O pinheiro não perde as folhas no inverno porque elas possuem uma cobertura protetora e impermeável

3 Ciências Fernando Gewandsznajder Os seres vivos no planeta Ponto de partida, 3 Planeta Terra: ambiente terrestre e aquático, 4 1. Sol, Terra e clima, 5 2. Tundra, 7 3. Taiga, 7 4. Florestas Temperadas, 8 5. Mata de Araucárias, 8 6. Florestas Tropicais, 9 7. Manguezais, Campos e Cerrado, Desertos, Mata dos Cocais, Caatinga, Pantanal, Ecossistemas aquáticos, 19 Ponto de chegada, (PR) 1

4 Sergio Pedreira/Pulsar Imagens Vegetação de caatinga no semiárido. (Santaluz, Bahia. Foto de novembro de 2015.) 2

5 MÓDULO Os seres vivos no planeta Neste módulo você vai conhecer as diversas regiões da Terra, compostas por climas e vegetações diferentes, os biomas. Cada bioma possui uma condição de fatores físicos e climáticos diferente. Essas condições são responsáveis pela existência dos organismos que lá estão. Nosso país possui diversos biomas, por conta da extensão de seu território. Ponto de partida 1. Na região Nordeste do Brasil há um bioma exclusivamente brasileiro. Sua vegetação é adaptada ao clima semiárido e seu clima é seco. Discuta com os colegas sobre essa paisagem e como é o nome desse bioma. 2. No Brasil, localiza-se grande parte da maior Floresta Tropical do mundo. Qual é essa floresta? 3

6 Planeta Terra: ambiente terrestre e aquático Objetivos: Identificar os principais biomas da Terra. Conhecer e descrever as especificações de cada bioma. Saber sobre a destruição das Florestas Tropicais e sobre a poluição nos ambientes aquáticos. Observe a figura a seguir. Veja que, no norte da América do Sul, há uma região esverdeada: é a Floresta Amazônica. Na parte central, ao norte da África, está o Saara, o maior deserto do mundo. Cada uma dessas regiões possui uma vegetação típica. Acesse o portal e veja o conteúdo Biomas brasileiros. Biomas: Tundra, na região ártica, com musgos e liquens; Taiga, abaixo da Tundra, com coníferas; Florestas Temperadas, nas regiões de clima temperado (quatro estações bem definidas), com carvalhos, nogueiras; Florestas Tropicais, na região tropical, com clima quente e úmido, árvores altas e vegetação densa; Campos, nas regiões tropicais e temperadas, com menos chuvas que nas florestas e vegetação rasteira (gramíneas); Desertos, nas regiões secas, com fauna e flora pobres, cactos. A vida no ambiente aquático é sustentada pelo fitoplâncton, que realiza a maior parte da fotossíntese. A questão é Reto Stöckli/Earth Observatory/NASA Montagem de planisfério. Florestas, Desertos, Campos, etc. Pode-se dividir o ambiente terrestre em grandes regiões, que se caracterizam por determinadas condições de clima e por grupos de animais e plantas adaptados ao ambiente. Essas grandes regiões são chamadas de biomas (do grego bios, vida, e oma, proliferação ). A parte azul do mapa, como você sabe, corresponde aos oceanos, onde está 97% da água do planeta. A água doce (com menor concentração de sais do que a água salgada) é encontrada em rios, riachos, córregos, lagos, lagoas, pântanos e brejos. As principais ameaças à vida aquática são: esgotos sem tratamento, poluentes de fábricas e indústrias, vazamento de petróleo, agrotóxicos e fertilizantes, chuva ácida. Deve haver proibição dos despejos com fiscalização e multas às indústrias poluidoras, construção de estações de tratamento de esgoto e o uso correto de agrotóxicos. Florestas, Desertos Que outros biomas você conhece? Onde eles estão e como se caracterizam sua vegetação e seu clima? Você conhece os principais biomas brasileiros e suas características? Que componente sustenta a vida no ambiente aquático? Quais são as principais ameaças à vida aquática e o que pode ser feito a respeito? Respostas das questões da seção Ponto de partida (p. 3) 1. O bioma descrito é a Caatinga. 4 Os seres vivos no planeta 2. É a Amazônia. Abrange territórios brasileiros, peruanos, venezuelanos, colombianos, equatorianos, bolivianos, das Guianas e surinameses.

7 1 Sol, Terra e clima Estudando a distribuição de seres vivos no planeta, nota-se que a comunidade do polo sul, por exemplo, é bastante diferente daquela que se encontra na Amazônia. Isso ocorre porque o clima e outros fatores físicos dessas duas regiões são muito distintos. E, como se sabe, os organismos estão adaptados ao ambiente em que vivem. O clima de uma região depende de vários fatores. Um deles é a latitude, ou seja, a distância dessa região à linha do equador (uma linha imaginária que divide o planeta em duas metades: o hemisfério norte e o hemisfério sul). Quanto mais próxima do equador, mais quente é a região; quanto mais afastada, mais fria ela é. Isso porque em torno da linha do equador a incidência dos raios solares é mais direta, e assim essa região recebe mais luz e calor do que as regiões mais afastadas do equador, onde os raios solares incidem mais inclinados. Veja as figuras abaixo. As estações do ano ocorrem por causa da inclinação do eixo da Terra (uma linha imaginária que atravessa o planeta de um polo geográfico a outro) em relação ao plano de sua trajetória ao redor do Sol. (Figura sem escala. A órbita da Terra é apenas um pouco elíptica; se representada em escala, pareceria quase um círculo. Cores fantasia.) Verão no hemisfério norte, inverno no sul. Primavera no hemisfério norte, outono no sul. Ilustrações: Luís Moura/Arquivo da editora Inverno no hemisfério norte, verão no sul. Outono no hemisfério norte, primavera no sul. A luz e o calor que a Terra recebe do Sol são influenciados também pela inclinação do eixo da Terra. Reveja as figuras ao lado e acima: quando o polo norte está inclinado para o Sol, o hemisfério norte é atingido mais diretamente pelos raios solares e recebe mais luz e calor. Por isso, ele se aquece mais que o hemisfério sul. Nessa situação, é verão no hemisfério norte e inverno no hemisfério sul, e os dias tendem a ser mais longos nas regiões mais ao norte da linha do equador do que nas regiões mais ao sul. eixo da Terra linha do equador luz do Sol CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 5

8 Seis meses depois, é o hemisfério sul que recebe mais luz e calor. Nessa situação, é verão no hemisfério sul e inverno no hemisfério norte. Há duas posições na órbita terrestre em que ambos os hemisférios são iluminados da mesma forma pelos raios do Sol. Em um dos hemisférios será outono, e no outro será primavera. Observe que nas regiões próximas à linha do equador não há grande diferença no ângulo de incidência dos raios solares. É por isso que nessas regiões não ocorrem grandes variações climáticas ao longo do ano. O clima depende também da altitude o pico de uma montanha é mais frio que sua base ou algum local baixo, próximo ao nível do mar. Depende ainda de fatores como o calor transportado pelas correntes marítimas e pelas massas de ar da atmosfera, ou a distância entre determinada região e o mar ou algum lago. Observe nos mapas a seguir a localização dos principais biomas terrestres do planeta. Cada um deles possui vegetação e animais típicos. Agora você vai conhecer um pouco dos vegetais e animais que vivem nesses biomas. A região do planeta onde os organismos habitam recebe o nome de biosfera. Principais biomas da Terra KLN Artes Gráficas/Arquivo da editora; Fontes: World Reference Atlas. London: Dorling Kindersley, 2003; Ibama, Trópico de Câncer Equador Florestas Tropicais Campos e Savanas Desertos Tundra Taiga OCEANO PACÍFICO O Trópico de Capricórnio Legenda Círculo Polar Ártico N Florestas Temperadas S QUILÔMETROS L Círculo Polar Antártico OCEANO ATLÂNTICO Equador OCEANO PACÍFICO O Meridiano de Greenwich Trópico de Capricórnio 0º N L 55º O OCEANO ÍNDICO Biomas brasileiros OCEANO ATLÂNTICO º OCEANO PACÍFICO Legenda Cerrado Caatinga Floresta Amazônica Outras formações Mata Atlântica 0º Complexo do Pantanal Mata dos Cocais Mata de Araucárias Pampas S QUILÔMETROS 6 Os seres vivos no planeta

