Como acontece o controle das funções cardíacas por meio do sistema nervoso?

O corpo humano é de certa forma mais perfeita e complexa que existe. Seu funcionamento pleno é resultado de uma gama de diversos processos que ocorrem a cada segundo sem nem nos darmos conta.

Uma das partes do nosso corpo que mais causa curiosidade às pessoas em geral, e que também é comumente lembrada por a casualidade das doenças que a acometem, é o coração.

Porém, o nosso coração não é somente o músculo o qual bombeia o sangue para nossas veias e faz o trânsito por todo corpo. É uma estrutura complexa ligada a vários outros sistemas, e que responde a estímulos desses sistemas.

Vamos abordar ao longo do texto o sistema nervoso simpático e parassimpático sobre o sistema cardiovascular.

Você certamente já se perguntou: “Porque às vezes nosso coração bate mais rápido ou mais lentamente?”, “Porque quando tomamos um susto nosso coração dispara?”. Isso ocorre porque o ritmo cardíaco é controlado pelo sistema nervoso, mais especificamente, pelo sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) e parassimpático (SNAP).

O Sistema Nervoso atua sobre uma célula localizada no nódulo sinoatrial, entre as artérias e os átrios chamada de célula marca-passo. Estas células têm a incrível capacidade de se despolarizar sozinhas, isto é, sem a chegada de um potencial de ação.

E pela facilidade de condução elétrica no coração se apenas uma dessas células se despolariza já desencadeia a contração do músculo cardíaco. Nessas células a permeabilidade ao potássio é reduzida associada a um aumento na permeabilidade ao sódio. Com uma entrada maior de sódio e uma saída mais lenta de potássio a célula atinge seu limiar de despolarização.

Essas células são alvo do SNAP e SNAS. O simpático, pela sua característica geral, tem a finalidade de estimular, tornar os processos fisiológicos mais rápidos. Em uma situação de exercício físico, estresse, etc.; o SNAS, através da noradrenalina torna a membrana da célula marca-passo mais permeável ao potássio. Com uma saída mais rápida de potássio, a célula retorna ao seu potencial de repouso mais rapidamente tornando-a apta a desencadear um novo potencial de ação. Este processo acelera os batimentos cardíacos.
Por outro lado, o SNAP vai se utilizar de outro neurotransmissor, a acetilcolina que por sua vez vai reduzir ainda mais a permeabilidade da membrana da célula marca-passo ao potássio, fazendo com que leve mais tempo para que a célula retorne ao seu potencial de repouso e conseqüentemente demore mais tempo a desencadear um novo potencial o que reduz a freqüência cardíaca.

Já existem pesquisadores que vêm desenvolvendo estudos a respeito do funcionamento do SNAP e SNAS, para controle da hipertensão, uma das doenças mais comumente diagnosticadas ligadas ao sistema cardiovascular. A partir da pesquisa desenvolvida por Karoline dos Santos, pesquisadora da USP, criou-se o  entendimento da hipertensão por meio de um olhar integrado da neurociência com o sistema cardiovascular. “Atualmente, há uma escola muito bem difundida no mundo no campo da neurociência do sistema nervoso autônomo que atribui como uma das causas da hipertensão um componente neural que participa do controle das funções cardiovasculares, o que chamamos de hipertensão neurogênica”, contextualiza Antunes, professor coordenador do laboratório onde realizou-se a pesquisa.

O grupo parte dessa abordagem integrada para entender os mecanismos fisiológicos relacionados às doenças crônicas cardiometabólicas, como a hipertensão, diabete e a resistência à insulina. Essas patologias estão associadas a pelo menos três das dez principais causas de mortes no mundo, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio deste ano. O outro diferencial do estudo está no olhar estratégico para uma parte do sistema nervoso autônomo ainda pouco pesquisada: o sistema parassimpático. Os mecanismos simpático e parassimpático agem coordenadamente e produzem efeitos antagônicos que regulam várias funções do corpo humano frente aos estímulos do sistema nervoso.

Os resultados obtidos até agora apontam que o sistema parassimpático tem um papel importante no controle da hipertensão e também das doenças crônicas cardiometabólicas a ela associadas. Com técnicas integradas de farmacogenética e terapias não farmacológicas como, por exemplo, exercício físico aeróbio, o grupo observou melhora nos índices metabólicos em modelos animais experimentais de hipertensão.

Gostou do conteúdo e ficou interessado em saber mais? Siga acompanhando nosso portal e fique por dentro de todas nossas publicações. Aproveite também para conhecer nossos cursos da área e ampliar seus conhecimentos.

Este sistema regula certos processos do corpo, como pressão arterial e a frequência respiratória. Funciona automaticamente (de forma autônoma), sem esforço consciente da pessoa.

