Entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de S�o Paulo foi palco da Semana de Arte Moderna, reuni�o da nata dos artistas do pa�s. L� estavam obras de Anita Malfatti, Di Cavalcante, Brecheret, entre outros grandes nomes.
Esses artistas buscaram revolucionar�o que vinha se fazendo at� ent�o, em um dos per�odos de destaque na cena art�stica-cultural�do nosso pa�s. Saiba mais sobre a biografia de cada um desses criadores!
1. Anita Malfatti (1889-1964)
Anita Catarina Malfatti, esse era o nome de batismo da artista pl�stica paulista que nasceu no dia 2 de dezembro de 1889.
Anita foi uma brasileira com origens europeias: seu pai (Samuel Malfatti) era um engenheiro italiano e a m�e (Betty Krug) era uma norte-americana com descend�ncia alem�. Foi provavelmente da m�e que Anita herdou o gosto pelas artes, uma vez que�Betty dava aulas de pintura e l�nguas.
Com um hist�rico de depress�es, Anita tentou se suicidar quando tinha apenas treze anos, o�plano foi se colocar debaixo da linha do trem.�
Aos dezenove anos, Anita tornou-se professora e logo depois foi estudar na Alemanha. A jovem tamb�m chegou a estudar em Nova Iorque.
De volta ao Brasil, Anita continuou pintando e, incentivada por alguns amigos, participou da Semana de Arte Moderna de 1922.
A partir de ent�o, a sua carreira decolou de vez, tendo Anita exposto em Berlim, Nova Iorque e Paris. Al�m de ser celebrada no pr�prio pa�s, a artista recebeu�em vida reconhecimento internacional.��
Entre as suas telas mais famosas est�o: A Boba (1916), O Homem Amarelo (1916) e M�rio de Andrade I (1922).
Saiba mais sobre a vida de�Anita Malfatti.
2. M�rio de Andrade (1893-1945)
M�rio de Andrade foi autor do livro�de poemas Pauliceia Desvairada,�inaugural da primeira fase do Modernismo.
Al�m de escrever fic��o, o intelectual tamb�m foi cr�tico de arte em jornais e revistas. Polivalente, amante da m�sica, M�rio chegou igualmente a dar aulas particulares de piano.�
Em termos liter�rios, a sua maior cria��o foi provavelmente o romance Macuna�ma (1928), que chegou a ser mais tarde adaptado para o cinema.
Nessa produ��o, vemos uma caracter�stica fundamental do autor: M�rio procurava uma linguagem nacional, queria conhecer a fundo a cultura de cada regi�o do pa�s e valorizar a nossa terra.
N�o � toa, ele empreendeu uma s�rie de viagens pelo Brasil, a investiga��o fazia parte do seu projeto nacionalista.�Um dos maiores articuladores do Modernismo, M�rio�participou�ativamente da Semana de Arte Moderna.�
Conhe�a a hist�ria de M�rio de Andrade.
3.�Oswald de Andrade (1890-1954)
Oswald de Andrade foi militante pol�tico, ajudou a criar manifestos, vivia cercado de amigos, tinha uma personalidade divertida e ir�nica.
Filho �nico, desde cedo�soube que seria escritor porque um professor do Gin�sio de S�o Bento assim o disse.
Entrou no jornalismo�escrevendo no�Di�rio Popular, em 1909.�Depois virou cr�tico teatral e fundou uma revista. Em 1912, a vida do escritor mudou depois de uma ida � Europa.
Entusiasmado com o que viu, Oswald trouxe deias que vieram a tomar corpo em�seus Manifestos. Entre os seus trabalhos, o mais famoso certamente foi o�Manifesto Pau-Brasil (1924).�
Muito pr�ximo de diversos artistas, Oswald foi um dos agitadores que esteve a frente da organiza��o da Semana de Arte Moderna.
O autor foi casado com Tarsila do Amaral, importante artista do modernismo, mas que n�o esteve presente na Semana de 22 pois estava na Europa.�O�casamento, realizado em 1926, durou cerca de tr�s anos.�
Saiba mais sobre a trajet�ria pessoal e profissional de�Oswald de Andrade.
