A professora JULIANA (Bruna Linzmeyer), moça dócil, justa e paciente, chega à vila de Santa Fé contratada pela prefeitura para dar aula para as crianças da região. Desperta a curiosidade do povo e o interesse dos homens solteiros. – núcleo de EPAMINONDAS NAPOLEÃO, o CORONEL EPA (Osmar Prado), senhor de terras na vila de Santa Fé. Homem arrogante, dita as regras na região resolvendo tudo no grito e nas armas. Explora os
funcionários, gente humilde e sem estudo. Retrógrado, é contra qualquer tipo de progresso, já que isso afetaria os seus interesses: – núcleo de ZELÃO (Irandhir Santos), sujeito rude,
valente, sem estudo, mas de grande coração. Capataz do Coronel Epa, a princípio acata as ordens e os interesses do patrão. É alvo do amor de Rosinha. Ao apaixonar-se por Juliana, é vencido pelo amor: muda de comportamento e começa a questionar os métodos do coronel, voltando-se contra os seus desmandos: – núcleo de PEDRO FALCÃO (Rodrigo Lombardi), homem trabalhador e a favor
do progresso na vila de Santa Fé. Justo e humanista, está sempre defendendo os interesses do povo, o que o põe em choque com o Coronel Epa. Hospeda Juliana quando ela chega na cidade: – núcleo de SEU GIÁCOMO (Antonio Fagundes), viúvo, italiano bonachão e engraçado. Dono da principal venda e bar da vila de Santa Fé. Amigo de Pedro Falcão. Tem uma queda por Rosinha: – demais personagens: Nova versão da antiga novela de Benedito Ruy Barbosa, originalmente exibida pela TV Globo e TV Cultura entre 1971 e
1972, com Maurício do Valle e Renée de Vielmond como os protagonistas Zelão e Professora Juliana. “Não é um remake”, avisou Benedito Ruy Barbosa. “Eu pensei em fazer um remake, mas quando eu estava começando a trabalhar, pensei assim: é uma oportunidade de eu dizer as coisas que a censura não deixava. E eu pude começar a falar de política, de saúde, de educação. Essa novela não tem nada da outra, só os nomes dos personagens e das localidades”. O universo rural da trama original ganhou ares lúdicos e passou a desvendar o mundo visto pelo olhar da criança. Desta vez, a novela dispensou o realismo da versão antiga e ganhou clima de contos de fadas. A trama evocou o universo infantil para falar da vida e dos dramas do homem do campo. A infância era a atmosfera que predominou em Meu Pedacinho de Chão e que remetia a outra obra do diretor Luiz Fernando Carvalho: a minissérie Hoje É Dia de Maria (2005). O diretor Luiz Fernando Carvalho afirmou (em entrevista ao UOL, em julho de 2014) sobre as referências que buscou para a novela: Casas de lata, árvores recobertas de crochê colorido, animais mecânicos. A paisagem na cidade cenográfica remeteu ao imaginário infantil. Essa foi a proposta de Luiz
Fernando Carvalho: recriar a Vila de Santa Fé como se fosse vista pelos pequenos Lepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia). A cidade cenográfica ocupava um terreno de aproximadamente 8 mil metros quadrados: 28 construções entre igreja, comércio, casas dos personagens e estação de trem. Tudo entrecortado pela linha férrea. As portas e janelas bem pequenas ajudavam a transmitir a sensação de uma cidade de miniatura. Raimundo Rodriguez também foi responsável pelos animais articulados da novela, feitos de materiais diversos, como o carrossel de vacas. Os cavalos articulados de personagens como Zelão (Irandhir Santos) e Gina (Paula Barbosa), moviam as patas, pescoço, abriam e fechavam os olhos – e foram inspirados em cavalinhos de um carrossel. Todos os espaços
cênicos ganharam vida com a produção de arte de Marco Cortez, que garimpou objetos do final do século 19 e início do 20 em antiquários ou criou réplicas. Para um visual inspirando em mangás, a atriz Bruna Linzmeyer (a professora Juliana na trama) pintou os cabelos de rosa. O processo foi supervisionado por Rubens Libório, responsável pela caracterização da novela. Além de ter mudado a cor, todos os dias a atriz fazia baby-liss para ficar com os cachinhos de boneca. Foi a estreia de Irandhir Santos em
novelas. O ator já fazia sucesso no cinema, em filmes como Tropa de Elite 2 (2010), O Som ao Redor (2012) e Tatuagem (2013). Na TV, havia atuado apenas em minisséries: A Pedra do Reino (2007) e Amores Roubados (2014). Por sua atuação em Meu Pedacinho de Chão, Irandhir foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator na televisão em 2014. Para dar vida aos personagens, o elenco passou por uma
