As novas tecnologias de informação e comunicação, como a wikipédia

1 Introdu��o

A fim de incentivar pesquisas que levem � produ��o de documentos de divulga��o cient�fica em ve�culos de comunica��o, a FAPESP (Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo) criou, em 1999, o programa Jos� Reis de Incentivo ao Jornalismo Cient�fico, que apoiou, at� 2018, 174 projetos. Conhecido pelo nome M�dia Ci�ncia, o programa tem como objetivo espec�fico “estimular a cria��o de cursos de jornalismo cient�fico, dentro e fora do �mbito acad�mico, com o eventual patroc�nio de empresas de comunica��o” (FUNDA��O DE AMPARO � PESQUISA DO ESTADO DE S�O PAULO FAPESP, s.d.).

Inclusive, um dos requisitos do edital para a aprova��o da bolsa � que o candidato fa�a e apresente o certificado de conclus�o de um curso de jornalismo cient�fico. A FAPESP exige que o curso tenha 90 horas-aula e que sejam abordados seis t�picos: Metodologia e Filosofia da Ci�ncia; Hist�ria da Ci�ncia e da Tecnologia; �tica da Ci�ncia; Temas Centrais da Ci�ncia Contempor�nea; Modos de Organiza��o e Financiamentos dos Sistemas de Pesquisa no Brasil e no Exterior; e M�dias, Linguagens e Pr�tica do Jornalismo Cient�fico. Contudo, h� uma escassez de cursos do tipo. Diante desse panorama, a proposta de criar um curso de introdu��o ao jornalismo cient�fico �, em parte, para atender a uma expectativa da FAPESP.

A produ��o do curso foi objeto da bolsa 2017/05969-0, que come�ou em abril de 2017. Na primeira parte, a pr�tica do jornalismo cient�fico no Brasil foi tema de uma revis�o bibliogr�fica que resultou em um artigo acad�mico escrito por Dieb e Peschanski (2017). Paralelamente, foi definido o planejamento da execu��o e as caracter�sticas fundamentais do curso, entre as quais a de ser um curso a dist�ncia, disponibilizado na web. Na segunda parte da bolsa, o foco voltou-se � cria��o de material did�tico para as aulas, tanto em formato textual quanto audiovisual. Outra tarefa iniciada foi a programa��o da p�gina do curso na Wikiversidade, que diz respeito ao design apresentado e estrutura��o das informa��es. A elabora��o do curso ocorre no contexto do Centro de Pesquisa, Inova��o e Difus�o em Neuromatem�tica (CEPID NeuroMat), projeto FAPESP 2013/07699-0, coordenado pelo probabilista Jefferson Antonio Galves. O NeuroMat tem especificamente uma �rea voltada para a difus�o cient�fica, com consider�vel experi�ncia em projetos wiki, tal qual relatam em artigo acad�mico Paix�o et al. (2016).

A experi�ncia da �rea de difus�o do CEPID NeuroMat em projetos wiki foi o fator principal para a escolha da Wikiversidade como plataforma do curso. A Wikiversidade � um projeto voltado � educa��o online mantido pela Funda��o Wikimedia, a mesma que sustenta a Wikip�dia. Os pr�ximos par�grafos deste artigo abordam conceitos e autores que colaboram para uma reflex�o cr�tica do curso desenvolvido no contexto CEPID NeuroMat, cujo relato de caso ser� apresentado na parte final. O come�o trata da tr�ade comunica��o, educa��o e tecnologia, seguindo para o uso das tecnologias de informa��o e comunica��o na educa��o. Depois, o foco � o desenvolvimento hist�rico da educa��o a dist�ncia e a influ�ncia das inova��es tecnol�gicas, para ent�o falar sobre os aspectos do ensino via Internet e da Web 2.0. Por fim, o relato de caso estrutura-se sobre tr�s das principais caracter�sticas do curso de introdu��o ao jornalismo cient�fico: ensino online e digital, licen�a e acesso aberto e constru��o colaborativa e conectada.

1.1 A tr�ade educa��o, comunica��o e tecnologia

As pr�ticas de educa��o e de comunica��o modificam-se � medida que inova��es tecnol�gicas s�o integradas ao cotidiano e apropriadas socialmente. Gomez (2002, p. 57) coloca como uma das problem�ticas substantivas do novo mil�nio a tr�ade comunica��o, educa��o e novas tecnologias, sendo desafio central

n�o s� para os comunicadores e os educadores preocupados pelo avan�o da tecnologia telem�tica e digital, e suas m�ltiplas vincula��es m�tuas, mas tamb�m para a democracia e, claro, para a cultura, como processos maiores que contextualizam e condicionam a gera��o, circula��o e consumo do conhecimento.

