Como é o processo de envelhecimento fisiológico?

Introdu��o

    O presente trabalho fala sobre terceira idade esclarece e apontam assuntos relacionados a essa popula��o e as rela��es que esta tem com o exerc�cio f�sico.

    Que a popula��o idosa cresce no mundo isso n�o � novidade, no Brasil n�o � diferente e esse crescimento pode ser explicado, segundo Matsudo (2001), por melhoras no desenvolvimento de estudos de preven��o contra doen�as infectocontagiosas, doen�as do cora��o entre outras raz�es como alimenta��o e a pratica de exerc�cios f�sicos. Assim se faz importante o entendimento das mudan�as ocorridas pelo ser humano durante a velhice e quais atitudes podem ser desenvolvidas para amenizar os processos de transforma��o do corpo desse momento.

    No site do IBGE, a OMS diz que o Brasil ser� o sexto pa�s do mundo com maior popula��o idosa no ano de 2025, no entanto ainda se estuda pouco sobre essa popula��o, suas adapta��es e necessidades. Por isso, se justifica a import�ncia de tratar das transforma��es e eventos decorrentes da idade e quais os mecanismos de minimiza��o desses processos.

    Desta forma esse artigo � uma revis�o de literatura e baseou-se em estudos anteriores das �reas de fisiologia, nutri��o, exerc�cios f�sicos e dados estat�sticos para compreendermos melhor como o fen�meno acontece, quais suas propor��es, quais as altera��es fisiol�gicas que o idoso passa e quais os meios de interven��es poss�veis.

    A revis�o dos trabalhos passou por duas partes b�sicas, �rea epidemiol�gica e �rea da fisiologia. Num primeiro momento falamos sobre o crescimento da popula��o em quest�o, sua rela��o direta com a import�ncia e cuidados necess�rios pr�prios aos idosos e proje��es para o desenvolvimento dessa popula��o e a import�ncia de se estudar e entender onde esses grupos se estabelecem pra melhor atend�-los futuramente. Depois, dentro de fisiologia tratamos mais profundamente das quest�es adaptativas e doen�as decorrentes, e comuns � idade avan�ada do ser humano. Altera��es que limitam os idosos, que os tornam mais dependentes e mediante essa realidade, poss�veis formas para interven��o nessa realidade.

Envelhecimento populacional

    O processo de envelhecimento � algo presente na vida de todos os seres vivos. Seja em uma planta, seja no ser humano. � um princ�pio universal. Nascemos, crescemos, desenvolvemos, reproduzimos, envelhecemos e morremos. Existe, portanto, uma preocupa��o das fam�lias nesse sentido. O mundo globalizado e as exig�ncias do dia-a-dia contribuem para a forma��o de fam�lias cada vez mais planejadas. Essas fam�lias tendem a buscar qualidade de vida e longevidade, pois, segundo dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), existe uma previs�o para que em 2025 cerca de 1,2 bilh�es de pessoas no mundo possuam mais de 60 anos (SOUSA; GALANTE; FIGUEIREDO, 2003). A queda da mortalidade ocorre muito em fun��o do controle de doen�as infecciosas e mudan�as em rela��o ao estilo de vida, adotando h�bitos higi�nicos e saud�veis.

    Os pa�ses do chamado Terceiro Mundo v�m apresentando, nas �ltimas d�cadas, um progressivo decl�nio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, tamb�m nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demogr�fica para um envelhecimento real dessas popula��es, � semelhan�a do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos pa�ses desenvolvidos (RAMOS et al, 1987).

    Seguindo esse racioc�nio, o desenvolvimento tecnol�gico e cientifico contribui para que a expectativa de vida das pessoas seja cada vez mais prolongada. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), em 2003 a expectativa de vida do brasileiro ao nascer era de aproximadamente 71,3 anos. Esse n�mero representa e � influenciado por um conjunto de relac�es sociais complexas, como por exemplo a morte prematura de jovens por viol�ncia e doen�as.

    O envelhecimento populacional �, portanto, um fenomeno mundial. Os idosos representam uma grande faixa da popula��o e tendem a aumentar essa propor��o. No Brasil, n�o � diferente, pois podemos observar com as pesquisas que a expectativa de vida no nosso pa�s dobrou ao longo do s�culo XX. Espera-se que no Brasil de 2020 tenhamos 1 idoso para cada 13 pessoas (DUARTE, 2003).

