| A import�ncia da atividade f�sica para diab�ticos tipo II La importancia de la actividad f�sica para diab�ticos tipo II | ||
*Graduado em Educa��o F�sica Especialista em Educa��o F�sica Escolar P�s graduando em Educa��o F�sica Especial ** Doutorando em Ci�ncia da Educa��o F�sica e Esporte, UCCFDProfessor de cursos de gradua��o e p�s gradua��o em Educa��o F�sica | Alex Muller* Ivan Carlos Bagnara** (Brasil) | ||
Resumo |
Diabetes Mellitus (DM) � uma patologia extremamente prevalente na popula��o. A atividade f�sica orientada � parte essencial do tratamento dessa doen�a e traz in�meros benef�cios ao individuo praticante da atividade. Contudo, deve ser realizada com o apoio de um profissional de Educa��o F�sica qualificado na �rea, com conhecimento da doen�a, seus efeitos e conseq��ncias sobre o organismo. Isso se torna necess�rio para que seja poss�vel prescrever de forma eficaz exerc�cios f�sicos e atividades. As avalia��es f�sica e m�dica s�o essenciais para direcionar o inicio do treinamento em indiv�duos com a DM. Praticando exerc�cios f�sicos com boas orienta��es o indiv�duo com a diabete ser� o principal beneficiado, principalmente com a melhora na qualidade de vida proporcionado entre outros fatores pelo controle da glicose no sangue.
Unitermos:
Educa��o F�sica. Diabetes. Atividade f�sica.1 / 1
Introdu��o
Diabetes � uma doen�a metab�lica que tem por principal caracteristica o aumento anormal do a��car (glicose) no sangue. A glicose nada mais � do que umas das principais fontes de energia do organismo, mas quando em excesso, pode trazer complica��es e doen�as � sa�de humana.
A doen�a causada pelo excesso de glicose no sangue � conhecida como Diabete Mellitus (DM). Uma doen�a cr�nica que est� afetando a popula��o de forma cada vez mais crescente, tornando-se um s�rio problema de Sa�de P�blica em todo o mundo, que se n�o tratada e controlada de forma eficaz pode acarretar em s�rias doen�as como infarto do cora��o, problemas renais, dificuldade na cicatriza��o de ferimentos dentre outras.
No Brasil, o Diabetes Mellitus est� sendo reconhecido atualmente como um importante problema de sa�de p�blica. Nos pa�ses desenvolvidos e tamb�m em alguns dos que est�o em desenvolvimento, o DM tem ocupado um percentual de 30 a 40% das causas de morbidade entre indiv�duos adultos. Realmente � um dado preocupante e que requer a interven��o do sistema de sa�de do pa�s.
Segundo dados da Organiza��o Mundial de Sa�de, a popula��o de doentes diab�ticos no mundo vai aumentar cada mais. At� 2025 a estimativa � que aumente em mais de 50%, passando para o assusador n�mero de 380 milh�es de pessoas a sofrerem com os problemas desta doen�a cr�nica.
Existem dois tipos de Diabetes Mellitus: tipo I e tipo II. A que mais afeta a popula��o no mundo todo e alvo deste trabalho � o DM do tipo II, que al�m de todos os problemas provocados pela pr�pria doen�a em si, normalmente � acompanhada pelo agravante da obesidade.
Fisiopatologia do diabetes
Os sintomas que podem caracterizar o DM tipo II podem ser espec�ficos, como poli�ria (urinar muito), polidipsia (beber muita �gua), polifagia (comer muito), hiperglicemia, glicos�ria (glicose na urina), infec��es cut�neas e genitais redicivantes, impot�ncia sexual, altera��es visuais, renais ou neurol�gicas. Ainda, os sintomas podem ser inespec�ficos, como sonol�ncia, cansa�o f�sico e mental, dores generalizadas, des�nimo, perda de peso, c�ibras e sensa��es de adormecimento nas extremidades.
