Qual a contribuição da educação para o desenvolvimento da indústria?

Autores

DOI:

//doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1434

Palavras-chave:

Indústria global da educação

Resumo

A “indústria global da educação”, fenômeno que vem se estendendo avassaladoramente em escala global nas primeiras décadas do século XXI, é o tema analisado criticamente na excelente coletânea de textos organizada e comentada por Marcelo Parreira do Amaral2, Gita Steiner-Khamsi3 e Christiane Thompson4. O termo “indústria da educação” relacionado ao título dessa coletânea, já havia adquirido proeminência nos anos 1960, quando o professor de educação comparada e do desenvolvimento na Sorbonne e consultor da UNESCO, Le Than Khoi publicou sua obra “L’industrie de l’enseignement”, elaborada através de estudos comparativos internacionais com base nos dados disponíveis na época, empregando a mesma lógica em vigor nas grandes empresas industriais de produção em massa para analisar os sistemas de ensino públicos. Entretanto, apesar da semelhança dos termos, há uma fundamental diferença conceitual e política em relação ao seu atual significado.

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Biografia do Autor

Newton Antonio Paciulli Bryan, Universidade Estadual de Campinas

Doutor em Educação. Professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Referências

AMARAL, Marcelo Parreira do; STEINER-KHAMSI, Gita; THOMPSON, Christiane (Editors). Researching the Global Education Industry. Commodification, the Market and Business Involvement. Palgrave Mac Milan: Londres e Nova Iorque, 2019. 295 p. ISBN 978-3-030-04235-6/ISBN 978-3-030-04236-3 (eBook).

Como Citar

BRYAN, N. A. P. . Desvelando a indústria global da educação. Revista Exitus, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e020050, 2020. DOI: 10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1434. Disponível em: //www.ufopa.edu.br/portaldeperiodicos/index.php/revistaexitus/article/view/1434. Acesso em: 8 dez. 2022.

Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Declaro que o trabalho apresentado é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Assim, concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora da Revista Exitus, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem ser citada a fonte. Declaro, ainda, estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (Nº 9.610, de 19/02/1998).

Os desafios da educação na preparação dos alunos para o mercado de trabalho contemporâneo e a influência de novos modelos educacionais na formação de profissionais qualificados prontos para atender as demandas da Indústria 4.0 foram discutidos no seminário “Indústria 4.0 começa com Educação de Qualidade”. O debate aconteceu ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e compartilhou experiências educacionais transformadoras que usam estratégias para criar ambientes ótimos de aprendizagem por meio do uso da tecnologia, da aprendizagem criativa e da cultura maker.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, considera que o tema é relevante para toda a economia do País, já que a educação de excelência é responsável por formar profissionais adequados e, consequentemente, gerar produtividade principalmente para a indústria.

“Os números da educação no Brasil são péssimos e isso explica porque estamos em um país que se concentra nos produtos primários. Não agregamos valor, e uma parte significativa disso se deve à má formação e ao alto custo de mão de obra”, afirmou.

Roscoe ressaltou ainda que a falta de recursos não é o principal problema e sim o investimento em um modelo de educação que ele considera falido.

“Temos visto muitos recursos investidos em uma educação de péssima qualidade e terrível ineficiência, porque não existe meritocracia em nenhum ponto do sistema educacional público. Isso precisa ser corrigido, porque afeta diretamente a competitividade do País e da indústria”, disse.

Com o foco no desenvolvimento de habilidades e competências para o mundo da Indústria 4.0, no qual as vagas de emprego serão menores e as oportunidades de trabalho e empreendedorismo aumentarão cada vez mais, o presidente da Zoom Education for life, Marcos Wesley, destacou que a quantidade de informação e conteúdos que os alunos aprendem na escola e as avaliações por meio de testes e provas não conseguem mais preparar os jovens para a complexidade que o mercado tem apresentado.

“A tecnologia está entrando rápido e de maneira transversal em todas as áreas. Processos produtivos como inteligência artificial, big data e manufatura otimizada estão mudando em uma velocidade enorme e os futuros profissionais precisam acompanhar”, comentou.