    Entre os anos 40 e 60, a popula��o brasileira experimentou um decl�nio significativo na mortalidade, com fecundidade relativamente constante. A partir da segunda metade da d�cada de 60, a r�pida e sustentada redu��o da fecundidade desencadeou uma s�rie de mudan�as profundas na distribui��o et�ria, tal como na maioria dos pa�ses da Am�rica Latina e do Terceiro mundo (WONG, et.al, 2006).

Tabela 1. Estimativas de esperan�a de vida ao nascer (e0) e aos 60 anos (e60) por sexo � Brasil, 1980, 1985, 1991, 1996, 1998. Fonte: Camarano (2002)

    Essa altera��o do perfil demogr�fico e social do Brasil deve ser motivo de discuss�es e estudos, pois acarretar� em consequ�ncias sociais, pol�ticas e econ�micas que nortear�o o futuro do pa�s. Esse aumento da expectativa de vida fez aumentar o interesse pelas quest�es relacionadas ao envelhecimento.

    Para estudos desse tipo, Hayflick (1996 apud DUARTE, 2003) chama de gerontologia, pois, segundo o autor, � derivado do radical grego g�ron (homem velho) e o radical logo (o estudo de). Basicamente, a gerontologia busca estudar e entender cientificamente o processo do envelhecimento em toda sua dimens�o: biol�gica, psicol�gica, cultural e social. Apresenta um campo de pesquisa vasto.

    A sociedade Brasileira tende a envelhecer a cada ano, pois, segundo Wong (et.al, 2006, p.20):

    Em 2050, o Brasil defrontar-se-� com a dif�cil situa��o de atender uma sociedade mais envelhecida do que a da Europa atual, onde uma transi��o et�ria muito mais lenta, concomitante com o desenvolvimento social e econ�mico, n�o foi capaz, ainda, de convert�-la numa sociedade justa para todas as idades. A quest�o � saber se, num curto per�odo de tempo, o Brasil � que tem uma distribui��o, tanto de renda como de servi�os sociais notavelmente injusta � ser� capaz de enfrentar, com �xito, este desafio.

    A velhice pode ser entendida como um per�odo da vida que compreende uma idade avan�ada. Por�m, varia de acordo com caracter�sticas culturais, sociais, f�sicas, psicol�gicas e ambientais de cada popula��o. A medida mais utilizada para classificar a velhice � a idade cronol�gica. Essa medida � util para estudos epidemiol�gicos e levantamentos estat�sticos, mas n�o d� suporte necess�rio para ilustrar o real quadro de sa�de e das capacidades f�sicas dos idosos (PU; NELSON, 2001).

    Sobre os aspectos sociais do idoso no Brasil, apoiamo-nos em Camarano (2002) para afirmar que um dos fatores recorrentes e comuns nessa fase da vida � a solid�o, o viver sozinho. Esse dado pode indicar tanto abandono por parte dos familiares, quanto op��o de vida. Segundo esse mesmo autor, h� maior preval�ncia de mulheres vivendo sozinhas em rela��o aos homens. A partir dessa constata��o, torna-se importante entender e estudar a constitui��o familiar e a inser��o do idoso na mesma. Camarano (2002) diz que as fam�lias brasileiras que cont�m idosos em casa possuem melhores condi��es financeiras.

Altera��es morfofisiol�gicas e exerc�cio na terceira idade

    O processo de envelhecimento � determinado por varia��es e mudan�as biol�gicas, fisiol�gicas e anat�micas que o ser humano sofre ao longo dos anos. Tomando Matsudo (2001) como refer�ncia, podemos classificar um indiv�duo como idoso a partir dos 60 anos e que essas modifica��es tem crescimento ap�s os 40 anos e ficam mais evidentes em m�dia aos 70 anos de idade. Aspectos fisiol�gicos e anat�micos com altera��es facilmente percebidas s�o as perdas de for�a, t�nus muscular e as perdas �sseas, por�m n�o s�o apenas essas, tamb�m n�o ocorrem de forma isolada.

