Destaque as bases das ideologias racistas e explique suas distinções

Revista Psicologia Política

versão On-line ISSN 2175-1390

Resumo

ROTTENBACHER, Jan Marc; ESPINOSA, Agustín  e  MANUEL MAGALLANES, José. Analisando o preconceito: bases ideológicas do racismo, do sexismo e da homofobia em uma amostra de habitantes da cidade de Lima - Peru. Rev. psicol. polít. [online]. 2011, vol.11, n.22, pp. 225-246. ISSN 2175-1390.

Este estudo analisa a relação entre a ideologia política e diversas manifestações de preconceito em una amostra de habitantes da cidade de Lima (N = 199). As variáveis estudadas são: a Intolerância à Incerteza e a Ambiguidade, a Posição Esquerda/Direita, o Autoritarismo da Ala Direita (RWA), a Orientação para a Dominância Social (SDO), a Homofobia, o Sexismo Ambivalente e o Preconceito contra minorias étnicas amazônicas. Dois modelos de equações estruturais foram propostos. Um deles apresentou um melhor grau de ajuste e propõe que a Intolerância à Incerteza e a Ambiguidade influem sobre o RWA e a SDO. Desta forma, RWA e SDO influem sobre as diversas expressões de preconceito. No entanto, o RWA contrastado com a SDO, apresenta una melhor capacidade preditiva com respeito às diversas formas de preconceito. A discussão final propõe que no Perú é razoável utilizar um enfoque ideológico multidimensional, assim como a proposta do conservadorismo como cognição social motivada para compreender o preconceito e a estereotipia negativa direcionada a grupos percebidos como ameaçantes ou de baixo status. Indivíduos com maior tendência para o autoritarismo de direita e o conservadorismo, tenderiam a perceber a estes grupos como ameaças para a ordem social tradicionalmente estabelecida.

Palavras-chave : Preconceito; Ideologia política; Autoritarismo; Dominância social; Conservadorismo.

lumaribeiro17 Racismo é a convicção de que existe uma relação entre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. A base, mal definida, do racismo é o conceito de raça pura aplicada aos homens, sendo praticamente impossível descobrir-lhe um objeto bem delimitado. Não se trata de uma teoria científica, mas de um conjunto de opiniões, além de tudo pouco coerentes, cuja principal função é alcançar a valorização, generalizada e definida, de diferenças biológicas entre os homens, reais ou imaginárias.

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Essa Resposta do exercício é de nível Ensino médio (secundário) e pertence à matéria de Sociologia.

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Pergunta

Destaque as bases das ideologias racistas e explique essas distinções?

Resposta

Bom dia !As ideologias racistas tem como base um projeto hegemônico e de dominação através da dominação político-econômica e do capitalismo mundial, onde os recursos riquezas de povos como índios, negros são extraídas e gera assim, a condenação das classes trabalhadoras com uma pobreza permanente.As distinções das ideologias está no modo de se fazer, usualmente, elas foram aplicadas através da escravidão que perdurou por longos anos, mas também, através do fascismo comandado através de Hitler, onde a perseguição eram com todos os povos, a fim de extinguir todas as raças e tornar o alemães uma raça pura. .

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Por Alfredo Diéguez

Uma opinião bem generalizada insiste em que o racismo é um fenômeno consubstancial a todas as sociedades humanas, o que equivale dizer que o racismo é um fenômeno natural ou próprio dos humanos e que, portanto, é inevitável. No entanto, contra essa opinião, afirmamos que o racismo, que distribui os grupos humanos reconhecíveis na espécie Homo sapiens em uma Scala Naturae na qual, de acordo com o grau de desenvolvimento social, econômico ou moral atingido, atribuem-lhes uma posição de superioridade ou inferioridade que remite a uma relação de domínio produzida por fatores históricos, na qual as vítimas ocupam a posição subordinada, é um discurso ideológico próprio do capitalismo que intensifica sua força dialética em momentos de crise, manifestando-se de modo diferente segundo o momento histórico.

Se esta definição fosse válida, e não tivesse nenhuma dúvida a esse respeito, deveria ser fácil demonstrar a falsidade dos supostos argumentos científicos do racismo, como são a distribuição dos indivíduos em raças e a atribuição de certas qualidades intelectuais e morais a cada uma dessas raças, e que o discurso racista e a violência xenófoba aumentaram sua intensidade após as grandes crises que afetaram o sistema capitalista em 1873, 1929 e 1973.

As raças, deve-se insistir nisto, não são entidades biológicas objetivas, como põe em evidência o fato de que seja a pigmentação da pele, um traço físico muito visível e de acordo com a geografia do colonialismo decimonônico, ou traço que prima sobre qualquer outro para estabelecer a existência dos grandes troncos raciais (caucasóide, negróide, mongolóide e australóide), que por sua vez se subdividem em tantas raças diferentes quantos as classificações. A evidência objetiva, no entanto, é outra: a semelhança de nosso código genético demonstra que em nossa espécie existe um continuum biológico, portador de uma grande diversidade produzida por 200 mil anos de evolução a partir de um antepassado africano, que não pode ser fragmentado mais que a condição de primar os fatores genéticos coletivos (que representam 15% da variabilidade genética humana) sobre os individuais (que representam 85% restante). Entretanto, não podemos cair no erro de negar a existência de grupos humanos diferenciados (é obvio que os nórdicos não são como os khoisan, os vedas ou os ameríndios), simplesmente afirmemos que as diferenças morfológicas não se confirmam geneticamente, já que a humanidade é uma ´comunidade de iguais´. Por outro lado, afirmar que o grau de desenvolvimento dos povos está em relação com umas determinadas capacidades intelictivas é uma falsidade; neste sentido, é preciso fazer três observações: primeira, as formações sociais não estão determinadas pela capacidade intelectual dos indivíduos que as integram; segunda, as capacidades psíquicas humanas dependem do desenvolvimento individual e estão relacionadas com o estímulo da aprendizagem e da experiência; terceira, os testes de inteligência estão elaborados de acordo com os padrões culturais das sociedades ocidentais e não são extrapoláveis a indivíduos de outras sociedades.