9 2 Tundra A Tundra ocupa a região ao redor do polo norte (tundra significa, em finlandês, colina ártica ). O solo permanece congelado a maior parte do tempo, mas, durante o verão, uma fina camada do solo descongela e surge uma vegetação rasteira (musgos, liquens, capim). Entre os animais, há insetos, pássaros, caribus, lemingues, urso-branco, lebre ártica, raposa polar e lobo ártico. No inverno, as aves e alguns mamíferos migram para regiões mais quentes. Ingo Arndt Photography/Latinstock Ambiente de Tundra na América do Norte (Alasca) onde se vê um caribu (Rangifer tarandus, também chamado de rena americana; 1,20 a 2,20 metros de comprimento, fora a cauda). No inverno, o caribu escava o solo gelado à procura de liquens e raízes. O termo caribu tem origem em uma língua indígena norte-americana e significa animal que escava a neve. 3 Taiga A Taiga, ou Floresta de Coníferas, localiza-se ao sul da Tundra, em áreas do Canadá, da Sibéria e dos Estados Unidos. Por estar mais perto do equador, recebe maior quantidade de energia solar que a Tundra. Há gimnospermas, como o pinheiro, a sequoia e o abeto (figura a seguir). Wolfgang Kaehler/Corbis/Latinstock Andrew Astbury/Shutterstock/Glow Images Aspecto da vegetação da Taiga. No detalhe, esquilo com cerca de 20 centímetros de altura, típico da região. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 7

10 Além disso, o formato de agulha das folhas impede o acúmulo de neve sobre elas: como os ramos são mais flexíveis, eles se curvam, em vez de quebrar, e deixam a neve cair. Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividade 1, p. 24) Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividade 1, p. 28) As folhas dessas árvores são protegidas por uma camada de cera que diminui a perda de água por transpiração. No inverno a água do solo está congelada, por isso as plantas não conseguem repor a água perdida pela transpiração. O formato das folhas também é adaptado ao clima frio. Elas são finas e compridas, em forma de agulha. Desse modo, a área de transpiração é menor, o que também ajuda a diminuir a perda de água no inverno. A fauna é mais rica que a da Tundra, com insetos, aves, lebres, alces, renas, ratos silvestres e musaranhos, que servem de alimento a carnívoros, como martas, linces, lobos e ursos-pardos. 4 Florestas Temperadas As Florestas Temperadas localizam-se nas regiões de clima temperado, com as quatro estações do ano bem definidas, como algumas áreas dos Estados Unidos, da Europa, da Ásia e da América do Sul (veja a figura abaixo). Alamy/Latinstock Frank Ihlow/Keystone Aspecto de Floresta Temperada. No detalhe, panda e filhote. O adulto tem cerca de 1,5 metro de altura. A maioria das Florestas Temperadas caracteriza-se pela perda das folhas das árvores no fim do outono, o que reduz a perda de água no inverno. As folhas voltam a crescer na primavera. Lá se encontram vários invertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, como ratos silvestres, marmotas, veados, ursos, gambás, pumas, lobos, linces, raposas, gatos selvagens e esquilos. Estados do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. 5 Mata de Arauc rias A Mata (ou Floresta) de Araucárias, também chamada de Mata dos Pinhais, ou Pinheiral, é uma floresta de clima temperado, que se encontra nas regiões de maior altitude no sul e sudeste do Brasil. A espécie que predomina é o conhecido pinheiro- -do-paraná. O pinheiro não perde as folhas no inverno, pois elas são cobertas por uma substância impermeável. Veja a figura na próxima página. 8 Os seres vivos no planeta

11 Além do pinheiro-do-paraná, encontram-se, na Mata de Araucárias, outras espécies vegetais: a canela, a imbuia, a erva-mate, o cedro, o angico, a gameleira e a samambaiaçu. Entre os animais há várias espécies de insetos, aves, como a gralha-azul e o sabiá, e mamíferos, como o tatu. Muitas das espécies se alimentam do pinhão, que é a semente do pinheiro. A intervenção humana devastou boa parte da Mata de Araucárias para retirar madeira e cultivar plantações de eucaliptos e pinheiros diferentes do pinheiro-do- -paraná, utilizados na produção de móveis e papel. Por causa da modificação do ambiente natural, muitas espécies de animais estão ameaçadas de extinção. Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividade 2, p. 28) Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo Aspecto da Mata de Araucárias. No detalhe, a gralha-azul, com 40 centímetros de comprimento. 6 Florestas Tropicais As Florestas Tropicais localizam-se em várias áreas na zona delimitada pelos trópicos de Câncer e de Capricórnio, ao longo e em torno do equador. Nessa região, o clima é quente e úmido. Na Amazônia, por exemplo, as temperaturas oscilam entre 14 ºC e 42 ºC, com média de 28 ºC. A umidade relativa do ar pode chegar a 99%, com chuvas frequentes e abundantes durante boa parte do ano. A Floresta Amazônica, com 60% de sua área em território brasileiro, é a maior floresta tropical do mundo representa um terço da área global de florestas tropicais. Com seus rios, lagos e riachos, constitui uma grande reserva de água doce da Terra. Veja a figura a seguir. Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo Jialin Nie Cox/Alamy/Latinstock Vista aérea da Floresta Amazônica. No detalhe, uma jaguatirica (cerca de 1 metro de comprimento). CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 9

12 Vista aérea da Mata Atlântica e exemplos de animais dessa região. Embaixo, à direita, o gato-do-mato (cerca de 60 centímetros); em cima, à esquerda, a saíra-de-sete-cores (cerca de 10 centímetros). Rita Barreto/Acervo da fotógrafa Há árvores altas, como o cedro, a virola, o buriti, o açaí, o bacuri, o cumaru, o jatobá, a seringueira e a castanheira-do-pará. Na superfície das áreas tomadas pelas águas encontra-se a vitória-régia, vegetal com folhas circulares flutuantes que podem chegar a 2 metros de diâmetro. Entre os mamíferos são comuns os primatas (guariba, barrigudo e outros macacos), os carnívoros (onça-pintada ou jaguar, quati, furão, jaguatirica, suçuarana ou onça-parda), tamanduás (que se alimentam de cupins), preguiças (que comem brotos de embaúba), esquilos, veados, porcos-do-mato (queixada e caititu) e mamíferos aquáticos (peixe-boi, boto, lontra e ariranha). Existe grande variedade de aves, como mutuns, tucanos, araras, papagaios, jacus e outros pássaros. Entre os répteis, há lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes (sucuri, jiboia, surucucu e jararaca). Existem também vários anfíbios (sapos, rãs e pererecas), peixes (pirarucu, tucunaré, pacu, tambaqui) e uma infinidade de invertebrados. A ocupação da região da Floresta Amazônica por cidades, plantações (cana-de- -açúcar, cacau, café, etc.), pecuária e mineração, a extração de madeiras nobres e a caça são os principais fatores de desmatamento nessa região. Outra Floresta Tropical, a Mata Atlântica, que acompanha o litoral brasileiro, foi bastante devastada pela ação humana. Atualmente, restam apenas cerca de 7% da mata original. Veja a figura abaixo. Entre as árvores, há o jequitibá-rosa, a quaresmeira, o fedegoso, a embaúba, a palmeira-juçara (dentro dela encontra-se o palmito), o cedro e a peroba. Na Mata Atlântica vivem diversos mamíferos, muitos ameaçados de extinção: marsupiais (como o gambá e a cuíca-d água), primatas (como o muriqui, o mico-leão, o mico-leão-dourado, o sagui-preto e o macaco-prego), guaxinins (mão-pelada), quatis, onças-pintadas, gatos-do-mato, cachorros-do-mato-vinagre, suçuaranas, caxinguelês, cutias, ouriços-cacheiros, porcos-do-mato, tatus, pacas, tamanduás-mirins, capivaras, antas e preguiças. E aves, como o macuco, o inhambu, os patos selvagens, os gaviões, o mutum, a saracura e a saíra- -de-sete-cores. Roberto Loffel/Arquivo da editora Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo 10 Os seres vivos no planeta

