Passou a ter enxaqueca após engravidar? Saiba que mesmo mulheres que não tinham crises antes de engravidar podem ter episódios de dores de cabeça intensa, acompanhadas de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao barulho, que são sintomas característicos da enxaqueca.
Essas crises são mais comuns no primeiro trimestre da gravidez e se devem às grandes mudanças hormonais pelos quais seu corpo está passando — especialmente de progesterona, hormônio que facilita o relaxamento do útero e dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial, o que pode causar as dores.
Mas lembre-se de que é muito importante que você fale sempre com seu obstetra sobre dores de cabeça intensas, principalmente se elas acontecerem no fim da gravidez e vierem acompanhadas de inchaços súbitos nas mãos e tornozelos ou da sensação de luzes piscando.
Esses podem ser sinais de pré-eclâmpsia, que é um aumento da pressão arterial que pode trazer sérias complicações para você e seu bebê — nunca tome nenhum remédio sem o conhecimento do seu médico.
Como há restrições para o uso de medicamentos durante a gravidez, já que muitas substâncias podem causar má-formação no bebê, trazemos nesse post algumas dicas de tratamentos naturais que podem ajudam a reduzir as dores e os desconfortos da enxaqueca. Confira como aliviar a enxaqueca na gravidez!
Fique de repouso
Durante as crises de enxaqueca, deite-se em um ambiente silencioso, confortável, com pouca luz e procure relaxar. Exercícios físicos como caminhar ou subir escadas tendem a piorar as dores no momento de crise.
Quanto mais tensa você ficar, maior a tendência de aumentar sua pressão sanguínea e mais intensas serão as dores. Se a luz estiver incomodando coloque uma venda nos olhos para escurecer ainda mais sua vista.
Use compressas de água morna
Compressas de água morna na testa e na região das têmporas (na lateral da cabeça) também vão ajudar a diminuir a pressão sanguínea e aliviar as dores, reduzindo a sensação de latejamento.
Faça escalda pés e massagens
Peça ao seu companheiro ou algum familiar para fazer um escalda pés e uma massagem em suas pernas. O calor vai contribuir para o seu relaxamento e abrir os vasos sanguíneos, facilitando a passagem do sangue e reduzindo a pressão que chega à cabeça.
Se alimente regularmente e em porções menores
Comer mais vezes e em porções menores, mantendo uma alimentação saudável e balanceada, também ajuda a reduzir as crises de dor de cabeça. Isso porque quando comemos muito de uma única vez sobrecarregamos os órgãos envolvidos na digestão, como o pâncreas, fígado, vesícula biliar, estômago e intestino.
Esses órgãos vão precisar liberar mais compostos químicos para digerir os alimentos, o que pode causar a dor de cabeça, entre outros desconfortos. É aconselhável também evitar alimentos gordurosos, como queijos amarelos e carnes gordas, e também bebidas estimulantes como café e chocolate.
Opte por frutas frescas, castanhas, verduras e legumes, que são mais leves e fáceis de serem digeridos. Além de terem grande valor nutricional.
Beba mais água
Beber até um litro de água em 20 minutos ajuda a reduzir a maioria das crises de enxaqueca na gravidez. A maior ingestão de água reforça a hidratação do organismo, diminuindo as dores.
Siga um horário regular de sono
O cansaço dos primeiros três meses e a dificuldade para dormir quando a barriga está maior, também podem desencadear as dores de cabeça. Procure manter um horário regular de sono para que seu organismo se acostume com essa rotina, reduzindo a tensão e prevenindo as dores.
Ainda ficou com alguma dúvida sobre como prevenir e tratar a enxaqueca na gravidez? Deixe seu comentário!
Se atentar às dores sentidas durante a gravidez é essencial para uma gestação saudável
A dor de cabeça é uma das queixas mais comuns feitas em consultórios médicos. Apesar de nem sempre apontar algum problema mais grave, ela pode causar grande incômodo e preocupação nos pacientes.
O nome técnico desse desconforto é cefaleia, que pode estar relacionado a a diversos quadros clínicos. Durante a gravidez, a dor de cabeça pode aparecer com mais frequência durante o primeiro trimestre da gestação, devido ao número de alterações hormonais durante essa fase.
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Durante o início da gravidez, o nível de estrogênio, hormônio produzido pelos ovários, cai consideravelmente, o que acaba levando as crises de cefaleia. De acordo com a ginecologista e obstetra Karina Tafner, o número desse hormônio aumenta no segundo e terceiro semestre (a partir dos 4 meses de gravidez), melhorando as dores.
Outras possíveis causas para esse incômodo são:
- Calor
- Ansiedade
- Estresse
- Falta de sono
- Má-postura
- Diminuição da ingestão de cafeína
- Pressão alta
- Fome (hipoglicemia)
Ainda de acordo com Karina, se a dor vier acompanhada de outros sintomas, é necessário procurar ajuda médica. "Se a cefaleia estiver associada a sintomas como pressão alta, enjoo e alterações visuais, pode estar associada a pré-eclâmpsia, quadro de risco para a gestante e para o bebê, se não tratado", explica a ginecologista.
A pré-eclâmpsia é uma condição em que a grávida apresenta pressão arterial acima de 140/90 mmHg, excesso de proteína na urina e a presença de edema. Esse quadro precisa ser tratado com urgência, pois pode apresentar riscos para a gestação.
O acompanhamento médico e a realização de exames durante o pré-natal são fundamentais para garantir a segurança da gestante e do bebê.
Durante a gravidez, a utilização de analgésicos, como o paracetamol, só deve ser realizada sob prescrição médica. Após identificada a causa da dor de cabeça, o profissional da saúde deve orientar a gestante a procurar o meio de tratamento mais adequado. Por isso, é importante conversar sobre o assunto nas consultas de pré-natal para ver o que o obstetra indica.
“A recomendação é que o medicamento seja empregado somente para o tratamento de dores mais intensas e pelo menor tempo possível neste período, uma vez que não há muitas alternativas para este fim durante a gravidez”, explica Caio Grava Simioni, neurologista do Fleury Medicina e Saúde em entrevista prévia ao MinhaVida.
Alguns meio alternativos e naturais podem auxiliar no alívio da cefaleia:
- Acupuntura
- Massagens/técnicas de relaxamento
- Yoga
- Aumentar a ingestão de água
- Descanso
- Exercícios físicos
- Alimentar-se de 3 em 3 horas
O médico de família Renato Walch conta que, diante do diagnóstico do tipo de cefaleia, pode se estabelecer um plano terapêutico que envolve medidas não farmacológicas (alimentos, atividade física, terapias integrativas) e farmacológico, desde analgésico simples a analgésicos mais potentes (com a prescrição do médico pré-natalista).
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