1. CICLO DE VIDA
O ciclo de vida do bicho-da-seda, um inseto holometábolo, apresenta quatro estágios: ovo, lagarta ou larva (estágio jovem), pupa ou crisálida, e mariposa (estágio adulto). Em cada estágio o inseto possui características morfofisiológicas distintas e perdura por alguns dias em cada um deles, como mostra o quadro abaixo:
Quadro 1 - Estágios de vida do bicho-da-seda, Bombyx
mori.
ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA DO BICHO-DA-SEDA | DURAÇÃO |
Ovo | 10-14 dias |
Lagarta ou Larva | 27 dias |
Pupa ou crisálida | 7-8 dias machos/ 14-15 dias fêmeas |
Mariposa | 7-8 dias machos/ 14-15 dias fêmeas |
Fonte: Adaptado por Costa et al., 20201.
Os ovos depositados pela fêmea têm forma ovoide e achatado, apresentam tamanho que varia de 1,0 a 1,3 mm de comprimento e 0,9 a 1,2 mm de largura (Figura 1). Depois da postura tem cor amarelo claro, se fecundado passa a amarelo escuro, muda para alaranjado e finalmente para cinza.
Figura 1 – Ovos do bicho-da-seda, Bombyx mori.
Dos ovos fertilizados eclodem as lagartas, nessa fase do ciclo de vida o inseto passa por 5 instares ou estádios. No 1º instar, a lagarta apresenta cerca de 2 mm de comprimento e o corpo recoberto por pelos escuros, conferindo-lhe uma aparência de "formiga" (Figura 2). Após dois dias as lagartas crescem tornando-se claras e entram no 2º instar.
Figura 2 – Lagarta de B. mori no primeiro instar.
Nota: Imagem de lagarta de B. mori no primeiro instar capturada em larga escala. Este indivíduo na verdade mede aproximadamente 2 mm.
No 2º instar a lagarta mede cerca de 2 cm e permanece nesse instar por um tempo de 2 a 3 dias.
Figura 3 – Lagarta de B. mori no segundo instar.
No 3º instar, que dura de 3 a 4 dias, a lagarta passa a medir 3 cm.
Figura 4 – Lagarta de B. mori no terceiro instar.
Figura 5 – Lagarta de B. mori no quarto instar.
Ao atingir o 5º e último instar, já bem maior, a lagarta passa a medir 7 cm de comprimento permanecendo nesse instar de 6 a 8 dias.
Figura 6 – Lagarta de B. mori no quinto instar.
Dessa forma, o estágio de lagarta dura cerca de 27 dias, sendo muito influenciado pela temperatura e umidade. O aumento do peso do corpo da lagarta, durante este curto período, é de 10.000 vezes, pois a lagarta alimenta-se ativamente; se um bebê humano crescesse nesta mesma proporção, em dois meses ele pesaria como um elefante adulto. A tabela abaixo apresenta a duração dos instares larvais e temperatura ideal.
Quadro 2 - Duração de cada instar larval do bicho-da-seda, Bombyx mori.
INSTAR LARVAL | DURAÇÃO EM DIAS | TEMPERATURA IDEAL |
1º INSTAR | 3 a 4 | 27º C |
2º INSTAR | 2 a 3 | 26º C |
3º INSTAR | 3 a 4 | 25º C |
4º INSTAR | 5 a 6 | 23º C |
5º INSTAR | 6 a 8 | 22º a 23º C |
Fonte: Adaptado por Costa et al., 20201.
No final do 5º instar a lagarta para de se alimentar e inicia a produção do fio de seda realizando um movimento em ziguezague, o fio envolve seu corpo e o casulo é formado. Três dias após tecer o casulo, a lagarta transforma-se em pupa ou crisálida, estágio que dura cerca de 10 dias.
Figura 7 – Casulo após a emergência da mariposa.
Dentro do casulo o tecido da pupa é todo rearranjado formando o inseto adulto, a mariposa. Após 13 dias, em média, a mariposa emerge do casulo, através de um orifício produzido na sua estrutura.
Figura 8 – Estágio adulto (mariposa) do ciclo de vida de B. mori e casulo.
Nota: Em A, uma mariposa logo após a emergência posicionada a cima de seu casulo. Ao redor do orifício por onde mariposa saiu do casulo, observa-se uma coloração marrom devido a enzima coonase que degrada a parede do casulo. Na parte B da figura, um casulo de B. mori aparece com um orifício em sua extremidade através do qual ao término da metamorfose a mariposa deixa o casulo para o meio exterior.
Normalmente a mariposa macho sai primeiro do casulo, para posteriormente realizar o acasalamento. A fêmea deposita cerca de 500 ovos e, após 15 dias, se feito um tratamento químico, eclodem as lagartas, que irão reiniciar o ciclo de vida.
2. LITERATURA RECOMENDADA
BRANCALHÃO, R. M. C. et al. Práticas de laboratório – bicho da seda: montagem do ciclo de vida. Arq. Apadec., v. 8(2), p. 58-60, 2004.
BUZZI, Z. J. Entomologia didática. 5 ed. Curitiba: Editora UFPR, 2010.
CORRADELLO, E. F. A. Bicho-da-seda e Amoreira: da folha ao fio, a trama de um segredo milenar. São Paulo: Editora Ícone, 1987.
FONSECA, A. S.; FONSECA, T. C. Cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda. São Paulo: Editora Nobel, 1986.
HANADA, Y.; WATANABE, J. K. Manual de criação do bicho-da-seda. Curitiba: Cocamar, 1986.
PEDROSO, R. B. et al. Atividade das esterases em larvas de B. mori L. CONGRESSO NACIONAL DE GENÉTICA (Anais Águas de Lindóia), v. 48, p. 146, Águas de Lindóia, 2002.
3. REFERÊNCIAS
1Laboratório
de Biologia Celular, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Cascavel-PR.
2Disponível em: //www.wormspit.com/bombyxsilkworms.htm.