Os métodos contraceptivos mais comuns são camisinha e pílula anticoncepcional. Contudo, ainda há pessoas que consideram o coito interrompido uma outra forma de prevenir gravidez. É importante lembrar que essa não é a melhor tática, já que nem sempre o homem consegue se controlar e retirar o pênis a tempo.
Para completar, o líquido pré-ejaculatório, que é liberado pelo pênis antes da hora "H", pode conter espermatozoides. Ou seja, há risco de engravidar mesmo que o parceiro goze fora, ainda que ele seja menor. Se o ciclo menstrual da mulher não for regular, o cálculo do período fértil fica impreciso, e a preocupação aparece no dia seguinte.
Ele tirou, mas estou insegura, o que fazer?
Isso acontece com bastante frequência, ainda mais depois de saber sobre os riscos do famoso líquido pré-ejaculatório. Se a mulher não estiver tomando anticoncepcional e não contar com nenhum outro tipo de proteção, como o DIU, o ideal seria que ela conversasse com um ginecologista para saber o que fazer após uma relação desprotegida.
Uma saída possível seria tomar a pílula do dia seguinte. Mas vale lembrar que essa medida, caso escolhida, deve ser providenciada rápido, pois sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo.
Assim, o ideal é que a pílula do dia seguinte seja tomada nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual – período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou 3 dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante, e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.
Conclusão? Mesmo quando tomada de forma correta, a pílula do dia seguinte apresenta uma margem de falha e não garante 100% de proteção. Além disso, esse é um método reservado apenas para emergências. Portanto, é aquela velha história: melhor prevenir do que remediar.
Dedo “melecado” depois traz risco?
Uma outra pergunta que chega para gente com muita frequência é sobre o risco de engravidar quando o parceiro, depois de gozar fora, volte a estimular a parceira. O risco existe quando o garoto acaba de ejacular e introduz os dedos sujos de sêmen diretamente no canal vaginal, o que seria quase como uma inseminação. Se ele ejaculou, limpou a mão e só depois introduziu o dedo na vagina, não há motivo para se preocupar.
Bom, mesmo, é não ter estresse
A gente sabe que, no calor do momento, fica difícil controlar tudo o que acontece. E o receio de uma gravidez indesejada causa enorme estresse. Por isso é sempre bom conversar antes mesmo que a coisa esquente. Se o casal ainda está se conhecendo, ou o sexo é casual, o ideal é usar a camisinha desde o início da relação, já que o método também evita as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Já se o casal tem um relacionamento, o mais indicado é que ambos façam exames e discutam se é seguro, mesmo, ficar sem o preservativo. Se for o caso, a mulher deve conversar com o ginecologista sobre o método de contracepção mais adequado para ela.
O medo da gravidez é uma preocupação frequente na vida de muitas pessoas e, por isso, vira e mexe aparecem algumas dúvidas sobre o assunto. Recentemente, um leitor perguntou a Jairo Bouer se era possível engravidar mesmo fazendo coito interrompido e usando a pílula do dia seguinte.
O médico respondeu que as chances são baixas, mas o ideal para diminuir a dúvida nas próximas relações seria usar camisinha e, caso a mulher deseje, fazer uso de algum anticoncepcional.
Isso porque o coito interrompido e a pílula do dia seguinte são considerados métodos de emergência e não de proteção.
Vale lembrar também que o líquido pré-ejaculatório, que é liberado pelo pênis antes da hora "H", pode conter espermatozoides. Ou seja, há risco de engravidar mesmo que o parceiro goze fora, ainda que ele seja menor. Se o ciclo menstrual da mulher não for regular, o cálculo do período fértil fica impreciso, e a preocupação aparece no dia seguinte.
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Coito interrompido é quando, numa relação sexual, o homem pressente a ejaculação, retira o pênis e ejacula fora da vagina. É um dos métodos contraceptivos mais antigos que existe.
Possui baixa efetividade, pois as secreções do pênis na fase de excitação podem conter espermatozoides viáveis. Além disso, pode ser difícil conter a ejaculação. Mesmo quando há o controle, é possível que alguns espermatozoides estejam na uretra devido à liberação do fluido pré-ejaculatório (também conhecido como lubrificação) e com isso, a possibilidade de haver fecundação também existe.
Em comparação com a pílula anticoncepcional, que apresenta 0,1% de índice de falha, o coito interrompido possui 4% para casais que usam efetivamente esse método. A principal causa do insucesso é a falta de controle masculino.
Para aqueles que desejam realizar esse método, recomenda-se urinar entre as ejaculações para que assim o fluído pré-ejaculatório não contenha espermatozoides.
A falta de segurança do método pode gerar desgaste psicológico tanto para o homem quanto para a mulher. A relação sexual tende a se tornar insatisfatória.
Mulheres que apresentam um ciclo menstrual regular e fazem o uso da tabelinha junto ao coito interrompido possuem um pouco mais de segurança. A única vantagem desse método contraceptivo é que qualquer pessoa pode utilizá-lo quando não possui outros métodos, o que explica esse ser um método antigo de prevenção da gravidez. Atualmente, com a ampliação das técnicas e da acessibilidade a vários métodos contraceptivos, o coito interrompido não é um procedimento indicado para contracepção.
Apesar de ser muito utilizado, esse método contraceptivo não previne contra as doenças transmissíveis, como HPV.
Fontes:
Dr. Sérgio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP
Sallet, Carla Goes. Mãe…e agora?. In: Como evitar uma nova gravidez. P 276. 2003. Editora Senac. São Paulo – SP