Uma poss�vel intersec��o das duas �reas � o ensino do jornalismo, para o qual Melo (2007) sugere ser preciso “potencializar os recursos oferecidos pelas novas tecnologias digitais”. Pode-se dizer que o conjunto das “novas tecnologias digitais” est� inserido em outro maior, o das tecnologias de informa��o e comunica��o, conhecido pela sigla TIC, intrinsecamente ligado � educa��o, mais especificamente � educa��o a dist�ncia (BELLONI, 2002, p. 123; OLIVEIRA; JUNIOR, 2016, p. 99).

Formiga (2009) apud (OLIVEIRA; JUNIOR, 2016, p. 99) sugere que a conex�o entre as duas �reas, comunica��o e educa��o, assenta-se sobre a “dinamicidade e inova��o que as transformam e modernizam”. Belloni (2002, p. 123) descreve o “fen�meno da educa��o a dist�ncia” como “parte de um processo de inova��o educacional que � a integra��o das novas tecnologias da informa��o e comunica��o nos processos educacionais”. Tal processo hist�rico ocorre na medida em que surgem novas tecnologias em determinadas �pocas. Dessa perspectiva, � poss�vel separar o desenvolvimento da educa��o a dist�ncia em “gera��es de inova��o tecnol�gica” (GOMES, 2003, p. 138). Sobre o conceito de “gera��es”, ressalta-se que a separa��o n�o � est�tica, pois tecnologias novas e antigas coexistem, assim como gera��es mais velhas e mais novas, ocorrendo, assim, o encontro de pr�ticas e valores distintos.

2 Gera��es de inova��o tecnol�gica

Gomes (2003) faz uma s�ntese hist�rica das quatro gera��es de inova��o tecnol�gica. A primeira gera��o seria a do ensino por correspond�ncia, “monom�dia”, em que textos eram distribu�dos pelos correios. Por causa da dist�ncia e do tempo que levava para as correspond�ncias serem entregues, era quase inexistente o contato entre aluno e tutor e inexistente entre os pr�prios alunos. A segunda gera��o, a da teleduca��o, tornou-se multim�dia pois texto, som, imagem est�tica e imagem v�deo eram distribu�dos pelo r�dio e pela televis�o. O contato aluno e tutor era m�nimo, pois, embora facilitado pelo telefone, necessitava de uma sincronicidade entre ambos, enquanto o contato entre alunos continuou inexistente.

Ainda de acordo com Gomes (2003), a terceira gera��o seria a multim�dia. O estudante podia receber pelos correios as m�dias contidas em objetos, como CD-ROM e DVD, sem depender da programa��o radiof�nica e televisiva, al�m de haver interatividade com o material. O contato aluno e tutor tornou-se frequente, muito em conta dos computadores e do correio eletr�nico, que tiraram da comunica��o a necessidade da sincronicidade. Embora fosse m�nimo, o contato entre os alunos passou a ocorrer, em geral, por meio de troca de e-mails, mensagens em f�runs e videoconfer�ncias.

Por fim, chegou-se � quarta gera��o, chamada pela autora de “aprendizagem em rede”, que seria a em que estamos. Nela, h� disponibiliza��o de vasto recurso multim�dia, distribu�do pela internet, que pode ser tanto produzido pelo tutor e por uma institui��o, quanto pelos pr�prios alunos. H�, pois, o aspecto colaborativo da quarta gera��o de tecnologia de ensino a dist�ncia. Alunos e tutores t�m contato muito frequente, assim como os alunos t�m contato frequente e significativo entre si. Em uma tentativa de enquadrar a Wikiversidade no conceito de “gera��es de inova��o tecnol�gica”, talvez seja razo�vel coloc�-lo como parte da quarta gera��o, pois ela permite a intera��o entre qualquer usu�rio (professor, tutor, aluno), � um espa�o que pode ter conte�dos multim�dia e h� o aspecto colaborativo da constru��o de um curso completo ou de uma aula. Ver-se-� mais abaixo uma descri��o mais espec�fica da Wikiversidade.

A modalidade “a dist�ncia” n�o � a �nica da educa��o a usufruir as tecnologias. Segundo Gomes (2005), h� mais tr�s modalidades que integram tecnologias � educa��o. Uma � o “ensino presencial com recursos tecnol�gicos”, conjunto que envolve as atividades presenciais que usam, por exemplo, uma lousa digital ou uma televis�o com entrada para v�deo. Outra � chamada de “extens�o virtual” da sala de aula presencial, que envolve situa��es em que as escolas disp�em de uma plataforma virtual de ensino, e l� disponibilizam atividades, ementa de aulas e conte�do did�tico. Nesse sentido, um exemplo � o Moodle1, software livre de apoio � aprendizagem cujo desenvolvimento � feito com base na pedagogia do construtivismo social. O terceiro conjunto � o do “auto-estudo com base em documentos eletr�nicos”, como quando um sujeito compra revistas preparat�rias para concursos que trazem um CD-ROM ou um DVD com aulas gravadas ou outro tipo de conte�do did�tico. A quarta modalidade, j� apresentada, � do ensino a dist�ncia, que, para Gomes (2005, p. 233),

trata-se de um dom�nio da educa��o em que as tecnologias s�o fundamentais, pois, quer a transmiss�o de conte�dos quer a pr�pria rela��o pedag�gica, t�m que ser mediatizadas de forma a ultrapassar as barreiras do espa�o e do tempo, que separam professor e alunos (formado e formandos).

