Que medidas o governo de Juscelino Kubitschek tomou para atrair os investimentos estrangeiros para o Brasil?

O governo Juscelino Kubitschek refere-se aos cinco anos em que o Brasil foi administrado por esse político mineiro, que foi eleito para presidente, em 1955, e que governou nosso país, entre 1956 e 1961.

Juscelino Kubitschek teve de enfrentar uma crise política que quase impossibilitou sua posse, e os grandes marcos de seu governo foram os investimentos pesados na industrialização do país e a construção de Brasília. O projeto político implantado por JK em seu governo ficou conhecido como “desenvolvimentismo”.

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Eleição de 1955

Juscelino Kubitschek tornou-se presidente do Brasil após sair vencedor da eleição de 1955. Juscelino Kubitschek era um candidato gabaritado, uma vez que tinha sido governador de Minas Gerais e era apoiado pelo maior partido do Brasil na época, o Partido Social Democrático (PSD), e pelo segundo maior partido, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Nessa eleição, ele enfrentou Juarez Távora, candidato da União Democrática Nacional (UDN), Ademar de Barros, do Partido Social Progressista (PSP), e Plínio Salgado, do Partido da Representação Popular (PRP). JK, enquanto um político desenvolvimentista, defendeu na campanha uma política em defesa do desenvolvimento e da industrialização do Brasil e seu lema foi “50 anos em 5”.

O resultado da eleição de 1955 foi o seguinte:

  • JK (PSD/PTB) – 36%

  • Juarez Távora (UDN) – 30%

  • Ademar de Barros (PSP) – 26%

  • Plínio Salgado (PRP) – 8%

Crise política

A vitória de Juscelino Kubitschek engatilhou uma crise política no Brasil, por conta da ação da União Democrática Nacional, partido conservador que, durante toda a Quarta República, flertou com o golpismo. Os membros desse partido manifestaram-se contrários à vitória de JK sob a alegação de que ele não tinha conseguido a maioria absoluta dos votos – a Constituição de 1946 previa apenas a maioria simples.

Durante todo o ano de 1955, houve uma intensa articulação de membros da UDN para fortalecer a proposta de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. Muitos dos membros desse partido defendiam uma intervenção dos militares no poder. A crise política levou um militar legalista a intervir na situação, mas não do jeito que os udenistas planejavam.

O ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, era um defensor ardoroso da Constituição e, por isso, mobilizou forças para garantir a posse de Juscelino Kubitschek. Ele articulou um contragolpe, que foi realizado no dia 11 de novembro de 1955. Os principais prédios no Rio de Janeiro foram ocupados, e Nereu Ramos substituiu Carlos Luz na presidência. Esse evento recebeu o nome de Golpe Preventivo de 1955 e, com isso, a posse de Juscelino Kubitschek foi assegurada e aconteceu em 31 de janeiro de 1956.

Governo JK

Juscelino Kubitschek (o 3º da esquerda para a direita) realizou grandes investimentos, promovendo grande desenvolvimento industrial do Brasil.[1]

O governo de Juscelino Kubitschek realizou grandes feitos na área da economia e para alcançar as promessas de desenvolvimento econômico realizado, durante a campanha, o presidente lançou o Plano de Metas. Esse era um programa econômico que estipulava 31 metas, que buscavam promover o desenvolvimento do Brasil em áreas consideradas estratégicas: energia, transporte, indústria pesada e alimentação.

Era somente a partir de investimentos maciços nessas áreas que a industrialização do Brasil seria possível. Sendo assim, o investimento na área energética visava a aumentar a capacidade de produção de energia elétrica do país para dar suporte ao aumento da produção industrial. Isso se daria por meio da construção de usinas hidrelétricas, sendo a Usina de Furnas, uma das construídas nesse governo.

Houve investimento na construção de rodovias por todo o país e isso aconteceu como forma de integrar o país e permitir que as regiões produtoras pudessem esvaziar suas mercadorias via transporte rodoviário. Houve incentivo à instalação de indústrias no país, por meio da isenção de impostos, e o destaque foi para a instalação da indústria automobilística.

