Muitas mulheres, quando pensam em parto humanizado, ainda têm a imagem de um parto que acontece num ambiente íntimo, na água ou com alguns tipos de simbolismos. Não. Parto humanizado não é sobre parir em casa ou no hospital, na banheira ou fora dela. O termo humanização não se refere à via de parto (vaginal ou cesárea), mas ao tipo de assistência que a mulher recebe. Onde as decisões são compartilhadas e as escolhas da mulher são ouvidas e respeitadas. São
pilares da humanização do nascimento: Não. Até porque nem todo parto normal é humanizado. Como já te contamos, a humanização tem a ver com a assistência e não com a via de parto. Por isso,
se você quer ter a segurança de poder buscar um parto normal ou o mais natural possível (isto é, sem intervenções caso esteja tudo bem), é importante se certificar do tipo de assistência que receberá da equipe e no local que escolher parir. No Brasil, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. Essa violência é chamada de violência obstétrica e pode se apresentar como a limitação da movimentação da mulher durante o trabalho de parto, a realização de
procedimentos desnecessários, a omissão de informações importantes, a execução de procedimentos sem o consentimento da mulher, o desrespeito às escolhas dela, os maus tratos e abuso de poder. É desse lugar que muitas vezes vêm os relatos assustadores sobre o parto normal e os "você é louca de querer parto normal" quando uma mulher deseja fazer essa jornada. Por isso, é importante se preparar com informações e uma equipe que deixe você segura de que nenhuma decisão será tomada sem que você
participe desse processo ativamente. A cesárea pode salvar vidas se bem indicada. Como é um procedimento cirúrgico não é considerada parto humanizado. A humanização se refere à assistência e, sendo assim, o que é possível e deveria ocorrer idealmente é uma assistência respeitosa ao nascimento durante uma cesárea. Isso significa garantir acompanhante na sala, preservar o ambiente do parto evitando ruídos altos, conversas paralelas, permitir o
contato do bebê com a mãe assim que ele nasce, permitir que a mãe acompanhe o nascimento - se ela desejar e for possível, possibilitar a entrada da doula também na cesárea, garantir a hora de ouro e a amamentação na primeira hora de vida do bebê. A humanização, portanto, estará na garantia do protagonismo da mulher, numa indicação real de cesárea baseada em evidências científicas e no olhar integrativo e respeitoso para o parto, independentemente da via.Parto humanizado é parto normal?
Existe cesariana humanizada?
Que tal fazer seu acompanhamento pré-natal e parto com um time humanizado, respeitoso e multifulcional?
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Como faço para ter um parto humanizado?
Se você tem desejo de fazer um parto humanizado busque:
1. Uma equipe de saúde que te apoia nesse desejoInfelizmente, o sistema de saúde brasileiro mantém uma estrutura que não estimula ou encoraja profissionais a sustentarem a assistência humanizada. Há muitos profissionais no sistema que travam batalhas solitárias para defender a humanização. E boa parte das parturientes não encontra esses ativistas na sua jornada de parto.
Por isso, se você deseja parir cercada de respeito e com a segurança de que suas escolhas serão respeitadas, procure uma equipe obstétrica e de saúde que apoie seus desejos, ajude você a elaborar um plano de parto baseado em evidências científicas e a tomar decisões conscientes, quando procedimentos médicos tiverem indicações reais.
2. Informação de qualidadeObter informação te ajuda a ganhar autoconfiança nas suas decisões e mais tranquilidade sobre o que é desconhecido. Se informe com profissionais e fontes nas quais você confia para entender sobre trabalho de parto, posições de parto, opções de analgesia da dor, vantagens e desvantagens de diferentes escolhas, o que é cada tipo de procedimento e a necessidade ou não de cada um. É fundamental também pesquisar sobre o pós-parto e a amamentação.
Por Marina Belomo para Grupo Nascer
A escolha do tipo de parto pode ser uma das decisões mais difíceis na vida de uma mulher. Algumas gestantes já iniciam a gravidez com uma ideia fixa de como será o nascimento de seu filho. Outras demoram um pouco mais para pensar sobre o assunto. Mas, para todas, existe algo que não pode faltar: informação. É preciso estar bem informada sobre todos os detalhes que envolvem o parto para que a melhor decisão seja tomada.
Quando se fala em parto normal, natural ou humanizado, existem muitas dúvidas com relação a essas nomenclaturas. Mas, então, qual a grande diferença entre todas elas?
Parto normal
Parto normal é o tradicional parto vaginal. Nesta opção, é possível usar analgesia, a anestesia peridural que alivia a dor durante o trabalho de parto, inclusive no período expulsivo. Algumas mulheres também fazem uso da ocitocina, hormônio capaz de acelerar as contrações, aumentando a o ritmo de dilatação do colo do útero e diminuindo o tempo do trabalho de parto.
Parto natural
A grande diferença entre parto normal e parto natural é que esse último ocorre sem qualquer intervenção médica, como a aplicação de anestesia, analgésicos ou medicamentos próprios para intensificar as contrações. Durante o parto natural, a mulher tem total controle sobre seu corpo e participa ativamente do nascimento do bebê. A sensação de autonomia e lucidez é uma das grandes vantagens deste tipo de parto, em que a gestante tem mais liberdade para se movimentar e para encontrar a melhor posição para a hora do nascimento.
Parto humanizado
É aquele em que o protagonismo é inteiramente da mulher. É ela que toma a maior parte das decisões sobre o que vai acontecer durante o parto. E, isso, envolve alguns aspectos:
1. A mulher no centro das decisõesCabe ao médico obstetra escolhido fornecer todas as informações necessárias para que a mulher decida sobre os detalhes do próprio parto. As decisões envolvem, por exemplo, o uso ou não da analgesia, o local do parto – se é na água, no quarto, na sala de parto ou no centro cirúrgico – e o nome do acompanhante (por lei, a mulher tem direito a um acompanhante durante todo o trabalho de parto, parto e pós-parto).
2. Plano de partoUma vez que a mulher decide sobre como quer que o seu parto seja, o ideal é que ela desenvolva um plano de parto contendo cada passo desejado, desde a internação até a alta. O plano de parto pode ser uma carta ao médico ou uma lista contendo todas as preferências relacionadas ao dia do nascimento, por exemplo:
- Em que maternidade você quer ter o bebê?
- Você gostaria de ficar lá com um acompanhante? Quem? Qual o contato?
- Gostaria de ter uma doula? Qual o contato?
- Deseja receber lavagem intestinal, raspagem dos pelos, soro com hormônio para acelerar as contrações e anestesia?
- Quais procedimentos você aceita e quais preferia evitar?
Atualmente, muitas maternidades, como é o caso da Maternidade Curitiba, já oferecem ambientes preparados para a mulher que opta pelo parto humanizado. Em suítes apropriadas, a gestante pode contar com iluminação reduzida, ter acesso à água quente em chuveiros ou banheiras, além usufruir de estrutura para movimentação, para que o parto aconteça na posição em que ela se sentir mais confortável. Em algumas maternidades há, inclusive, cadeiras apropriadas que permitem que o parto seja de cócoras ou na vertical. Todos esses detalhes fazem muita diferença para a evolução do trabalho de parto e para uma experiência positiva do momento do nascimento.
E então, você já conversou com seu médico sobre os tipos de parto?