Segundo GARCIA (1989) o cuidado com o corpo, muitas vezes � dado somente quando h� sintomas que dificultam a execu��o das tarefas di�rias. Analisando a afirma��o anterior ent�o pode-se entender que o �ndice de indiv�duos com diabetes � elevado pois a doen�a � silenciosa e como n�o apresenta sintomas em sua fase inicial evita muitas vezes o tratamento precoce e procedimentos preventivos diminuindo seu efeito negativo no organismo.
A Insulina � utilizada como um meio de controlar a glicose no ser humano. A mesma � um horm�nio produzido pelas C�lulas Beta do P�ncreas e sua fun��o � facilitar e permitir o transporte de glicose do sangue para as c�lulas a fim de gerarem energia.
O DM tipo II tamb�m chamado n�o-insulino-dependente, caracteriza-se por aparecer no inicio da maturidade, est� associado a uma resist�ncia �s a��es da insulina, a secre��o de insulina anormal e a n�veis de insulina plasm�tica anormais e elevados. Os pacientes do diabetes tipo II s�o portadores de dois defeitos fisiol�gicos: secre��o anormal de insulina e resist�ncia � a��o do horm�nio nos tecidos.
O diabetes tipo II � definido como o tipo de diabetes habitualmente n�o cet�tico, que responde ao regime alimentar e ao exerc�cio f�sico, sendo desnecess�ria normalmente a administra��o de insulina, pois a mesma � produzida pelo organismo, por�m sua a��o � diminu�da por algum motivo.
As principais causas do diabetes tipo II s�o:
Hereditariedade;
Obesidade;
Efeitos da dieta;
Sedentarismo;
Stress;
Idade avan�ada;
Utiliza��o de f�rmacos.
Uma de suas peculiaridades � a cont�nua produ��o de insulina pelo p�ncreas. O problema est� na incapacidade de absor��o das c�lulas musculares e adiposas. Por muitas raz�es, suas c�lulas n�o conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sang��nea. Esta � uma anomalia chamada de "resist�ncia insul�nica".
O DM tipo II � cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo I e pode responder ao tratamento com dieta e exerc�cio f�sico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combina��o destes com a insulina.
Alguns fatores s�o mais vis�veis nas pessoas que possuem DM, como o caso de sentir fome em excesso. Isso ocorre devido � tentativa de fornecer ao corpo mais energia para que este n�o acabe por vez as reservas da mesma. A sede tamb�m ocorre nesse caso, justamente para repor as quantidades de �gua eliminada.
O Diabete Mellitus tipo II pode ocorrer em crian�as e adolescentes, mas geralmente aparece a partir dos 30 anos de idade e se torna cada vez mais comum no decorrer da idade avan�ada.
Tratamento do diabetes
Segundo as modernas tend�ncias, o tratamento se fundamenta em cinco aspectos essenciais que devem ser especificamente individualizados (DULLIUS, 2003):
Alimenta��o saud�vel e equilibrada com baixo consumo de carboidratos de alto �ndice glic�mico;
Atividade f�sica e terap�utica orientada e prescrita a partir de avalia��o f�sica para detectar as necessidades, capacidades e interesses desse diab�tico;
Autocuidados, incluindo especialmente automonitoriza��o da glicemia, a fim de acompanhar poss�veis altera��es nas condi��es de sa�de;
Medica��o quando necess�ria;
Educa��o em sa�de do diab�tico, para que seja poss�vel administrar o tratamento com conhecimento e adequa��o, desenvolvendo-se a capacidade de observa��o e automanejo.
Prescri��o de exerc�cios f�sicos para diab�ticos
A pr�tica de exerc�cios f�sicos proporciona in�meros benef�cios para qualquer ser humano, visando qualidade de vida e bem estar da popula��o em geral. Particularmente no DM tipo II, os exerc�cios possuem qualidades marcantes tanto na preven��o quanto no tratamento (CANCELLI�RI, 1999).
Os efeitos diretos e indiretos da atividade f�sica ocorrem porque o exerc�cio normaliza a glicose sangu�nea, diminuindo a resist�ncia de insulina e melhorando a sensibilidade a ela.