13 A riqueza das Florestas Tropicais Na zona tropical a vegetação cresce o ano todo. É variada e exuberante, com árvores que chegam a atingir 60 metros de altura. Existe, portanto, alimento farto o ano todo para os animais herbívoros. O clima quente facilita a sobrevivência dos invertebrados e dos vertebrados ectotérmicos: o calor mantém o organismo deles em uma temperatura que permite a atividade constante. Em uma floresta tão densa, cerca de 1% da luz emitida pelo Sol atinge o solo. Por isso quase não há plantas rasteiras. Esse é o ambiente ideal para os animais que voam ou vivem nas árvores e se alimentam de frutos, sementes ou folhas. A riqueza das Florestas Tropicais é justamente a imensa biodiversidade que aí se encontra. A Amazônia tem a maior variedade de espécies de primatas, jacarés, anfíbios, roedores, insetos, lagartos e peixes de água doce do mundo. Apesar de toda essa diversidade de espécies, o solo das Florestas Tropicais compõe-se, na maior parte, de uma massa de areia e argila, pobre em nutrientes minerais. Sobre essa massa há apenas uma camada fina de húmus, rica em nutrientes, que se forma pela decomposição de restos de plantas e animais. Então, como se explica a rica diversidade das Florestas Tropicais? A resposta está no equilíbrio ecológico. No solo quente e úmido, as bactérias, os fungos e outros seres decompositores, protegidos da luz solar direta, reproduzem-se rapidamente o ano todo. Nessas condições, a decomposição dos restos de animais e vegetais torna-se muito rápida. Folhas que caem no solo são logo transformadas em substâncias minerais. Essas substâncias são absorvidas pelas plantas e utilizadas em seu crescimento pela fotossíntese e outras transformações químicas. A destruição das Florestas Tropicais As Florestas Tropicais vêm sendo destruídas para dar lugar a lavouras e pastos, extração de minérios, fornecimento de madeira ou construção de estradas. A cobertura vegetal das Florestas Tropicais diminui a erosão do solo, que é o desgaste da superfície provocado pela chuva, vento e outros fatores. A copa das árvores impede que a chuva caia diretamente no solo, e as raízes ajudam a reter a água que escorre e arrasta partículas do solo. Quando as árvores são derrubadas, a erosão se acelera. A chuva e o vento carregam consigo sais minerais e húmus e provocam a diminuição da fertilidade do solo. Portanto, a floresta só se manterá intacta enquanto houver vegetação para reciclar esses nutrientes. Além disso, a terra levada pela chuva pode se acumular no fundo dos rios e facilitar o transbordamento e a ocorrência de inundações. Esse acúmulo de terra nos rios é chamado de assoreamento. Geralmente, para desmatar uma floresta costuma-se incendiar as árvores. São as queimadas, o meio mais rápido e barato de limpar a área para a agricultura. Mas as queimadas não destroem somente as árvores. Elas também matam os organismos que fazem a decomposição e reciclam os nutrientes. O resultado é que os sais minerais que se encontram nas cinzas dão ao solo uma fertilidade apenas passageira. Consequentemente, não havendo mais acúmulo de folhas nem animais mortos, não há reciclagem, e a fertilidade desaparece com o tempo. Sinclair Stammers/SPL/Latinstock Escorpião chicote, fotografado em floresta no Equador. O corpo desse aracnídeo tem por volta de 7 centímetros. A decomposição rápida e constante é fundamental para a manutenção da vida na floresta. Não se pode esquecer que a maioria dos nutrientes da floresta se origina da decomposição dos organismos mortos. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 11

14 Desaparecem também as espécies que poderiam fornecer medicamentos e outros produtos importantes ou enriquecer nosso conhecimento sobre a natureza. Área de Floresta Amazônica queimada no estado do Pará, em As queimadas produzem também grande quantidade de gás carbônico, que vai se somar ao gás carbônico produzido por veículos e indústrias. Esse gás dificulta a saída do calor do planeta para o espaço e com isso há o aumento da temperatura da Terra. Esse fenômeno, chamado de aquecimento global, pode ocasionar grandes mudanças climáticas e até elevar o nível dos mares por causa do derretimento das geleiras no alto das montanhas, provocando a inundação de ilhas e regiões litorâneas. O desmatamento também provoca alterações climáticas porque, devido à grande área relativa formada pelas folhas, a quantidade de água devolvida pela transpiração é maior que a devolvida pela evaporação direta e reduz-se o volume de água disponível para as chuvas. Com isso, a quantidade de chuvas e a umidade reduzem-se progressivamente e pode instalar-se um clima do tipo semiárido. Além disso, a floresta intacta retém dez vezes mais água da chuva do que um campo para pasto, por exemplo. A água devolvida pela transpiração forma nuvens que os ventos levam para o sul, possibilitando a formação de chuvas em outras regiões. Com a destruição das florestas, desaparece a grande variedade de animais (vítimas também da caça e da pesca sem controle) e plantas desse bioma. O aumento da temperatura pode provocar a savanização da Amazônia, isto é, a transformação de parte da floresta, que tem vegetação rica e densa, em vegetação mais rala e baixa, semelhante à savana da África ou ao cerrado brasileiro. A destruição das florestas põe em risco também a sobrevivência dos povos que vivem nesse habitat, como é o caso de várias comunidades indígenas. Mais de 90 delas se extinguiram no Brasil desde o início do século XX. A preservação de outras culturas é uma obrigação moral e social. No caso das culturas indígenas, com o desaparecimento das tribos perde-se o conhecimento que esses povos têm sobre a floresta. A tradição indígena pode dar pistas, por exemplo, das plantas medicinais que merecem ser testadas para comprovar seus efeitos. E não se pode esquecer que mais de 20% dos medicamentos são obtidos de produtos extraídos de plantas das Florestas Tropicais. É preciso então preservar não apenas os recursos naturais mas também protegê-los, como no caso do conhecimento tradicional indígena, ou seja, é preciso preservar também a sociodiversidade. Não podemos esquecer que os povos indígenas têm o direito de perpetuar sua cultura e seus valores, tendo igualmente direito de acesso a outras culturas e às tecnologias de outras sociedades. Nacho Doce/Reuters/Latinstock 12

15 A preservação da biodiversidade Os ecossistemas naturais não devem ser avaliados apenas pelos benefícios econômicos que derivam de sua exploração. É importante que eles sejam avaliados também por seus benefícios ecológicos. A exploração das florestas tropicais deve ser realizada de forma cuidadosa para não alterar o equilíbrio ecológico. A coleta de produtos vegetais precisa ser realizada nas reservas extrativistas, especialmente delimitadas para isso, sem pôr em risco o ecossistema. Um dos mecanismos para combinar benefícios econômicos e sociais com a preservação das florestas é a certificação florestal. O selo de certificação florestal deve garantir aos consumidores que o produto (madeira, papel, entre outros) foi obtido de uma floresta manejada de forma ecologicamente adequada, e não de derrubadas impróprias das florestas nativas. Para preservar a Amazônia, várias medidas sociais devem ser adotadas. Entre elas: a geração de empregos formais para os que vivem do desmatamento; o investimento em saúde e educação para elevar o padrão de vida dos habitantes da região; a regularização das propriedades rurais; o aumento do número de guardas florestais; a ampliação do reflorestamento e do estímulo financeiro para a preservação da floresta. 7 Manguezais Os Manguezais, também conhecidos como mangues, ou Florestas de mangue, estão situados geralmente nas regiões tropicais próximas ao mar. Eles aparecem em vários pontos do litoral do Brasil. Costumam se formar na foz (desembocadura) dos rios, onde a água salgada do mar se encontra com a água doce dos rios. Nessas regiões, formam-se camadas de lama, que tornam o solo pantanoso. Sobre esse solo crescem árvores, chamadas coletivamente de mangue. As raízes dessas árvores protegem o solo porque diminuem o impacto das ondas do mar. Isso reduz a erosão das áreas litorâneas. Observe a figura a seguir. Nas zonas litorâneas, além do Manguezal, encontra-se a Restinga, uma região arenosa com ervas, arbustos e árvores. Nellie Solitrenick/Arquivo da editora Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividades 2 a 6, p. 24 e 25) Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividades 3 e 4, p. 29) É necessário que haja conscientização do consumidor para colaborar com o processo de proteção ambiental. Além disso, é importante fiscalizar e coibir o corte ilegal para incentivar o uso sustentável das florestas. Os mangues funcionam como berçários para muitas espécies de animais. Muitos crustáceos, por exemplo, depositam seus ovos nos Manguezais. Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividades 7 e 8, p. 25) Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividade 5, p. 29) Aspecto de um manguezal do Brasil. CIÊNCIAS 13