Est� surgindo, na an�lise de Taylor (2001) apud (SANTOS, 2009, p. 25), a quinta gera��o, que seria caracterizada pela ado��o de sistemas aut�matos de resposta por parte das tecnologias da quarta gera��o, mas o artigo n�o entrar� nesse ponto citando-o apenas a t�tulo de curiosidade. A quest�o da “midiatiza��o” na educa��o envolve desafios para os atores envolvidos no processo de concep��o e uso de materiais did�ticos multim�dia, pois “faz-se necess�rio que os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem estejam inseridos e familiarizados com as m�dias” (OLIVEIRA; JUNIOR, 2016, p. 97). Assim, atuar na educa��o a dist�ncia, dizem Oliveira e Junior (2016, p. 99), � “atuar no terreno da transitoriedade, da incerteza, da ousadia e da celeridade, porque esta � a educa��o da flexibilidade”. A “transitoriedade” pode ser vista na mudan�a do comportamento das pessoas na rede e de como os softwares s�o usados na Web 2.0. Esse termo difundiu-se ap�s a empresa O’Reilly Media2 us�-lo, em 2004, para referir-se � segunda gera��o de softwares e aplicativos da Internet que possibilitam maior intera��o entre os usu�rios (LUCENA, s.d., p. 283).

Junior e Coutinho (s.d., p. 71) afirmam que a vers�o anterior tinha como principal atributo a enorme quantidade de informa��o dispon�vel na rede, mas os aplicativos e servi�os eram pagos e acess�veis a poucos. J� na Web 2.0, seguem os autores, surgem novos aplicativos e recursos gratuitos, que t�m como vantagem a f�cil utiliza��o por pessoas sem conhecimento em inform�tica ou programa��o. “De acordo com esta nova filosofia, os utilizadores tornam-se produtores da informa��o, distribuindo e partilhando atrav�s da Internet os seus conhecimentos e ideais de forma f�cil e r�pida” (JUNIOR; COUTINHO, s.d., p. 72).

Um universo que permite a produ��o, distribui��o e partilha de forma “f�cil e r�pida” � o dos wiki. Embora tenham surgido no in�cio da d�cada de 1990, os wiki s�o softwares que ganharam destaque a partir dos anos 2000 com as novas pr�ticas relacionadas � Web 2.0. Amiel e Soares (2015, p. 114) definem os wiki como “softwares que oferecem a seus usu�rios, com maior ou menor grau de liberdade, uma estrutura��o de bases de dados a partir, essencialmente, do manuseio de p�ginas e hiperlinks”. Ward Cunningham desenvolveu, em 1995, o primeiro site wiki, chamado de WikiWikiWeb. A palavra wiki vem de um dialeto do Hava�, Estados Unidos, que quer dizer “r�pido, ligeiro, veloz”, atributos esses que, em maior ou menor grau, aplicam-se � edi��o de uma p�gina wiki (MORAES et al., 2016, p. 78).

Sobre as ferramentas wiki para o ensino, Moraes et al. (2016, p. 78) dizem que elas apresentam caracter�sticas que parecem justificar o uso pedag�gico. Nesse sentido, os autores falam do aspecto colaborativo dos wiki, o que potencializa a constru��o colaborativa do conhecimento; da din�mica constante de troca de pap�is entre especialistas e estudantes, professores e alunos; e, do ponto de vista t�cnico, das poss�veis experimenta��es tecnol�gicas, que seria um anseio dos estudantes em sua forma��o acad�mica (CUMMINGS, 2009; RUTH, 2009; KONIECZNY, 2007, apud MORAES et. al., 2016, p. 78).

Outra caracter�stica da ferramenta wiki � que qualquer pessoa pode colocar qualquer conte�do na p�gina sem se registrar (SUORANTA; VAD�N, 2017, p. 2). N�o ter de usar um nome real ou foto, nem ter de comprovar t�tulos acad�micos ou experi�ncia profissional para contribuir com um tema espec�fico s�o aspectos das p�ginas wiki. O hist�rico de modifica��es, pass�vel de acesso por qualquer usu�rio, permite aos outros usu�rios a capacidade de corre��o e ajuste. Um clique e a p�gina retorna ao que era antes. “A ferramenta wiki permite a produção coletiva, [...] em página que comporta espaço para discussão, produção textual (em forma escrita, imagética e sonora), e registro do histórico das edições” (GOMES; LIMA SOARES, 2011, p. 174).

