Como ocorreu o processo de independência do Haiti e quais foram suas principais motivações e consequências?

As principais causas e consequências da revolução haitiana ocorrida em 1791.


Toussaint L'Ouverture: um dos principais líderes da Revolução do Haiti

Contexto histórico

Inspirados pelos ideais iluministas que eclodiram durante o século XVI, a Revolução do Haiti é considerada uma das maiores revoluções da modernidade. O processo durou entre 1971 e 1804 e também ficou conhecido como Revolta de São Domingos.

O Haiti foi o primeiro país da América Latina a se tornar independente de sua colônia.

Na época, o Haiti era chamado de colônia de Saint Domingue e era uma ilha que gerava muitos lucros para a França com a produção e a exportação de açúcar e café por toda a Europa.

Causas principais, líderes e como foi

A principal causa da Revolução de Saint Domingue foi os maus tratos causados aos escravos, pois eles não aguentavam mais tanta tortura, mutilação e humilhação vindas dos senhores de engenho.

Em 1791, a população do Haiti era constituída em sua grande maioria por escravos negros trazidos da África. Toussaint L’Overture e Dutty Boukman foram os responsáveis por liderar a rebelião contra a França e Napoleão.

L’Overture influenciou os outros escravos a capturar e matar os senhores brancos da ilha. As tropas francesas resistiram às revoltas dos escravos, entretanto não foi por muito tempo, pois os revolucionários haitianos receberam reforços os exércitos espanhóis e ingleses.

Em pouco tempo L’Overture chegou a assumir o governo do Haiti, mas Napoleão Bonaparte conseguiu capturá-lo e o aprisionou em Paris. Toussaint L’Overture morreu após dois anos devidos aos maus tratos na prisão.

Mesmo com um de seus principais líderes preso, os haitianos não desistiram de sua emancipação e Jean-Jacques Dessalines assumiu o comando da ilha, denominando-a efetivamente como Haiti.

Consequências principais do processo revolucionário haitiano

Em 1803 após derrotar as tropas francesas e proclamar a independência, também foi declarado o fim da escravidão no país no Haiti.

A independência do Haiti não foi tão benéfica como os escravos esperavam. O Haiti teve que pagar uma indenização exorbitante à França, que o levou a uma crise econômica imensurável. Os países que mantinham relações comerciais com a ilha ficaram com receio que outros países da América Latina fizessem a mesma coisa, então começaram a se afastar.


Devido à crise política e monetária, o país chegou a ser regido por dois sistemas políticos, monárquico e republicano. Em 1820, Jean Boyer conseguiu unificar o país para apenas um regime, o republicano.


A Revolução Haitiana teve grande impacto na América Latina. No Brasil, por exemplo, foi criada uma lei que punia qualquer escravo que se inspirasse na Revolta de Saint Domingue, com punições severas.

Você sabia?

- O país tem o nome da Haiti em homenagem aos índios que foram exterminados com a ocupação dos europeus.

Batalha em San Domingo durante a Revolução Haitiana.

Artigo publicado em 19/03/2020

Por Misleine Neris de Souza Silva

Licenciada em História pela Faculdade JK de Brasília (2012) e Pós-Graduada em História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano (2014).



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Bibliografia Indicada

A Revolução do Haiti e o Brasil Escravista: o que Não Deve ser Dito

Autor: Morel, Marco

Editora: Paco Editorial


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Revolução HaitianaRevoluções do AtlânticoBeligerantes Comandantes Forças Baixas

Batalha em San Domingo, pintado por January Suchodolski representando uma luta entre as tropas polonesas ao serviço francês e os rebeldes do Haiti
Data 22 de agosto de 1791 - 1 de janeiro de 1804
(12 anos, 4 meses, 1 semana e 4 dias)
Local Saint-Domingue
Desfecho Vitória Haitiana
  • Expulsão do governo colonial francês
  • Massacre dos Franceses
Mudanças territoriais Independência do Haiti estabelecida
1791–1793
Ex-escravos
Monarquistas franceses
Espanha (a partir de 1793)

1793–1798

Monarquistas franceses
 
Grã-Bretanha
Espanha (até 1796)

1798–1801

Lealistas de Louverture

1802–1804
Ex-escravos
Reino Unido
1791–1793
Donos de escravos
Reino da França (até 1792)
República Francesa


Reino Unido[1]

1793–1798

França

  • Ex-escravos

1798–1801

Lealistas de Rigaud
Espanha

1802–1804

França

  • Legiões Polonesas
  • Confederação Suíça
Espanha
1791–1793
Dutty Boukman †
Georges Biassou
Vincent Ogé 

André Rigaud

1793–1798

Paul-Louis Dubuc
Thomas Maitland
Joaquín Moreno

1798–1801

Toussaint Louverture

1802–1804
Toussaint
Louverture 

Jean-Jacques Dessalines
Henri Christophe
Alexandre Pétion
François Capois
John Duckworth
John Loring
1791–1793
Viscount de Blanchelande
Léger-Félicité Sonthonax

