Recursos do assunto Vaginose bacteriana é a vaginite decorrente de uma alteração complexa da flora vaginal, com diminuição de lactobacilos e supercrescimento de patógenos anaeróbios. Os sintomas incluem corrimento acinzentado, fino, com odor de peixe. O diagnóstico é clínico e por testes da secreção vaginal. O tratamento é
feito com metronidazol oral ou tópico ou clindamicina tópica. Os patógenos anaeróbios que apresentam supercrescimento incluem Prevotella spp, Peptostreptococcus sp, Gardnerella vaginalis, Mobiluncus spp e Mycoplasma hominis, que aumentam sua concentração de 10 para 100 vezes e substituem os lactobacilos normalmente protetores. A vaginose bacteriana parece aumentar o risco de
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parto prematuros Prematuros Considera-se o bebê nascido
antes de 37 semanas de gestação prematuro. Define-se a prematuridade pela idade gestacional em que os lactentes nascem. Anteriormente, qualquer recém-nascido pesando... leia mais . 1. Muzny CA, Schwebke JR: Pathogenesis of bacterial vaginosis:
Discussion of current hypotheses. J Infect Dis 214 (Suppl 1):S1–S5, 2016. doi: 10.1093/infdis/jiw121
O corrimento vaginal decorrente de vaginose é malcheiroso, cinza e fino. Em geral, há odor de peixe, que com frequência se torna mais forte quando o corrimento fica mais alcalino — após o coito e a menstruação. Prurido, irritação, eritema e edema não são comuns.
Critérios clínicos
pH vaginal e exame direto a fresco
Para o diagnóstico da vaginose bacteriana, 3 de 4 critérios devem estar presentes:
Corrimento acinzentado
pH da secreção vaginal superior a 4,5
Odor de peixe no teste do cheiro
Células indicadoras
1. Cartwright CP, Lembke BD, Ramachandran K, et al: Development and validation of a semiquantitative, multitarget PCR assay for diagnosis of bacterial vaginosis. J Clin Microbiol 50 (7):2321–2329, 2012. doi: 10.1128/JCM.00506-12 Epub 2012 Apr 25.
2. Schwebke JR, Gaydos CA, Nyirjesy P, et al: Diagnostic performance of a molecular test versus clinician assessment of vaginitis. J Clin Microbiol 56 (6):e00252-18, 2018. doi: 10.1128/JCM.00252-18 Print 2018 Jun.
3. Gaydos CA, Beqaj S, Schwebke JR, et al: Clinical validation of a test for the diagnosis of vaginitis. Obstet Gynecol 130 (1):181–189, 2017. doi: 10.1097/AOG.0000000000002090
4. Coleman JS, Gaydos CA: Molecular diagnosis of bacterial vaginosis: An update. J Clin Microbiol 56 (9):e00342–e00318, 2018. doi: 10.1128/JCM.00342-18 Print 2018 Sep.
Metronidazol ou clindamicina
Os seguintes tratamentos para vaginose bacteriana são igualmente eficazes:
Metronidazol oral, 500 mg duas vezes por dia, por 7 dias, ou 2 g, 1 vez
Metronidazol gel a 0,75%, 5 g (um aplicador cheio), por via intravaginal, uma vez ao dia, durante 7 dias
Creme vaginal a 2% de clindamicina, uma vez ao dia, por 7 dias
Metronidazol oral, 500 mg duas vezes ao dia, por 7 dias, é o tratamento de escolha para pacientes que não estão grávidas, mas, como efeitos sistêmicos são possíveis com fármacos orais, regimes tópicos são preferidos para pacientes grávidas. Mulheres que fazem uso de clindamicina creme não podem usar produtos com látex (p. ex., preservativos ou diafragmas) para contracepção, pois o fármaco torna o látex menos resistente.
Não é necessário tratar os parceiros sexuais assintomáticos.
Para casos de vaginite durante o 1º trimestre de gestação, deve-se usar metronidazol vaginal em gel, embora o tratamento durante a gestação aparentemente não diminui o risco de complicações. Antes de uma curetagem eletiva para aborto, pode-se ministrar metronidazol oral profilático a todas as pacientes ou apenas àquelas cujos testes da secreção vaginal sejam positivos para vaginose bacteriana.
Quando tratada, a vaginose bacteriana sintomática costuma desaparecer em poucos dias, mas geralmente recorre. Se há recorrência frequente, pode ser necessário tomar antibióticos por um longo tempo.
1. Schwebke JR, Morgan FG Jr, Koltun W, Nyirjesy P: A phase-3, double-blind, placebo-controlled study of the effectiveness and safety of single oral doses of secnidazole 2 g for the treatment of women with bacterial vaginosis. Am J Obstet Gynecol 217 (6):678.e1–678.e9, 2017. doi: 10.1016/j.ajog.2017.08.017 Epub 2017 Sep 1.
2. Hillier SL, Nyirjesy P, Waldbaum AS, et al: Secnidazole treatment of bacterial vaginosis: A randomized controlled trial. Obstet Gynecol 130 (2):379-386, 2017. doi: 10.1097/AOG.0000000000002135
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