Consequentemente, � capaz que haja, portanto, uma cont�nua modifica��o das p�ginas (ZHANG; DELOOSE, 2009, p. 93). Ainda no que diz respeito �s p�ginas wiki e a educa��o, mais especificamente a educa��o online, Junior e Coutinho (s.d., p. 69) elencam quatro particularidades:

a) permite a realiza��o de trabalhos colaborativos ao n�vel de todo um grupo (reposit�rios de aulas, recria��o de manuais, gloss�rios); b) possibilita a intera��o din�mica tanto entre colegas como pelo professor (pela inclus�o de coment�rios, sugest�es, corre��es); c) permite ver todo o hist�rico de modifica��es, permitindo ao professor/formador avaliar a evolu��o registrada; e d) possibilita a cria��o de estruturas de conhecimento partilhado numa comunidade de aprendizagem.

O aprendizado em p�ginas wiki � chamado de “wikilearning” por Suoranta e Vad�n (2015, p. 1) (tradu��o nossa) e caracteriza-se pela “participa��o volunt�ria, compartilhamento altru�stico de ideias e recursos, e coletivismo an�nimo”. Sobre o funcionamento do “wikilearning”, os autores falam que ele ocorre com o “aprendizado entre pares, ou seja, aprendendo um com o outro, e ajudando o outro a aprender”. A reciprocidade, por�m, n�o � obrigat�ria, pois uma pessoa pode usar o conte�do de uma p�gina wiki sem acrescentar nada, assim como ela pode acrescentar conte�do sem usar o que j� existia. O projeto wiki mais conhecido � a Wikip�dia, mantido pela Funda��o Wikimedia, a mesma organiza��o sem fins lucrativos que gerencia a Wikiversidade, onde est� hospedado o curso de introdu��o ao jornalismo cient�fico, sobre o qual se falar� mais adiante. A diferen�a entre a Wikip�dia e a Wikiversidade est� no objetivo: enquanto a primeira visa � cria��o de artigos para uma enciclop�dia, a segunda visa usar a tecnologia wiki para promover o aprendizado. Amiel e Soares (2015, p. 118) apontam a Wikip�dia como caso paradigm�tico das possibilidades da Internet e das novas tecnologias para “demonstrar como as tens�es entre o ideal e o real se manifestam em obst�culos � plena implementa��o de projetos”. Do mesmo modo, desenvolver um curso na Wikiversidade trouxe alguns desdobramentos de interesse mais geral.

A primeira vers�o da Wikiversidade, em ingl�s, est� no ar desde agosto de 2006. Segundo Lawler (2008) (tradu��o nossa), s�o tr�s os principais prop�sitos de ela existir: a) desenvolver e hospedar materiais educacionais, como v�deos, guias, ensaios, planos de aulas; b) prover um espa�o para o desenvolvimento de atividades de aprendizado e de comunidades; c) facilitar projetos de pesquisa e hospedar resultados de pesquisa. Lawler (2007) (tradu��o nossa) e Lai e Liou (2009) (tradu��o nossa) falam que o processo de aprender na Wikiversidade �, basicamente, “aprender fazendo”, embora esse modelo, segundo Lawler (2007) (tradu��o nossa) n�o seja “completamente compreendido ou at� seguido na pr�tica”. Em uma especula��o superficial sobre o que seria o “aprender fazendo” no �mbito dos wiki, talvez seja razo�vel dizer que envolve todo o espectro de a��es poss�veis em p�ginas wiki, como, por exemplo, a corre��o gramatical de trechos de um verbete da Wikip�dia ou a programa��o da p�gina inicial de um curso na Wikiversidade.

O desenvolvimento do curso de introdu��o ao jornalismo cient�fico pela equipe de difus�o do CEPID NeuroMat espera, como dito no in�cio do artigo, alcan�ar um dos objetivos espec�ficos da FAPESP com o programa Jos� Reis de Incentivo ao Jornalismo Cient�fico. A estrutura��o dos m�dulos foi baseada na recomenda��o da FAPESP no edital do programa, que pede ao requerente desenvolver um curso de jornalismo cient�fico de 90 horas-aulas e que sejam abordados seis t�picos citados anteriormente.

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Figura 1
P�gina inicial do curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico.
Fonte: Wikiversidade.