rica preparação, que incluiu aulas de prosódia, isto é, o estudo do ritmo, da entonação e demais atributos correlatos na fala. Em outras palavras, eles tiveram que aprender a se expressar como verdadeiros caipiras. A direção de atores também foi um grande diferencial. O elenco enxuto foi escolhido a dedo, com atores em grandes momentos, cada qual dentro do universo, caracterização e proposta de seu personagem. Foi bom ver Antônio Fagundes em um papel menor dentro da trama (o vendeiro Giácomo), mas diferente de tudo que ele já fez na televisão. Diferentes também foram os tipos criados por/para Rodrigo Lombardi e Juliana Paes – duas gratas surpresas, pelo despojamento com o qual viveram Pedro Falcão e Madame Catarina. Destaca-se também os trabalhos de Johnny Massaro e Paula Barbosa –
irrepreensíveis como Ferdinando e Gina. Meu Pedacinho de Chão também mostrou o talento de alguns atores novatos (como Bruno Fagundes), e outros mais experientes que até então pouco eram vistos na TV (como Inês Peixoto e Teuda Bara). Ainda o elenco infantil, tendo à frente a dupla Tomás Sampaio (o Lepe) e Geytsa Garcia (a Pituca). Com toda a liberdade criativa e o foco no visual, a história só não ficou devendo porque os recursos cênicos ajudaram a contá-la. Os personagens eram muito ricos e a produção estética foi acompanhando as transformações pelas quais eles passavam – como nas mudanças de figurinos à medida que iam mudando de personalidade, ou na chegada do inverno, que, na trama, representou o sofrimento e afastamento de Zelão (Irandhir Santos). O roteiro pulou de personagem em personagem exaltando, momentaneamente, alguma trama, sem se preocupar muito com uma linearidade narrativa. Afora isso, o texto emotivo de Benedito Ruy Barbosa foi percebido em vários momentos, em ótimas interpretações do elenco; os casais românticos eram bons e geraram torcida; e a abordagem ao analfabetismo, que na primeira versão soou apenas como merchandising social, aqui também serviu como mais um elemento a ilustrar a transformação do bronco herói Zelão. Apesar de tantas qualidades, Meu Pedacinho de Chão não foi campeã de audiência. A novela fechou com uma média de 18 pontos no Ibope da Grande São Paulo – a mesma da novela anterior no horário, Joia Rara. Flor do Caribe, há um ano, fechou com 21 pontos. Comandado pelo produtor musical Tim Rescala, o elenco da novela apresentou três números musicais ao longo da história. No primeiro, os atores apareceram cantando, separadamente (cada um, um trecho), a música “Chuá Chuá”, de Pedro de Sá Pereira e Ary Pavão. Depois, foi a vez de “A Dor
da Saudade”, de Mazzaropi. Por último, o elenco feminino se juntou para cantar “Beijinho Doce”, de João Alves dos Santos. O menino Tomás Sampaio (o Lepe) é filho do ator Fernando Sampaio, que estava na novela e
interpretava o personagem Marimbondo. O galinho mecânico que costurava as cenas, aparecendo entre uma e outra, reagindo às tramas da novela, recebeu o nome de Bené, uma homenagem ao autor, Benedito Ruy Barbosa. Para a abertura, optou-se por uma animação multicolorida, em tons pasteis, que explora muitas das referências utilizadas na própria novela e de outros produtos infantis, como videogames, HQs e desenhos animados. A primeira cena sugere justamente que a novela é baseada na visão fantasiosa do menino Serelepe, que enxerga o mundo de sua luneta. A partir daí, tudo se transforma em uma passeio surreal de proporções e movimentos entre cenários e os personagens principais, traduzidos em elementos de um divertido e delicado cartoon. A música-tema instrumental orquestrada, ao mesmo tempo brincalhona e imponente, contribuiu para esse aspecto lúdico. (André Luiz Sens, blog Televisual) Trilha Sonora composta por músicas da banda Devotchka! 01. HOW IT ENDS Trilha Sonora Instrumental músicas de Tim Rescala gravadas pela Orquestra Sinfônica Heliópolis e Coral Da Gente 01. ABERTURA DE MEU PEDACINHO DE CHÃO Que ano passou Meu Pedacinho de Chão?Abertura da novela “Meu Pedacinho de Chão” (2014). Meu Pedacinho de Chão não é um remake, apesar de ter o mesmo nome da novela que estreou o horário das 18h da Globo, em 1971. A trama, escrita por Benedito Ruy Barbosa, tem ares de conto de fadas.
Como era o nome da novela que tinha o Zelão?Zelão - Personagens - Meu Pedacinho de Chão.
|