Índice
- 1 Imunização ativa
- 2 Imunização Passiva
- 2.1 Posts relacionados:
- 2.2 Referências:
Imunização é um conceito que se baseia na adequada e suficiente resposta do sistema imunológico contra a ação de um agente infeccioso.
Em geral, é o objetivo final da administração de imunobiológicos, os quais podem induzir mecanismos de resposta celular e humoral, produzindo a imunidade contra agentes infecciosos como vírus e bactérias, ou a administração direta de anticorpos contra uma infecção específica.
Na maioria dos casos, no primeiro contato com um agente infeccioso (primoinfecção), o sistema imune não possui anticorpos específicos para impedir a infecção ou o desenvolvimento da doença, sendo necessário o decorrer de alguns dias até que os linfócitos B produzam as imunoglobulinas (resposta humoral) das classes IgM (inespecífica) e IgG (específica).
Nessa mesma situação, os Linfócitos T são estimulados a produzir células de memória (resposta celular), que atuarão desencadeando, prontamente, a resposta imune celular em caso de reinfecção, através da secreção de citocinas, ativação de macrófagos e linfócitos B, recrutamento de outras células imunes e indução do processo inflamatório.
A partir das informações apresentadas, a imunização se subdivide em ativa e passiva, conforme discute-se a seguir.
Imunização ativa
Neste tipo de imunização, a imunidade decorre após o contato com um antígeno ou agente infeccioso, seja por uma infecção natural, seja induzida pela vacinação.
Quando a imunização decorre de uma infecção natural, a imunidade gerada é denominada de imunidade ativa natural. Em paralelo, a resposta imune induzida por vacinas estimula o sistema imune a produzir anticorpos específicos sem causar a doença no indivíduo, gerando a imunidade ativa de modo artificial.
Tanto a imunização natural quanto a artificial geram imunidade duradoura, que pode durar por toda a vida.
Destaca-se que mesmo uma infecção oligossintomática ou assintomática é capaz de produzir anticorpos específicos e estimular as células de memória, conferindo imunidade contra aquele determinado agente infeccioso, não havendo o risco de adquirir a mesma doença novamente.
Imunização Passiva
A imunização passiva é aquela que decorre da administração ou transferência de anticorpos contra antígenos ou agentes infecciosos específicos.
Ao contrário da imunização ativa, a imunidade passiva é imediata, ou seja, administram-se anticorpos prontos, que conferem a imunidade prontamente.
Por não haver o reconhecimento do antígeno, não ocorre a ativação de célula de memória. Algumas semanas após, o nível de anticorpos diminui, o que dá a esse tipo de imunidade um caráter temporário.
Utiliza-se a imunidade passiva quando há necessidade de uma resposta imediata e não se pode aguardar o tempo para a produção de anticorpos em quantidade adequada, como em casos de acidentes com animais peçonhentos e exposição à toxina tetânica em indivíduo não vacinado ou com esquema vacinal incompleto..
A imunização passiva pode ser natural, através da passagem de imunoglobulinas da classe IgG via placenta e da classe IgA pelo leite materno.
Essas imunoglobulinas são capazes de proteger o recém-nascido de uma gama de infecções, e depende do estado imunológico materno. De modo semelhante, é tida como imunidade passiva artificial quando decorre da administração de imunoglobulinas e soros.
Os anticorpos colhidos do plasma de seres humanos são chamados de imunoglobulinas, enquanto os colhidos do plasma de animais são chamados de soros.
Após o recebimento de um soro, o indivíduo pode produzir anticorpos contra proteínas estranhas, o que predispõe ao risco de anafilaxia ou hipersensibilidade. Já as imunoglobulinas são mais seguras, pois raramente provocam reações de sensibilidade.
A imunização passiva pode prejudicar a eficácia da imunização ativa. Entretanto, em situações de alto risco, indica-se a imunização ativa e passiva simultaneamente, como em casos de possível infecção pelo vírus da raiva.
Nessa situação, durante o atendimento ao indivíduo que foi exposto à mordedura ou lambedura de pele não íntegra ou mucosa por animal suspeito, o soro é indicado para retardar a replicação viral e aumentar o tempo de incubação da doença, proporcionando mais tempo para o desenvolvimento da imunidade ativa induzida pela vacina.
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Referências:
ABBAS, A.K; LICHTMAN, A.H; PILLAI, S. (org).Imunologia celular e molecular, 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: //bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf. Acesso em: 28 abr. 2021.
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE. Imunização. Brasília, [SD]. Disponível em: //www.paho.org/pt/topicos/imunizacao. Acesso em: 28 abr. 2021.