Como os registros fósseis podem contribuir para o estudo da evolução dos seres vivos?

O processo de transformação pelo qual passam os seres vivos através dos tempos, incluindo a origem de novas espécies, chama-se evolução. Esse processo vem acontecendo desde que a vida surgiu na Terra.
Quando começamos a estudar a evolução dos seres vivos, surge-nos sempre uma dúvida: como é que os cientistas podem afirmar tanta coisa sobre os seres que existiam há milhões de anos, se naquela época nenhum ser humano habitava o planeta?

Na verdade, os pesquisadores agem mais ou menos como detetives. Eles pegam alguma pista e vão seguindo-a. Quando faltam dados para explicar os fatos, levantam hipóteses. Muitas vezes, quando acham que estão perto de descobrir a verdade, surgem outras pistas que modificam tudo o que já pensavam estar certo.

Conhecer nossas origens é importante porque permite compreender nossas conexões com outras formas de vida. Antigamente, por exemplo, os cientistas pensavam que os homens, os animais e as plantas tinham sido sempre iguaizinhos ao que são hoje.

No século XVIII era amplamente aceita a ideia de que o mundo havia sido idealizado com extrema perfeição por Deus (a origem da vida, segundo o livro do Gênesis-1,1-27).

Para os Kaingang (povo indígena do Brasil meridional, atualmente ocupando áreas reduzidas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com população aproximadamente de 29 mil pessoas), os primeiros homens da sua nação saíram do solo em dois grupos, chefiados por dois irmãos, e por isso têm cor de terra. Cada um trouxe consigo um grupo de gente, o primeiro grupo; todos com corpo delgado, pés pequenos, ligeiros tanto nos movimentos como nas resoluções, cheios de iniciativa, mas de pouca persistência; o segundo grupo, pelo contrário, eram de corpos grossos, pés grandes e vagarosos nos movimentos e resoluções. É possível conhecer sua descendência pelos traços físicos e pelo temperamento.

Para a maioria dos cientistas, a vida na Terra surgiu há cerca de 3 a 4 milhões de anos, de uma série de reações químicas ocorridas sob condições especiais, a partir de matéria não viva, rica em carbono. Mas também não há consenso a esse respeito.

A história dos seres vivos na Terra pode ser reconstruída com base em evidências chamadas de fósseis. Os fósseis são pistas muito importantes, sendo uma prova consistente de que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje. Esses registros são uma forte evidência da evolução porque podem nos fornecer indícios de parentesco entre esses e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua das espécies.

Um fóssil pode ser representado por partes ou restos do corpo ou ainda por simples vestígios de seres que viveram em épocas remotas. Ossos, dentes, conchas, carapaças, pegadas, trilhas, moldes e outras evidências diretas do passado representam fósseis. A Arqueologia investiga épocas mais recentes, tendo em vista que seu foco é reconstruir a história das sociedades humanas. Já os paleontólogos estão mais preocupados em compreender a biologia (bio = vida, logia = studo) das espécies antigas.

Assim, os fósseis têm grande importância para o estudo dos seres vivos, auxiliando a compreender as transformações neles ocorridas ao longo do tempo e a entender a história da vida na Terra.
A história da evolução humana tem sido comparada a um livro com várias de suas páginas arrancadas. De tempos em tempos, porém, os cientistas conseguem descobrir novos fósseis que servem como pistas para algumas das páginas que estão faltando.

Tudo indica que a espécie humana tenha se sujeitado aos mesmos processos naturais que conduziram à formação de outras espécies. Assim, a seleção natural deve ter atuado selecionando os indivíduos mais adaptados. A busca de alimento fez com que o ser humano sobrevivesse e se apossasse de todos os ecossistemas, adaptando-se a cada um, sendo assim a espécie que mais proliferou; em consequência disto, o homem tem conseguido modificar os ambientes de uma forma tão profunda como nenhum outro ser vivo deste planeta, interferindo na capacidade de perpetuação de todas as espécies, inclusive na dele.

Em outras palavras, a seleção sobre a espécie humana deixou de ser natural à medida que o ambiente ocupado pelo homem passou a ser mais e mais controlado por ele mesmo.

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Como os registros fósseis podem contribuir para o estudo da evolução dos seres vivos?

