O que acontece quando a radiação solar atravessa a atmosfera?

No início do século XVII, o cientista inglês Isaac Newton descreveu pela primeira vez de maneira adequada o seguinte fenômeno: se passarmos a luz solar por um prisma, essa luz branca será decomposta em um conjunto de cores que é denominado de espectro descontínuo, pois a mudança de uma cor para a outra é praticamente imperceptível.

Essas cores são as mesmas que aparecem no arco-íris depois de uma chuva, pois resultam do fato da luz do sol incidir sobre pequenas gotículas de água, separando-se em faixas coloridas distintas, que são sete cores: violeta, anil, azul, verde, amarelo, alaranjado e vermelho.

Cada uma dessas cores são na realidade ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda (λ) diferentes. O comprimento de onda é a distância entre dois picos consecutivos de uma onda, sendo que quanto maior o comprimento da onda, menor será a energia da radiação e vice-versa.

Tais ondas são radiações eletromagnéticas que ficam na região visível, onde os valores de λ ficam entre 400 nm e 700 nm.

Esses pontos nos ajudam a ver que a luz solar possui diversos tipos de radiação, não só as visíveis, mas também radiações que não conseguimos enxergar, que são os raios infravermelho (IV) e os raios ultravioleta (UV).

No espectro eletromagnético abaixo, você verá que essas duas radiações aparecem nos limites do espectro de luz visível, sendo que a radiação infravermelha possui comprimento de onda acima de 700 nm (até 50 000 nm) e a ultravioleta vai de 400 nm a 200 nm.

A radiação infravermelha possui maior comprimento de onda que a ultravioleta e, por isso, sua energia é menor, penetrando muito na pele. É evidente que apesar disso, se houver exposição em excesso a essas radiações, elas podem causar danos à pele, como queimaduras.

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O infravermelho coincide com a faixa de energia necessária para fazer vibrar, ou seja, isto é, movimentar os átomos uns em relação a outros de uma substância sem provocar uma reação.

Já a radiação ultravioleta é a radiação mais energética da luz solar, possuindo grande poder de penetração na pele. Ela é capaz de promover reações químicas que envolvem transições eletrônicas.

A radiação UV se divide em três faixas de energia distintas: UVA (320 nm a 400 nm), UVB (290nm a 320 nm) e UVC (200 nm a 290 nm).

Entre elas, a mais danosa e energética é a UVC. Porém, felizmente, ela não atinge a superfície da terra, pois é filtrada pela camada de ozônio. Daí a grande preocupação com a destruição da camada de ozônio, pois sem ela essa radiação atingirá a superfície da Terra, sendo que ela tem a capacidade de matar organismos unicelulares e prejudicar a córnea dos olhos.

A segunda em maior energia é a UVB, que causa vermelhidão e alguns tipos de câncer, porém ela atinge a superfície da Terra em pequenas quantidades. Assim, a mais perigosa acaba sendo a UVA, se compararmos em condições de exposição igual, pois esta última penetra mais na pele e está presente o dia todo. Alguns pesquisadores até mesmo sugerem que a radiação UVA é a responsável pelos maiores danos causados pela luz solar.

As radiações ultravioletas atuam na formação de radicais livres no interior das células, o que pode causar danos, como o envelhecimento precoce. Pesquisas mostram que mudanças na função do sistema imunológico da pele podem acontecer depois de uma única queimadura, além disso, o câncer de pele tem sido associado à exposição ao UVB.

Para evitar esses danos que são cumulativos e irreversíveis, podemos nos cobrir ou ficar fora do sol. Entretanto, na grande maioria dos casos, o mais sensato a se fazer é usar protetores solares.

Muito se fala sobre a radiação que vem do Sol e seus perigos, mas exatamente o que é radiação solar? Em poucas palavras, a radiação solar é o fluxo de energia emitida pelo Sol e transmitida pelos fótons, as partículas portadoras da luz.