Intitulado de “Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico”, o curso (Ver Figura 1) teve sua produ��o iniciada em 9 de maio de 2017. A produ��o foi coordenada pela equipe de difus�o do CEPID NeuroMat e contou com o apoio do grupo de usu�rios Wikimedia no Brasil, da FAPESP e da Universidade de S�o Paulo. O desenvolvimento do curso come�ou pelo conte�do do M�dulo 5, que serviu como piloto, e � chamado de “Modos de Organiza��o e Financiamento dos Sistemas de Pesquisa, no Brasil e no Exterior”. Ele cont�m 35.644 caracteres, oito imagens de gr�ficos e mapas, seis v�deos e 13 quizzes, distribu�dos pelas seguintes aulas:

  • Panorama mundial dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (Ver Figura 2);

  • Os primeiros financiamentos de P&D e sua chegada ao Brasil;

  • O estabelecimento da pesquisa no Brasil;

  • A estrutura de financiamento para a ci�ncia no Brasil;

  • As institui��es respons�veis pela pesquisa e pela distribui��o da verba;

  • Pesquisadores: quem s�o, onde trabalham e quais as �reas de atua��o.

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Figura 2
P�gina da aula inicial do quinto m�dulo “Modos de Organiza��o e Financiamento de Pesquisas no Brasil e no Exterior”.
Fonte: Wikiversidade.

A programa��o da p�gina do curso foi um desafio devido � escassez de cursos online de fato na Wikiversidade em portugu�s e � necessidade de compreender as linguagens necess�rias para escrever os c�digos: Lua, JavaScript e CSS. A maioria das p�ginas da Wikiversidade �, na verdade, ementas e programas de aulas presenciais e grupos de estudo. Ent�o, foi necess�rio buscar por modelos de cursos nas Wikiversidade em outras l�nguas. Isso facilitou por um lado, pois programar tudo do zero daria muito mais trabalho do que seguir um modelo. Por outro, foi preciso compreender a linguagem do modelo e ajust�-lo �s necessidades do curso. Al�m disso, o c�digo original veio com algumas falhas, como links que n�o levavam a p�gina alguma. Por exemplo, h� a op��o de publicar uma pergunta ou coment�rio para levantar uma discuss�o no f�rum. Ao test�-la, verificou-se que a postagem n�o aparecia no f�rum. O problema veio do c�digo original, elaborado por um curso da Wikiversidade angl�fona e, para encontr�-lo e solucion�-lo, foi necess�rio ir a fundo nas v�rias linhas de c�digo para entender o caminho constru�do pelo desenvolvedor (Ver Figura 3).

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Figura 3
A �rea de programa��o da Wikiversidade com parte das linhas de c�digo MediaWiki base para o funcionamento.
Fonte: Wikiversidade.

Optou-se por n�o usar apenas texto como conte�do did�tico do curso. Isso vai na linha de Filatro (2008, p. 71) e Mattar (2014, p. 106), que consideram o material educativo em formato multim�dia como “um dos principais benef�cios do aprendizado eletr�nico em rela��o ao aprendizado convencional” (FILATRO, 2008; MATTAR, 2014, p. 3 apud SANTO; BOHRZ, 2015). Em um relato sobre a cria��o do primeiro MOOC (Massive Open Online Course) da Universidade do Porto, Martins, Regadas e Amaral (2016, s.p.) consideram que “a produ��o de conte�do audiovisual de alta qualidade faz de fato a diferen�a no envolvimento dos formados com o curso”. Para Cruz (2008, p. 26), os meios audiovisuais atraem e s�o t�o populares porque t�m sua base numa “linguagem complexa, sensorial, que atinge nossa percep��o como um todo, de forma gratificante e que deve muito de sua express�o ao cinema”.

Levando em considera��o a virtual capacidade dos recursos multim�dias e, nomeadamente, do audiovisual para o conte�do did�tico, tamb�m foram criados v�deos para os m�dulos. Para tanto, os envolvidos na cria��o do curso tiveram de roteirizar, produzir, gravar e editar o conte�do audiovisual. Para os v�deos, foi usada uma t�cnica chamada de overhead shooting, na qual a c�mera posiciona-se acima de uma pessoa, de forma que aparece somente o bra�o dela, normalmente desenhando. Parte dos v�deos foram produzidos no contexto da bolsa 2016/25810-3, sobre o uso da imagem complexa na difus�o cient�fica (EBOHON; PESCHANSKI, 2017). Um deles, “O que � pesquisa e desenvolvimento”, foi feito com o Videoscribe, um software que permite a produ��o audiovisual sem que haja uma grava��o de fato. Ou seja, o programa usa grava��es pr�vias de overhead shooting, que veem junto com o programa, de uma pessoa escrevendo ou desenhando palavras ou imagens de um banco de dados tamb�m do programa. Contudo, o processo � demorado e o resultado, um tanto quanto artificial. Depois, teve in�cio a grava��o de v�deos propriamente dito com a t�cnica de overhead shooting, como no caso do v�deo “Panorama mundial dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento” (Ver Figura 4).

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Figura 4
Cena do v�deo "Panorama mundial dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento".
Fonte: autores deste artigo.