    Das principais modifica��es fisiol�gicas (f�sicas e antropom�tricas) relacionadas �s capacidades f�sicas ocorridas nos idosos, a sarcopenia (altera��es musculoesquel�ticas), a altera��o de massa �ssea e altera��es no sistema nervoso, s�o as que sofrem influ�ncia e tamb�m provocam conseq��ncias no estilo de vida do indiv�duo.

    No m�sculo, h� perda de massa muscular com diminui��o do peso, da �rea de sec��o transversal e do n�mero de c�lulas, pois muitas c�lulas atrofiam e morrem e outras s�o substitu�das por tecido adiposo e conjuntivo, ocorrendo um aumento do tecido adiposo e do col�geno intersticial na musculatura do idoso. O grau de sarcopenia n�o � o mesmo para diferentes m�sculos e varia entre os indiv�duos sendo importante destacar que o decl�nio muscular � maior nos membros inferiores, o que compromete o equil�brio, a marcha e a ortostase (SOUZA, 2002).

    Tem sido sugerido que a diminui��o da massa muscular � o principal fator para a redu��o da for�a com o avan�o da idade, e esse decl�nio � causado pela redu��o no tamanho e/ou pela perda das fibras musculares individuais, que afetam diretamente o metabolismo basal e at� a capacidade de exerc�cio total de pessoas mais velhas, ao contr�rio de adultos jovens. Com essa diminui��o de massa muscular existe uma perda preferencial das fibras do tipo II (contra��o r�pida) com o envelhecimento (FRONTERA et al., 2001). No entanto o exerc�cio contribui diretamente para a invers�o desse processo, pois exerc�cios de resist�ncia aumenta a s�ntese prot�ica muscular tamb�m em idosos al�m de melhoras nas fun��es respirat�rias, no transporte de glicose e glicog�nio (FOSS & KETEYIAN, 2000).

    J� a parte �ssea que � considerada um tecido din�mico, est� em constante remodela��o, n�o uniforme, por toda vida. O processo de remodela��o � realizado por dois tipos especiais de c�lulas: os osteoblastos, c�lulas formadoras de osso e os osteoclastos, c�lulas respons�veis pela reabsor��o �ssea. O envelhecimento modifica a atividade celular na medula �ssea, ocasionando reabastecimento inadequado de osteoclastos e osteoblastos e tamb�m desequil�brio no processo de reabsor��o e forma��o �ssea, resultando em perda �ssea. A osteoclastog�nese excessiva e a osteoblastog�nese inadequada s�o respons�veis pela desarmonia entre forma��o e reabsor��o �ssea observada na menopausa e no envelhecimento (ROSSI; SADER, 2006).

    O sistema nervoso � o sistema biol�gico mais comprometido com o processo do envelhecimento, pois � respons�vel pela vida de rela��o, ou seja, sensa��es, movimentos, fun��es ps�quicas, entre outros, e pela vida vegetativa, fun��es biol�gicas internas. As altera��es mais importantes do envelhecimento ocorrem no c�rebro, que diminui de volume e peso. Nota-se uma redu��o de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos de idade, ocorrendo um certo grau de atrofia cortical, com conseq�ente aumento volum�trico do sistema ventricular, que � bem evidenciado pelo estudo tomogr�fico. A maneira como a perda de c�lulas nervosas afetam as fun��es do sistema nervoso, varia entre as pessoas e depende de v�rios fatores, entre os quais da regi�o em que ela � mais intensa, e essa diminui��o tem como conseq��ncia da perda de c�lulas nervosas, e h� um menor n�mero de ax�nios nos nervos e tamb�m em sistema nervoso central (SOUZA, 2002; CAN�ADO, 2006).

    Uma das mais evidentes altera��es que acontecem com o aumento da idade cronol�gica � a mudan�a nas dimens�es corporais. Com o envelhecimento existe uma diminui��o da estatura, com o passar dos anos, por causa da compress�o vertebral, o estreitamento dos discos e a cifose, e a perda de peso � um fen�meno multifatorial que envolve mudan�as nos neurotransmissores e fatores hormonais que controlam a fome e a saciedade, a depend�ncia funcional nas atividades da vida di�ria, relacionadas � nutri��o, o uso excessivo de medicamentos, depress�o e o isolamento, estresse financeiro, altera��es na denti��o, alcoolismo, sedentarismo extremo, atrofia muscular e catabolismo associado � doen�as agudas e certas doen�as cr�nicas. Com essas mudan�as no peso e na estatura, o �ndice de massa corporal (IMC) tamb�m se modifica, com o transcorrer dos anos (MATSUDO et al., 2000).

