Quais as consequências da perda do habitat natural para uma espécie?

A biodiversidade, ou a variedade de todos os seres-vivos no nosso planeta, tem decrescido a um ritmo alarmante nos últimos anos, principalmente devido às atividades humanas que desencadeiam mudanças na utilização dos solos, poluição e alterações climáticas.

Durante uma sessão plenária em junho de 2021, o Parlamento adotou a posição dos seus membros sobre a ’Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 – Trazer a natureza de volta às nossas vidas’, de modo a assegurar que, até 2050, os ecossistemas do mundo sejam restaurados, resilientes e adequadamente protegidos.

A 16 de janeiro de 2020, os eurodeputados pediram medidas juridicamente vinculativas para travar a perda de biodiversidade, a ser acordadas durante a Conferência sobre a biodiversidade da ONU (COP15), na China, em outubro de 2021. Este evento tem por objetivo aproximar os diferentes partidos à Convenção sobre a Diversidade Biológica, de 1993, para decidir a sua estratégia depois do ano de 2020.

O Parlamento Europeu quer que a UE assuma a liderança neste campo, assegurando que 30% do território da União Europeia consiste em áreas naturais, até 2030, e considerando a preservação da biodiversidade em todas as políticas europeias.


O que é a biodiversidade?


Tradicionalmente, a biodiversidade é definida como a variedade da vida na Terra, em todas as suas formas. Inclui o número das espécies, as suas variações e interações destes seres com os seus complexos ecossistemas.

Num relatório da ONU publicado em 2019, os cientistas alertaram que um milhão de espécies, num total estimado de 8 milhões, estão em vias de extinção, podendo muitas delas desaparecer em apenas décadas. Alguns investigadores consideram até que estamos no meio do sexto evento de extinção em massa na História da Terra. As extinções em massa estudadas até agora fizeram com que entre 60 a 95% de todas as espécies terrestres desaparecesse. São necessários milhões de anos para que os ecossistemas recuperem após este tipo de eventos.

Descubra factos e números sobre as espécies ameaçadas na Europa.

Porque é a biodiversidade importante?


Os ecossistemas saudáveis fornecem muitas coisas essenciais que tomamos como garantidas. As plantas conservam a energia solar, tonando-a acessível a outras formas de vida. As bactérias e outros organismos vivos decompõem a matéria orgânica em nutrientes que providenciam às plantas um solo saudável para crescerem.

Os polinizadores são essenciais para a reprodução das plantas, garantindo a produção alimentar para os humanos. As plantas e os oceanos agem, por sua vez, como os maiores sumidouros de carbono. O ciclo da água depende em grande parte dos organismos vivos.

Em resumo, a biodiversidade fornece-nos ar limpo, água potável e boa qualidade dos solos para as plantações. Ajuda-nos a lutar contra as alterações climáticas e a adaptar-nos a estes novos desafios.

Uma vez que os organismos interagem em ecossistemas dinâmicos, o desaparecimento de uma das espécies pode impactar de forma considerável a cadeia alimentar. É impossível prever com exatidão as consequências que uma extinção em massa teria para os Humanos, mas sabe-se que que a biodiversidade na natureza permite ao ser-humano prosperar.

A perda de habitat é apontada em diversos estudos científicos como a principal causa da extinção de espécies da fauna silvestre no planeta. Essa expressão, em geral, engloba outros conceitos da Biologia da Conservação como “fragmentação de habitat” e “conversão de ambientes”.

As ações humanas transformam os ambientes naturais desde sempre. Tal fenômeno passa a ser mais sentido a partir do período em que grupos se fixaram em determinadas regiões e passaram a cultivar a terra e a criar animais.

As vegetações nativas passam a ser suprimidas, o que, no caso de ambientes florestais denominamos desflorestamento ou, simplesmente, desmatamento.

Esse processo de transformação de áreas com vegetação nativa primária (não alteradas) em áreas com agricultura ou pasto é um exemplo do que se pode chamar de “conversão de ambientes”. O mesmo acontece nos movimentos de urbanização.

Nessa conversão de ambientes, nem toda a vegetação característica de uma paisagem é retirada. Há casos em que o contínuo paisagístico é dividido, ou seja, fragmentado em diversas manchas. É o que ocorre quando se abre uma estrada e, em determinado ponto de sua margem, nasce uma cidade. O que antes era uma paisagem homogênea de vegetação, foi dividido pela estrada e a mancha urbana.

Nesses processos de fragmentação e de conversão de ambientes, a fauna sofre consequências. Em geral, negativas. A mais evidente é a redução de populações de determinadas espécies com possibilidade de haver extinções locais ou totais de certos animais.