4. Gra�a Aranha (1868-1931)
Gra�a Aranha foi o respons�vel pelo discurso inaugural da Semana de Arte Moderna. J� consagrado, especialmente pela publica��o do seu romance Cana� (1902), esse nome hoje em dia praticamente desconhecido do grande p�blico era bastante reconhecido naquela �poca.
Filho de uma fam�lia abastada, o rapaz se formou em Direito,�foi juiz e diplomata. O escritor tamb�m foi logo cedo eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira n�mero 38.��
Devido a sua carreira no Itamaraty, Gra�a Aranha viveu em uma s�rie de pa�ses como It�lia, Fran�a, Holanda, Su��a e Inglaterra. Somente em 1920 regressou ao Brasil, justo a tempo de participar do movimento art�stico que culminou na Semana de Arte Moderna.
Descubra detalhes sobre a vida e a obra de Gra�a Aranha.
5.�Victor Brecheret (1894-1955)
Victor Brecheret foi um escultor nascido na It�lia e um dos respons�veis�pela introdu��o da arte moderna na escultura brasileira.
�rf�o de m�e aos dez anos de idade, o garoto foi criado pelo tio Enrico Nanni, que migrou para o Brasil e trouxe o sobrinho com ele.
Aos 18 anos, entrou no Liceu de Artes e Of�cio. Encantado com a�escultura, no ano a seguir foi para Roma aprofundar as t�cnicas. L� esteve durante cinco anos, at� 1919, quando retornou ao Brasil e montou o seu pr�prio ateli�.
Muito amigo de Di Cavalcanti, M�rio de Andrade, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, Victor participou da Semana de Arte Moderna mesmo estando fisicamente�distante.
Na ocasi�o do evento, o escultor estava vivendo em Paris, mas ainda assim, fascinado com o projeto dos amigos, decidiu participar enviando�vinte esculturas�que foram dispostas no sagu�o e nos corredores do Teatro Municipal de S�o Paulo.
Um dos seus mais famosos trabalhos foi o Monumentos �s Bandeiras, situado no Parque do Ibirapuera (S�o Paulo).
Conhe�a a trajet�ria de�Victor Brecheret.
6. Pl�nio Salgado�(1895-1975)�
Al�m de escritor, Pl�nio Salgado foi tamb�m jornalista e sobretudo pol�tico.
Seu nome � mais famoso no universo da pol�tica porque Pl�nio fundou, em 1932, um movimento inspirado no fascismo italiano (tratava-se da A��o Integralista Brasileira). O lema do grupo era "Deus, P�tria e Fam�lia". A heran�a militar possivelmente veio de fam�lia, uma vez que o seu pai, Francisco das Chagas Salgado, era coronel.
Ao longo da sua carreira, Pl�nio escreveu uma s�rie de reportagens sobre o governo (por vezes a favor, por vezes contra)�e usava o ve�culo do jornal para se manifestar politicamente.�
A improv�vel rela��o com o grupo criador da Semana de Arte Moderna surgiu a partir do contato que Pl�nio teve com Menotti del Picchia. Em 1920,�Pl�nio come�ou a trabalhar no jornal Correio Paulistano, que naquela �poca tinha Menotti como redator-chefe.�
A sua participa��o na Semana de Arte Moderna foi bastante discreta. Dois anos mais tarde, o pol�tico veio a aderir ao Movimento Verde-Amarelo, que era veemente contra o Movimento Pau-Brasil.
Saiba mais sobre a biografia de Pl�nio Salgado.
7.�Menotti Del Picchia (1892-1988)�
Menotti Del Picchia foi filho de imigrantes italianos, mas nasceu aqui, em S�o Paulo. Escritor,�jornalista, advogado, tabeli�o e pol�tico, Menotti ficou famoso especialmente pelas inova��es que promoveu nos seus trabalhos a n�vel da linguagem.
Um dos respons�veis pela Semana de Arte Moderna, o intelectual abriu a segunda noite do evento. Dois anos mais tarde, ao lado de Pl�nio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo, o grupo criou o Movimento Verde e Amarelo como uma resposta a postura nacionalista propagada principalmente pelo intelectual�Oswald de Andrade. O movimento tinha fortes inclina��es nazifascistas.
