A umidade do ar ou atmosférica é a quantidade de água existente no ar na forma de vapor. Trata-se, dessa forma, de um dos mais relevantes elementos que atuam na atmosfera, pois a sua presença em maior ou menor grau influencia nas temperaturas, no regime de chuvas, na sensação térmica e até mesmo na nossa saúde.
Existem vários fatores que determinam ou influenciam diretamente na quantidade de umidade existente no ar em determinada região. Há, por exemplo, a maritimidade, que é a influência do mar sobre as áreas litorâneas. Nessas áreas, em razão do elevado índice de evaporação das águas oceânicas, a umidade do ar tende a ser maior. Já em regiões continentais, interioranas, o ar tende a ficar mais seco, a não ser que outro fator modifique esse cenário.
Outro fenômeno responsável pela variação da umidade em um local é a movimentação das massas de ar. Se as massas de ar estão carregadas de umidade, a tendência é aumentar os índices de chuva na região afetada, enquanto massas de ar seco tendem a conservar o ambiente igualmente sem umidade.
A vegetação, em alguns casos, também interfere na presença de umidade. A Floresta Amazônica, por exemplo, emite uma grande quantidade de água para a atmosfera através da evapotranspiração — uma espécie de “bombeamento” da água da superfície e também do solo para o ar. Com isso, essa região tende a apresentar índices de umidade maiores durante o ano, ao mesmo tempo em que a floresta também é responsável pela geração de umidade para outras regiões, uma vez que todo esse vapor d'água gerado é deslocado para outras áreas do país.
Os efeitos da umidade sobre o clima são sentidos tanto nas temperaturas quanto no regime de chuvas. A água, em razão de seu calor específico, tende a conservar por mais tempo as temperaturas, fazendo com que haja uma menor variação delas, ou seja, a amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura) é menor quanto maior for a umidade do ar. Além disso, em regiões mais úmidas ou que estejam mais afetadas pela umidade, o regime de chuvas tende a ser maior, pois a saturação do ar que provoca a condensação é mais frequente.
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Há também os efeitos da umidade sobre a sensação térmica, pois quanto mais úmido for o ambiente, maiores serão os efeitos da temperatura sobre nós. Assim sendo, onde estiver fazendo calor, se a umidade aumentar, aumentará o “abafamento”, fazendo com que a sensação térmica seja bem superior à temperatura real do ar. Por outro lado, se está fazendo frio e a umidade é acentuada, os efeitos do frio tendem a ser maiores, diminuindo ainda mais a sensação térmica. O ideal, para muitos, é o frio seco e o calor seco, embora seja importante que os níveis de umidade não sejam extremamente baixos.
Por fim, citam-se os efeitos da umidade sobre a nossa saúde. Quando está mais úmido, transpiramos mais na forma líquida, pois a água do nosso corpo tem mais dificuldade para evaporar. Por outro lado, se o ar está mais seco, também encontramos problemas, pois a respiração é menos lubrificada, o que pode gerar até o sangramento nasal. Outro efeito é o aumento da transpiração, com maior perda de líquido do corpo para o ambiente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível ideal de umidade do ar para o organismo humano fica em torno de 40% e 70%.
Portanto, podemos perceber o quanto a umidade do ar é um tema de importante compreensão, pois ela está presente constantemente no nosso dia a dia, interferindo no clima, na forma como o sentimos e também na nossa qualidade de vida.
Clique aqui para saber mais sobre a umidade do ar, como a diferença entre umidade absoluta e umidade relativa e alguns cuidados a serem tomados conforme as suas variações.
A umidade relativa do ar, que já vem caindo há algum tempo em todo o país, chegou a menos de 25% em alguns bairros da capital de São Paulo na tarde desta segunda-feira (23) e pode cair mais, para 15%, nos próximos dias, colocando em risco a saúde dos paulistanos, mas deve ser amenizada a partir de sexta (27), quando uma frente fria chega ao estado trazendo chuvas que, apesar de leves, vão ajudar a diminuir a seca.
Enquanto a sexta-feira não chega, o melhor é se cuidar, já que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmeet) emitiu um alerta laranja de baixa umidade do ar em todo o país para os próximos dias, especialmente na quarta (25) e na quinta (26), o índice pode ficar abaixo de 15% em horários mais críticos, como no fim da manhã e início da noite em São Paulo.
Confira no mapa do Inmeet a situação em sua cidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal para a saúde dos seres humanos deve estar entre 50 e 60%.
Por isso, quando o índice fica entre 21% e 30%, é decretado o estado de atenção, como ocorreu nesta segunda-feira em São Paulo. Quando a umidade atinge entre 12% e 20% é decretado estado de alerta, e abaixo de 12% estado de emergência.
Entenda o que é, os riscos e o que fazer para se proteger contra a baixa umidade relativa do ar
O que é umidade relativa do ar?A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela varia de acordo com a temperatura (a 0ºC a umidade relativa do ar é de 4,9g/m³ e a 20ºC é de 17,3g/m³).
Em um deserto a umidade relativa do ar pode chegar a 15%.
O que contribui para aumentar a umidade nas diferentes estações do ano?No verão, a umidade aumenta por causa dos intensos períodos de chuvas, chegando a 100% em um dia chuvoso.
No outono e, principalmente, no inverno, a umidade externa é relativamente mais baixa.
Qual a umidade ideal e por que?A umidade ideal é entre 50% e 60% porque quando está muito baixa (30%) ou muito alta pode provocar problemas de sáude.
Que as doenças que podem surgir com a baixa umidade do ar?Com a baixa umidade do ar, principalmente, em grandes cidades onde há alta concentração de poluição, as vias aéreas sofrem mais e as pessoas podem ter tosse, desconforto para respirar, crises de asma, chieira, coriza e obstrução das vias respiratórias, alerta a pneumologista e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristina Gonçalves Alvim.
Além disso, outras áreas também podem ser afetadas pelo ar seco. A membrana conjuntiva do olho, por exemplo, pode ficar ressecada ou irritada e pode haver a sensação de coceira, o que também favorece o aparecimento da conjuntivite, segundo a professora.
A pele também pode sofrer com o ressecamento em especial para quem tem predisposição alérgica, como dermatite atópica. Essas pessoas podem sentir crises de coceira e ressecamento. Em casos de maior exigência do corpo, como durante a prática de atividades físicas, esses problemas podem surgir ainda mais rápidos.
Que as doenças que podem surgir com a alta umidade do ar?A umidade relativa do ar muito alta contribui para o surgimento de fungos, mofos, bolores e ácaros e, com isso, aumentam as crises de rinite, asma, congestão nasal e espirros.
Como diminuir o impacto do tempo seco?- Mantenha-se hidratado. A ingestão de líquidos é extremamente importante, principalmente para crianças e idosos, que têm predisposição para desidratação; e também para quem usa intensamente a fala, como professores; pessoas que praticam atividades físicas ou que realizam trabalho braçal;
- Aplique soro fisiológico no nariz
- Evite exercícios físicos ao ar livre e em locais de muita poluição, especialmente das 11h às 17h
- No período noturno, use umidificador de ar
- Ou use bacias com água limpa próximo à cama ou uma toalha molhada no quarto
- Deixe a casa limpa e arejada, para evitar o acúmulo de poeira e ácaros
- Evite usar vassoura, já que ela espalha pó pelo local –prefira pano úmido ou aspirador
- se os sintomas continuarem, procure o médico que pode indicar medicamentos para ajudar a reduzir os efeitos do ressecamento, como colírios ou soros.