O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) projeta que a guerra na Ucrânia deve deslocar 4 milhões de pessoas para outros países. É uma movimentação de cerca de 10% de toda a população
ucraniana. Com cinco dias de guerra, governos vizinhos e a ONU apontam que 422 mil pessoas já cruzaram as fronteiras, fugindo do conflito com a Rússia. Em entrevista à CNN Rádio, o porta-voz do ACNUR Luiz Fernando Godinho demonstrou preocupação com o ritmo tão intenso no deslocamento. “É um impacto humanitário devastador, que vai ter consequências por muito tempo”, avalia. “A
prioridade é acomodar essas pessoas nos países em que elas estão chegando para dar a elas a oportunidade de dar uma respirada.” Os países que mais concentram refugiados são Polônia, Moldávia, Romênia, Eslováquia e Hungria. As Nações Unidas cobram uma cooperação global para o atendimento aos ucranianos. Godinho explicou que ainda é cedo para saber o destino das pessoas que saíram da Ucrânia, mas afirma que elas querem voltar para casa, se possível. “A esperança delas é voltar, é
uma dinâmica que a gente vê com a população refugiada no mundo inteiro”, conta o porta-voz da Acnur. “Ninguém quer ser refugiado, todo mundo quer voltar para casa, mas temos uma situação em que talvez isso não seja possível.” Luiz Fernando Godinho ainda lembra que o Brasil tem uma comunidade ucraniana grande e pode se tornar o destino de refugiados. No entanto, Godinho avalia que a tendência é de que a maior parte dessas pessoas se acomode em países vizinhos, justamente por causa do
desejo de voltar para casa um dia. 1 de 6 Manifestantes a favor da Ucrânia se reúnem em Madri neste domingo (27), após invasão da Rússia 2 de 6
Manifestantes seguram cartaz dizendo "Putin genocida", em referência à invasão da Rússia ao território ucraniano, autorizada pelo presidente russo
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Placa com os dizeres "Putin assassino", em espanhol, é fixada em edifício em Madri
Crédito: Mari Palma/CNN4 de 6
Bandeira da União Europeia é erguida em manifestação pró-Ucrânia que acontece em Madri neste domingo (27)
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Bandeiras da Espanha e Ucrânia são vistas em manifestação em Madri contra ataque russo
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Manifestantes seguram cartaz pedindo apoio da Otan à Ucrânia
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Geografia
País da Europa Oriental. Situado no Sudeste da Europa, é o segundo maior país do continente, depois da Rússia, com uma área de 603 700 km2. Faz fronteira com a Bielorrússia e a Rússia, a norte, com a Moldávia e a Roménia, a
sul, a Hungria, a sudoeste, e a Eslováquia e a Polónia, a oeste, sendo banhado, a sul, pelos mares Negro e de Azov.
As principais cidades da Ucrânia são Kiev, a capital, com 2 962 180 habitantes (2021), Kharkov (1 433 866 100 hab.), Dnipropetrovsk (980 948 100 hab.), Odessa (1 015 826 hab.) e Donetsk (905 364 hab.).
A Ucrânia Ocidental é formada pelo fértil planalto da Volínia, enquanto no Norte dominam as bacias dos rios Dniepre e Donetz, com boas terras agrícolas e pântanos; é aqui que se situa a capital. As planícies situadas a ocidente de Kirovograd têm um solo negro designado chernozem; as da parte oriental, embora menos férteis, sustentam muitas comunidades rurais. Estes solos foram em grande parte contaminados por radioatividade, após o acidente da central nuclear de Chernobyl, em 1986. No extremo Sul da Ucrânia, situam-se as planícies secas das costas dos mares de Azov e Negro. A Crimeia é uma das mais afamadas regiões turísticas do país e situa-se mais a sul.
Clima
O clima é temperado continental, com invernos rigorosos.
Economia
Os principais produtos mineiros e energéticos do país são o ferro, o carvão, o manganês, o petróleo e o gás natural. A produção agrícola inclui trigo, cevada, centeio, milho, beterraba
açucareira, semente de girassol, algodão, batatas e legumes. Na indústria, merecem referência os ramos alimentar, de produtos metálicos, de construções mecânicas e químico. Os principais parceiros comerciais da Ucrânia são a Rússia, a Alemanha e a China.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 2018), é de 4,5.