Menotti ocupou a partir de 1943 a cadeira n�mero 28 da Academia Brasileira de Letras. Seu trabalho mais famoso provavelmente foi�Juca Mulato (1917).
Saiba mais sobre a biografia de Menotti Del Picchia.
8.�Guilherme de Almeida (1890-1969)�
Poeta, jornalista, tradutor e advogado -�esse foi Guilherme de Almeida. O interesse pelas leis�foi transmitido pelo pai, que era jurista e professor de Direito.
J� depois de formado, no entanto, Guilherme enveredou pelo jornalismo liter�rio,�sendo redator do Estado de S�o Paulo e do Di�rio de S�o Paulo. Ele tamb�m chegou a dirigir a Folha da Manh� e da Noite.�
Lan�ado em 1917, N�s foi o seu primeiro livro de poesia. Apesar de ter integrado o grupo que participou da Semana de Arte Moderna, Guilherme n�o era propriamente um entusiasta do modernismo.
Devido aos seus ideais pol�ticos (Guilherme participou da Revolu��o Constitucionalista de S�o Paulo), viu-se obrigado a sair do pa�s e esteve longos anos exilado na Europa.�
Guilherme ocupou a cadeira n�mero 15 da Academia Brasileira de Letras (ali�s, foi o primeiro modernista a frequentar propriamente a Academia).
O pensador era tido como um grande tradutor e dominava grego e latim, para al�m de conhecer profundamente a cultura renascentista.
Investigue a biografia de Guilherme de Almeida.
9.�Heitor Villa-Lobos (1887-1959)�
�nico nome dessa lista representante do universo da m�sica, Heitor Villa-Lobos � talvez o maior maestro e compositor erudito que o nosso pa�s j� teve.
Carioca, Heitor nasceu filho de um m�sico amador e foi desde cedo estimulado a tocar. Apesar de ter sido autodidata ao longo da vida, foi com o pai que Heitor aprendeu a dominar viol�o e violoncelo.��
Depois veio o clarinete, o saxofone e o piano. Heitor experimentou de tudo e come�ou a compor quando tinha apenas seis anos. Foi em 1907, aos vinte, que criou Os Cantos Sertanejos, uma composi��o para uma pequena orquestra.
Villa-Lobos se sustentava tocando em teatros e cinemas no Rio de Janeiro, tendo mais tarde vindo a realizar alguns recitais apenas com obras de sua autoria.�
Quando se apresentou na Semana de Arte Moderna (de casaca e chinelo), o compositor foi vaiado porque apresentou uma composi��o que mesclava ritmos folcl�ricos com m�sica erudita.
Apesar de ter sido�constrangedor, a verdade � que a apresenta��o ajudou a projetar Heitor internacionalmente. O pr�prio compositor achava que era mais reconhecido fora do pa�s.
Heitor Villa-Lobos recebeu o t�tulo de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque. Foi tamb�m o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de M�sica.
Descubra mais sobre a biografia de Heitor Villa-Lobos.
10.�Di Cavalcanti (1897-1976)�
Um dos grandes pintores do pa�s, Di Cavalcanti (que nasceu Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque) gostava de representar temas que ele considerava tipicamente brasileiros como as mulheres, as favelas, o samba e o carnaval.�
Muito pr�ximo de Manuel Bandeira, em 1919 Di Cavalcanti ilustrou o seu livro Carnaval. Mais tarde tamb�m ilustrou algumas obras de Vinicius de Moraes e Jorge Amado.�
Na Semana de Arte Moderna, al�m de apresentar onze telas no hall do Teatro, Di Cavalcanti foi respons�vel por criar a capa do cat�logo.
Tamb�m fundou, em 1932, o clube dos Artistas Modernos ao lado dos amigos Ant�nio Gomide, Carlos Prado e Fl�vio de Carvalho.
Em termos pol�ticos, foi filiado ao Partido Comunista Brasileiro e, devido � sua ideologia, foi perseguido pelo governo Vargas, tendo se mudado para a Europa. Di Cavalcanti apresentou as suas telas em Paris, Londres, Bruxelas e Amsterdam.
Descubra mais sobre a vida do pintor Di Cavalcanti.
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