Uma pessoa extremamente sensível. Uma criança que nunca cresceu
Trechos de uma entrevista com o psicólogo alemão Dr. Dieter Speck, concedida logo após a exibição de “Living With Michael Jackson’’ [com Martim Bashir] em 2003.
‘‘Primeiro de tudo, precisamos discutir quem realmente é Michael Jackson. E Michael Jackson é uma pessoa extremamente sensível. Uma criança que nunca cresceu. Ele tem 44 anos, pelo menos em documentos.
Michael Jackson foi brutalmente espancado por seu pai. Ele estava com medo de seu pai e ao mesmo tempo ele sempre quis ser amado por seu pai. No entanto, ele não recebeu o tão desejado amor de seu pai e esse amor perdeu toda a sua vida. E o que ele está fazendo agora é colecionar crianças ao seu redor — ele quer ter crianças por perto para que ele possa ser um pai para eles.
Então, em um corpo ele é uma criança e um pai. E o que ele faz com as crianças, ele realmente faz para si mesmo de uma forma sincera, completamente inocente e com um coração absolutamente bom — ele é uma pessoa ingênua.
Martin Bashir enganou e usou Michael. E esse é um ótimo jogo jornalístico. Todo jornalista sonharia com isso. No entanto, o preço para isso é o pagamento — pagamento com falsa dignidade. E isso leva à destruição da personalidade … porque esse jornalista não usou apenas métodos. E no final desta entrevista, podemos ver que de repente é óbvio para Martin Bashir, e então começa a confrontá-lo.
Todo esse relacionamento construído na confiança explode e ele confronta isso. E você pode ver que Michael Jackson começar a apertar os olhos. As expressões faciais de seu rosto — ele assume uma postura defensiva. No final, ele mantém distância, porque de repente percebe que foi enganado. É por isso que esta é a segunda parte, onde Michael Jackson se defende e quer dizer: “Eu não sou pedófilo”.
E eu tenho que adicionar outra coisa. Eu também fiquei com raiva naquele momento. Eu gosto dele como artista. Ele é apenas um dos maiores artistas que temos. No entanto, quando ouvi falar dessa polêmica de abuso sexual infantil, fiquei apavorado e, por algum tempo, não ouvi muitas estações de rádio. Depois que eu vi, eu aprendi mais sobre sua biografia e vi essas raízes… Eu percebi que ele não combina com o perfil típico de pedófilo, quem molesta as crianças para seu próprio prazer.
Ele não é pedófilo. Ele é realmente uma criança ingênua. É realmente alguém que quer dizer: “Eu não durmo com crianças, durmo perto de crianças”. E isso é uma diferença enorme!
Porque ninguém dormia ao lado dele, ninguém estava com ele, ninguém o consolava… e esta é a mais profunda ferida em seu coração que ele está tentando curar, dando às crianças o que ele não experimentou.’’
Falecido em 2009, Dr. Dieter Speck foi um renomado psicólogo alemão e também dirigiu o Centro de Aconselhamento Psicológico Diakonie em Viersen. Trabalhou como escritor, moderador e psicólogo especialista em rádio e televisão desde 1984.
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Pesquisa e Tradução Cartas para Michael