Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos

Publicado em: 10/12/2019 por Bárbara Morselli Cavallo

É o que diz o art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorada internacionalmente no dia de hoje, 10 de dezembro. A escolha da data se deve ao fato de que, no dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas apresentou e proclamou este documento, por meio da Resolução 217 A (III). 

Este documento versa, essencialmente, sobre a necessidade de adoção de medidas progressistas, por parte dos Estados e da população, que garantam a liberdade, a igualdade, o respeito, a educação e outros direitos básicos a que homens e mulheres do mundo inteiro fazem justiça. Junto do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (e seus respectivos protocolos opcionais), a DUDH integra a Carta Internacional dos Direitos Humanos.

Desde a sua adoção, a Declaração já foi traduzida para mais de 500 idiomas, tornando-se o documento mais traduzido do mundo, e inspirou a formação e a reestruturação de muitos Estados no pós-guerra. 

Hoje é um dia para se comemorar. Vamos entender por quê?

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito internacional, de caráter militar, que ocorreu entre os anos 1939 e 1945, envolvendo as principais potências da época. Dois grupos de países se opuseram - os Aliados e o Eixo - em uma batalha de proporções imensas, incluindo o uso de armas nucleares e massacres à população civil. O resultado desses anos foi assustador: estima-se que o número total de mortos varia entre 50 e 80 milhões. 

Além disso, entre os anos 1933 e 1945, a Alemanha conheceu outras formas de atrocidades, recebendo a alcunha de “Nazi” em razão do governo que a comandava - Adolf Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) transformaram a Alemanha em um país totalitário e fascista, marcado por um vigoroso controle das liberdades individuais dos cidadãos.

Em um contexto de crise socioeconômica, Hitler ascendeu como um líder carismático e impregnou diversas facções políticas com um ideal nacionalista de união, organização e cooperação. Contudo, suas propostas não pararam por aí: para proteger esse regime, Hitler disseminou a ideia de que os povos germânicos eram os únicos donos de uma raça pura e, por isso, superior. Com isso, surge um contexto em que a educação dos povos era baseada na biologia racial e diversos grupos foram oprimidos por seu regime, sobretudo negros, judeus e homossexuais. Ainda, em razão da política econômica por ele adotada, comunistas e socialistas também foram massacrados. 

Um dos eventos mais chocantes da Alemanha Nazista foi o uso de campos de concentração e campos de extermínio para prender e assassinar, em larga escala, os opositores do governo ou grupos étnico-sociais que não se compatibilizavam com o regime. Em apenas um dos campos - o conhecido Auschwitz -, foram executadas 1,2 milhão de pessoas.  

E é nesse contexto de pós-guerra e fim do Holocausto - como ficou conhecido esse período de extermínio e opressão na Alemanha - que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi pensada, criada e proclamada. Como uma resposta às atrocidades observadas neste período, o documento procurou estabelecer garantias mínimas relacionadas à saúde, à educação, à sobrevivência, à igualdade, ao meio ambiente, à paz e à liberdade. 

Logo no preâmbulo da DUDH, fica claro o compromisso dos Estados com a criação de um contexto de dignidade e bem-estar para a população mundial, independentemente de classe social, etnia, religião, orientação sexual, gênero e outros fatores naturais de diferenciação. 

Por tudo isso, é muito importante comemorarmos, hoje, os 71 anos desse momento tão marcante da nossa história. Em um mundo onde não há discriminação, é possível viver sem medo, abuso ou repressões. Assim, comemorar e relembrar a origem de tudo isso é uma forma de evitar que preconceitos e políticas tão antigas ganhem espaço nos dias atuais. 

Com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos, podemos requerer a igualdade entre homens e mulheres, a liberdade de andar livremente nas ruas, usar as roupas que queremos, pregar a religião em que acreditamos, pensar (e expressar) diferentemente dos políticos do poder, nos apaixonar pelas pessoas que quisermos, exigir comida, lazer, cultura e educação às crianças e adolescentes do mundo inteiro, e mais um sem-número de direitos básicos que se perderam em alguns momentos da história. Fala se isso não é bom demais?  

No site oficial das Nações Unidas - Brasil, você, trilheiro e trilheira, pode encontrar diversas informações legais sobre o assunto. Além disso, também tem sugestões de como se manifestar pelos direitos de alguém. Que tal comemorar esse dia fazendo algo de bom para o próximo? 

O que significa todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos?

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos" Todos os seres humanos, em todos os lugares, têm os mesmos direitos, que resultam da nossa humanidade comum. Todos nós, igualmente, temos direito aos nossos direitos humanos sem discriminação.

O que quer dizer o Artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos?

1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

De quem e à frase Todos os seres humanos nascem livres e iguais?

As primeiras palavras do Artigo 1 ecoam a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento francês adotado pouco após a revolução francesa, em 1789. Graças à firme redatora indiana Hansa Mehta, a frase francesa “todos os homens nascem livres e iguais” se tornou “todos os seres humanos nascem livres e iguais”.

O que diz o artigo 3 dos direitos humanos?

Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.

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