Adotou-se o acesso aberto e a licen�a aberta (CC BY-SA 4.0) para todo o curso, do c�digo usado na programa��o ao conte�do did�tico. Isso porque um dos objetivos n�o s� da Wikiversidade, mas da Funda��o Wikimedia, � “liberar o trabalho criativo e cultural das restri��es e limita��es das leis de copyright” (FRIESEN; HOPKINS, 2008, s.p.) (tradu��o nossa). A Funda��o Wikimedia tamb�m apoia o Wikimedia Commons, reposit�rio que disponibiliza arquivos multim�dia (imagens, sons e v�deo) de car�ter educativo e/ou pedag�gico em licen�a livre ou em dom�nio p�blico. Est� no Wikimedia Commons, inclusive, o material did�tico criado para o curso, e que, por causa da licen�a aberta, pode ser reutilizado para outros fins. Do mesmo modo, � poss�vel adicionar �s aulas conte�dos j� existentes, de licen�a compat�vel com a da Wikiversidade.

Quando uma ferramenta ou um conte�do � dispon�vel em licen�a aberta, ela pode ser chamada de Recurso Educacional Aberto (REA). Segundo Aires (2016, p. 260), eles s�o “qualquer tipo de materiais educativos do dom�nio p�blico ou associados a uma licen�a aberta” (AIRES, 2016, p. 260). Tori (2015, p. 52) sugere que a import�ncia dos REA seja a capacidade de usar, modificar e adaptar conte�dos e m�dias, “os quais passam a ficar dispon�veis para outros interessados”. No entanto, a cria��o de um REA pode necessitar de capacidades espec�ficas, como a edi��o de v�deo. Nessa linha, Tori (2015, p. 52) afirma que, se “cada professor tiver de desenvolver seus pr�prios conte�dos, n�o sobrar� tempo para sua atividade fim, al�m de ser dif�cil para um professor dominar bem a produ��o de diferentes m�dias”.

Foi feita uma procura por conte�dos de licen�a aberta e compat�veis com a da Wikiversidade que pudessem ser reutilizados com material para curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico. Apesar de menos do que o esperado, a procura trouxe alguns resultados. Foram encontrados conte�dos para algumas aulas em espa�os como os blogs Scielo em Perspectiva e Tra�o de Ci�ncia, mantidos respectivamente pela Rede ScieELO e pelo CEPID NeuroMat, e o SciDev.Net, site jornal�stico com foco em ci�ncia e tecnologia para o desenvolvimento global. Da Wikiversidade angl�fona, tiramos os templates das caixas seccionais da p�gina inicial (a separa��o entre “apresenta��o”, “m�dulos”, “contato”) e a estrutura dos quizzes, que foram ajustados ao curso (Ver Figura 5).

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Figura 5
Quiz usado na aula "Panorama mundial dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento" do quinto m�dulo.
Fonte: Wikiversidade.

A despeito de n�o ser o objetivo deste artigo enquadrar o curso em alguma classifica��o de ensino online, parece-nos razo�vel apont�-lo como semelhante aos MOOC, os cursos online abertos e massivos (Massive Open Online Courses). Os MOOC surgem no contexto da Web 2.0 e podem ser vistos como uma modalidade de ensino a dist�ncia (FORNO; KNOLL, 2013, p. 185). Amiel e Soares (2015, p. 116) dizem que esses cursos formam o mais recente movimento a receber o “selo de abertura”. Talvez seja razo�vel dizer que os cursos abertos s�o parte da educa��o aberta, cujas diversas defini��es t�m em comum a remo��o de barreiras, segundo Forno e Knoll (2013, p. 180).

Tais barreiras podem ser econ�micas e acad�micas, como a obrigatoriedade em pagar uma taxa de matr�cula ou de apresentar algum tipo de certifica��o acad�mica. Outra barreira � a da exclusividade sobre uma informa��o. Quando ela inexiste, como no caso dos REA, torna-se vi�vel a “produ��o baseada em commons”, que usa, de acordo com Benkler (2009, p. 18), “insumos de um commons sobre o qual ningu�m tem direitos exclusivos, e que libera os seus produtos de volta para o mesmo commons, enriquecendo seus criadores e qualquer um que, como eles, siga os mesmos padr�es de produ��o”.

Entre os MOOC, h� uma diverg�ncia de entendimento do conceito “aberto” e, por efeito, em rela��o � remo��o das barreiras, que levou estudiosos a separar os MOOC em dois grupos, cMOOC e xMOOC. Sobre o primeiro grupo, Teixeira et al. (2015, p. 6) falam que

Enquanto os cMOOCs s�o de natureza conectivista e entendem o conceito de ‘aberto’ tal como este foi definido no campo da educa��o aberta (OERs, OEPs), os xMOOCs seguem uma abordagem mais tradicional da aprendizagem e entendem ‘aberto’ sobretudo como um sin�nimo de ‘gratuito’.

