A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta semana novas diretrizes para apoio às puérperas e aos bebês nas primeiras seis semanas após o nascimento. As orientações incluem amamentação, informações de apoio aos pais e a realização de pelo menos três exames no pós-Natal, entre
os 63 itens – aproximadamente 30 inéditos. O período de 45 dias é considerado chave na garantia da sobrevivência e qualidade de vida, tanto do recém-nascido como de sua mãe, e no desenvolvimento saudável de uma nova vida, tanto na parte da recuperação e bem-estar físico e mental da mulher como do bebê. Atualmente, 30% das mães em todo o mundo não recebem cuidado pós-parto, momento no qual ocorrem a maioria das mortes de mães e bebês. As diretrizes orientam sobre os cuidados com o bebê e a puérpera, incluindo exames e medidas de alívio para situações comuns no pós-parto, como dor no períneo e ingurgitamento dos seios na apojadura (descida do leite). É preferível orientação sobre dieta laxativa, para tratamento de constipação no pós-parto, ao uso indiscriminado de laxantes. Integram as recomendações o uso de instrumentos de triagem para identificar depressão pós-parto e ansiedade. Enfermeiro obstétrico Thiago Fiel presta assistência à parturiente. A Enfermagem realiza papel fundamental na promoção do cuidado da mulher e da família O documento destaca, ainda, a importância da participação dos parceiros nas consultas e no apoio aos cuidados com o bebê, e do aconselhamento sobre aleitamento materno, e do acesso à contracepção pós-natal. A OMS já recomendava intervalo mínimo de 12 a 18 meses após o parto para nova gestação. O adiamento, em pelo menos 24h, do primeiro banho do recém nascido é recomendado para prevenir hipotermia. As diretrizes recomendam que os primeiros exames sejam feitos ainda na maternidade, e fornece informações que devem balizar a saída da mãe e do bebê. O período necessário deverá ser determinado caso a caso, levar em conta as condições sociais, a história do parto e outras condições de saúde. Cuidados extras, com visita de profissionais de Saúde, são recomendados para mulheres e recém-nascidos saudáveis entre dois e três dias, entre uma e duas semanas e ao longo da sétima semana de vida em diante. A Enfermagem obstétrica tem um papel fundamental nos cuidados ao recém-nascido e à mulher no pós-parto, em especial no manejo do aleitamento materno. O professor Herdy Alves, coordenador da Comissão Nacional de Saúde da Mulher do Conselho Federal de Enfermagem (CNSM/Cofen), destaca que “apoio à amamentação passa pelo cuidado com a recém mãe”. “A enfermeira deve avaliar também o bem-estar físico e mental da mulher, promovendo o cuidado da família e identificando situações que demandam encaminhamento específico”, afirma Herdy. Confira a íntegra das diretrizes da OMS. Fonte: Ascom - Cofen Novas recomendações enfatizam a urgência de apoio à saúde física e mental no período pós-natal Genebra, 30 de março de 2022 (OMS)
– A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (30) suas primeiras diretrizes globais para apoiar mulheres e recém-nascidos no período pós-natal – as primeiras seis semanas após o nascimento. Este é um momento crucial para garantir a sobrevivência do recém-nascido e da mãe e para apoiar o desenvolvimento saudável do bebê, bem como a recuperação e o bem-estar físico e mental da mulher. Em todo o mundo, mais de três em cada 10 mulheres e bebês atualmente não recebem cuidados pós-natais nos primeiros dias após o nascimento - o período em que ocorre a maioria das mortes maternas e infantis. Enquanto isso, as consequências físicas e emocionais do parto – de lesões a dores e traumas recorrentes – podem ser debilitantes se não forem gerenciadas, mas geralmente são altamente tratáveis quando a atenção é prestada no momento certo. “A necessidade de atenção de qualidade à maternidade e recém-nascidos não acaba quando o bebê nasce”, afirmou Anshu Banerjee, diretor do Departamento de Saúde da Mãe, do Recém-nascido, da Criança e do Adolescente e Envelhecimento da OMS. “De fato, o nascimento de um bebê é um momento de mudança de vida, que está ligado ao amor, esperança e emoção, mas também pode causar estresse e ansiedade sem precedentes. Os pais precisam de sistemas de saúde e apoio fortes, especialmente as mulheres, cujas necessidades são muitas vezes negligenciadas quando o bebê nasce”. Além de abordar os problemas de saúde imediatos, essas primeiras semanas após o nascimento são essenciais para construir relacionamentos e estabelecer comportamentos que afetam o desenvolvimento e a saúde infantil a longo prazo. Entre as diretrizes estão recomendações para aconselhamento sobre amamentação - auxiliando no apego e posicionamento à medida que a amamentação é estabelecida - e para apoiar os pais na prestação de cuidados responsivos a seus recém-nascidos. Entre as mais de 60 recomendações que ajudam a moldar uma experiência pós-natal positiva para mulheres, bebês e famílias estão:
As recomendações detalham o tempo mínimo de permanência hospitalar após o nascimento e fornecem orientações sobre os critérios de alta, mas observa que o tempo necessário dependerá individualmente de mulheres e bebês, contexto social, experiência de parto e quaisquer problemas de saúde. Contatos pós-natais adicionais são recomendados para mulheres e recém-nascidos saudáveis entre 48 e 72 horas, entre sete e 14 dias e durante a sexta semana após o nascimento. Se forem identificados riscos para a saúde, provavelmente serão necessários mais contatos, com o tratamento necessário potencialmente muito além das primeiras seis semanas. “As evidências mostram que as mulheres e suas famílias querem e precisam de uma experiência pós-natal positiva que as ajude a enfrentar os imensos desafios físicos e emocionais que ocorrem após o nascimento de seus bebês, enquanto constroem sua confiança como pais”, disse Mercedes Bonet, funcionária médica do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Investigações Relacionadas da OMS e do Programa Especial das Nações Unidas sobre Reprodução Humana (HRP). “Serviços pós-natais dedicados devem fornecer suporte vital de saúde física e mental, enquanto ajudam os cuidadores a prosperar ao fornecer os cuidados certos para seus recém-nascidos”. Essas recomendações completam uma trilogia de diretrizes da OMS para atenção à maternidade de qualidade durante a gravidez e durante e após o parto, centrados no atendimento das necessidades de todas as que dão à luz e aos seus bebês. Defendem os direitos a uma experiência de saúde positiva, onde as pessoas são tratadas com dignidade e respeito e podem participar ativamente nas decisões de saúde. NotasAs diretrizes incluem 63 recomendações, combinando recomendações relevantes já existentes com 31 novas ou atualizadas. Estes são agora o ponto de referência oficial da OMS para todos os aspectos da atenção pós-natal. As diretrizes de cuidados pré-natais e cuidados intraparto da OMS podem ser acessadas nos links abaixo: WHO recommendations on antenatal care for a positive pregnancy experience WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience |