Home » Historia do Brasil » Industrialização Brasileira //www.clickescolar.com.br/wp-content/uploads/2017/06/O-QUE-E-INDUSTRIALIZACAO_.mp4 A industrialização brasileira aconteceu um pouco depois da industrialização no resto do mundo. O processo de industrialização teve início com a Revolução Industrial, na Europa, e apenas 100 anos depois, lá em 1930, é que ele se iniciou no Brasil. Hoje, o Brasil ainda é
considerado um país em desenvolvimento. Desde sua descoberta, o Brasil, colônia de Portugal, era explorado como fonte de matéria prima, que começou a ser transportada de navio para ser utilizada nas indústrias portuguesas. A colônia era inclusive proibida de instalar suas próprias indústrias, pois existia um medo de que os seus produtos poderiam competir com o mercado português. Além disso, Portugal temia que o Brasil, se conseguisse ter
sua própria indústria, poderia se tornar independente. E isso não era interessante para a metrópole. Mas a situação começou a mudar com a chegada da família real portuguesa ao Brasil. Os monarcas começaram a perceber a situação do país, que era bem atrasada, e passaram a querer um pouco mais de conforto. As indústrias começaram a ser permitidas em solo brasileiro, e retiraram-se ainda os impostos das matérias primas importadas de fora. Mas o mercado brasileiro ainda
era pequeno, e as medidas não foram muito eficazes para movimentar a economia do país e movimentar a indústria. A economia ainda dependia muito da agricultura e do café, e até meados do século XX, o Brasil continuava muito atrás do resto do mundo em seu processo de industrialização. Nesse momento, o dinheiro advindo do café começou a permitir que os comerciantes locais começassem a investir na indústria. Além disso, a chegada de estrangeiros ao Brasil trouxe tecnologia e inovações ao
país. A população urbana começou a se desenvolver, a república foi proclamada, a escravidão abolida, as relações de trabalho modificadas, e nesse contexto, com a dificuldade de importar produtos industrializados durante a Primeira Guerra Mundial, surgiu o estímulo que faltava para a indústria brasileira começar a se desenvolver. O processo de industrialização brasileiro passou por quatro fases distintas, que explicaremos melhor a seguir. O processo resumido a seguir passou por quatro fases distintas, que são:Processo de industrialização no Brasil
Fases da
industrialização brasileira
Atualizado em: 04/09/2019 na categoria: Historia do Brasil
O processo de industrialização brasileira - ou seja, o fortalecimento dos investimentos no setor fabril e a expansão e crescimento econômico das indústrias - é considerado tardio,
uma vez que, enquanto as potências europeias já experienciaram suas revoluções industriais desde os primeiros anos do século XIX, o Brasil ainda vivia sob o regime de economia colonial. Índice
Introdução
Foi só a partir de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, que o Brasil passou a investir no segundo setor - ou setor industrial - e passou por profundas mudanças econômicas, políticas e sociais.
Mais tarde, durante o governo de Juscelino Kubitschek, o país viu seu ramo industrial crescer exponencialmente, diante do slogan “50 anos em 5” do então presidente.
Veremos, aqui, os fatores centrais da industrialização brasileira durante esses períodos.
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Antecedentes
Enquanto o Brasil teve Portugal como metrópole (1500-1808), a implantação de indústrias foi proibida na colônia, a fim de se evitar a concorrência comercial dos produtos e, principalmente, que o país conquistasse autonomia financeira suficiente para uma possível independência.
Por isso, durante mais de 300 anos, a produção no Brasil foi exclusivamente artesanal, salvo o caso dos engenhos de açúcar.
Em 1808, com a chegada da família real portuguesa no Brasil, o cenário começou a mudar: a implantação de indústrias foi permitida e a importação de matéria-prima para abastecimento das fábricas também.
Entretanto, alguns requisitos deveriam ser cumpridos, como o pagamento de taxas de importação de 15%.
As primeiras indústrias surgidas no Brasil dedicavam-se à produção de tecidos, sabão, alimentos e outros produtos que não demandavam alto grau de tecnologia.
Apesar do surgimento dessas indústrias neste período, até os últimos anos da década de 1920 o maior interesse e investimento econômico no país era direcionado para a ampliação e exportação do café.
A partir de 1929, o Brasil viveu uma grave crise do modelo agrário-exportador, com a intensa queda do rendimento de lucro das plantações de café.
A Crise do Café fez com que os investimentos passassem a ser direcionados para atividades urbanas como as indústrias e, devido à redução das importações, tornou-se necessária a produção de bens de consumo, o que também impulsionou as indústrias.
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A Industrialização Brasileira começa
Entre 1930 e 1955, o setor industrial recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores que haviam acumulado lucros. Com a crise do café, não investiriam mais no setor agrário.
Além disso, outros fatores foram importantes para possibilitar o crescimento da indústria no Brasil:
- a chegada dos imigrantes estrangeiros e suas técnicas industriais;
- a dificuldade de importação de produtos em decorrência da Primeira Guerra Mundial;
- o começo da formação da classe média urbana consumidora.
Governo Getúlio Vargas
A industrialização brasileira teve como consequência a transformação do espaço geográfico e mudanças em diversos aspectos sociais e econômicos, impulsionados pelo Governo Getúlio Vargas.
Dentre elas podemos citar:
- a melhoria dos meios de transporte (malha ferroviária e malha rodoviária, principalmente) para facilitar a distribuição dos produtos;
- a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (1942-1947) em Volta Redonda, responsável pela produção de metais - principalmente aço - fornecidos como matéria-prima para outras fábricas;
- a criação da Companhia Vale do Rio Doce, empresa de exploração de mineração;
- a criação da Petrobrás, empresa estatal produtora de energia;
- a criação das Leis Trabalhistas pelo governo de Getúlio.
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional
É importante pontuar que a maior parte das indústrias neste período encontravam-se no eixo Rio de Janeiro-São Paulo. A concentração de infraestrutura, mercado consumidor e mão de obra qualificada tornaram a Região Sudeste pioneira na industrialização do país.
Entre 1930 e 1955, as indústrias produziram tanto bens de consumo duráveis - como automóveis - quanto bens de consumo não duráveis - desde calçados e roupas até alimentos.
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Industrialização no Governo JK
O processo de industrialização brasileiro adquiriu novos rumos a partir do governo do presidente Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1960.
O Governo JK é considerado nacional-desenvolvimentista, uma vez que o Estado é o grande responsável pelo desenvolvimento econômico e industrial nacional, ao mesmo tempo em que existe certa abertura para o capital estrangeiro. É por conta dessa política que JK acabou por aumentar muito a dívida externa brasileira.
Foi durante esse período que houve um grande crescimento industrial e o consequente aumento do padrão de vida, além da possibilidade de consumo de uma parcela da população: a classe média.
Entretanto, houve também o grande aumento da desigualdade social.
Algumas das características centrais das políticas para a indústria nesse período foram:
- internacionalização da economia: ou seja, abertura para o capital internacional, o que levou a entrada de grandes indústrias multinacionais no país - principalmente automobilísticas - como a Ford, General Motors etc;
- economia baseada em três pilares:
- o Estado e seu capital investindo nas indústrias de base e infraestrutura;
- o capital privado nacional direcionado às indústrias de bens de consumo não duráveis;
- o capital internacional, com investimentos na produção de bens duráveis;
- grande desenvolvimento das áreas urbanas: enquanto foram escassos os investimentos nas áreas rurais.
E os últimos anos?
As premissas básicas das políticas industriais de JK, apesar de adaptadas, permanecem no país até hoje.
Durante a Ditadura Militar, por exemplo, foi intensificada a entrada de empresas e capital estrangeiro, o que veio a comprometer a autonomia do crescimento econômico do país.
Além disso, a modernização econômica que deu origem ao chamado “Milagre Econômico”, entre 1968 e 1973, que aconteceu diante do aprofundamento da dívida externa.
O desgaste causado pelas políticas dos militares foi sentido na década de 1980, quando Brasil teve sua atividade industrial reduzida e altas taxas de inflação.
Desde a década de 1990, as políticas industriais têm sido marcadas pela perspectiva neoliberal, com privatizações de empresas estatais, flexibilização das leis trabalhistas, redução de investimentos em âmbitos sociais etc.
Exercício de fixação
ENEM/2013
Observe a charge abaixo:
Meta de Faminto
JK — Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Que mais quer?
JECA — Um prato de feijão brasileiro, seu doutô!
(THÉO. In; LEMOS, R. (Org ). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001) Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras & Expressões, 2001)
A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, ao:
A evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desigualdades regionais do país.
B destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para o mercado interno.
C enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das contradições socioespaciais.
D ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de trabalhadores.
E mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frentes de trabalho para a população local.