A história de amor entre o São Paulo com o Mundial de Clubes começou com a conquista da Copa Intercontinental de 1992. Naquela edição, o campeão da Libertadores venceu o Barcelona, que havia levantado a Champions League, com vitória por 2 a 1 – dois gols de Raí.
Em 1993 a história se repetiu para o São Paulo, campeão da Libertadores e do Mundial. Desta vez a vítima na Copa Intercontinental foi um poderoso Milan – batido por 3 a 2, com Palhinha, Toninho Cerezo e Muller balançando as redes pela equipe de Telê Santana. Já em 2005, o título mundial, já sob a tutela da FIFA, foi bem mais sofrido: vitória por 1 a 0 sobre o Liverpool em jogo eternizado pelas defesas de Rogério Ceni e pelo gol de Mineiro.
Para o São Paulo retornar ao Mundial de Clubes, terá que passar por mais três fases na Conmebol Libertadores, cinco jogos ao todo. Mas, além do torcedor, que sonha com o tetracampeonato, a página oficial da Fifa no Twitter já se animou com a possibilidade.
Momentos depois da vitória maiúscula sobre o Racing, o São Paulo foi citado pela conta oficial da entidade, que projetou um possível retorno ao intercontinental e ainda enalteceu a probabilidade do Tricolor se tornar o único brasileiro quatro vezes campeão do mundo.
"Os campeões mundiais de 1992, 1993 e 2005 dão mais um passo em direção a um retorno ao Mundial de Clubes", começou por afirmar.
"O São Paulo continua a sonhar em se tornar o primeiro sul-americano a conquistar quatro coroas mundiais", completou.
Em 1992 e 1993, o clube do Morumbi derrotou, respectivamente, Barcelona e Milan. Já em 2005, venceu o Liverpool na decisão do torneio intercontinental.
— FIFA.com (@FIFAcom) July 21, 2021
Com a vitória maiúscula desta terça, o São Paulo está nas quartas de final do torneio continental e busca o tetracampeonato. Agora, irá encarar quem passar de Palmeiras ou Universidad Católica.
O dia 18 de dezembro jamais sairá da cabeça dos são-paulinos. Em 2005, foi nesta data que a torcida tricolor pôde saborear seu terceiro título Mundial de futebol. Após o Bi em 1992 e 1993, ambos em Tóquio, foi a vez de Yokohama receber a equipe paulista. A vitória por 1 a 0 com gol do volante Mineiro e uma inesquecível atuação de Rogério Ceni tornou o São Paulo o primeiro clube brasileiro e se sagrar Tricampeão do Mundo.
A história começou a ser escrita contra o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, na semifinal. Amoroso foi às redes duas vezes e Ceni também marcou de pênalti na dura vitória por 3 a 2. A passagem à final estava garantida, mas o adversário era o grande favorito. O Liverpool de Gerrard chegou à Ásia em alta e ciente de toda a responsabilidade que carregava consigo.
Mas, com a bola rolando tudo mudou rapidamente. Isso porque em uma jogada inesperada pelos ingleses, logo aos 27 minutos do primeiro tempo, o centroavante Aloisio, que havia sido contratado há pouco tempo, saiu da área e abriu espaço para a penetração surpresa de Mineiro. A jogada deu certo e o volante abriu o placar.
"Brinquei que fui um Ronaldinho paraguaio e o Mineiro teve a frieza do baixinho Romário (risos). A gente treinava bastante e fazia este posicionamento. Quando dominei a bola, o neguinho (Mineiro) passou gritando. Já tentei dar este passe umas 100 vezes e não consigo mais. Deu certo na primeira vez", brincou Aloisio, em entrevista ao site do clube à época.
"Foi
um dos momentos mais felizes da minha vida. Vi o posicionamento do goleiro e toquei. Sabíamos que os ingleses marcariam nossas jogadas de ataque, então teria de ter uma surpresa", completou Mineiro.
Com a derrota parcial, o Liverpool se lançou todo o ataque e o segundo tempo foi dramático para os são-paulinos. A apreensão entre torcedores e jogadores era quase que a mesma. Mas, além de toda a competência do sistema defensivo montado pelo técnico Paulo Autuori, Rogério Ceni estava inspirado. O goleiro artilheiro fez defesas espetaculares. Uma delas é a mais marcante na memória de todo são-paulino, depois de cobrança de falta de Gerrard, que Ceni buscou no ângulo.
Após o apito final, a sensação de alívio foi rapidamente tomada pela euforia e por muita comemoração. Nesta sexta, um dos títulos mais importantes da história do São Paulo completa 15 anos, mas ainda está na memória de seus torcedores, que esperam o retorno dos tempos de glórias.
FICHA
TÉCNICA
LIVERPOOL 0 X 1 SÃO PAULO
Local:Estádio Internacional, em Yokohama (Japão).
Data: 18 de dezembro de 2005.
Horário: 19h20 local (8h20 de Brasília).
Árbitro:Benito Armando ArchundíaTellez (México).
Assistentes: Arturo Velasquez (México) e Hector Vergana (Canadá).
Público:66.821 pagantes.
GOL:
SÃO PAULO: Mineiro, aos 27 minutos do 1T
LIVERPOOL: Reina; Finnan, Carragher,
Hyppiä e Warnock (Riise, 34'/2T); Sissoko (Sinama,34'/2T), Gerrard, Xabi Alonso e Luis Garcia; Kewell e Morientes (Peter Crouch, 40'/2T)
Técnico: Rafa Benítez
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Edcarlos; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Junior; Amoroso e Aloísio (Grafite, 30'/2T).
Técnico:Paulo Autuori
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