População
Esta república da antiga União Soviética tinha, em 2021, 43 745 640 habitantes. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 9,23%o e 13,9%o. A esperança média de vida é de 73.18 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,799 e o valor do Índice
de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,779 (2019). Etnicamente, a população compõe-se de ucranianos (77,8%) e russos (17,3%), entre outros povos de países vizinhos. Em termos de religião, destaca-se a ortodoxa ucraniana (do patriarcado russo, do patriarcado de Kiev e autocéfala), com cerca de 60% da população, a católica ucraniana (7%) e a protestante (4%). A língua oficial é o ucraniano.
História
Diferentes partes da Ucrânia foram ocupadas antes da era de Cristo. No primeiro milénio depois de Cristo, este território também não escapou às invasões. Godos, Hunos, Búlgaros e Magiares foram alguns dos povos que invadiram esta região. O povo que mais contribuiu para o seu desenvolvimento, neste período, foi o ucraniano (Rutenos), eslavos orientais, nos séculos V e VI. A Ucrânia foi o berço do
Estado medieval de Kievan Rus, que emergiu no século IX e teve o seu apogeu nos séculos X e XI, governado por Vladimir I e pelo seu filho Yaroslav I. Os ucranianos, em conjunto com russos moscovitas e bielorrussos, tornaram-se líderes da Europa Oriental.
Os séculos XII e XIII viram o declínio de Kiev. O poder de Kievan Rus foi destruído pela invasão mongol no século XIII, embora o principado de Galicia, no Oeste da Ucrânia, que surgiu em 1200, tenha continuado a existir até ao século XIV. Em meados do século XIV a Lituânia anexou grande parte das terras da Ucrânia e o principado da Galicia passou para o reino da Polónia. O Sul do país foi governado pela Horda de Ouro. Depois da União de Lublin em 1569, a Ucrânia foi transferida da Lituânia para a Polónia. Em 1596 os ucranianos foram divididos entre católicos e ortodoxos pela união de Brest-Litovsk. Em 1648 houve uma revolta de escravos fugidos contra a opressão polaca encabeçada pelos cossacos.
Durante o século XVIII o Império Russo obteve a zona oeste do Dniepre, à exceção da Galicia que passou a pertencer à Áustria. O movimento nacionalista ucraniano desenvolveu-se no século XIX mas foi alvo de repressão e de restrições, por parte dos russos, devido ao facto de os nacionalistas continuarem a usar a língua ucraniana. Durante este século e até aos primeiros anos do século XX, houve um rápido desenvolvimento económico e urbanístico.
Após a Revolução Russa, em 1918, a Ucrânia proclamou a independência. De seguida as forças ucranianas e bolcheviques lutaram pelo controlo do país até 1921, altura em que o governo soviético se consagrou vitorioso. Em 1924 a República Socialista Soviética da Ucrânia passou a fazer parte das repúblicas da União Soviética. Nos anos trinta o governo soviético empreendeu uma política de rápida industrialização e coletivização da agricultura na República da Ucrânia. O processo de coletivização encontrou resistência por parte dos agricultores. As autoridades soviéticas confiscaram cereais e como resultado o povo passou fome, levando à morte cinco milhões de pessoas. Ainda nesta década o regime soviético passou a controlar totalmente a vida cultural do país e todas as manifestações foram suprimidas.
O Tratado de Não Agressão germano-soviético (1939) fez com que os territórios que ainda se encontravam sob o domínio polaco passassem para as mãos da República Soviética da Ucrânia. A Alemanha nazi atacou a União Soviética em 1941 quebrando assim o tratado, e rapidamente conquistou a Ucrânia. Inicialmente encontrou algum apoio mas depressa os agricultores ucranianos se deram conta de que estavam a ser explorados e formaram uma guerrilha de resistência. Depois da derrota dos alemães em 1945, as terras que tinham feito parte da Polónia, Roménia e Checoslováquia entre as duas Grandes Guerras passaram a fazer parte da República Socialista da Ucrânia.
Só com o líder soviético Mikhail Gorbachev e a introdução das reformas da glasnost e da perestroika na política nacional nos anos oitenta, os nacionalistas ucranianos despertaram. O sistema político ucraniano mudou no início dos anos noventa quando o país obteve a independência, após o colapso da União Soviética em 1991. Depois de obter autonomia, a legislação do Supremo Soviético foi convertida num sistema parlamentar democrático, cujos membros são eleitos por quatro anos em eleições livres e multipartidárias, uma decisão tomada por referendo.
A Ucrânia e a Bielorrússia foram as únicas repúblicas soviéticas a ter voto independente nas Nações Unidas para além do voto da ex-URSS no seu todo. A partir da independência, no início dos anos noventa, a Ucrânia foi reconhecida internacionalmente.