16 8 Campos e Cerrado Os Campos localizam-se em regiões tropicais e temperadas que recebem uma quantidade de chuvas intermediária entre o deserto e a floresta. Isso dificulta o desenvolvimento de árvores de grande porte e facilita o surgimento de plantas pequenas, como o capim. Nos Campos das regiões temperadas surgem vastas extensões de capim, que recebem diferentes nomes: Estepe, na Ásia e na Europa; Pradaria, na América do Norte; Pampas (ou Campos), no sul da América do Sul (figuras abaixo). Na primeira foto, aspecto dos Pampas (Bagé, Rio Grande do Sul); na segunda foto, bisões (gênero Bison; 2 a 3,5 metros de comprimento, fora a cauda) em uma pradaria norte-americana. Adam Jones/Photoresearchers, Inc./Latinstock Delfim Martins/Pulsar Imagens A vegetação rasteira permite a sobrevivência de muitos animais herbívoros e, consequentemente, dos carnívoros que deles se alimentam, o que pode ser visto nas savanas da África, onde há antílopes, girafas, zebras, gnus, rinocerontes, leões, guepardos, chacais e hienas, entre outros animais. A ocupação dos Campos para a criação de gado e para a agricultura tem provocado a extinção de vários animais. As frequentes queimadas e o pastoreio excessivo aceleram a erosão e o esgotamento do solo. Os Pampas, ou Campos do Sul, localizam-se no extremo sul do país, principalmente no Rio Grande do Sul. A vegetação dominante é formada por gramíneas de pequeno porte, com poucos arbustos espalhados (figuras acima). De modo geral, não há árvores, por isso são chamados também de campos limpos. Os Campos são utilizados para a pecuária e também para a produção de trigo, arroz, milho e soja, o que tem provocado a erosão do solo. Entre os animais da região, encontram-se o tatu e diversos roedores, que cavam tocas; carnívoros, como o gato- -dos-pampas, o zorrilho (espécie de raposa) e o guaxinim. Entre as aves, estão o marreco, o tachã e o quero-quero. 14 Os seres vivos no planeta

17 Nos campos das regiões tropicais como a Savana, na África e na Austrália; e o Cerrado, na região Centro-Oeste brasileira, além das gramíneas, há arbustos e árvores esparsas. O Cerrado, ou Campo Cerrado, ocupa cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados do Brasil central, em parte dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais e quase toda a extensão dos estados de Goiás e de Tocantins. Há regiões de cerrado também em São Paulo e no Paraná. O clima é quente, com períodos alternados de chuva e seca (inverno seco e verão chuvoso). Na estação seca, a vegetação pode se queimar espontaneamente. O fogo no Cerrado ocorre com frequência, causado por raios, e algumas espécies vegetais dependem dele para a reprodução, pois florescem apenas após uma queimada. Depois que as cinzas esfriam, novas plantas brotam do solo, e os animais da região voltam à área queimada. As árvores permanecem vivas por causa das raízes profundas e dos caules subterrâneos ou da presença de uma camada protetora no caule, que age como isolante térmico. Essa situação natural, porém, não tem nenhuma relação com as queimadas provocadas pelo ser humano. Em geral, estas são mais intensas e sem controle e, por serem mais frequentes, acabam por prejudicar o crescimento das plantas. Além de árvores esparsas, no máximo com 5 metros de altura, há arbustos e gramíneas. Os caules das árvores são tortuosos, com folhas bem espessas. É comum as raízes longas (algumas com 18 metros de comprimento) atingirem as reservas de água subterrânea. Veja as figuras a seguir. O Cerrado é chamado de campo sujo por apresentar vegetação arbórea e arbustiva. Detalhe da vegetação do Cerrado nas proximidades de Brasília e alguns animais típicos desse bioma: à esquerda, seriema (75 a 90 centímetros de comprimento) e, abaixo, tamanduá-bandeira (1 a 1,20 metro de comprimento, fora a cauda). Luis Humberto/Arquivo da editora Rita Barreto/Acervo da fotógrafa Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 15

18 Barbatimão: arbusto do qual se extrai o tanino, substância usada para curtir o couro. Áreas administradas pelo Estado para a proteção da vida selvagem, como o Parque Nacional das Emas, em Goiás. Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividade 9, p. 25 e 26) Muitos cavam tocas no solo, onde se abrigam do calor diurno, e saem apenas à noite em busca de alimento. Cactos (deserto do Atacama, Chile; de 1 metro a vários metros de altura). Entre as plantas típicas do Cerrado encontram-se o barbatimão, o pau-santo, o araçá, o pau-terra, a catuaba, o ipê-do-cerrado, a peroba-do-campo e o pequizeiro (de seu fruto, o pequi, é extraído o óleo). Estima-se que o Cerrado abrigue mais de 10 mil espécies de plantas, muitas delas com propriedades medicinais. Entre os mamíferos encontram-se o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, o veado- -campeiro, o veado-catingueiro, o lobo-guará (guará), a onça-pintada, a onça-parda, a anta e a capivara (o maior roedor do mundo). Mais de um terço das aves brasileiras vive nos cerrados, entre elas, a ema (a maior ave das Américas), o gavião-preto, o gavião carcará, a seriema, o tucano e o urubu-rei. Os rios dos cerrados possuem ainda rica variedade de peixes. Os solos muito ácidos podem ser tratados, e hoje são utilizados na pecuária e na lavoura. São responsáveis por boa parte da produção nacional de milho, soja e carne bovina. Mas o manejo inadequado e o desmatamento excessivo têm levado à erosão do solo. Por essa razão, depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma mais prejudicado pela ocupação e exploração humanas. Portanto, é fundamental empregar mais recursos para preservar a biodiversidade da região, com a criação de reservas naturais e parques nacionais. 9 Desertos Os Desertos estão situados em zonas de clima muito seco, que recebem pouca chuva. Dependendo da região, podem ocorrer grandes variações de temperatura entre as estações do ano ou mesmo ao longo do dia (muito calor no decorrer do dia e muito frio à noite). São encontrados na África o deserto do Saara é o maior do mundo, na Ásia, nos Estados Unidos, no México, no Chile e na Austrália. Muitos deles se formaram devido à destruição da vegetação causada pela ação humana e, pelo mesmo motivo, continuam a se expandir. Por causa da escassez de água, a vegetação é pobre. As poucas plantas que aí existem estão adaptadas ao clima seco. Os cactos, por exemplo, têm tecidos que armazenam água e uma cobertura impermeável mais grossa em volta do caule. Além disso, suas folhas se transformam em espinhos, o que diminui a superfície de evaporação da água. Os espinhos também mantêm os animais do deserto afastados da água armazenada na planta. A fotossíntese é realizada pelo caule. Veja a figura abaixo. No deserto vivem répteis (lagartos e serpentes), insetos, aracnídeos, aves (corujas) e mamíferos, como ratos e raposas. Os animais também se adaptaram ao clima seco. David Nunuk/Science Photo Library/Latinstock 16

