O que é desenvolvimento sustentável?
- A definição mais aceite para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de juntar as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
- Desenvolvimento é confundido com crescimento económico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
Actividades económicas podem ser encorajadas
em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento económico.
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?
- No caso das sociedades do Hemisfério Sul
copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida actualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes.
Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.
Os crescimentos económico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades.
Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta,
eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
A relação entre globalização e meio ambiente expressa-se na perspectiva dos impactos gerados pelas transformações técnicas, sobretudo aquelas referentes à Revolução Técnico-Científica-Informacional, que propiciou avanços suficientes para integrar as diferentes partes do planeta e alterar os sistemas de produção no campo e na cidade.
Por definição, a globalização é entendida como o processo de integração global das sociedades, correspondendo ao período de maior avanço e expansão do sistema capitalista. Mesmo que de maneira desigual e, por vezes, contraditória, todas as partes do mundo encontram-se conectadas, com um grande fluxo de informações, capitais, bens e valores culturais. Tal panorama influencia, sem dúvidas, a forma como o ser humano interage e gera impactos sobre o meio natural.
No âmbito da questão ambiental na Globalização, podemos considerar como o principal marco histórico para a intensificação da alteração do meio natural pelas sociedades a emergência da Revolução Industrial e suas posteriores transformações. Com a industrialização, ampliou-se o consumo e a pressão sobre os recursos naturais renováveis e não renováveis, como o solo, as florestas, os minérios e os recursos hídricos. Além disso, a transformação desses elementos primários passou a ser acompanhada da produção de um grande volume de poluição, tanto atmosférica quanto dos solos, hídrica e de outros tipos.
No campo, os efeitos dessas mudanças também foram sentidos com a evolução das técnicas agropecuárias, incluindo a mecanização, a Revolução Verde e as transformações recentes introduzidas por conhecimentos científicos, como a biotecnologia. Tudo isso foi desenvolvido com vistas a aumentar a produtividade no meio rural, gerando, em contrapartida, uma maior demanda sobre o consumo e extração dos recursos naturais.
As consequências geradas pelo desenvolvimento industrial dos últimos 250 anos são bastante discutidas, e os seus limites exatos ainda não são muito precisos, sendo alvo de grandiosos debates no meio científico. De todo modo, as alterações na composição da atmosfera e o esgotamento dos recursos naturais são, sem dúvidas, os impactos mais duramente sentidos no contexto socioespacial. Além disso, somam-se os eventos climáticos, que, na opinião da maioria dos cientistas, podem ganhar contornos dramáticos em um futuro próximo, com a intensificação do efeito estufa e o avanço do Aquecimento Global.
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No mesmo contexto, insere-se o fenômeno socioespacial da urbanização, que vem se intensificando nos países em desenvolvimento após ter se consolidado nos países centrais e alguns emergentes. Com isso, emergem os problemas socioambientais urbanos, como a extrema poluição, a formação das ilhas de calor, a questão da inversão térmica e os impactos gerados pela má destinação dos resíduos sólidos e da ausência de saneamento ambiental.
Contudo, no cerne do processo de transformação e evolução das técnicas e dos objetos técnicos que atuam no processo de produção do espaço geográfico, existe uma incessante busca por alternativas que defendam o desenvolvimento econômico das sociedades com a preservação do meio natural. Nesse sentido, emerge o conceito de sustentabilidade, defendido por muitos como a saída necessária e possível para conciliar o crescimento social com a conservação ambiental.
De todo modo, a atenuação dos efeitos da globalização sobre o meio ambiente perpassa por uma série de desafios, tais como vencer a lógica de desenvolvimento via consumismo, os impactos negativos da urbanização concentrada e da produção industrial plena, bem como a diminuição das desigualdades sociais. Para isso, além da conscientização individual, é preciso um sistema mútuo de cooperação entre as nações a fim de desenvolver metas ambientais que atendam as necessidades básicas para a conservação da natureza.