A atividade f�sica � sempre um assunto bastante questionado quando se trata de pessoas com DM, por ser uma doen�a delicada e se n�o bem tratada pode ocasionar diversos outros problemas a sa�de do individuo.
A falta ou o excesso de exerc�cios podem ser prejudiciais ao organismo do individuo, principalmente em se tratando de pessoas com problemas metab�licos, como a DM. Devido a isso, aconselha-se que qualquer tipo de atividade f�sica, esporte ou exerc�cio f�sico sempre seja orientado e prescrito por um profissional de Educa��o F�sica com conhecimento a respeito da doen�a.
Segundo DINIZ (2001) que, t�o importante quanto � conscientiza��o do pr�prio diab�tico � "a conscientiza��o dos profissionais da �rea de sa�de acerca da realidade do diabetes como um problema de sa�de individual e coletiva. Da� a necessidade da educa��o para o autocuidado. [...]�.
Antes de iniciar um programa de exerc�cios f�sicos, indiv�duos diab�ticos, devem passar por uma avalia��o m�dica detalhada com m�todos diagn�sticos adequados. A seguir, uma avalia��o f�sica completa para informar as reais condi��es de f�sicas do indiv�duo.
O programa de exerc�cios f�sicos para diab�ticos � extremamente complexo, e necessita ser complementado e interpretado por uma s�rie de exames cl�nicos e laboratoriais, que ajudam a equipe do programa (m�dico, nutricionista e professor de educa��o f�sica) a concretizar e adaptar as exig�ncias espec�ficas de cada diab�tico as suas reais condi��es de sa�de (NUNES, 1997).
O individuo diab�tico tipo II deve se exercitar de 5 a 7 dias por semana, com a dura��o entre 30 e 40 minutos e a intensidade variando entre 60 � 70% da freq��ncia card�aca m�xima ou 50 � 60% do VO2 m�ximo. A atividade predominante deve ser a aer�bia. Entretanto atividades neuromusculares como for�a e flexibilidade tendem a ajudar nos resultados positivos no controle da doen�a.
A pr�tica de exerc�cios f�sicos somente poder� ser realizada quando os n�veis de glicose no sangue do aluno estiverem dentro dos padr�es normais, evitando uma hipoglicemia, que no portador de diab�tico tem conseq��ncias mais s�rias que em pessoas sem a doen�a.
O profissional que estiver trabalhando com essa popula��o deve sempre levar controlado o n�vel de a��car no sangue, e principalmente tomar cuidado com a hipoglicemia que pode ocorrer antes, durante, logo ap�s atividade ou ate mesmo nas 24 horas seguintes ao t�rmino da atividade f�sica, pois o n�vel de glicose continuar� a cair.
Outras atividades como caminhadas, corridas, esportes e jogos recreativos tamb�m s�o ben�ficos ao portador dessa doen�a. O importante � a conscientiza��o desses indiv�duos em rela��o � melhora e controle da doen�a, bem como na qualidade de vida atrav�s das atividades f�sicas oferecidas e dirigidas especificamente para este grupo e pro profissionais qualificados.
Benef�cios dos exerc�cios f�sicos para DM tipo II
A seguir, ser�o apontados diversos benef�cios proporcionados pela pr�tica regular, sistem�tica, direcionada e orientada de exerc�cios f�sicos para indiv�duos com DM tipo II. Tais benef�cios s�o apontados por diversos autores e pesquisadores e possuem de certa forma grande aceita��o na literatura pertinente.Aumento da a��o da insulina;
Reduzem a quantidade di�ria de insulina ex�gena;
Aumento da capta��o e queima de glicose pelo m�sculo;
Capta��o de glicose em per�odos p�s-exerc�cio;
Aumentam a a��o da insulina de hipoglicemiantes orais;
Aumento da sensibilidade celular � insulina, inclusive tecidos e c�lulas perif�ricas;
Incremento das fun��es c�rdio-respirat�rias;
Aumentam a circula��o perif�rica e diminuem o risco de aterosclerose;
Diminui��o da gordura corporal;
Diminui��o da incid�ncia de doen�as cardiovasculares;
Diminui��o da incid�ncia de doen�as m�sculo-esquel�ticas;
Redu��o dos fatores de risco de doen�as coronarianas;
Auxiliam na redu��o da press�o arterial;
Diminuem a concentra��o de colesterol e triglicer�deos no sangue, principalmente logo ap�s as refei��es;
Reduz a perda de massa �ssea;
Decr�scimo da ansiedade e da depress�o;
Melhoram a sensa��o de bem estar e a disposi��o geral. Podemos afirmar com seguran�a que o grande benef�cio dos exerc�cios f�sicos para indiv�duos com DM tipo II est� relacionado com a sensibilidade � insulina.