O primeiro MOOC a se chamar assim era de car�ter conectivista, tanto que ele se chamava “Connectivism and Connective Knowledge” (Conectivismo e Conhecimento Conectivo) e foi oferecido por George Siemens, Stephen Downes e Dave Cormier na Universidade de Manitoba, no Canad�, em 2008 (TEIXEIRA et al., 2015, p. 5). O segundo grupo, dos xMOOC, � definido por Forno e Knoll (2013, p. 185) como de linha “behaviorista”, e “os modelos xMOOCs correspondem, fundamentalmente, a uma extens�o dos modelos pedag�gicos utilizados pelas institui��es de ensino tradicionais, privilegiando, por�m, as pr�ticas instrucionais de ensino, ou seja, fazendo uso do design instrucional”. Tendo em vista os dois conceitos e as caracter�sticas dos wiki, talvez seja poss�vel dizer que o curso de jornalismo cient�fico tenha tra�os do conectivismo do cMOOC.

Conceituado por Siemens; Siemens (2004; 2006 apud ALEVIZOU, 2017, p. 363) o conectivismo � uma abordagem que mescla no��es de educa��o aberta e ensino a dist�ncia com teorias de rede. A ideia por tr�s dos cMOOCs � que os estudantes participem de um processo educativo colaborativo, no qual eles possam trocar informa��es por meio das conex�es em rede. De acordo com Alevizou (2017, p. 365), a hip�tese do conectivismo � que ele

pode promover um sentido coletivo de responsabilidade e orgulho, contribuindo para uma cultura mais auto-reflexiva e proporcionando um impulso para o pensamento e a criatividade [...]. Nesse modelo, o conhecimento é construído a partir da mediação cultural e com base em uma pedagogia construtivista fundamentada na ideia de aprender fazendo e avaliação por pares.

“Aprender fazendo” e “avalia��o entre pares” s�o duas das caracter�sticas apontadas por Lawler (2008) e Lai e Liou (2009) quando usa-se tecnologia wiki para o aprendizado, ou para o wikilearning de Suoranta e Vad�n (2015). O curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico mostra tra�os de conectivismo porque ele tende � abertura em termos de acesso e licen�a e, por efeito, permita que o usu�rio arquitete as aulas como bem entender e veja o caminho percorrido por outro usu�rio ao longo das aulas. Ademais, Junior e Coutinho (s.d.) apontam como caracter�stica dos wiki para a educa��o online a estrutura��o de “comunidades de aprendizagem”, possibilidade esta que Lawler (2008) diz ser um dos “prop�sitos” de existir da Wikiversidade.

Colocar um tema central, ao redor do qual pode ser criado uma comunidade de aprendizagem, talvez incentive uma maior conectividade entre as pessoas envolvidas. Nesse sentido, Gomes e Lima Soares (2011, p. 180) relatam que, durante uma atividade de ensino de jornalismo com ferramentas wiki, o estabelecimento de um mesmo tema a ser abordado trouxe mais conectividade entre os alunos e entre os grupos. Contudo, n�o se engendrou uma comunidade de aprendizagem em torno de um assunto, o jornalismo cient�fico, para al�m dos sete integrantes da equipe de difus�o do CEPID NeuroMat que participaram do desenvolvimento do curso.

Resultou em pouco impacto a estrat�gia de separar as aulas por assuntos e convidar pessoas, com base nos respectivos hist�ricos profissionais, para contribuir com conte�do para o curso. Talvez tenha faltado sinergia para o sucesso de certas a��es como, por exemplo, o esfor�o em reativar a Associa��o Brasileira de Jornalismo Cient�fico. Ela seria a respons�vel pela certifica��o de conclus�o do curso e poderia contribuir para a estrutura��o de uma comunidade de aprendizagem na qual, porventura, seriam misturadas gera��es de pessoas de diversas �reas interessadas no jornalismo cient�fico e, mais amplamente, na divulga��o cient�fica.

Previa-se, no plano inicial, desenvolver totalmente as 90 horas/aula requisitadas pela FAPESP, distribu�das igualmente pelos seis m�dulos, cada um subdividido em ao menos cinco aulas. Contudo, o per�odo de nove meses n�o foi suficiente para a alcan�ar essa expectativa. Em uma pondera��o sobre o planejado e o realizado, pode-se dizer que, se n�o atingimos a expectativa de desenvolver totalmente o curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico com conte�do textual e audiovisual, ao menos foi explorado o lado criativo do desenvolvimento de um curso wiki, do design da p�gina da Wikiversidade � linguagem audiovisual produzida.

3 Considera��es finais

O presente artigo apresentou uma revis�o bibliogr�fica e um relato de caso sobre a elabora��o do curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico. Espera-se, talvez, colaborar para o esclarecimento de conceitos relacionados � educa��o a dist�ncia, como Web 2.0, wiki, conectivismo e MOOC. Os desdobramentos apresentados no relato e as diferen�as entre o planejado e executado tamb�m podem servir como um suporte para futuros projetos que queiram criar um curso na web, com ferramentas wiki ou n�o, e inclusive para pessoas que queiram contribuir para a expans�o do curso.

