentos. Como relatado no filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, a repetição excessiva pode criar diversos danos para o operário.
A ergonomia entra nas organizações como meio de garantir a segurança, saúde, conforto e, consequentemente, a produtividade do trabalhador, evitando que lesões e acidentes aconteçam. As contribuições da ergonomia diminuíram os afastamentos nas empresas.
Esses são apenas alguns dos exemplos de como a Escola das Relações Humanas está presente no seu dia a dia de trabalho e de como ela melhorou a vida do colaborador.
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Cada vez mais no ambiente organizacional, a abordagem envolvendo as pessoas e as relações humanas presentes no ambiente organizacional, se tornam importante para os gestores contemporâneos e que pretendem relacionar termos como: estratégia, objetivos, funções, coordenação, eficiência, eficácia e etc.
Contudo, para que tal caminho se desenvolva até o presente momento, muitas evoluções foram necessárias. Por exemplo, Elton Mayo, é considerado o pioneiro
ao apresentar um estudo significativo à Teoria das Relações Humanas (que posteriormente seria reformulada para o Behaviorismo), com a experiência elaborada em Western Electric Company no bairro de Hawthorne em Chicago, Illinois – EUA.
Basicamente, a experiência se resumiu a analisar os diferentes fatores que influenciavam a relação dos colaboradores tanto para com eles mesmos como para a sua produtividade no ambiente organizacional. Originaram-se 4 (quatro) fases para análise de suas
variáveis, e estas são: Iluminação, Sala de Montagem de Relés, Programa de Entrevistas e Sala de Montagem de Terminais.
O mesmo afirma que “a fábrica deveria ser vista como um sistema social, não apenas econômico ou industrial, para a melhor compreensão de seu funcionamento e de sua eficácia.” (Elton Mayo, 1933)
As maiores contribuições do Estudo de Mayo foram as seguintes descobertas e constatações:
• Relacionar a produtividade dos colaboradores com a interação
pessoal no ambiente de trabalho, e não apenas baseadas em premissas do “homus economicus” de Taylor e ocorre o surgimento do “Homus socialis”, visando recompensas e motivação;
• A identificação de diferentes grupos dentro da organização, diferenciados entre Grupos Formais e Grupos Informais. Os grupos formais formados pela departamentalização, estrutura, hierarquia, etc. enquanto que os informais se baseiam principalmente em afinidades, semelhanças de crenças, valores e princípios, bem como
respeito mútuo entre funções;
• O Estudo das Relações Humanas no ambiente de trabalho, permitiu analisar melhor as diferenças entre as pessoas, complexidades emocionais, e a valorização dos indivíduos. Utilizando tais fatores para aumento da produtividade e da qualidade de serviço.
• Com o programa de entrevistas e análises individuais e em grupo, foi constatado que trabalhos repetitivos e a formulação de rotina, contribuem para desgaste físico e mental do colaborador, acarretando em
perda de produtividade ao decorrer do tempo e podendo gerar a desvalorização do funcionário por não apresentar programa de capacitação, diferenciação de tarefas e ausência de promoções.
Ressalta-se que durante o Estudo da Relações Humanas, foram obtidos resultados relacionados à luminosidade no ambiente de trabalho, contudo, tal experimento recebe severas críticas por apresentar caráter psicológico e fisiológico.
Mayo, defende a idéia do fator psicológico relacionado à luminosidade
como um caráter de valorização da organização, enquanto que outros podem pensar que o fator iluminação está associado à melhor qualidade de luminosidade e visão para efetuar o trabalho correto.
Para Chiavenato (1996), fica evidente a diferenciação entre as abordagens de teorias Clássica e Relações Humanas, neste quadro formulado por Cézar A. Oliveira no Artigo “Escola das Relações Humanas; ênfase: pessoas”:
Teoria Clássica | Teoria da Relações Humanas |
Trata a organização como uma Máquina | Trata a organização como um grupo de pessoas |
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia | Enfatiza as pessoas |
Inspirada em sistemas de engenharia | Inspirada em sistemas de psicologia |
Autoridade Centralizada | Delegação plena de autoridade |
Linhas claras de autoridade | Autonomia do empregado |
Especialização e competência | Técnica Confiança e abertura |
Acentuada divisão do trabalho | Ênfase nas relações humanas entre as pessoas |
Confiança nas regras e nos regulamentos | Confiança nas pessoas |
Clara separação entre linha e staff | Dinâmica grupal e interpessoal |
Quadro 1: Relação entre Teorias Clássica e Humanas.
Fonte: Oliveira A. Cezar, apud Chiavenato, 1996.
Conclui-se, portanto que o estudo acerca das Relações Humanas iniciado por Elton Mayo, surge com o intuito de quebrar paradigmas acerca das abordagens clássicas na ciência da Administração e acrescentar um novo ponto-de-vista acerca do gerenciamento organizacional a partir das pessoas e não através de tarefas ou departamentos. Contribuindo assim para questões acerca de Motivação, Liderança, Grupos formais e informais e a valorização do colaborador como um ser complexo presente no ambiente organizacional, desempenhando uma função necessária para realização de metas, objetivos e planos da organização. Atuando assim como um verdadeiro diferencial competitivo (neste caso, dentro do segmento das indústrias).
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Teorias geral da administração, São Paulo: Makron Books, 1996.
OLIVEIRA, A. Cézar. Artigo de Teoria das Relações Humanas, disponível em: <www.professorcezar.adm.br/Textos/Teoria%20das%20relacoes%20humanas.pdf>