    Portanto, o exerc�cio f�sico pode ser usado no sentido de retardar e, at� mesmo, atenuar o processo de decl�nio das fun��es org�nicas que s�o observadas com o envelhecimento, onde a capacidade aer�bica e a fun��o muscular devem ser trabalhadas, pois acabam perdendo sua for�a, e fazendo com que a execu��o dos exerc�cios n�o seja mais a mesma (CHEIK et al., 2003).

    Sendo assim, o treinamento de for�a pode estimular o aumento da densidade �ssea e reverter a sarcopenia no idoso aumentando a for�a muscular e beneficiando as atividades da vida di�ria, al�m de manter e melhorar a capacidade aer�bica. De acordo com Costa (2001), pode-se esperar que o resultado pr�tico das altera��es ocorridas atrav�s da pr�tica do treinamento de for�a na terceira idade, seja um complexo mioesqueleto mais forte e mais resistente a les�es, que melhoram os esfor�os comuns da vida di�ria, refletindo num bem estar geral e conseq�entemente, no prolongamento da vida do individuo.

Doen�as relacionadas � terceira idade e a participa��o do exerc�cio

    Doen�as comuns � toda popula��o s�o evidenciadas na terceira idade e outras s�o mais freq�entes principalmente nessa fase do ser humano.

    A obesidade, por exemplo, pode ocorrer em varia idades, por�m, no idoso, devido �s varias mudan�as fisiol�gicas isso pode ser percebida quando se fala de maior deposito de c�lulas adiposas no lugar de c�lulas musculares, devido a sarcopenia decorrente � idade. A sarcopenia � a perda da massa muscular e conseq�entemente da for�a e qualidade do m�sculo esquel�tico. Isso pode ocasionar problemas na mobilidade e realiza��o de atividades da vida di�ria aumentando tamb�m a incid�ncia de doen�as cr�nicas como diabetes e osteoporose (MATSUDO, 2001).

    O diabetes mellitus tipo II pode ser evitado combinando exerc�cios e dieta adequada e o controle da glicemia pode ser melhorado. A sensibilidade a insulina melhora no tecido muscular e em outros tecidos tamb�m, uma poss�vel explica��o � devida ao aumento de transportadores de glicose da membrana celular (GALLO et. al., 1999).

    O momento de m�xima produ��o �ssea no ser humano � durante a terceira d�cada de vida, depois a produ��o cai ao longo dos anos e na velhice acelera ainda mais essa queda. A doen�a que se relaciona bem com essa perda �ssea � a osteoporose. Ela ocorre especialmente em pessoas que fizeram uso cr�nico de ester�ides, tabaco e �lcool, em homens com hipogonadismo e em mulheres ap�s a menopausa devido a diminui��o do horm�nio estr�geno, um dos respons�veis pela manuten��o �ssea (GALLO et. al., 1999). Al�m da idade, essa perda �ssea tamb�m est� relacionada � gen�tica, estado nutricional, n�veis hormonais e o n�vel de pr�tica de exerc�cios dos indiv�duos (MATSUDO, 2001)

    A hipertens�o sist�lica � bastante comum aos idosos. O percentual de pacientes com hipertens�o grave cresce ao longo dos anos dos idosos. a parede das art�rias dos idosos � menos flex�vel comparada a de pessoas mais jovens e isso justifica a maior press�o sist�lica. Essa diminui��o da flexibilidade das art�rias acontece pela perda de elasticidade do tecido conjuntivo e aumento de aterosclerose. Dessa forma novamente os exerc�cios tem papel fundamento na forma de tratamento n�o medicamentoso ou auxiliando este, onde a atividade aer�bia moderada pode trazer benef�cios relevantes a esse idoso, exceto casos de contra indica��o (GALLO et. al., 1999).

