Hoje, no Brasil, existem muitas cidades e a população da zona urbana é muito maior do que a população da zona rural. Para se ter uma ideia, no Censo do IBGE¹ de 2010, o país possuía uma população de aproximadamente 191 milhões de habitantes, desses, cerca de 161 milhões viviam nas zonas urbanas, enquanto que apenas 29 milhões viviam na zona rural.
Mas nem sempre foi assim, até a década de 1960, a maioria da população morava no campo e a quantidade de cidades era bem menor do que a atual. Nesse período, as cidades existiam para atender às necessidades das atividades desenvolvidas no espaço agrário e das atividades mineradoras, principalmente da cana-de-açúcar, do ouro e do café.
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Na década de 1970 o número de habitantes morando nas cidades foi, pela primeira vez, maior do que a população que vivia na zona rural. Esse crescimento do meio urbano proporcionalmente maior do que o do meio rural recebe o nome de Urbanizaçãoe no Brasil se iniciou no século XIX, intensificando-se a partir de 1920, motivados, principalmente, pela:
implantação de indústrias nas cidades brasileiras, que atraiu muitas pessoas da zona rural para a urbana em busca de trabalho e melhores condições de vida, provocando assim o êxodo rural brasileiro.
implantação de máquinas nas atividades do meio agrário, que substituíram a mão de obra assalariada, que sem trabalho migrou para as grandes cidades.
concentração de terras na mãos de poucos proprietários, que tinham como comprar as máquinas e produtos agrícolas.
migração dos pequenos proprietários de terras para as cidades em busca de trabalho assalariado nas indústrias.
crescimento vegetativo da população brasileira, que cresceu muito nesse período.
A urbanização do Brasil provocou muitas mudanças na organização socioespacial do país, dentre elas se destacam:
o crescimento da quantidade de cidades;
o desenvolvimento das redes de transporte e comunicação, que passaram a interligar todas as regiões do Brasil;
o crescimento desordenado do meio urbano, que crescia sem nenhum planejamento, provocando diversos problemas ambientais e estruturais;
a formação de favelas, nas quais a população de baixa renda se fixava em razão da baixa valorização dos terrenos;
a acentuação das desigualdades sociais nos centros urbanos, pois muitas pessoas que chegavam às cidades não possuíam escolaridade e acabavam ficando desempregadas, aumentando, assim, os índices de pobreza e violência nos centros urbanos.
NOTAS
¹Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.
Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia
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- Ásia
17 jan 2012 - 06h25
(atualizado às 09h51)
A China tinha mais residentes em áreas urbanas do que rurais no ano passado pela primeira vez na história, segundo dados oficiais. Um marco demográfico que também aponta para tensões na oferta de trabalho na segunda economia mundial.
No fim de 2011, o país mais povoado do mundo tinha 690,79 milhões de pessoas nas cidades, contra 656,56 milhões de pessoas no campo, indicou o Escritório Nacional de Estatísticas. Os habitantes das cidades representam agora 51,27% da população total, que é de 1,347 bilhão de habitantes.
Globalmente, em torno de 51% dos 7 bilhões de habitantes do planeta vivem em cidades, de acordo com a Organização das Nações Unidas.
Em contraste, 30% dos habitantes da Índia, o segundo país mais populoso do mundo, vivem em cidades, enquanto 82% dos americanos moram em áreas urbanas.
A rápida urbanização na China nas últimas três décadas sustentou o seu desempenho econômico estelar à medida que milhões de pessoas trocavam as residências rurais por povoados e cidades, à procura de melhores salários e empregos.
A população rural da China decaiu 14,5 milhões somente em 2011, o mesmo tamanho do Camboja, de acordo com os dados.
Mas a taxa de urbanização está mais devagar e arrastando a oferta de trabalho, apesar de que a grande mudança das pessoas do interior para as cidades está longe de acabar e ainda deve continuar guiando a economia chinesa nos próximos anos.
O chefe da agência de estatísticas, Ma Jiantang, disse que a queda na oferta de trabalho é essencial para sustentar o alvo de 7% de crescimento econômico do governo chinês, entre 2011 e 2015.
Analistas concordam que a oferta de trabalho no país está minguando, mas há debates sobre se a China está próxima ou cruzando o ponto de virada Lewis - uma teoria de que salários em nações em desenvolvimento começam a crescer uma vez que haja escassez no trabalho rural.
Os salários médios chineses já estão subindo, embora partindo de baixos níveis. A renda disponível urbana per capita cresceu 14% em 2011 em relação ao ano anterior - para 21,810 iuanes (US$ 3,500), enquanto a renda rural per capita era de 6,977 iuanes.
A economia chinesa cresceu 9,2% ano passado, decrescendo em relação aos 10,4 por cento de expansão, em 2010.
A população urbana da China deve subir a 800 milhões de pessoas em 2020, segundo um informe governamental publicado em outubro de 2011.
Chinesa se prepara para embarcar em uma estação de Pequim; população das cidades superou a do campo
Foto: AFP
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