A morte não é nada autor

Dom Julio Endi Akamine

Tenho que discordar dessa afirmação. Sabemos que nossa vida é mortal e finita, que a morte está inscrita na nossa condição e que deveríamos achar a morte “natural” como comer, beber e nascer. A morte não é nada, como comer, beber e nascer: será isso verdade?

O ser humano come, mas isso não faz do nutrimento algo meramente “natural”. Pelo contrário, o ser humano cercou a alimentação de elaborações, criatividade e ritos que a transformaram em arte, cultura, confraternização. Em torno da mesa, os amigos se tornam ainda mais amigos, os inimigos se reconciliam, os pais se doam aos filhos, e estes os acolhem com gratidão. Comer não é simplesmente um natural “botar algo na barriga”!

Nascer não é meramente vir a este mundo. Experimentamos o nascimento como evento que marca a nossa vida. Cada filho que nasce provoca também o nascimento de um pai e de uma mãe. A criança empurra os pais para a maturidade, uma vez que a partir do nascimento eles não se preocupam apenas com a felicidade própria, mas se tornam responsáveis pela vida de um terceiro.

A morte não é nada? Diga isso para uma mãe que perdeu seu filho para a criminalidade, as drogas, a fome, a guerra. A morte não é nada? Diga isso para as pessoas que perderam os pais idosos para a pandemia e que não puderam se despedir deles com um funeral.

A morte não é nada? Diga isso para Deus que não poupou o seu próprio Filho a fim de que nós pudéssemos ter vida.

Acabamos de celebrar o Tríduo Pascal e tivemos a oportunidade de, mais uma vez, contemplar a paixão de Jesus. Na celebração da paixão, caímos na conta da presença ainda lancinante de todos os sofrimentos da humanidade, das trevas que cobrem o mundo atual, da solidão dos que foram esquecidos e deixados para trás. A morte não é nada? Diga isso a Jesus que sofreu a agonia do Getsêmani, foi injustamente condenado, foi pregado na cruz como malfeitor e experimentou o abandono do Pai. A Paixão de Cristo ainda não terminou, por isso não tenho como concordar de que “a morte não é nada”!

A fé na ressurreição não é ópio para esquecer a dor do mundo. Ela é a proclamação de que a dor do mundo foi carregada nos ombros do Bom Jesus. Ela não é a negação da morte; é um responder ao mistério da morte com um mistério ainda maior: a vida em Deus. A ressurreição não torna a morte inócua! Ela a assimila, a supera e a vence. A fé não é a conclusão de um raciocínio que julga que a morte seja natural; ela é uma oferta humilde que espera que aceitemos o dom da vida nova nascida da cruz.

A assimilação da paixão não deprime a nossa fé na ressurreição. Pelo contrário a promove e a exalta, exatamente porque a paixão é a passagem para a vida nova da ressurreição. Por isso, Paulo pôde escrever: “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9).

Nós sabemos que caminhamos para a morte, mas, por causa da fé em Cristo, experimentamos também que caminhamos para Ele. Todo o nosso ser tende para esse encontro como o encontro da felicidade suprema. Da mesma forma como experimentamos a morte, que impõe a sua presença, vamos ao encontro de alguém que não está ausente porque ressuscitou. Como o medo mais intenso é saber que a morte já está em ato no nosso presente, assim a felicidade mais imediatamente acessível é estar com Cristo. A união com Cristo começa a preencher o nosso coração já nesta vida terrena e traz uma alegria que nem mesmo os sofrimentos mais agudos podem tirar.

Antes de concluir um esclarecimento: a afirmação “a morte não é nada” foi atribuída a Santo Agostinho, mas até agora não consegui achar onde está essa citação. Agostinho nunca experimentou a morte dessa forma: nem a morte do amigo, nem a da sua mãe, tampouco a própria.

Feliz Páscoa da Ressurreição!

Dom Julio Endi Akamine é arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba.

Quem é o autor do poema A morte não é nada?

Henry Scott-Holland A morte não é nada - Henry Scott-Holland.

Como rezar para Santo Agostinho?

Orações para Santo Agostinho Por Cristo nosso Senhor. Amém." "Santo Agostinho, cheio de dignidade, de amor fervoroso e brilho incansável, ampara-nos e protege-nos da infelicidade, do perigo, da calúnia, dando-nos sabedoria, discernimento, calma e presença de amor divino.

O quê Santo Agostinho fala sobre a oração?

"A tua oração é como uma conversa com Deus. Quando lês, Deus fala-te; quando oras, és tu que lhe falas."

Como se escreve santo anjo?

Versão mais conhecida. Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.

O quê Santo Agostinho buscava?

Santo Agostinho tinha particular interesse nos estudos sobre como conciliar fé e razão. Sendo a mente humana mutável e falível, como atingir, a partir dela, a Verdade eterna? Para Santo Agostinho, a filosofia antiga, apesar de pagã, seria uma preparação da alma, muito útil para a compreensão da verdade revelada.

Como é a oração do Santo Anjo do Senhor?

Versão mais conhecida. Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém. ... A prece se dirige ao Anjo tratando-o por TU (como pode-se ver na frase “se a TI me confiou…”), portanto, as formas do imperativo devem ser da segunda pessoa: “...

Quem é o verdadeiro autor do poema A morte não é nada?

A morte não é nada - Henry Scott-Holland.

O que diz Santo Agostinho sobre a morte?

Afirma o próprio Agostinho: “Não existe ninguém que não esteja mais próximo da morte depois de um ano que antes dele, amanhã mais do que hoje, hoje mais do que ontem, pouco depois mais do que agora e agora pouco mais do que antes” (AGOSTINHO, Cidade de Deus. XIII, 10. p. 105).

Qual o Santo que fala sobre a morte?

A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi sem ênfase de nenhum tipo sem nenhum traço de sombra ou tristeza?

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?