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É de conhecimento de todos que quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil havia nativos morando e vivendo nestas terras. O que poucos sabem é que o nome índio, dado aos nativos, se refere ao fato de que quando Cristóvão Colombo chegou na América, ele acreditou que havia chegado às Índias; logo, quem aqui já vivia eram os índios. E também é uma nomenclatura genérica já que remete a ideia de que a população nativa que aqui se encontrava homogênea, ou seja, tinha a mesma cultura, os mesmos costumes, ideia totalmente equivocada como foi estudado pelos historiadores. Apesar de algumas semelhanças entre elas, havia muito diferença entre as diversas tribos. Pode-se dizer que essas diferenças geravam conflitos entre os índios. A título de estudo, a população ameríndia foi dividida em dois grandes grupos: os tupis-guaranis que viviam no litoral brasileiro; e os tapuias, que viviam no interior entre a Bahia e o Maranhão.
Importante ressaltar que há também a ideia errônea de que a relação entre europeus e índios se baseava apenas na mão de obra para a exploração do pau-brasil. Não só as mortes de milhares de nativos por conta de doenças trazidas pelos europeus fazem parte dessa relação.
Estudos mostram que alianças foram feitas entre portugueses e outros europeus, como os franceses, e determinadas tribos indígenas. Essas alianças eram fundamentais para a conquista e colonização de um território tão hostil. Só assim foi possível colonizar o território brasileiro. Vê-se também que a guerra e os conflitos eram práticas recorrentes entre tribos por conta da diversidade de culturas disputando territórios. Com a finalidade também de acabarem com seus inimigos, algumas tribos se aliavam aos portugueses e, assim, estes conseguiam indígenas para trabalharem.
Exemplo importante dessas alianças foi a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Os franceses, com apoio dos Tamoios haviam invadido a região e os portugueses, com a ajuda dos índios Temiminós, conseguiram expulsá-los. “Pacificar os Tamoios e acabar de vez com a presença dos franceses constituía o grande plano cuja solução não deveria tardar.” (SERRÃO, 1965). Historiadores afirmam que os Tamoios eram em maior número que os Temiminós, tornando o exército francês um inimigo difícil de combater. Os combates levaram alguns anos até a expulsão total dos franceses em 1567. Como recompensa pela luta, os portugueses concederam aos Temiminós uma sesmaria que veio a se tornar Niterói.
No século XVIII ocorre a Guerra Guaranítica, no sul do Brasil, onde os índios lutaram contra os espanhóis e portugueses, se recusando a mudar de território. Ocorreram outras guerras no nordeste como no século XVI, quando o governo-geral da Bahia declarou guerra aos Tupinambás e constituíram sólida aliança com os Tupiniquins, conseguindo, assim, forte proteção territorial contra invasões com, pode-se dizer, um exército praticamente indígena.
Portanto, se pode concluir que ocorreram muitas batalhas e guerras tanto entre tribos quanto entre nativos e europeus.
Referências Bibliográficas:
*SERRÃO, Joaquim Veríssimo. O Rio de Janeiro no século XVI, Estudos Históricos, v.1, Edição da Comissão, 1965.
AMORIN, Bruno Abrantes. Temiminós e Lusitanos na Conquista da Guanabara. ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005.
FREIRE, Carlos Augusto da Rocha; OLIVEIRA, João Pacheco de. A Presença Indígena na Formação do Brasil. Brasília, novembro de 2006.
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/historia/guerras-indigenas-no-brasil-colonia/
25/07/2019 Destaques,
Programa de TV Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre 2003 e 2017 cerca de mil casos de assassinatos contra indígenas foram registrados no
Brasil. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, informou que existiam no Brasil, naquele ano, 817,9 mil indígenas, representando 305 etnias, e falando 274 línguas diferentes. A Constituição de 1988 estabeleceu os direitos dos povos indígenas brasileiros, entre eles o acesso à saúde e à educação. O Brasil tem também, desde 1973, o Estatuto
do Índio (lei 6.001). Apesar de tudo isso, os povos indígenas sofrem com a falta de atendimento médico desde a saída dos médicos cubanos do programa ‘Mais Médicos’, e com o aumento nos casos de suicídio. Entre os indígenas brasileiros,
a média é de 1 caso de suicídio a cada 3 dias. Os estados com os maiores índices foram o Amazonas, com 54 mortes entre 2016 e 2017, e Mato Grosso do Sul, com 31.
Desde 1500, com a chegada dos colonizadores, os indígenas brasileiros sofrem com o preconceito, a invasão e exploração de suas terras. Mesmo com a criação de órgãos como a Fundação Nacional do Índio
(Funai) , a violência contra esses povos continua.
Para falar sobre a causa indígena, recebemos, no programa de TV do dia 24 de julho, a historiadora, fundadora e educadora da EtnicoEduc – Educação para as Relações Étnico-raciais, Claudine Mello.
O programa também teve o quadro ‘Você Conhece?’, que contou a história dos Irmãos Villas Boas, que confrontaram os interesses do governo para proteger os indígenas brasileiros e foram os criadores do Parque Indígena do Xingu, território de proteção indígena do tamanho da Bélgica.
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