Incentivar e aprimorar habilidades como visão sistêmica de mundo, capacidade de trabalhar em equipe, adaptação a diferentes cenários e condições de resolver problemas cada vez mais complexo com recursos diferentes são necessárias nesse contexto, de acordo com Wesley.

“O que nós fazemos hoje nas escolas, por meio da robótica, é focar no desenvolvimento das competências para esse mundo complexo. A robótica educacional não usa produto pronto, o aluno é colocado no centro do processo de aprendizagem com um desafio a ser solucionado por meio da tecnologia”, explicou.

O protagonismo do aluno também foi destacado pelo gerente de Inovação na Fundação Lemann, Lucas Rocha.

“A Fundação tem iniciativas para promover um tipo de educação no qual o aluno seja parte relevante do processo de escuta. Além disso, para nós é muito importante trabalhar com o setor público, que é onde as crianças estão e onde conseguimos alcançar mais pessoas por meio da equidade”, avaliou.

A formação de professores também é uma preocupação da Fundação Lemann, que apoia estados e municípios na formação dos professores para a Base Nacional Comum Curricular, que traz competências gerais, como argumentação, comunicação e uso de tecnologia, permeando todas as áreas de conhecimento.

Novas habilidades – A coordenadora de Educação Tecnológica do Sistema de Ensino Bernoulli, Emanuela Bezerra, também considera que o desenvolvimento de novas habilidades é o dever de uma escola 4.0. Segundo ela, o mundo de trabalho contemporâneo demanda habilidades sócio-emocionais como processo de criatividade, inovação, resolução de problemas, inteligência emocional, tomada de decisões, trabalho em equipe, estratégias de negociação, processo de comunicação, pensamento crítico, empatia e resiliência.

No contexto em que a aprendizagem é considerada uma troca de saberes, Bezerra pontua que esse processo se torna contínuo e referenciado nas experiências construídas individual e coletivamente.

“Escola, educação e mundo do trabalho estão sempre conectados. Por isso, é preciso pensar nessas habilidades construídas a partir do comportamento, das vivências e experiências de cada aluno”, esclareceu.

No entanto, a coordenadora afirmou que ainda é necessária uma mudança cultural no País para que essas competências sejam desenvolvidas de maneira eficaz e para atingir níveis de engajamento de alunos e professores de acordo com as necessidades de aprendizagem.

“Essas habilidades são discutidas hoje, porque a cultura da sociedade tem mudado. Antes, em um contexto de relação social e familiar linear e hierarquizada, o aluno não tinha espaço de voz. Hoje, se ele não tem esse espaço na sala de aula, vai procurar outro lugar onde possa ser protagonista e isso, muitas vezes, é a causa dos processos de evasão significativos”, concluiu.

Qual a importância da educação para o processo industrial?

A educação profissional é uma via de qualificação voltada para o mercado de trabalho, essencial para a formação da força de trabalho das indústrias. A qualidade da formação profissional é um determinante direto da produtividade dos trabalhadores.

Como a educação pode contribuir para o desenvolvimento?

Ela permite o desenvolvimento dos indivíduos a partir do ensino e da aprendizagem, com a finalidade potencializar a sua capacidade intelectual, se baseando em ações associadas ao ambiente escolar, familiar e social.

O que contribuiu para o desenvolvimento industrial?

Seu marco foi a transformação de um sistema econômico antes feudalista para a lógica capitalista de produção global. O principal elemento desse período foi o início do uso de maquinário, como a máquina a vapor, para a fabricação de bens manufaturados, com destaque para a indústria têxtil.

Como a industrialização influenciou a educação?

A partir da Revolução Industrial – processo iniciado na Inglaterra, aproximadamente na metade do século 18, quando o mercado de trabalho começou a fazer suas exigências –, passou-se a reconhecer a educação como direito de todo cidadão e foi preciso criar um novo sistema.

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