Então, se o racismo não tem base científica, a que deve seu sucesso? A resposta é simples: apesar de que o racismo fundamente suas raízes nas profundas transformações econômicas, sociais e políticas que a Europa sofreu a partir de 1492, fato que explica alguns dos discursos racistas dos séculos XVI, XVII e XVIII, é a partir do século XIX quando atinge sua significação atual.

Sendo assim, foi após a crise de 1873, provocada por uma diminuição do comercio e uma queda dos preços que reduz os benefícios empresariais fechou inúmeras empresas e o aumento de greve, quando se elaboraram a maioria dos discursos racistas clássicos, como os de Dumont (1844-1917), Valer de Lapougue (1854-1936) ou Chamberlain (1885-1927) todos no caminho de Gobineau (1816-1882), para legitimar o inicio da segunda fase do imperialismo, que supôs a submissão colonial da África e da Ásia decidida na Conferência de Berlim (1885) e a intensificação das guerras coloniais. É neste contexto, marcado pelo colonialismo, no qual se deve situar e entender os discursos sobre a superioridade da raça branca, a predisposição à submissão da raça amarela, a inferioridade física, intelectual e moral da raça negra.

O racismo, nesses anos, deveria justificar a violenta agressão colonial que os impérios europeus estavam exercendo sobre a maioria dos povos da Terra. Entretanto, depois de uma guerra mundial e de uma nova crise estrutural, a de 1929, que como conseqüência do crack da Bolsa de Nova York provocou o fechamento de numerosas empresas e o aumento da greve primeiro nos Estados Unidos e depois nos outros países ocidentais, o racismo deixou de ser o discurso legitimador do imperialismo para constituir-se no discurso legitimador do nacionalismo irracional da Europa dos anos trinta do século XX. Mesmo assim, em torno a esta nova crise, que favoreceu o apogeu do fascismo e do nazismo, a violência xenófoba já não se baseava na agressão colonial, ela se centralizou na construção de um espaço vital próprio.

Deve-se situar, neste contexto, a proclamação do não direito à vida de numerosos povos assentados tradicionalmente na Europa (judeus, ciganos, etc.) e a solução final da questão judia na Europa, fato este que conduziu ao Holocausto nazista entre fevereiro de 1942 e a primavera de 1945, com milhões de vítimas. Por último, depois de um período de prosperidade e bem-estar no qual todos os indicadores demográficos, como os índices de nupcialidade ou fecundidade entre argelinos e franceses o entre turcos e alemães (mais altos na década dos sessenta que na dos oitenta), apontavam a uma efetiva integração social, favorecida pelo pleno emprego e a estabilidade social, uma nova crise, nesta ocasião provocada pelo encarecimento do petróleo após a guerra do Ramadã ou do Yom Kippur (outubro de 1973) e agravada pelo desabastecimento geral de 1978 e 1979, fez aparecer os dispositivos necessários para garantir a estabilidade social nacional e a ordem mundial. A gênese do racismo atual, tanto no âmbito local como no âmbito global deve ser colocada neste contexto.

No âmbito local, depois de que a crise quebrasse o papel do trabalho como fator de integração social (aparição da precariedade trabalhista, existência de trabalhos de primeira e de segunda, exclusão de certos direitos aos trabalhadores de segunda...), o racismo surgiu como um discurso de integração graças a que identifica um corpo social natural da Nação: o nós unitário e inter-classista que se opõe ao estrangeiro, que é culpável de tirar nossos lugares de trabalho e provocar a precariedade trabalhista. Assim, infundindo um sentimento de propriedade a um coletivo privilegiado a todos os membros desse corpo natural, os interesses estratégicos da classe dominante são vistos satisfeitos, ao exteriorizar a conflitividade social e canalizar a violência xenófoba para as minorias étnicas, evitando assim um estalido da luta de classes. Insistamos, a violência xenófoba na Europa atual incide, alentada por partidos elitistas como a Aliança Nacional espanhola, o Front Nacional francês ou Die Republikaner alemã, nos bairros ou nas cidades onde convivem as classes mais pauperizadas do coletivo nacional com os imigrantes mais desfavorecidos: os atos de violência racial nos surpreenderam no Ejido, não em Marbella.

Também, nos tempos da globalização e da tolerância inter-racial, a nova expressão do racismo no âmbito global é o racismo pós-moderno da (in) diferença, que sob uma aparência de respeito às diferenças culturais (o neocolonialismo não precisa mobilizar exércitos, por isso não é necessário degradar aos indivíduos a uma condição inferior), unicamente respeita as diferenças que perpetuam o desequilíbrio entre o Norte e o Sul; neste sentido, é sintomático que não se respeite o tradicional conservacionismo ecológico dos povos amazônicos, mas se respeitarem as formas tradicionais de escravidão e exploração infantil e feminina.

O racismo, como acaba de se ver, não é uma expressão natural dos humanos, é um discurso ideológico irracional e violento que legitima as desigualdades e os desequilíbrios provocados pelo sistema capitalista em cada uma de suas fases. Neste sentido, o racismo pode e deve ser superado.