As doenças do sistema nervoso autônomo podem afetar cada parte do corpo ou processo. As doenças autônomas podem ser reversíveis ou progressivas.

O sistema nervoso autônomo Sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que alimenta os órgãos internos, incluindo os vasos sanguíneos, estômago, intestino, fígado, rins, bexiga, órgãos genitais, pulmões, pupilas, coração e as glândulas digestivas, salivares e sudoríparas.

O sistema nervoso autônomo é composto por dois sistemas:

  • Simpático

  • Parassimpático

Depois que o sistema nervoso autônomo recebe informações sobre o corpo e o ambiente externo, ele responde estimulando os processos corporais, geralmente pela divisão simpática, ou inibindo-os, pela divisão parassimpática.

O sistema nervoso autônomo controla os processos internos do corpo tais como os seguintes:

  • Pressão arterial

  • Frequências cardíaca e respiratória

  • Temperatura corporal

  • Digestão

  • Metabolismo (afetando assim o peso corporal)

  • A produção de líquidos corporais (saliva, suor e lágrimas)

  • Urinação

  • Defecação

  • Resposta sexual

Muitos órgãos são controlados basicamente pela divisão simpática ou parassimpática. Às vezes, as duas divisões têm efeitos opostos no mesmo órgão. Por exemplo, a divisão simpática aumenta a pressão arterial e a parassimpática a reduz. No geral, as duas divisões funcionam juntas para garantir que o corpo responda de modo apropriado a diferentes situações.

Geralmente, o sistema simpático executa o seguinte:

  • Prepara o organismo para situações de estresse ou de emergência: lutar ou fugir.

Para isso, o sistema simpático aumenta a frequência cardíaca e a força das contrações do coração e aumenta (dilata) as vias respiratórias para facilitar a respiração. Faz o corpo liberar a energia armazenada. Aumenta também a força muscular. Esta divisão também faz a palma da mão suar, as pupilas dilatarem e o cabelo ficar em pé. Reduz os processos do corpo que são menos importantes em emergências, como digestão e urina.

O sistema parassimpático executa o seguinte:

  • Controla os processos do corpo durante situações comuns.

Geralmente, o sistema parassimpático conserva e restaura. Reduz a frequência cardíaca e diminui a pressão arterial. Estimula o processamento dos alimentos pelo trato digestivo e elimina as excreções. A energia do alimento processado é usada para restaurar e criar tecidos.

São usados dois mensageiros químicos (neurotransmissores) para se comunicar no sistema nervoso autônomo:

  • Acetilcolina

  • Norepinefrina

As fibras nervosas que separam a acetilcolina são chamadas colinérgicas. As fibras que separam a norepinefrina são chamadas adrenérgicas. Em geral, a acetilcolina tem efeitos parassimpáticos (inibidores) e a norepinefrina, simpáticos (estimulantes). Entretanto, a acetilcolina tem alguns efeitos simpáticos. Por exemplo, às vezes, estimula o suor ou deixa o cabelo em pé.

Sistema nervoso autônomo

Como acontece o controle das funções cardíacas por meio do sistema nervoso?

As doenças autônomas podem resultar de distúrbios que danificam os nervos autônomos ou partes do cérebro que ajudam a controlar os processos corporais, ou elas podem ocorrer espontaneamente, sem uma causa evidente.

As causas comuns de doenças autônomas são

  • Envelhecimento

Outras causas menos comuns incluem as seguintes:

  • Certos medicamentos

  • Certas infecções virais, incluindo COVID-19

  • Lesões nos nervos do pescoço, incluindo as que resultam de cirurgia

A disfunção autônoma que ocorre com COVID-19 ainda está sendo estudada. Ela pode causar intolerância ortostática e, menos comumente, uma neuropatia autônoma. Intolerância ortostática descreve a disfunção do sistema nervoso autônomo que ocorre quando uma pessoa se levanta. Os sintomas incluem sensação de desmaio iminente, visão turva, pressão na cabeça, palpitações, tremores, náuseas e dificuldade em respirar. Pode ocorrer até mesmo perda de consciência.

As pessoas podem suar menos ou nada e, por isso, ficar intolerantes ao calor. Os olhos e a boca podem ficar secos.

As pupilas podem não dilatar e estreitar (constrição) conforme a alteração da luz.