19 Delfim Martins/Pulsar Imagens 10 Mata dos Cocais Em uma região de transição climática entre o sertão nordestino e a Amazônia, nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, encontra-se a Mata dos Cocais (figura a seguir). Ela é formada por vários tipos de palmeiras, principalmente o babaçu e a carnaúba. Do babaçu extrai-se um óleo usado na culinária e na indústria, além de álcool, fibras, entre outros produtos. Da carnaúba extrai-se a cera, usada para polir e encerar. Suas folhas podem ser utilizadas na produção de tecidos, e seus troncos, na construção de moradias. Mata dos Cocais (babaçu), no Piauí. 11 Caatinga A Caatinga aparece nos estados do Nordeste brasileiro e no norte de Minas Gerais. As regiões de Caatinga são quentes, com chuvas irregulares e estações secas prolongadas. Na época da seca, a maioria das árvores perde as folhas, e boa parte dos rios e lagoas seca. O aspecto árido, desbotado e sem folhas verdes deu nome a esse bioma. Quando as chuvas retornam, as árvores se cobrem de folhas e a paisagem volta a ficar verde. Veja a figura abaixo. Caatinga: termo de origem tupi que significa mata branca, em referência às plantas sem folhas. Araquém Alcântara/Reflexo Mark Payn/Diomedia A vegetação da Caatinga (aspecto geral) e, no detalhe acima, um tatu-bola (em média 30 centímetros de comprimento), típico desse bioma. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 17

20 Açudes: represas usadas para guardar a água da chuva, que depois servirá para regar pastos e plantações. Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividade 6, p. 29) A irrigação do solo também é fundamental para que o potencial agrícola da Caatinga seja bem aproveitado. De fato, o Pantanal é um conjunto de biomas caracterizado pelos alagamentos periódicos. Vista do Pantanal Mato-Grossense. Em muitas plantas encontram-se adaptações ao clima seco, como a redução ou perda das folhas nos meses secos. Outras armazenam água nos caules. É o caso dos vários tipos de cactos da Caatinga: quipá, mandacaru, xiquexique, coroa-de-frade. Entre as árvores, podem ser citadas o juazeiro, a aroeira, o umbuzeiro, a barriguda e os ipês. Na fauna observa-se a presença de répteis (calango, jiboia, cascavel), anfíbios (sapo-cururu), aves (carcará, ema, seriema, gralha-canção) e mamíferos (cutia, gambá, preá, capivara, veado-catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, caititu). Embora o solo seja razoavelmente fértil e sirva para a agricultura e a pecuária, muitas plantações acabam secando por falta de chuvas. Por isso é necessário construir mais açudes. 12 Pantanal O Pantanal, também chamado de Pantanal Mato-Grossense, situa-se nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se até a Bolívia e o Paraguai. O verão é quente e úmido, e o inverno, seco. Cerca de dois terços do Pantanal ficam alagados na época das chuvas abundantes (de outubro a março) em razão das enchentes dos rios que banham esse ambiente. O solo recebe fertilizantes naturais vindos da água dos rios das regiões mais altas. Nos meses restantes, permanecem na região várias lagoas que se formaram com as enchentes. No Pantanal há uma mistura de campos, florestas tropicais, cerrado e vegetação típica de áreas alagadas. Além de extensos capinzais, que servem de pastagem para o gado, nessa região encontram-se ipês, jatobás, cambarás, pequizeiros, imbaúbas, paus-de-formiga. Nos terrenos permanentemente alagados, há plantas aquáticas, como o aguapé, a elódea, a salvínia e a vitória-régia. A fauna é riquíssima, com a maior diversidade de aves do mundo (garças, colhereiros, socós, tucanos, tuiuiús ou jaburus o símbolo do Pantanal, biguás, emas, patos, araras, jaçanãs), peixes (pintados, traíras, dourados, pacus, piranhas, jaús, piaus), mamíferos (onças, cervos-do-pantanal, antas, capivaras, pacas, lontras, lobos-guarás, queixadas, porcos-espinhos, tamanduás, tatus) e répteis (jacarés, tartarugas, lagartos e serpentes). Fabio Colombini/Acervo do fot grafo 18

21 A pecuária e as práticas agrícolas sem controle em certos locais têm provocado o assoreamento de alguns rios e a erosão do solo. O garimpo de ouro vem poluindo alguns rios com mercúrio. A destruição da fauna pela caça clandestina e pela pesca sem controle é um dos maiores problemas da região. A exploração do Pantanal deve levar em conta sua ecologia e utilizar técnicas que evitem desequilíbrios ecológicos. É preciso controlar a pesca e proibir a captura de peixes na época de reprodução, assim como o uso de redes de malha muito fina, que apanham filhotes pequenos. A fiscalização e a repressão à caça clandestina, além da implantação de programas de estudo sobre a ecologia do Pantanal, são algumas das medidas importantes que devem ser incentivadas pelo governo para evitar a destruição desse paraíso ecológico. Um dos maiores atrativos do Pantanal é o turismo ecológico, que precisa ser incentivado cada vez mais. A renda gerada por essa atividade poderia ser usada para preservar o patrimônio ecológico da região. Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividades 10 e 11, p. 26) 13 Ecossistemas aquáticos Assim como ocorre no meio terrestre, a vida na água depende da fotossíntese. E a fotossíntese depende de luz e de substâncias minerais. A intensidade da luz diminui com a profundidade: quanto mais fundo é o trecho, maior é quantidade de energia da luz absorvida pela água e mais escuro o ambiente se torna. Até cerca de 200 metros de profundidade, ainda há luz suficiente para que a fotossíntese ocorra. Nessa região iluminada, chamada de zona eufótica, ou fótica, há algas microscópicas, levadas pelas ondas e correntes marinhas, além de seres heterotróficos e algas pluricelulares presas no fundo. Dependendo do modo como se locomovem, os organismos aquáticos são classificados em três grupos: plâncton, nécton e bentos. O conjunto de seres aquáticos flutuantes levados passivamente pelas correntezas é chamado de plâncton. As algas microscópicas fazem parte do fitoplâncton. Os seres heterotróficos flutuantes, como protozoários, pequenos crustáceos e larvas de vários animais, formam o zooplâncton. Observe as figuras abaixo. Eufótico: do grego eu, que significa bem, e photos, luz. Portanto, significa bem iluminado. Plâncton, fitoplâncton e zooplâncton: vêm do grego: plagkton, que quer dizer errante, que vagueia ; phyton significa planta ; e zoon, animal. Photoresearchers/Photoresearchers/Latinstock A Oxford Scientific/Oxford Scientific/Latinstock B A: Algas microscópicas que fazem parte do fitoplâncton (ao microscópio óptico; aumento de cerca de 80 vezes); B: Copépodos (crustáceos) e larvas de animais marinhos que fazem parte do zooplâncton (ao microscópio óptico; aumento de cerca de 10 vezes). CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 19