O Plano de Metas acabou encaminhando 29% dos investimentos públicos para a área de transporte, 20% para a construção de infraestrutura, sobretudo para o desenvolvimento de aeroportos e portos, e 43% dos investimentos foi encaminhando para a área de energia elétrica. Áreas como a alimentação e a educação acabaram sendo colocadas em segundo plano e receberam poucos investimentos.

O resultado da política desenvolvimentista de JK, ao longo de seus cinco anos de governo, não poderia ter sido outro, e a produção industrial do país aumentou cerca de 80%.

Uma nova capital para o Brasil

A construção de Brasília foi o projeto mais audacioso do governo de Juscelino Kubitschek.[1]

Outro acontecimento marcante do governo de JK foi o projeto para a construção de uma nova capital, localizada na região central do Brasil. A construção de uma nova capital, longe do litoral, era um projeto de longa data no Brasil e remontava ao século XIX. O tamanho desse desafio acabava sendo um entrave para sua realização.

Juscelino Kubitschek encarou o desafio e o promoveu como uma forma de realizar a integração do interior do Brasil. A construção de Brasília fazia parte de um projeto de JK para reforçar o nacionalismo brasileiro e consumiu uma quantidade gigantesca dos recursos do país, sendo construído em tempo recorde e entregue antes do fim do mandato do presidente.

Os historiadores entendem que a construção de Brasília fazia parte de um projeto político de JK que se incluía dentro das suas ideias nacionalistas e de integração do país com o litoral, mas também tinha um papel fundamental em colocar em segundo plano outros problemas que existiam no país e que eram consequências diretas dos altos investimentos realizados na industrialização.

O projeto de construção de Brasília foi aprovado tranquilamente no legislativo. O projeto de construção da cidade foi realizado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A nova capital brasileira foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960. Especula-se que a construção de Brasília tenha custado, na época, aproximadamente, 1,5 bilhão de dólares e se convertidos para valores atuais os custos teriam ultrapassado o total de 80 bilhões de dólares.

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Consequências do governo de Juscelino Kubitschek

O governo de Juscelino Kubitschek foi extremamente importante uma vez que garantiu um enorme desenvolvimento econômico e industrial para o Brasil. No entanto, os investimentos pesados apenas no desenvolvimento econômico, fez com que áreas vitais, como educação e a agricultura, fossem relegadas ao segundo plano e tivessem seus problemas aumentados pela falta de investimento

Entre as consequências positivas e negativas do governo de JK, podemos destacar:

  • A produção industrial cresceu 80%;

  • O PIB brasileiro teve crescimento médio anual de 8%;

  • Os problemas em áreas, como a educação e a agricultura, aumentaram consideravelmente;

  • A inflação manteve-se alta nos últimos anos do governo por conta dos altos gastos públicos;

  • A dívida externa aumentou, assim como a desigualdade social.

Crédito das imagens

[1] FGV/CPDOC

O que fez o Estado brasileiro para atrair o capital estrangeiro no governo de JK?

Para sustentar sua proposta desenvolvimentista, o governo JK organizou o Plano de Metas, um programa econômico que estipulava 31 metas para garantir o desenvolvimento econômico do Brasil. As áreas consideradas cruciais dentro desse plano eram energia, transportes, indústria de base, alimentação e educação.

Quais foram as medidas tomadas por Juscelino Kubitschek para facilitar e estimular a entrada de investimento estrangeiro no Brasil?

O Plano de Metas acabou encaminhando 29% dos investimentos públicos para a área de transporte, 20% para a construção de infraestrutura, sobretudo para o desenvolvimento de aeroportos e portos, e 43% dos investimentos foi encaminhando para a área de energia elétrica.

Quais os procedimentos utilizados por JK para atrair capitais estrangeiros?

Para alcançar os objetivos do Plano de Metas era necessária uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então, a entrada de capitais estrangeiros no país, principalmente pela indústria automobilística. Ressalta-se que nesse período o Brasil iniciou o processo de endividamento externo.

Qual foi a principal medida para o crescimento econômico no governo JK?

O chamado Plano de Metas privilegiava pesados investimentos nas áreas de alimentação, indústria de base, educação, energia e transporte. De forma geral, o grande objetivo era modernizar a indústria nacional por meio de diferentes ações políticas.

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