Considera��es finais
De certa forma j� se tornou algo corriqueiro assistir a televis�o, ler jornais, revistas e outros informes e se deparar com textos apontando a import�ncia da pr�tica regular e sistem�tica de exerc�cios f�sicos. Mas, para indiv�duos portadores de DM tipo II, muitas vezes esta pr�tica regular, sistem�tica, orientada, direcionada e individualizada pode significar alguns anos a mais de vida e uma vida com qualidade, alegria e sem limita��es consider�veis.
Como descrito anteriormente o DM � devastador e � uma doen�a com morbidade impressionante, pois al�m de danificar o sistema cardiocirculat�rio, pode conduzir para amputa��es em casos de ferimentos n�o curados e tamb�m � cegueira. Situa��es preocupantes e que necessariamente diminuem consideravelmente a qualidade de vida de pessoas diab�ticas, quando n�o conduzem � morte.
Pesquisas apontam resultados animadores para o tratamento de diversas patologias atrav�s da utiliza��o do exerc�cio f�sico, e com o DM n�o poderia ser diferente. Por�m, o exerc�cio f�sico deve ser algo individualizado e respons�vel, pois caso contr�rio ao inv�s de produzir benef�cio poder� acelerar o processo devastador provocado pelo DM.
Refer�ncias
BRITO, C.J.; VOLP, A. C. T. Nutri��o, atividade f�sica e diabetes. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Volume 119, abril de 2008. //www.efdeportes.com/efd119/nutricao-atividades-fisica-y-diabetes.htm
CANCELLI�RI, C. Diabetes e Atividade F�sica. S�o Paulo, SP: Fontoura, 87P, 1999
DINIZ, M. I. C. Educa��o para o Autocuidado do Paciente Diab�tico. Cl�nica M�dica: Diabetes Mellitus, vol. 1, N� 3. Rio de Janeiro: MEDSI. P. 395-404, 2001.
DULLIUS, J. Educa��o em Diabetes atrav�s de Programa Orientado de Atividades F�sicas (PROAFIDI). Diabetes Cl�nica: Maio-junho. 2003.
GARCIA, R. W. D. Representa��es da obesidade nas classes sociais: Alimentos Nutritivos. 1989;
NUNES, V. G. S. Prescri��o de Exerc�cios F�sicos para Pessoas com Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de Atividade F�sica e Sa�de. v.2, n.4, p. 76 � 86, 1997.
PERTENCE, L. C. et al. Exerc�cio F�sico no controle do Diabetes Mellitus. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Volume 138, novembro de 2009. //www.efdeportes.com/efd138/exercicio-fisico-no-controle-do-diabetes-mellitus.htm
POLLOCK, M. L; WILMORE, J. H. Exerc�cios na sa�de e na doen�a: avalia��o e prescri��o para preven��o e reabilita��o. 2� Ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1993.
RODRIGUES, B. M. et al. Exerc�cios f�sicos para diab�ticos: uma revis�o de literatura. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Volume 141, fevereiro de 2010. //www.efdeportes.com/efd141/exercicios-fisicos-para-diabeticos.htm
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diagn�stico e classifica��o do diabetes mellitus. Dispon�vel em //diabetes.org.br.
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