22 Nécton: do grego nekton, que significa aquele que nada. Bentos: do grego bénthos, que significa profundidade. Afótico: quer dizer sem luz : a, em grego, significa sem ; e photos, luz. As algas microscópicas que se encontram na região eufótica são as maiores produtoras de alimento e de oxigênio dos ambientes aquáticos. O zooplâncton alimenta-se do fitoplâncton e, por sua vez, serve de alimento para os peixes e outros animais aquáticos. Os peixes, as baleias, os golfinhos e outros seres capazes de nadar e vencer as correntes formam o nécton. No leito do mar encontram-se os seres vivos que formam os bentos. São, por exemplo, os mexilhões, as esponjas, as anêmonas-do-mar, as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, as ostras e os caranguejos. Quanto mais fundo, mais escuro é o mar, porque a energia da luz vai sendo absorvida cada vez mais pela água. O fitoplâncton e o zooplâncton diminuem à medida que se aprofundam no oceano. Abaixo de 200 metros, aproximadamente, não existe mais luz suficiente para a fotossíntese. Nessa região do mar, não há fitoplâncton: é a zona afótica. A Fotos: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo B Onde há mais vida no mar Alguns organismos que formam o nécton e os bentos. A: Golfinhos-rotadores (Stenella longirostris; cerca de 2 metros de comprimento); B: Estrela-do-mar (Oreaster reticulatus; cerca de 24 centímetros de diâmetro). Apesar de cobrir em torno de 73% da superfície da Terra, o ambiente marinho abriga apenas cerca de 10% da biodiversidade do planeta. As regiões do mar onde há maior biodiversidade são as regiões menos profundas, que ficam perto do litoral, onde a água retira sais minerais da terra, que fica próxima. Fora das regiões costeiras, boa parte dos nutrientes deposita-se no fundo do mar, onde há pouca ou nenhuma luz. Abaixo de 2 mil metros de profundidade encontra-se a zona abissal, sem nenhuma luz. Muitos peixes dessa região possuem bactérias que emitem luz (bioluminescência). Isso ajuda os animais a encontrar alimento, além de facilitar a identificação de machos e fêmeas da mesma espécie. Com mais luz e sais minerais, as algas do fitoplâncton se reproduzem rapidamente e levam mais consumidores a se concentrar na região costeira, que, por isso, é uma região ideal para a pesca. Nas regiões onde os rios se encontram com o mar, a vida é ainda mais rica. Isso porque, no seu caminho, os rios vão absorvendo sais minerais da terra, que são finalmente lançados no mar. 20 Os seres vivos no planeta

23 Outras zonas costeiras com bastante vida são aquelas onde correntes de água levam os sais minerais do fundo para a superfície iluminada. Com isso, o número de algas aumenta e o de consumidores também, tornando a região boa para a pesca. Esses locais, chamados de regiões de ressurgência, encontram-se, por exemplo, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e nas regiões costeiras de Portugal, da África, do Peru e da Califórnia. A biodiversidade é igualmente grande nas regiões em que há recifes de corais. Esses depósitos de corais são encontrados nas regiões tropicais, em águas quentes e pouco profundas, e servem de abrigo para peixes, algas, moluscos, crustáceos e muitos outros animais. Veja a figura ao lado. Água doce Os recifes de corais são verdadeiros oásis de vida nos oceanos. Minden Pictures/Minden Pictures/Latinstock Os rios de águas agitadas possuem pouco ou nenhum plâncton, pois os seres que o formam, por flutuarem, não conseguem se manter em águas agitadas. Nesse caso, os produtores são algas presas ao fundo do rio. Além disso, o rio recebe matéria orgânica da terra que fica ao seu redor, como folhas e insetos mortos. O fitoplâncton é mais abundante em águas calmas, onde a vida animal é semelhante à dos lagos. Nas regiões do lago mais próximas da margem, onde as águas são mais rasas, os produtores são o fitoplâncton e os vegetais presos ao fundo, como o aguapé e a vitória-régia. A teia alimentar do lago é formada por caramujos, insetos e outros artrópodes, vermes, rãs e garças, entre outros organismos. Ressurgência: fenômeno em que a água fria das profundezas sobe à superfície e forma correntezas. Alguns organismos de um lago. (Os elementos da figura não estão na mesma escala. O fitoplâncton e o zooplâncton estão ampliados. Cores fantasia.) Ingeborg Asbach/Arquivo da editora zona litorânea zooplâncton zona límnica fitoplâncton zona profunda CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 21

24 Nas partes mais afastadas da margem, o produtor é o fitoplâncton, e os consumidores são os peixes. Isso ocorre na superfície, porque nas regiões mais profundas e escuras encontram-se apenas os seres decompositores e os organismos que se alimentam de restos de matéria orgânica vindos da superfície. Finalmente, não podemos esquecer que, desde a Pré-História, há cerca de 12 mil anos, civilizações se desenvolveram às margens de rios como Nilo, Tigre, Eufrates, Ganges, Níger, Senegal, Gâmbia e rio Amarelo. O transbordamento desses rios em certas épocas do ano enriquecia de húmus as suas margens. Após o recuo das águas, essas civilizações usavam suas terras férteis para a agricultura. Além disso, os rios serviam como meio de transporte e fonte de energia hidráulica. A poluição no ambiente aquático Pesca sem controle, destruição dos habitat e poluição vêm ameaçando a vida aquática. Entre os resíduos tóxicos que poluem a água estão metais como o mercúrio, lançado por indústrias ou utilizado no garimpo e daí levado pelas chuvas. Esses metais acumulam-se nas cadeias alimentares e podem intoxicar o próprio ser humano. A poluição por mercúrio vem ocorrendo em alguns rios da Amazônia e do Pantanal, nas regiões de garimpo. O petróleo e seus derivados são outra fonte poluidora dos mares. A poluição resulta de acidentes com navios petroleiros e do petróleo despejado com a água usada para equilibrar o peso de navios mais vazios. Além de destruir o plâncton e passar para outros organismos, por meio da cadeia alimentar, o petróleo adere às penas das aves (figura a seguir) e aos pelos dos mamíferos. Essas estruturas perdem assim a função de isolar o corpo do animal da temperatura fria da água. Com isso, o animal acaba morrendo de frio. Outra ameaça aos ambientes aquáticos é a chuva ácida. Esta é produzida quando óxidos de enxofre e de nitrogênio, liberados pela combustão de carvão e derivados de petróleo, reagem com a água da chuva e formam ácidos. Esses ácidos, levados pelas chuvas, podem destruir seres vivos de lagos, rios e florestas. Martin Harvey/Zuma Press/Easypix Brasil Pinguim (Spheniscus demersus; cerca de 60 centímetros de altura) coberto de petróleo durante derramamento desse óleo na África do Sul, em Os seres vivos no planeta

25 Werther Santana/Agência Estado Além de possuir elementos tóxicos, o esgoto pode funcionar como fertilizante nos ambientes aquáticos e provocar o desequilíbrio ecológico. Esse processo é conhecido como eutrofização. Os nutrientes do esgoto estimulam a reprodução das algas do fitoplâncton. A grande massa de algas na superfície impede a passagem da luz para as camadas de baixo e interrompe a fotossíntese. Além disso, boa parte do oxigênio produzido pelas algas da superfície escapa no ar. Como resultado, a concentração de oxigênio na água diminui, provocando a morte de peixes e outros animais aquáticos. Veja as figuras abaixo. Eutrofização: do grego eu, bem e trophé, desenvolvimento. Para construir: Trabalhando as ideias do capítulo (atividades 12 a 19, p. 26 a 28) Para aprimorar: Pense um pouco mais (atividade 7, p. 29) Atividade em grupo (p. 30) Para praticar: Mexa-se (p. 30) David Campione/Science Photo Library/Latinstock Na imagem acima, algas proliferam por causa do lançamento de esgoto na represa de Guarapiranga, em São Paulo (SP), Na imagem ao lado, peixes mortos por falta de oxigênio. Várias medidas podem ser adotadas para diminuir a ameaça à vida aquática: Proibição de lançamento de poluentes na água, com fiscalização e aplicação de multa às indústrias poluidoras. Controle da poluição nos garimpos, com a utilização de aparelhos que reaproveitam o mercúrio. Fiscalização da exploração, transporte e distribuição de petróleo. Melhoria do saneamento básico, aumentando a rede de esgoto. Uso correto de fertilizantes e agrotóxicos, supervisionado por agrônomos. Desenvolvimento de energias alternativas para diminuir o uso do petróleo e do carvão mineral. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 23