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O que é radiação solar

Podemos dizer, grosso modo, que a luz é um tipo de radiação solar, mas nem todo o espectro dessa energia é luz — a luz visível é apenas uma pequena parte desse fluxo. Existe também uma parte da radiação solar que não chega até a superfície terrestre, ou chega em quantidades bem pequenas. Por exemplo, a radiação ultravioleta, absorvida pela nossa atmosfera — e ainda bem, pois ela é altamente nociva para nós.

Se quisermos saber a respeito de todo o espectro da radiação solar, teremos que considerar também outros tipos de radiação emitidas em escalas ainda menores, como os raios gama. Em suma, a radiação solar, assim como de qualquer outra estrela, é formada por todos os tipos de energia transmitida pelos fótons.

Esses tipos de energia também são conhecidos como comprimentos de onda, porque os fótons, embora sejam partículas, também se comportam como ondas. Para saber qual é o tipo de radiação com a qual estamos lidando em determinada situação, basta medir o comprimento de sua onda.

Essa onda se forma no campo eletromagnético, por isso também é conhecida como espectro eletromagnético. Assim, sempre que estivermos falando de radiação — não apenas solar, mas qualquer uma — estamos falando de ondas eletromagnéticas e, ao mesmo tempo, de emissão de fótons.

Os tipos de radiação, em ordem de menor comprimento de onda para maior, são:

  • Raios cósmicos
  • Raios gama
  • Raios X
  • Ultravioleta
  • Espectro visível
  • Infravermelho
  • Raios T
  • Micro-onda
  • Rádio

Os fótons são emitidos por outros objetos, além das estrelas. Basta aplicar um pouco de energia em um pedaço de metal, por exemplo, e ele se aquecerá, emitindo assim radiação infravermelha. Mas algumas delas são bem mais difíceis de produzir, como os raios gama, por exemplo.

Mas será que o Sol emite todos esses comprimentos de onda? Bem, depende. Por exemplo, o Sol produz raios gama como resultado do processo de fusão nuclear, mas eles são absorvidos ainda no interior da estrela. No processo, os fótons de alta energia (raios gama) são convertidos para fótons de baixa energia antes de chegar à superfície do Sol.

Por outro lado, o Sol mas emite raios gama durante os eventos de erupções solares, que ocorrem de tempos em tempos, principalmente durante os chamados picos de atividade solar. Outro tipo de radiação que o Sol também emite além das já mencionadas são as ondas de rádio, as maiores de todo o espectro eletromagnético.

Mas a maior parte da luz do Sol está nas faixas do infravermelho, da luz visível e ultravioleta. Os raios X, por sua vez, vêm apenas das partes mais quentes e ativas da nossa estrela, a corona. Portanto, quando se trata de radiação solar que podemos receber e medir aqui na Terra, resume-se às faixas entre o infravermelho e o ultravioleta. Para detectar e medir as demais, é preciso enviar sondas ao espaço.

O que é e como medir a incidência solar

A incidência solar é a radiação do Sol que incide sobre uma determinada área na superfície da Terra (radiação direta) ou a difusa, em toda a superfície terrestre. Há vários fatores que devem ser considerados, como o movimento de rotação e translação do planeta, a inclinação do eixo terrestre, cobertura de nuvens, entre outros.

Medir a radiação nesses dois contextos é importante para o estudo das influências das condições climáticas e atmosféricas, por exemplo. Para medir a incidência solar em um local ou região, usa-se pireliômetros, equipamento utilizado para medir a densidade de fluxo da radiação. Para medir a radiação incidente sobre uma superfície, usa-se piranômetros.

Existem muitos modelos de piranômetros, e eles são divididos em primeira (2% de precisão) e segunda classe (5% de precisão). Um desses modelos utiliza uma célula fotovoltaica de silício monocristalino para coletar medidas solarimétrias. Outro modelo mede a diferença de temperatura entre duas superfícies, uma pintada de preto e outra pintada de branco. A expansão das superfícies mostra o valor da energia incidente.

Já os pireliômetros medem a radiação direta, ou seja, a luz que atinge o instrumento, e não uma superfície. Eles têm uma pequena abertura ajustada para focar apenas o disco solar e a região circunsolar e seguem o movimento do Sol. São constantemente ajustados para focalizar melhor a região do sensor. Há ainda os heliógrafos, que registram a duração do brilho solar, focada por uma esfera de cristal de 10 cm de diâmetro.