Cientistas puderam estudar até
o conteúdo estomacal do fóssil. 
Foto: AFP. CLIQUE PARA AMPLIAR

No último dia 19 de maio, a divulgação da descoberta de um novo fóssil chamou a atenção da comunidade científica de todo o mundo. Chamado de Darwinius masillae, o fóssil foi achado em Messel, na Alemanha, ganhou o apelido de Ida e tem 47 milhões de anos.

Os cientistas acreditam que ele pertence a uma nova espécie, ancestral do ser humano. O paleontólogo Jørn Hurum, um dos co-autores do artigo sobre a descoberta, disse em entrevista ao jornal britânico "The Guardian" que este é mais o completo fóssil já encontrado de um primata que tenha vivido antes de ser inventado o enterro humano. Isso porque, em geral, os fósseis contêm apenas pequenos pedaços de ossos. Já Ida está 95% completa, não só em termos de ossos, mas também ainda tem vestígios de pele, pelos e conteúdo estomacal.

"Com um fóssil tão bem preservado, podemos estudar as características que mostram tendências evolutivas e que dão pistas sobre como o ser humano se tornou o que é hoje", afirma Sílvia Gobbo, pesquisadora do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. A pesquisadora afirma também que não há nenhum indício de que esse fóssil seja ancestral próximo do ser humano. "Já foram encontrados muito fósseis mais jovens e mais ligados a nós.

Pela idade, Ida é da linha de evolução dos antropóides, mas se encaixa antes de ela ter se dividido, um lado indo para o desenvolvimento dos seres humanos, outro para o dos macacos", explica Sílvia Gobbo. Além disso, não se pode dizer que Ida é nosso ancestral direto, já que isso só pode ser determinado por meio de exames de DNA, quase impossíveis de realizar em fósseis. "O que se sabe é que esse é mais um aparentado e está na linhagem de evolução que vai até os humanos. É mais provável que seja um tio ou um primo do que avô da nossa espécie", diz a professora. Como os primeiros estudos sobre Ida acabaram de ser divulgados, outros pesquisadores ainda precisam analisar o fóssil e as conclusões preliminares . Porém, se ficar comprovado que ele pertence a uma espécie ainda não catalogada, será o 15º ancestral do homem de que temos notícia.

Para a ciência, a descoberta de um mais um ancestral humano é de grande importância. Primeiro, porque é mais uma prova de que a evolução aconteceu e vai continuar acontecendo. Além disso, é essencial para que possamos entender a diversidade da natureza e também a nossa história evolutiva. "Descobrir um novo fóssil é muito legal, é como descobrir um irmão novo. Mas o importante mesmo é que eles nos ligam à natureza. Isso mostra que o homem não é uma criação especial. É mais um ser vivo dentro da escala natural", conclui Sílvia Gobbo.

Quer saber mais?
Na internet: Árvore filogenética do homem - http://anthropology.si.edu/humanorigins/ha/a_tree.html

Como os fósseis contribuem para o estudo da evolução dos seres vivos?

Os fósseis são considerados evidências da evolução porque esse registro mostra frequentemente organismos bastante diferentes do que vemos hoje. Esse é o caso dos dinossauros, que possuem seu registro bem documentado nos fósseis, sendo encontrados ossos, pegadas, dentes e até mesmo fezes fossilizadas desses animais.

Como os registros fósseis podem contribuir para a teoria da evolução de Darwin?

Os fósseis estão associados a rochas de idade específica e quanto mais recente é a rocha em que o fóssil se encontra, mais eles se assemelham às espécies atuais. O registro fóssil também prova as mudanças na posição dos continentes e, portanto, também explica parte da história de eventos físicos do planeta.

Qual a importância dos registros como os fósseis para que seja possível compreender a evolução da espécie humana?

Assim, através dos fósseis foi possível compreender a evolução dos seres vivos, os mecanismos de adaptação e extinção dos organismos, reconstituição dos ambientes e climas do passado e também a história geológica da terra a partir da datação dos extratos rochosos.

Qual e a relação entre o estudo dos fósseis e as descobertas sobre a história da Terra?

Entre outros aspetos, os fósseis são importantes para conhecer a evolução da Vida, para datar as rochas (fósseis de idade) e para reconstituir o ambiente em que estas se originaram (fósseis de fácies).