26 Atividades Trabalhando as ideias do capítulo 1. O que diferencia a vegetação da Tundra da vegetação da Taiga? Que árvore predomina na Taiga? Na Tundra predominam os liquens e a vegetação rasteira (musgo, capim e arbustos). Na Taiga encontramos árvores de grande porte, em que predominam as coníferas (pinheiros). 2. Organize os biomas a seguir em ordem crescente de biodiversidade: Taiga, Floresta Temperada, Floresta Tropical, Tundra. Tundra, Taiga, Floresta Temperada, Floresta Tropical. 3. Se o solo da Amazônia é pobre, como ele pode sustentar tanta riqueza em termos de fauna e de flora? O clima quente da Amazônia facilita a sobrevivência de vertebrados e invertebrados ectotérmicos: o calor mantém seu organismo em constante atividade. Além disso, por causa da enorme quantidade de árvores, o bioma apresenta condições ideais para a sobrevivência de animais que voam ou que habitam as árvores e se alimentam de folhas, frutos e sementes. A riqueza vegetal é explicada pela decomposição rápida de matéria orgânica assim que a folha cai no solo, é rapidamente transformada em substâncias minerais que são absorvidas pelos vegetais. 4. Explique como o desmatamento das Florestas Tropicais aumenta a erosão do solo e diminui sua fertilidade. A copa espessa das árvores protege o solo da chuva direta, e as raízes ajudam a reter a água da chuva. Sem a proteção das árvores, a água da chuva, com o vento, arrasta partículas do solo, provocando erosão. Junto com as partículas do solo vão embora os sais minerais e o húmus, o que empobrece o solo consideravelmente. 24 Os seres vivos no planeta

27 5. Explique por que é importante preservar a biodiversidade das Florestas Tropicais. Porque se a grande variedade de animais e plantas desse ecossistema desaparecer, vão desaparecer também aquelas que poderiam fornecer medicamentos e outros produtos importantes ou enriquecer nosso conhecimento sobre a natureza. Além disso, preservar a biodiversidade tem um valor ético o de não provocar a extinção de outras espécies. 6. Por que a queimada acaba prejudicando a fertilidade do solo? Porque mata os organismos decompositores, prejudicando a reciclagem da matéria e diminuindo a fertilidade do solo. 7. Cite duas características das plantas dos Manguezais. Queimada no Cerrado. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), Gerson Gerloff/Pulsar Imagens Raízes bem desenvolvidas, que aumentam a capacidade de fixação da planta no solo ou raízes respiratórias, que crescem para fora da água, já que o solo pantanoso do mangue é pobre em oxigênio. 8. Explique por que os Manguezais devem ser preservados. Os Manguezais são habitados por vários animais, como caranguejos, camarões e ostras, e funcionam como uma espécie de berçário, onde são depositados os ovos de várias espécies. Contribuem também para a manutenção do solo, já que as raízes de suas árvores diminuem o impacto das ondas do mar, reduzindo a erosão das áreas litorâneas. 9. Você conheceu neste módulo diversos biomas do planeta, entre eles: a Tundra, a Taiga, as Florestas Temperadas, as Florestas Tropicais, os Campos, os Desertos. Agora, associe as características abaixo com os biomas mencionados. a ) Nesse bioma as quatro estações do ano são bem definidas e as árvores perdem as folhas no fim do outono. É predominante na Europa e na América do Norte. Floresta Temperada. b ) A vegetação desse bioma é formada basicamente por liquens e plantas herbáceas, que crescem apenas nas estações menos frias. É encontrado no polo norte. Tundra. c ) Apresenta clima quente, muita chuva, umidade e vegetação rica. É o bioma com maior biodiversidade do mundo. Floresta Tropical. d ) Apresenta clima frio e florestas de pinheiros. Ocorre no Canadá e na Sibéria. Taiga. e ) Nesse bioma predominam as gramíneas (capim), e pode haver alguns arbustos e árvores esparsas (espalhadas, distantes umas das outras). Campo. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 25

28 f ) O clima desse bioma é muito seco, com poucas chuvas, grandes variações de temperatura, e sua vegetação pobre está adaptada à falta de água. É encontrado no norte da África, entre outras regiões. Deserto. 10. Você conheceu também diversos biomas que se encontram no Brasil: a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Mata de Araucárias, a Mata dos Cocais, o Pantanal, a Caatinga, os Campos sulinos (Pampas), o Cerrado, os Manguezais. Agora, associe as características seguintes com os biomas mencionados. a ) Ocorre no extremo sul do país. Nele predominam as gramíneas (capim) e, como atividade econômica, destaca-se a criação de gado. Campos sulinos (Pampa). b ) É encontrado no litoral de regiões tropicais, onde a água salgada do mar se encontra com a água doce dos rios. Possui árvores com raí zes respiratórias (adaptação ao solo alagado). Manguezal. c ) É o maior bioma do Brasil, com grande biodiversidade, árvores de grande porte e clima quente e úmido. Floresta Amazônica. d ) Possui solo ácido, com muitas gramíneas (capim) e árvores e arbustos esparsos, com galhos retorcidos e raízes longas. É encontrado no Brasil central. Cerrado. e ) É muito quente durante o dia. Nesse bioma predominam plantas com folhas reduzidas ou transformadas em espinhos, caules que armazenam água e outras adaptações à falta de água. É encontrado no Nordeste do Brasil. Caatinga. f ) Situado na costa brasileira, esse bioma é uma floresta bastante devastada pela ação humana, com rica biodiversidade. Mata Atlântica. g ) Ocorre em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; boa parte de sua área fica periodicamente alagada na época das chuvas. Pantanal. h ) O pinheiro-do-paraná é a árvore típica desse bioma. Mata de Araucária. i ) Situado entre a Floresta Amazônica e a Caatinga, com vários tipos de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba. Mata dos Cocais. 11. Cite algumas medidas que devem ser tomadas para impedir a destruição do Pantanal. Proibição da pesca em épocas de reprodução dos peixes e do uso de redes de malha fina, que capturam filhotes; aumento da fiscalização e repressão à caça clandestina; criação de programas de estudo sobre a ecologia do Pantanal. 12. Indique as afirmativas verdadeiras. a ) X No inverno o solo da Tundra fica congelado. b ) As coníferas são árvores típicas da Tundra. c ) X A fauna da Taiga é mais rica que a da Tundra. d ) X Na Caatinga existem plantas com adaptações ao clima seco. 26 Os seres vivos no planeta

29 e ) A Mata de Araucárias é uma floresta de clima tropical encontrada no nordeste do Brasil. f ) X A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. g ) h ) As queimadas nas florestas tropicais contribuem para aumentar a fertilidade do solo a longo prazo. A Floresta Amazônica possui um solo fértil, propício à agricultura e pecuária em extensas áreas. i ) X Nos Manguezais são encontradas plantas com raízes respiratórias. j ) X O garimpo pode poluir os rios com mercúrio. k ) X Os Manguezais situam-se geralmente próximos ao mar. l ) A vegetação dos Campos não é suficiente para sustentar os animais herbívoros. m ) X Os Pampas são campos que se encontram no Rio Grande do Sul. n ) X O pinheiro não perde as folhas no inverno porque elas possuem uma cobertura protetora e impermeável. o ) X O Manguezal serve de abrigo e área de reprodução a várias espécies marinhas. p ) X O Cerrado, que se encontra no Brasil central, é um bioma semelhante às Savanas da África. q ) X Folhas transformadas em espinhos e caules que armazenam água são adaptações características da vegetação da Caatinga. r ) A Tundra e a Taiga são biomas que se encontram no extremo sul do Brasil. 13. Um aluno afirmou que a maior parte da cadeia alimentar do mar depende do fitoplâncton. Você concorda com ele? Justifique sua resposta. Sim, porque o fitoplâncton é o maior produtor de alimento nos ambientes aquáticos. 14. Um aluno afirmou que as regiões afóticas são ricas em fitoplâncton. Você concorda com essa afirmação? Por quê? Não, porque nas regiões afóticas não há luz suficiente para a realização de uma boa quantidade de fotossíntese. 15. Você aprendeu neste módulo que, dependendo do modo como se locomovem, os organismos aquáticos são classificados em três grupos: plâncton, nécton e bentos. Agora, escreva quais dos grupos citados possuem as características abaixo. Identifique também os organismos que pertencem a cada grupo. a ) Seres que vivem no fundo de ambientes aquáticos ou perto deles. Bentos. b ) Seres levados pelas correntes de água. Plâncton. c ) Seres que se movimentam e vencem as correntes de água. Nécton. d ) Algas microscópicas. Plâncton. e ) Peixes e baleias. Nécton. f ) Esponjas e estrelas-do-mar. CIÊNCIAS Bentos. Os seres vivos no planeta 27