1793–1798

Toussaint Louverture
André Rigaud
Alexandre Pétion

1798–1801

André Rigaud

1802–1804
Napoleão Bonaparte
Charles Leclerc †
Visconde de Rochambeau 

Villaret de Joyeuse
Federico Gravina
Exército regular: 55 000
Voluntários: +100 000
Exército regular: 60 000
86 navios de guerras e fragatas
Haitianos: 200 000 mortos
Britânicos:45 000 mortos
França: 75 000 mortos

A Revolução Haitiana (francês: révolution haïtienne; crioulo haitiano: revolisyon ayisyen) foi uma insurreição bem-sucedida de escravos auto-libertados contra o domínio colonial francês em Saint-Domingue, agora o estado soberano do Haiti. A revolta começou em 22 de agosto de 1791,[2] e terminou em 1804 com a independência da ex-colônia. Envolveu participantes negros, mestiços, franceses, espanhóis, britânicos e poloneses - com o ex-escravo Toussaint Louverture emergindo como o herói mais carismático do Haiti. A revolução foi a única revolta de escravos que levou à fundação de um estado que estava livre da escravidão (embora não do trabalho forçado)[3] e governado por não-brancos e ex-cativos.[4] É agora é visto como um momento decisivo na história do Novo Mundo.[5][6]

Os efeitos da revolução sobre a instituição da escravidão foram sentidos em todas as Américas. O fim do domínio francês e a abolição da escravidão na ex-colônia foram seguidos por uma defesa bem-sucedida das liberdades conquistadas pelos ex-escravos e, com a colaboração de pessoas de cor já livres, sua independência dos europeus brancos.[7][8][9] A revolução representou a maior revolta de escravos desde a revolta malsucedida de Espártaco contra a República Romana quase 1 900 anos antes,[10] e desafiou crenças europeias de longa data sobre a suposta inferioridade negra e sobre a capacidade dos escravos de alcançar e manter sua própria liberdade. A capacidade organizacional e a tenacidade dos rebeldes sob pressão inspiraram histórias que chocaram e assustaram os proprietários de escravos no hemisfério.[11]

Referências

  1. Time to Stop Resisting Haiti’s Resistance
  2. Adam Hochschild (2005). Bury the Chains. [S.l.]: Houghton Mifflin. p. 257
  3. Ghachem, Malick W.; Danforth, Susan. «The Other Revolution». John Carter Brown Library. Brown University. Consultado em 11 de março de 2022
  4. Franklin W. Knight (2000). «The Haitian Revolution». The American Historical Review. 105 (1): 103–15. JSTOR 2652438. doi:10.2307/2652438
  5. «Why Haiti should be at the centre of the Age of Revolution – Laurent Dubois». Aeon Essays (em inglês). Consultado em 4 de setembro de 2019
  6. Joseph, Celucien L. (2012). «'The Haitian Turn': An Appraisal of Recent Literary and Historiographical Works on the Haitian Revolution». Journal of Pan African Studies. 5 (6): 37–55
  7. Taber, Robert D. (2015). «Navigating Haiti's History: Saint-Domingue and the Haitian Revolution». History Compass. 13 (5): 235–50. doi:10.1111/hic3.12233
  8. Bongie, Chris (2008). Friends and Enemies: The Scribal Politics of Post/colonial Literature. Liverpool, UK: Liverpool University Press. 45 páginas. ISBN 978-1846311420
  9. Curtis Comstock, Sandra (2012). Incorporating Comparisons in the Rift: Making Use of Cross-Place Events and Histories in Moments of World Historical Change, a chapter in Anna Amelina, Beyond methodological nationalism: research methodologies for cross-border studies. [S.l.]: Taylor and Francis. pp. 183–85. ISBN 978-0-415-89962-8
  10. Vulliamy, Ed, ed. (28 de agosto de 2010). «The 10 best revolutionaries». The Guardian. Consultado em 15 de dezembro de 2015
  11. Philip James Kaisary (2008). The Literary Impact of the Haitian Revolution, PhD dissertation. [S.l.]: University of Warwick. pp. 8–10

Quais foram as principais motivações e consequências do processo de independência do Haiti?

Além da agricultura em colapso pelo longo período de guerra, em 1825, os governantes haitianos foram obrigados a reparar os proprietários de escravos. A dívida, de 150 milhões de francos, foi acordada em troca do reconhecimento da independência pelos franceses, o que só ocorreu em 1834.

Como foi o processo de independência do Haiti?

A Independência do Haiti da metrópole francesa ocorreu em 1804, após uma sangrenta batalha na ilha antilhana, em que a população branca foi exterminada pelos escravos que haviam se revoltado.

Quais foram as principais consequências da independência do Haiti?

I – A Guerra de Independência do Haiti iniciou como uma ampla rebelião de escravos cujas consequências foram a abolição da servidão e a emancipação do país do domínio colonial francês.

Quando e como ocorreu a independência do Haiti?

22 de agosto de 1791 – 1 de janeiro de 1804Revolução Haitiana / Períodonull

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