Feitas as considera��es sobre a constru��o do curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico, � razo�vel supor que uma comunidade de aprendizagem pode explorar o aspecto colaborativo dos softwares wiki e a estrutura do curso hospedado na Wikiversidade. No sentido de desenvolver uma comunidade de aprendizagem, o conectivismo porventura pode ser uma abordagem poss�vel. Ao descrever a aula sobre conectivismo criada por Siemens, Downes e Cormier, na qual colocou-se em pr�tica os princ�pios do conectivismo, Teixeira et al. (2015, p. 5) dizem:

o conte�do resultou da produ��o de artefactos pelos participantes [...], os organizadores atuaram mais como facilitadores e fornecedores de alguma estrutura necess�ria, sendo a fun��o de “ensinar” atribu�da � pr�pria comunidade de aprendizagem.

� destacado que os primeiros participantes do curso Introdu��o ao Jornalismo Cient�fico foram os sete integrantes que atuaram, de alguma maneira, em sua cria��o. Se uma p�gina wiki pode ser aperfei�oada constantemente, um curso wiki tamb�m pode (ZHANG; DELOOSE, 2009, p. 93). Esse cen�rio, em conjunto com as pr�ticas do conectivismo de aprender fazendo e entre pares, parece-nos prop�cio de acontecer se uma comunidade de aprendizagem for estabelecida, algo que talvez seja vi�vel se tomado como base o programa M�dia Ci�ncia. Embora o p�blico-alvo do curso seja qualquer pessoa interessada em jornalismo cient�fico, dado o aspecto aberto e livre do curso, � conceb�vel pensar que jornalistas e/ou proponentes ao programa da FAPESP s�o grupos talvez mais propensos a participar do curso.

Uma sugest�o para o cont�nuo aprimoramento do curso de introdu��o ao jornalismo cient�fico e, por efeito, a estrutura��o de uma comunidade de aprendizado, seria acrescentar como op��o ao proponente do programa M�dia Ci�ncia que ele colabore com conte�do para o curso. O material acrescido poderia ser avaliado por outros pesquisadores, e o proponente poderia melhorar o conte�do existente. Aprender fazendo e avalia��o entre pares, portanto. Tais pr�ticas auxiliam a constru��o do conhecimento, para a qual a conectividade entre alunos � fundamental (GOMES; LIMA SOARES, 2011, p. 173). Poderia surgir, assim, uma rede pessoas de ligadas ao jornalismo cient�fico e, mais amplamente, � divulga��o cient�fica, o que talvez ampliasse a colabora��o nesse campo.

Em entrevista � Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para falar sobre o estudo “Diagn�stico de la Divulgaci�n de la Ciencia en Am�rica Latina”, que participou junto de Pati�o Barba, Gonz�lez e Massarani (2017), Luisa Massarani diz que “uma das conclus�es de nosso estudo sobre a divulga��o cient�fica na Am�rica Latina � justamente esta: colaboramos muito pouco”. Uma comunidade de aprendizagem colaborativa, constitu�da n�o s� mas principalmente por pesquisadores do programa Jos� Reis de Incentivo ao Jornalismo Cient�fico, talvez possa contribuir para reverter o diagn�stico de pouca colabora��o na �rea da divulga��o cient�fica do Brasil.

4 Financiamento

A pesquisa teve apoio da FAPESP (processo 2017/05969-0) e do Centro Interdisciplinar de Pesquisa da Faculdade C�sper L�bero.

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Notas

1 https://docs.moodle.org/39/en/Philosophy

2 Empresa de m�dia e aprendizagem criada por Tim O’Reilly.

Quais são as novas tecnologias da informação e da comunicação?

Como exemplo, podemos dizer que as TICs são: a internet, os computadores, as câmeras fotográficas, os celulares, os softwares, dentre outras ferramentas.

O que é era digital Wikipédia?

Era da informação (também conhecida como era digital ou era tecnológica) é o período que vem após a era industrial, mais especificamente após a década de 1980, embora suas bases tenham começado no princípio do século XX e particularmente, na década de 1970, com invenções tais como o microprocessador, a rede de ...

O que é tecnologia Wikipédia?

Tecnologia (do grego τέχνη — "técnica, arte, ofício" e -λογία — "estudo") é o conjunto de técnicas, habilidades, métodos e processos usados na produção de bens ou serviços, ou na realização de objetivos, como em investigações científicas.

O que são as tecnologias da informação e da comunicação?

O que é TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação)? Ou seja, uma variedade de dispositivos, aplicativos, redes e serviços de computação que permitem comunicação, e podem ser usados em diversos segmentos, como indústria e, até mesmo, educação.