Toras de maçaranduba em Nova Olinda do Maranhão (MA). Em geral, o desmatamento começa com a retirada da madeira – Foto: Biblioteca IBGE

Por isso, a perda de habitat e da qualidade dos habitat (por mudanças climáticas, poluições sonora, hídrica e do ar, redução da oferta de alimentos, surgimento de barreiras, como as estradas, para os processos migratórios e de busca de parceiros reprodutivos, etc.) são tão impactantes na fauna silvestre.

No Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) afirma que “os principais fatores de pressão às espécies continentais estão relacionados às consequências de atividades agropecuárias, seja pela fragmentação e diminuição da qualidade do habitat em áreas em que a atividade está consolidada ou pelo contínuo processo de perda de habitat onde a atividade está em expansão.” Das 1.014 espécies continentais consideradas ameaçadas de extinção listadas pelo Ministério do Meio Ambiente, 58% delas estão em ambientes alterados pela agricultura e a pecuária.

Após a retirada da madeira, é comum que tratores ligados pelo “correntão” derrubem o resto da vegetação antes da queimada. De floresta a pasto – Foto: Ibama

O ICMBio ainda destaca que a expansão urbana é a segunda maior geradora de espécies da fauna ameaçadas de extinção, seguido de empreendimentos para geração de energia, como a construção de barragens e represas para hidrelétricas, parques eólicos e linhas de transmissão, e a poluição, seja industrial, urbana, ou agrícola com os agrotóxicos. Vale ressaltar que todos esses elementos causam perda ou deterioração de habitat.

A caça e a captura de animais para o tráfico de fauna e a criação doméstica de silvestres como bichos de estimação são apontados pelo ICMBio como a quinta maior ameaça às espécies de animais, seguidos das queimadas, da mineração e do turismo desordenado (que também podem ser um fatores de perda e degradação de habitat).

Principais causas de ameaça à fauna silvestre brasileira – Imagem: ICMBio

Por biomas
Cada bioma brasileiro tem características próprias de pressão negativa sobre a fauna silvestre, segundo o ICMBio. Deve-se reparar que a maioria das causas (as exceções são a caça/captura de animais, a competição com espécies exóticas e a incidência de doenças) corresponde à perda de habitat ou de qualidade do habitat. A relação de fatores de cada bioma está em ordem de importância.

Amazônia: empreendimentos para geração de energia (principalmente hidrelétricas), agropecuária, caça/captura, transportes, mineração e extração florestal.

Caatinga: agropecuária, caça/captura, mineração, expansão urbana, turismo desordenado e empreendimentos de geração de energia.

Cerrado: agropecuária, empreendimentos de geração de energia, caça/captura, expansão urbana, mineração e poluição.

Mata Atlântica: agropecuária, expansão urbana, poluição, queimadas, turismo desordenado e empreendimentos de geração de energia.

Pampa: agropecuária, expansão urbana, poluição, caça/captura, espécies exóticas e queimadas.

Pantanal: agropecuária, caça/captura, empreendimentos de geração de energia, queimadas, transportes e doenças.

O garimpo causa enormes danos no habitat dos animais – Foto: Roberto Cabral Borges

Fauna marinha
As alterações no habitat dos animais marinhos é a segunda causa de ameaça às espécies. A primeira é a pesca.

A degradação do habitat é causada pela poluição. Além das poluições química, física e biológica, o ICMBio indicou a sonora, que impacta principalmente os mamíferos, e a fotopoluição, que afeta as tartarugas. As instalações de portos, o tráfego de embarcações, a exploração de petróleo e gás, o turismo sem controle e a urbanização de áreas litorâneas são os responsáveis pelas alterações indicadas.

O que acontece se tirar uma espécie do seu habitat natural?

As consequências da destruição de habitat podem ser diversas: Fragmentação de habitat, mudanças climáticas, aumento de espécies invasoras, desertificação e é a maior causa de extinção de espécies, hoje.

Quais as consequências da extinção de uma espécie?

As principais consequências da extinção de espécies são a perda de biodiversidade, a redução do fundo genético global do planeta, a diminuição do número de recursos naturais e de variedade alimentar, a redução da capacidade de autorregulação dos ecossistemas e a aceleração da extinção de outras espécies, já que nenhuma ...

Quais são as consequências da destruição da fauna e da flora para os seres humanos?

Como consequência dessa perda, as populações humanas sofrerão uma queda significativa da qualidade de vida, que refletirá diretamente em pontos como o suprimento de alimentos e manutenção da saúde, a vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição ...

Quais consequências as extinções em massa de espécies ocasionam no ambiente?

Animais que perdem seu habitat natural, como as florestas e a selva, acabam procurando abrigo nas cidades, se tornando um grande risco para a população, já que se trata de animais selvagens, além de um risco para os próprios animais, que podem ser maltratados de alguma maneira.

Toplist

Última postagem

Tag