A população brasileira, no início da década de 2010, ultrapassou os 190 milhões de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Desde o século XX, o número de habitantes do nosso país cresceu mais de 10 vezes! Mas quais são as características gerais dessa população?
Do total de pessoas que vivem no Brasil, 51,8% (um pouco mais da metade) são mulheres e 48,5% são homens. A estimativa é que existam no país seis milhões de mulheres a mais que os homens. A diferença, no entanto, é que a maior parte dos homens tem idade entre 25 e 39 anos, enquanto, entre as mulheres, a maioria está com idade entre 40 e 59 anos.
Dividindo a população por cor, 47,7% das pessoas declaram-se brancas, 43,1% declaram-se pardas e 7,6% declaram-se negras. Estes dados são do Censo Demográfico de 2010 e, se comparados ao censo demográfico de 2000, representam um aumento da população negra e parda, além de uma diminuição das pessoas que se declaram como brancas.
O Brasil é um país com uma grande diversidade étnica
A Região mais populosa do Brasil é a Sudeste, com 42% do número total de pessoas; em segundo lugar fica a região Nordeste, com 27%; em terceiro fica a região Sul, com 14%; em quarto, a região norte, com 8%, e, por último, o centro-oeste, com 7%.
O estado mais populoso é São Paulo, com mais de 41 milhões de habitantes, seguido por Minas Gerais, que conta com quase 20 milhões e, em terceiro lugar, o Rio de Janeiro, com 16 milhões. O estado que possui o menor número de pessoas é Roraima, com menos de 500 mil.
Entre os municípios, a liderança fica com a cidade de São Paulo, com quase 12 milhões, e a lanterna fica com a pequena cidade de Borá, no interior paulista, com pouco mais que 800 pessoas.
São Paulo, a cidade mais habitada do país
Com a análise dos dados demográficos disponibilizados pelo Censo Demográfico do IBGE é possível concluir que a população brasileira é, em sua maioria, urbana. Pouco mais de 84% dos brasileiros vivem nas cidades, e menos de 16% dos brasileiros vivem no campo.
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
A expressão Pirâmide Etária refere-se a um gráfico utilizado para identificar a população de um dado país ou região, agrupando os habitantes em faixas de idade e dividindo-os por sexo. O motivo dessa denominação advém do fato de que, quando na criação desse tipo de informação, todos os países (mesmo os desenvolvidos) apresentavam a população estruturada em formato piramidal. Apesar de isso não ser mais verdadeiro, a expressão permaneceu.
Em linhas gerais, à medida que os países vão se desenvolvendo, o formato de pirâmide desfaz-se, indicando uma queda nas taxas de natalidade e mortalidade. Em outras palavras, à medida que um país se desenvolve, a sua população vai ficando mais velha.
Com o Brasil não é diferente. Seguindo o que ocorreu outrora com os países centrais ou desenvolvidos e acompanhando nações emergentes (como México, Rússia e África do Sul), a base da pirâmide populacional brasileira vem diminuindo, enquanto a porção superior vem se alargando, indicando a queda na taxa de natalidade e o aumento da qualidade e da expectativa de vida da população do país. Observe a evolução da população entre 1980 e 2010 nos gráficos abaixo:
Em 1980, a população mais jovem era predominante *
A partir da década de 1990, os habitantes entre 0 e 4 anos foram diminuindo *
Em 2000, a população mais velha aumentou consideravelmente *
No último Censo Demográfico, o Brasil já apresenta uma população adulta e não mais jovem *
Até os anos 1980, o Brasil era considerado um país jovem, ou seja, o número proporcional de pessoas com faixas de idade inferiores era relativamente maior. No entanto, atualmente, assiste-se a um processo de amadurecimento dos habitantes do país e um consequente aumento da população mais velha. Antes, pessoas com mais de 80 anos era algo extremamente raro, atualmente isso vem se tornando cada vez mais comum.
Por que a população brasileira está envelhecendo?
Conforme já mencionamos acima, a população brasileira envelhece seguindo o mesmo ritmo que a maioria dos demais países em desenvolvimento, passando por estágios que as nações desenvolvidas já vivenciaram. Isso ocorre em função da elevação dos graus de urbanização e desenvolvimentos econômico e humano do país.
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Ao longo do século XX o Brasil deixou de ser rural e passou a ser predominantemente urbano, apresentando atualmente mais de 85% da população vivendo em cidades com mais de 20 mil habitantes, segundo dados do Censo Demográfico de 2010. Além disso, em 2009, pela primeira vez, o Brasil passou a ter um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) considerado alto, ou seja, igual ou superior a 0,700 (em uma escala de 0,000 a 1,000).
Recentemente, o país vem também registrando elevados índices de crescimentos econômicos em comparação às demais economias do globo, representando um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) e uma consequente elevação média dos investimentos em saúde e educação, apesar de tais gastos ainda serem considerados baixos frente aos padrões internacionais.
Todos esses fatores contribuem para a elevação do aumento da expectativa de vida da população. As taxas de natalidade, por sua vez, tendem a cair em função do aumento do planejamento familiar e da inclusão da mulher no mercado de trabalho, dentre outros motivos.
O que é melhor para o país: ser “jovem” ou “velho”?
Não é vantajoso para qualquer país ser muito jovem e, muito menos, ser muito velho. Isso se explica pelo fato de a maior parte da População Economicamente Ativa (PEA) situar-se em faixas intermediárias de idade. Assim, taxas de natalidade muito altas, por exemplo, diminuem a média de idade, sobrecarregando economicamente a população adulta, fato que se intensifica quando os investimentos em educação e saúde públicas são baixos.
Por outro lado, quando a população envelhece com o aumento da expectativa de vida e ocorre a diminuição brusca das taxas de natalidade, há novamente um sobrepeso sobre a PEA, uma vez que são os impostos pagos por essa população que manterão a previdência e a aposentadoria dos mais velhos. Vale a ressalva de que um dia esses mais velhos também já sustentaram os aposentados de sua geração, de forma que os seus direitos previdenciários não lhes pode ser negado.
Assim, é preciso encontrar sempre um ponto de equilíbrio entre o nível da população, que deve preferencialmente se manter como adulta, ou seja, nem muito velha e nem muito jovem, como é o caso da população brasileira na atualidade.
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* Dados: IBGE – Projeção da População
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado
em Geografia