5 – Outros Indicadores
Seguem alguns indicadores que, apesar de estarem fora dos grandes grupamentos de indicadores, possuem vital importância na análise de investimentos.
5.1– Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
É a melhor taxa disponível no mercado para aplicação do capital, com o menor nível de risco possível. É usada para o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL).
A ideia aqui é saber que não é interessante manter recursos disponíveis em caixa, pois não haverá rentabilidade. Portanto, a empresa busca no mercado opções para aplicação de seus recursos, e decidirá com base em dois cenários: investir no Projeto ou na TMA. Ou seja, para que a firma decida por investir em um projeto, os ganhos gerados pelo Projeto ao longo do tempo devem ser maiores que os ganhos gerados pela aplicação dos recursos à TMA.
Podem, dentre outras, servir como TMA:
– TR = Taxa Referencial;
– TJLP = Taxa de Juros de Longo Prazo;
– SELIC = Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Dessa forma, o fluxo esperado de benefícios a serem gerados durante o período de recuperação do investimento deve ser maior que o investimento realizado.
Σ(Fluxo Esperado de Benefícios) > Valor do Investimento
Mas não podemos comparar valores em tempos distintos. Para isso, procedemos uma relação de equivalência para posicionar todos os valores em uma única data no tempo. Essa é a função do cálculo do VPL, trazer todo o fluxo financeiro para uma data escolhida.
VPL= -Io + ∑FEj/(1+TMA)^j > 0
Onde:
– VPL = Valor Presente Líquido;
– I0 = Investimento Inicial;
– FEj = Fluxo Esperado no tempo j;
– TMA = Taxa Mínima de Atratividade.
Percebe-se que quanto maior a TMA, para que o VPL continue positivo, maior terão que ser os fluxos esperados. Nesse cenário o investimento em um Projeto fica praticamente inviável.
5.2 – Índice Benefício / Custo (IBC)
IBC= (Valor Presente do Fluxo de Benefícios) / (Valor Presente do Fluxo de Investimentos)
Relação simples de quanto se espera auferir para cada real investido.
Se IBC > 1, deve-se aceitar o investimento.
Se IBC < 1, deve-se rejeitar o investimento.
5.3 – Taxa Interna de Retorno (TIR)
É a taxa que torna o VPL de um fluxo de caixa igual a zero.
VPL= -Io + ∑FEj/(1+i)^j = 0
Onde:
– VPL = Valor Presente Líquido;
– I0 = Investimento Inicial;
– FE = Fluxo Esperado;
– i = Taxa de Juros.
Se a TIR > TMA, implica dizer que há maior retorno investindo no Projeto que aplicando os recursos à uma taxa praticada no mercado. Do contrário, não vale a pena investir no Projeto.
5.4 – Tempo de Recuperação do Investimento (PAYBACK descontado)
Calcula o número de períodos de tempo necessários para que os fluxos de benefícios gerados, descontados por uma taxa de juros, superem o capital inicial investido.
PB = -Io + ∑FEj/(1+i)^j = 0
Onde:
– PB = Payback;
– I0 = Investimento Inicial;
– FE = Fluxo Esperado no tempo j;
– i = Taxa de Juros.
O PB será o tempo j respectivo quando a diferença estabelecida na equação acima seja igual a zero. Será preferido aquele investimento que possua o menor prazo de retorno, porém, sempre deve-se observar as nuances de cada atividade produtiva.
Exemplo:
Investimento Inicial = 50
Fluxos Esperados: Ano 1 = 10; Ano 2= 40; Ano 3 = 20; Ano 4 = 50; Ano 5 = 100.
Taxa de Juros = 15% aa. (Essa pode ser também a TMA).
PB= -50 + (10 / (1+0,15)^1) + (40 /(1+0,15)^2) + (20/(1+0,15)^3)
PB= -50 + 8,70 + 30,25 + 13,15 = 2,1
Observe que no período 3 o fluxo já se torna positivo. Contudo, podemos ver que não são necessários três anos para se recuperar o investimento. Para se calcular o fator fracionário, podemos utilizar uma interpolação simples:
No ano 3 foi gerado lucro de 13,15.
Para se recuperar o investimento (tornando PB = 0), precisávamos de apenas 11,05 (= -50 + 8,7 + 30,25). Logo:
Em um ano foi gerado lucro de → 13,15
Em x foi gerado lucro de → 11,05
13,15x = 1 x 11,05 → x = (11,05/13,15) = 0,85
Por fim, o PB é igual a 2,85 anos, ou seja, 2 anos e 10 meses.
5.5 – Custo do Emprego Gerado (CEG)
CEG= (Investimento Total) / (Número de Empregos Gerados)
Visa estabelecer uma relação de custo/benefício. Está diretamente relacionado à atividade desenvolvida, porte do projeto e tamanho da empresa.
5.6 – Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)
Focado na estrutura do Passivo, representa o custo de financiamento de longo prazo de uma empresa.
Primeiramente torna-se necessário conhecer o percentual dos custos relacionados a cada item de financiamento. Posteriormente, esses percentuais são aplicados no cálculo ponderado.
Ex:
Empréstimos = R$ 300.000,00 (30%) ao Custo 12%
Capital Social = R$ 700.000,00 (70%) ao Custo de 18%
CMPC=0,3 x 0,12 + 0,7 x 0,18 = 0,036 + 0,126 = 0,162 = 16,2%
A taxa de retorno ao Investimento deve ser maior que seu CMPC.
5.7 – Lucro Líquido e Valor dos Insumos
LL/VI = Lucro Líquido / Insumos
Medida de rentabilidade que relaciona o lucro obtido pela empresa e seu gasto com aquisição de insumos aplicados na produção. Vai variar de acordo com o porte do negócio, mas em geral, quanto maior melhor.
5.8 – Lucro Líquido Incremental (LLI)
LLI = Lucro Líquido Final – Lucro Líquido Inicial
Visa quantificar o ganho incremental auferido pela empresa mediante o investimento realizado. O Lucro Líquido Final corresponde ao lucro líquido auferido no último ano projetado. Já o Inicial refere-se ao ano 0.
5.9– Custo com Mão de Obra Incremental (CMOI)
CMOI = Custo com mão de obra final – Custo com mão de obra inicial
Estabelece a adição dos gastos com mão de obra em virtude do implemento do projeto de financiamento. O custo com mão de obra final corresponde ao gasto com mão de obra no último ano da implantação do projeto. Já o inicial refere-se ao ano 0.