Efeitos da radiação solar na atmosfera da Terra

Existe uma troca constante de energia solar entre a superfície, a atmosfera e o espaço, como porcentagens de radiação solar incidente. Na atmosfera, é absorvida em média 23% ou mais da radiação, especialmente pelo vapor de água e nuvens em altitudes mais baixas e pelo ozônio na estratosfera.

Na absorção pelo ozônio, que protege a superfície dos raios ultravioleta, a estratosfera ilumina e aquece, produzindo temperaturas máximas de −15 a 10 °C, a uma altitude de 50 km. Mais de 90% da faixa visível do espectro passa pela atmosfera para dar cores aos objetos que vemos na superfície.

A faixa visível, com comprimentos de onda entre 0,4 e 0,7 μm, pode também ser espalhada em vários graus por gotículas de nuvem, moléculas de ar e partículas de poeira. O resultado disso é a coloração do céu (azul durante o dia e alaranjada durante o pôr-do-sol). As gotículas das nuvens espalham os comprimentos de onda visíveis de maneira imparcial, por isso as nuvens geralmente parecem brancas.

Esses fenômenos que "tingem" o céu às vezes são impactados pelas mudanças climáticas, como aquelas causadas pelos incêndios nos Estados Unidos, em 2020, que resultaram em céus vermelhos em várias regiões do país. As emissões de poluentes na atmosfera também alteram o ciclo natural da troca de radiação entre a atmosfera e a superfície da Terra.

Parte da radiação solar é constantemente absorvida pela superfície terrestre — cerca de 46%. Mas isso depende muito da nebulosidade, tipo de superfície e elevação. Por exemplo, se houver nuvens persistentes, grande parte da radiação é espalhada de volta ao espaço e muito pouco chegará à superfície do planeta.

Por outro lado, a absorção constante de energia solar pela superfície da Terra é devolvida ao espaço na forma de calor, ou seja, radiação infravermelha — este comprimento de onda específico está geralmente associado ao aumento de temperatura de algum objeto — nos comprimentos de onda entre 5 e 100 μm. Essa radiação é absorvida pelas nuvens, dióxido de carbono e vapor de água.

Isso significa que a atmosfera impede que a superfície terrestre perca calor, principalmente quando há nuvens baixas, “obrigando” a superfície a absorver a parcela que ficou “presa” da radiação térmica. Sem isso, a superfície seria cerca de 30 °C mais fria. Mas essa troca de radiação entre Sol-atmosfera-superfície continua ocorrendo, em uma relação de causa e efeito e de compensações que nos proporciona as condições que conhecemos.

Fonte: CRESESB, Britannica, Astronomy

O que acontece com os raios solares que atravessam a atmosfera?

A radiação solar atravessa a atmosfera e chega até a superfície terrestre, aquecendo-a. Boa parte da radiação recebida é absorvida, sendo esta parte a responsável pelo aquecimento do planeta. Outra fração - a infravermelha - é refletida e não chega à Terra.

Como ocorre a absorção da radiação solar pela atmosfera?

A maior parte da absorção da radiação solar em comprimentos de onda do intervalo infravermelho deve-se ao vapor d'água e ocorre na troposfera, onde a maior parte do vapor d'água está localizado. Esta parte da absorção apresenta grande variabilidade devido à distribuição do vapor d'água.

O que é radiação solar no topo da atmosfera?

1.2 ESPECTRO SOLAR EXTRA TERRESTRE O espectro da radiação solar no topo da atmosfera se compara a uma curva de radiação espectral de um corpo negro a 6050K. Onde 45% da energia irradiada está compreendida em comprimentos de onda na faixa do espectro visível, normalmente entre 0,3 e 0,7 micrometros.

Qual a relação entre a atmosfera é a radiação solar recebida pelo planeta Terra?

Quando a atmosfera absorve radiação terrestre ela se aquece e eventualmente irradia esta energia, para cima e para baixo, onde é novamente absorvida pela Terra. Portanto, a superfície da Terra é continuamente suprida com radiação da atmosfera e do Sol.

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