Atividade f�sica e nutri��o na terceira idade

    Cada vez mais se pesquisam formas de deter ou retardar o processo do envelhecimento ou estrat�gias que garantam uma manuten��o da capacidade funcional e da autonomia nas �ltimas d�cadas da vida. As pesquisas realizadas, nos �ltimos 20 anos t�m analisado praticamente todos os aspectos referentes � sa�de no processo de envelhecimento como a aptid�o f�sica, nutri��o e doen�as.

    Sendo assim os cientistas enfatizam a necessidade de que a atividade f�sica seja parte fundamental dos programas mundiais de promo��o da sa�de, afirmando que n�o se pode pensar em prevenir ou minimizar os efeitos do envelhecimento sem que al�m das medidas gerais de sa�de, inclua-se a atividade f�sica (MATSUDO et al., 2009).

    O Minist�rio da Sa�de prop�s a��es para favorecer um modo de vida que atenda uma maneira saud�vel atrav�s da Pol�tica Nacional de Aten��o � Sa�de da Pessoa Idosa, sugerindo que para alcan�ar o envelhecimento saud�vel e ativo faz-se necess�ria a pr�tica regular de atividade f�sica, pois esta tem um papel fundamental na promo��o da sa�de e nas diferentes estrat�gias de preven��o de doen�as (MALTA et al., 2009)

    Para a terceira idade especificadamente a atividade f�sica tem sido crescentemente promovida pelos reconhecidos benef�cios f�sicos, psicol�gicos e sociais, pois favorece a manuten��o da independ�ncia, da sa�de e da qualidade de vida e pode reduzir o uso de servi�os de sa�de e de medicamentos, diminuindo tamb�m os riscos de desenvolvimento de doen�as ou agravos cr�nicos, de morte e de institucionaliza��o (NELSON et al., 2007; MALTA et al., 2009).

    Por�m apesar da atividade f�sica conter in�meros benef�cios aos idosos, alguns estudo t�m verificado algumas dificuldades que permeiam o engajamento destes na atividade f�sica, como o medo de queda ou les�o, ou o medo de ser v�tima de viol�ncia ao exercitar-se ao ar livre, sensa��o de cansa�o e dor por limita��es f�sicas, morbidades, falta de companhia ou de tempo para exercitar-se (SALLINEN et al., 2009)

    As altera��es fisiol�gicas do envelhecimento tamb�m incluem altera��es end�crinas, gastrointestinais, renais e da capacidade cardiorrespirat�ria que podem comprometer o desempenho de tarefas diversas, inclusive as mais simples do dia-a-dia e afetar as necessidades de nutrientes. Essas necessidades nutricionais tamb�m podem ser diminu�das, pois com a perda de massa muscular o envelhecimento tamb�m acarreta altera��es do metabolismo basal que n�o est�o sob comando do indiv�duo, e a diminui��o da atividade f�sica que gera o gasto energ�tico, que varia de acordo com os padr�es de n�vel e intensidade dessa pr�tica fazendo com que a atividade f�sica tenha uma responsabilidade maior na manuten��o do balan�o energ�tico (OMRAN; SALEM, 2002; SEALE et al., 2002; ZAITUNE et al., 2010).

    A diminui��o da taxa metab�lica basal, de uma forma geral, torna as necessidades energ�ticas do indiv�duo idoso menores que as dos indiv�duos jovens, fazendo com que de certa forma a alimenta��o adequada leve a uma velhice saud�vel, com maior capacidade funcional e menor incid�ncia de doen�as (TRAMONTINO et al., 2009).

    Na quest�o nutricional o apetite e o paladar s�o respons�veis pela diminui��o de 30% da ingest�o de alimentos. Em reposta ao jejum, idosos aparentam ter menos fome do que pessoas jovens, e a saciedade ocorre mais rapidamente. Essas altera��es no apetite podem estar relacionadas com redu��o do esvaziamento g�strico, redu��es em opi�ides, neuropept�deos Y, horm�nio sexual, e concentra��o de insulina. O envelhecimento tamb�m afeta a qualidade hed�nica do alimento, e as altera��es no odor e paladar podem tamb�m afetar negativamente o apetite. Outra altera��o hormonal importante � o aumento da colecistoquinina circulante que faz com que a saciedade ocorra mais rapidamente. Assim a inabilidade para desenvolver uma resposta no apetite tem sido sugerida como o mecanismo respons�vel pela dificuldade de idosos em readquirir o peso perdido (CLARKSTON et al., 1997; SALGADO, 2002).

