Recursos do assunto Articulações são as junções entre dois ou mais ossos. Algumas articulações normalmente não se movem, como as localizadas entre as placas do crânio. Outras articulações permitem uma ampla e complexa gama de movimentos. A configuração de uma articulação determina o grau e o sentido do movimento possível.
Por exemplo, as articulações do ombro, que têm um formato de esfera e soquete, permitem rotações para dentro e para fora, bem como os movimentos dos braços para frente, para trás e para os lados. As articulações dobradiças dos joelhos, dedos das mãos e dedos dos pés permitem apenas dobrar (flexão) e abrir (extensão) os dedos. Os componentes das articulações proporcionam estabilidade e reduzem o risco de danos por uso constante. Em uma articulação, as extremidades dos ossos são cobertas por
cartilagem. Cartilagem é um tecido liso, resistente, elástico e protetor composto por colágeno, água e proteoglicanos que reduz o atrito durante o movimento das articulações. (O colágeno é um tecido fibroso resistente e os proteoglicanos são substâncias que ajudam a dar resistência à cartilagem.) As articulações também têm um revestimento (tecido sinovial) que as envolve para formar a cápsula articular. As células do tecido sinovial produzem uma pequena quantidade de líquido claro
(líquido sinovial) que nutre a cartilagem e reduz ainda mais o atrito, facilitando o movimento. O joelho é projetado para sua própria proteção. Ele é completamente cercado por uma cápsula articular que é flexível o suficiente para permitir o movimento, porém resistente o suficiente para manter a articulação unida. A cápsula é revestida por tecido sinovial, que
secreta o líquido sinovial para lubrificar a articulação. Uma cartilagem resistente ao desgaste recobre as extremidades do osso da coxa (fêmur) e do osso da canela (tíbia), ajudando a reduzir o atrito durante o movimento. Amortecedores de cartilagem (meniscos) atuam como almofadas entre os dois ossos e ajudam a distribuir o peso do corpo na articulação. Sacos cheios de líquido (bursas) fornecem amortecimento entre estruturas como a tíbia e o tendão ligado à rótula (tendão patelar). Cinco
ligamentos ao longo das laterais e da parte de trás do joelho reforçam a cápsula articular, adicionando estabilidade. A rótula (patela) protege a parte frontal da articulação. VISUALIZAR A VERSÃO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE Dentro do joelho
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Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)
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As articulações caracterizam-se pelo contato entre estruturas ósseas. O movimento das articulações é determinado pela forma como se articulam, pela tensão/flexibilidade existente no tecido conjuntivo adjacente e pelo posicionamento ligamentar, muscular e tendíneo associados. As articulações podem se classificar como estruturais (características anatômicas) ou funcionais (tipo de movimento).
As articulações do ombro. Ilustração: Henry Gray. A Anatomia do Corpo Humano, 1918.
Classificação articular estrutural
Baseia-se conforme a cavidade articular e o tipo de tecido conjuntivo que mantém a congruência óssea. Podem ser classificadas em:
- fibrosas (cavidade articular inexistente; ossos são mantidos próximos através de tecido conjuntivo fibroso);
- cartilaginosas (estruturas são mantidas unidas através de tecido cartilaginoso);
- sinoviais (cavidade articular com ossos unidos por cápsula articular e ligamentos acessórios).
Classificação articular funcional
Considera-se o grau de movimento funcional. Classificam-se em:
- Sinartrose: articulação imóvel. Pode ser de três tipos:
- Sutura: articulação fibrosa encontrada entre os ossos cranianos. Os ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso denso.
- Gonfose: articulação fibrosa onde um pino em forma de cone ajusta-se ao soquete. Ex: maxila e mandíbula.
- Sincondrose: articulação cartilaginosa onde o material que conecta uma estrutura à outra é a cartilagem hialina. Ex: discos epifisários; articulação entre a primeira costela e o esterno.
- Anfiartrose: articulação que possui pequena movimentação. Podem ser de dois tipos:
- Sindesmose: maior parte da estrutura é formada por tecido conjuntivo fibroso, ajuste ósseo com pouquíssimo espaço, permitindo pouca flexibilidade.
- Sínfise: articulação cartilaginosa onde o material de conexão entre as estruturas é um disco de fibrocartilagem. Exemplo: discos intervertebrais; sínfise púbica.
- Diartrose: articulação que possui movimentação livre, tendo grande variedade de formas permitindo a movimentação em diversos planos. Possuem estruturas como:
- Cavidade articular: separa os ossos em articulações.
- Cartilagem articular: composta por cartilagem hialina, recobre as estruturas ósseas, reduzindo o atrito no movimento e absorção do impacto.
- Cápsula articular: envolve completamente as estruturas ósseas. Dividem-se em duas camadas: a externa denominada membrana fibrosa (compostas por tecido conjuntivo denso e irregular; fixa-se no periósteo; também chamadas de ligamentos) e a interna denomina-se como membrana sinovial (composta por tecido conjuntivo areolar; excreta líquido sinovial, responsável pelo preenchimento da cavidade articular, nutrição, lubrificação e redução do atrito).
- Ligamentos acessórios: podem estar dentro ou fora da cápsula articular.
- Discos articulares: também denominados meniscos, ficam entre dois ossos com superfícies diferentes, auxiliando na estabilização da articulação, fornecendo um encaixe ajustado.
- Bolsas sinoviais: também chamadas de bursas sinoviais. Encontram-se cheias de líquido sinovial. Localizam-se onde os tecidos ósseos e tecidos moles se encontram. Acomodam o movimento entre as estruturas.
Tipos de diartroses
- Articulação plana: Superfície se move em deslizamento, sendo estes de frente para trás, de um lado para o outro, sem que haja movimento angular ou rotatório (ex: ossos do carpo, ossos do tarso)
- Articulação gínglimo: a superfície convexa de um osso ajusta-se à superfície côncava de outro osso. Os movimentos são de flexão (reduz o ângulo entre os ossos) e extensão (aumenta o ângulo entre os ossos). Algumas articulações podem realizar a hiperextensão (ex: cabeça inclinada para trás).
- Articulação trocóide: também chamada de pivotante, a superfície arredondada ou pontiaguda do osso articula-se dentro de um anel formado parcialmente por osso e ligamento, realizando a rotação. Realizam movimentos de pronação e supinação.
- Articulação elipsóide: também chamada de condilar, uma superfície oval ajusta-se em uma depressão de outro osso. Os movimentos realizados são flexão, extensão, adução, abdução e circundução. (ex: articulação do punho e rádio, ossos do carpo).
- Articulação selar: a superfície de um osso tem forma de sela e a superfície articular da outra estrutura tem forma dos membros inferiores de um cavaleiro sentado. Os movimentos são látero-lateral, deslizamento ântero -posterior e circundução. (ex: trapézio e base metacarpal).
- Articulação esferóide: também chamada de cotiloide, caracteriza-se por uma estrutura óssea redonda ajustada a uma depressão semelhante a um copo no outro osso. Realiza movimentos de flexão-extensão, abdução-adução, rotação-circundução.
Referências:
NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
TORTORA, Gerard J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre. 4ª ed. Artmed Editora. 2000.
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/anatomia-humana/articulacoes/