  • Avaliação médica

  • Testes para determinar como a pressão arterial muda durante certas manobras

  • Eletrocardiograma

  • Teste de suor

Durante o exame físico, os médicos podem verificar se há sinais de doenças autônomas, como hipotensão ortostática. Por exemplo, eles medem a pressão arterial e a frequência cardíaca enquanto uma pessoa está deitada ou sentada e depois que ela se levanta para verificar de que forma a pressão arterial muda quando se troca de posição. Quando a pessoa se levanta, a força da gravidade dificulta a volta do sangue das pernas para o coração. Assim, a pressão arterial diminui. Para compensar, o coração bombeia com mais força e a frequência cardíaca aumenta. No entanto, as alterações na frequência cardíaca e na pressão arterial são leves e breves. Se as alterações forem maiores ou durarem mais tempo, a pessoa pode ter hipotensão ortostática.

O teste de inclinação ortostática e a manobra de Valsalva, realizados em conjunto, podem ajudar os médicos a determinar se uma queda de pressão arterial resulta de doença do sistema nervoso autônomo.

Os médicos examinam as pupilas quanto a respostas anormais ou falta de resposta às alterações da luz.

Um teste de suor também é realizado. Para um teste de suor, as glândulas sudoríparas são estimuladas por eletrodos repletos de acetilcolina e colocados nas pernas e no antebraço. Depois, o volume de suor é medido para determinar se a produção está normal. É possível sentir uma leve queimação durante o exame.

No exame de suor termorregulador, é aplicado um contraste à pele e a pessoa é colocada em um compartimento aquecido e fechado para estimular a sudorese. O suor faz o contraste mudar de cor. Em seguida, os médicos avaliam o padrão da perda de suor, o que pode ajudá-los a determinar a causa da doença do sistema nervoso autônomo.

Outros exames, incluindo exames de sangue, podem ser realizados para detectar distúrbios que podem causar a doença autônoma.

  • Tratamento da causa, caso identificada

  • Alívio de sintomas

São tratados os problemas que podem contribuir para a doença. Se não houver nenhum problema ou se não for passível de tratamento, o foco é aliviar os sintomas.

Medidas simples e às vezes medicamentos podem ajudar a aliviar alguns sintomas das doenças autônomas:

  • Hipotensão ortostática: pede-se à pessoa para elevar a cabeceira da cama em uns 10 cm e para ficar de pé lentamente. Usar modeladores ou vestuário de apoio, como uma cinta abdominal ou meias de compressão, pode ajudar. Consumir mais sal e água ajuda a manter o volume do sangue na corrente e, assim, a pressão arterial. Às vezes, são usados medicamentos. A fludrocortisona ajuda a manter o volume do sangue e, assim, a pressão arterial. A midodrina ajuda a manter a pressão arterial, estreitando as artérias (constrição). Esses medicamentos são administrados por via oral.

  • Redução ou ausência de suor: se o suor for reduzido ou estiver ausente, é aconselhável evitar ambientes quentes.

  • Retenção urinária: se ocorrer a retenção urinária porque a bexiga não se contrai normalmente, é possível ensinar as pessoas a inserirem um cateter (tubo fino de borracha) pela uretra e na bexiga. O cateter permite que a urina retida na bexiga seja drenada, causando um alívio. As pessoas inserem o cateter várias vezes por dia e removem-no quando a bexiga estiver vazia. O betanecol pode ser usado para aumentar o tono da bexiga, ajudando assim a esvaziá-la.

  • Constipação intestinal: recomenda-se seguir uma dieta com alto teor de fibras e uso de laxantes emolientes. Se a constipação persistir, pode ser necessário o uso de enemas.

Como acontece o controle das funções cardíacas por meio do sistema nervoso?

Como é realizado o controle das funções cardíacas pelo sistema nervoso autônomo?

Resumo: O Sistema Nervoso Autônomo, através das vias simpáticas e parassimpáticas, controlam o sistema cardiovascular agindo com a liberação de neurotransmissores que podem aumentar ou diminuir a freqüência cardíaca.

Como acontece o controle do sistema nervoso do coração?

O coração é inervado por fibras simpáticas e parassimpáticas do ramo autonômico do sistema nervoso periférico. A rede de nervos que irriga o coração recebe contribuições dos nervos vago direito e esquerdo, além de contribuições do tronco simpático.

Como o sistema nervoso controla a frequência cardíaca durante o exercício?

Durante o exercício dinâmico, o ajuste inicial da frequência cardíaca é dependente da retirada do tônus vagal, enquanto os incrementos subseqüentes são atribuídos a um aumento na atividade dos nervos simpáticos. A modulação entre os dois sistemas (simpático e parassimpático) depende da intensidade do exercício.

Como é feita a regulação nervosa do sistema cardiovascular?

A regulação nervosa é a mais rápida resposta do corpo a situações externas, podendo duplicar a pressão arterial em questão de segundos. É regulada basicamente pelo sistema nervoso autônomo (SNA), que pode ser dividido em SNA simpático e no SNA parassimpático.