    Desse modo a disponibilidade de nutrientes pode estar comprometida, pois a disfun��o do paladar e olfato em idosos resulta em um consumo de uma dieta mais mon�tona. Estudos populacionais pr�vios sobre o estado nutricional de idosos institucionalizados demostraram uma alta preval�ncia de desnutri��o cal�rica, prot�ica e de micronutrientes, freq�entemente refletindo, bem como colaborando para os sintomas cl�nicos de doen�as cr�nicas e tamb�m representando isolamento associado com as caracter�sticas sociais e econ�micas da idade.

Conclus�o

    Devido aos avan�os cient�ficos e tecnol�gicos do s�culo XXI, doen�as que antes pareciam incur�veis apresentam hoje tratamentos eficientes. Podemos citar o exemplo do HIV, v�rus que se transmite pela rela��o sexual desprotegida, por compartilhamento de seringas, por contato direto com o sangue do portador do v�rus, entre outros. Com medicamentos mais eficazes e tratamentos modernos, al�m de melhorar a qualidade de vida do portador, hoje s�o classificados como doentes cr�nicos, j� que � poss�vel viver muitos anos com a doen�a.

    Os crescentes avan�os da medicina e da ci�ncia de modo geral t�m proporcionado maior longevidade � popula��o. A tend�ncia, segundo previs�o da OMS � a de que a popula��o envelhe�a. Este panorama implicar� em mudan�as no perfil social, pol�tico e econ�mico dos pa�ses, o que justifica estudos sobre envelhecimento, pois as estrat�gias da previd�ncia social do Brasil, por exemplo, dever�o ser repensadas.

    O presente artigo buscou trazer informa��es acerca da epidemiologia do envelhecimento, assim como as doen�as mais prevalentes nessa popula��o. A conclus�o que se chega � que a atividade f�sica para essa faixa et�ria � muito ben�fica para a manuten��o e melhoria da qualidade de vida, pois estes diminuem o processo de decl�nio das fun��es org�nicas decorrentes do envelhecimento.

    Os benef�cios da atividade f�sica para a popula��o idosa representam manuten��o da for�a muscular, melhoria das fun��es cardiorrespirat�rias e vasculares, controle do n�vel glic�mico, redu��o da incid�ncia de diab�ticos e obesos, entre outros. Isso implica em maior qualidade de vida � popula��o, assim como menores gastos quando pensamos em sa�de p�blica. As pol�ticas p�blicas devem proporcionar pr�ticas de atividades f�sicas � popula��o, de modo a prevenir doen�as e evitar futuros gastos com sa�de.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 17 � N� 169 | Buenos Aires,Junio de 2012  
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Como é o processo de envelhecimento Fisiologico?

O envelhecimento fisiológico compreende uma série de alterações nas funções orgânicas devido exclusivamente aos efeitos da idade avançada sobre o organismo, fazendo com que o mesmo perca a capacidade de manter o equilíbrio homeostático e que todas as funções fisiológicas gradualmente comecem a declinar 18.

Quais são as alterações fisiológicas do envelhecimento?

Com o avanço da idade, uma das consequências é a redução do teor de água no organismo do idoso, o que pode levar à desidratação. Além disso, também há uma redução da massa muscular, o que pode desenvolver a sarcopenia, e uma redução da massa óssea, o que pode desenvolver um quadro de osteoporose.

Quais são as alterações fisiológicas?

As mudanças associadas aos fatores intrínsecos incluem alterações neuromusculares, no sistema cardiorrespiratório, na composição corporal, entre outros (MATSUDO, MATSUDO 2000). Os fatores extrínsecos incluem dieta, lesões, exercício, e estilo de vida sedentário (CARMELI, COLEMAN et al.

Como se dá o processo do envelhecimento?

O envelhecimento é um processo natural de transformações fisiológicas e estruturais que acontecem no corpo e na mente ao longo da vida. Seu início não tem previsão cronológica exata; vai depender de cada indivíduo que sofre as influências sociais, ambientais e culturais.

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