30 16. Um aluno afirmou que a morte de peixes em uma lagoa fora causada pelo lançamento de gases poluentes pelas chaminés de uma indústria da região. Ele pode estar certo? Justifique sua resposta. Sim, porque os poluentes atmosféricos podem causar uma chuva ácida, que irá se precipitar sobre o lago, prejudicando os organismos aquáticos. 17. Por que as regiões de ressurgência são ricas em peixes? Porque quando os sais minerais depositados no fundo do mar sobem para a superfície, o fitoplâncton aumenta e, com isso, o zooplâncton e o número de peixes também aumentam. 18. Qual é o efeito do lançamento de esgotos, de metais como o mercúrio e de petróleo no ambiente aquático? Nutrientes presentes no esgoto estimulam a reprodução das algas, bloqueando a passagem da luz para as camadas inferiores da água. A produção de oxigênio diminui, a decomposição retira oxigênio da água e muitos animais aquáticos morrem. Os metais, como o mercúrio, causam contaminação da cadeia alimentar. O petróleo também provoca a contaminação e a morte de diversos organismos aquáticos, além de prejudicar o isolamento térmico de aves e mamíferos. 19. Indique apenas as afirmativas verdadeiras abaixo. a ) Tanto o fitoplâncton como o zooplâncton são capazes de realizar fotossíntese. b ) Na zona abissal são encontradas muitas algas. c ) X A bioluminescência é um fenômeno comum na zona abissal. d ) As regiões do mar de maior biodiversidade são as regiões mais profundas e mais distantes do litoral. e ) X O fitoplâncton só sobrevive em profundidades que não sejam atingidas pela luz do Sol. f ) Nos bentos encontram-se organismos que nadam ativamente na água. Pense um pouco mais 1. Como vimos, a Tundra é encontrada ao redor do polo norte. Mas é possível encontrar áreas com vegetação semelhante à tundra fora dessa região. Onde isso poderia acontecer? Explique por que a Tundra existe nessas outras regiões. É possível encontrar vegetação semelhante à Tundra no topo de montanhas suficientemente altas, com temperaturas baixas. Isso é possível porque as condições climáticas no alto dessas montanhas são semelhantes às da Tundra no polo Ártico. 2. Cientistas descobriram que a destruição de uma parte da Mata Atlântica foi causada por uma indústria metalúrgica situada próximo à região. Os ventos sopram da usina para a floresta e há excesso de chuvas naquele local. a ) Que tipo de poluição deve estar afetando essa região da Mata Atlântica? A poluição provocada por chuva ácida. 28 Os seres vivos no planeta

31 b ) Qual é a relação entre os fatores mencionados e esse tipo de poluição? Os ventos levam os gases poluentes da usina para a mata e a chuva faz com que esses poluentes caiam na floresta na forma de ácidos. 3. Algumas plantas de Florestas Tropicais não são muito altas, mas possuem folhas grandes e largas. Por que esse tipo de folha é vantajoso para essas plantas nesse ambiente? As folhas grandes e largas aumentam a superfície de absorção de luz da planta, o que é vantajoso nos casos de plantas que, por não serem muito altas, recebem menos luz. 4. As raízes das árvores das Florestas Tropicais costumam ser superficiais ou profundas? Justifique sua resposta. As raízes das árvores das Florestas Tropicais costumam ser superficiais, já que a maior parte dos nutrientes fica concentrada na camada mais superficial do solo. 5. Critique a seguinte afirmativa: Os Manguezais são regiões pantanosas, com mau cheiro e sem importância ecológica ou econômica. Por isso, devem ser aterrados e usados para a instalação de moradias ou de fábricas. Além de muitos animais viverem nos Manguezais, outros vêm do mar e passam apenas uma fase da vida nesse ambiente, que funciona então como um grande viveiro, no qual várias espécies se reproduzem e se desenvolvem. Os Manguezais servem também para amortecer o impacto das marés e para reter sedimentos trazidos pelos rios, evitando o assoreamento das praias. 6. Os anfíbios são encontrados em diversos biomas. Mas, com base no que você sabe sobre esses animais, onde se encontra a maior variedade de espécies de anfíbios: na Caatinga ou nas Florestas Tropicais? Explique sua resposta. Na Floresta Tropical. A Caatinga tem clima muito seco, o que traz mais risco de perda de água pela pele dos anfíbios. Já a Floresta Tropical tem clima úmido. 7. Muitos peixes abissais possuem uma boca grande, como se observa na figura abaixo. Além disso, é comum que esses animais tenham um estômago bastante elástico. Como essas adaptações contribuem para sua sobrevivência na região abissal? zona afótica Essas adaptações lhes permitem ingerir grande quantidade de alimento de uma só vez. Como nas regiões abissais o alimento é escasso, essas adaptações contribuem para sua sobrevivência. Luiz Iria/Arquivo da editora CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 29

32 Mexa-se! 1. a) Faça uma pesquisa sobre o significado dos seguintes termos: Pegada ecológica. Biopirataria. Megadiversidade. Hotspots. Fragmentação da floresta. Corredores ecológicos. b) Localize os países com megadiversidade em um mapa-múndi. 2. No módulo foram mencionados os nomes de vários rios: Nilo, Tigre, Eufrates, Ganges e o rio Amarelo. Pesquise em que regiões geográficas esses rios são encontrados. Localize essas regiões em mapas. 3. Mandacaru quando fulora na seca é um sinal que a chuva chega no sertão... é um trecho de uma canção ( Xote das Meninas ) de Luiz Gonzaga. Pesquise onde essa planta é encontrada e quais suas principais características. 4. Pesquise o que é sistema abissal, como os peixes dessa região se alimentam e que adaptações desses animais facilitam sua sobrevivência. Atividade em grupo Escolham um dos temas a seguir para pesquisar em livros, CD-ROMs, na internet, etc. Se possível, peça auxílio aos professores de Ciências, Geografia e Arte. Depois, façam uma apresentação, com fotos (ou vídeos) e ilustrações, para a comunidade escolar. 1. Elaborem uma apresentação no computador, um cartaz ou construam uma maquete com alguns animais e plantas em um exemplo de cadeia alimentar para os seguintes biomas: Tundra, Taiga, Floresta Temperada, Floresta Tropical, Savana, Cerrado e Pantanal. Em cada cadeia identifiquem os produtores, os consumidores primários e os consumidores secundários. 2. Elaborem um texto sobre os problemas atuais que afetam os seguintes biomas brasileiros e as medidas que estão sendo adotadas para preservá-los: Mata de Araucárias, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampas. Identifiquem esses biomas em um mapa do Brasil. 3. Identifiquem o bioma mais representativo da cidade ou do estado em que vocês moram e investiguem quais são as agressões que ele vem sofrendo, que consequências isso pode trazer para a população local e o que pode ser feito para evitar isso. Entrevistem alguns moradores e perguntem se eles acham importante preservar esse bioma, o que deveria ser feito para isso, etc. 4. Elaborem uma campanha explicando a importância da preservação da biodiversidade. Utilizem principalmente dados da biodiversidade no Brasil. Podem ser usados cartazes, apresentações no computador, frases de alerta, folhetos com textos e imagens e outros recursos. 30 Os seres vivos no planeta

33 Ponto de chegada Acesse o portal e veja o conteúdo Ciências e profissões. Neste módulo, você aprendeu a identificar as características gerais dos principais biomas, principalmente aqueles encontrados no Brasil (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata de Araucárias, Pantanal, Manguezais, Campos, Cerrado, Caatinga, Mata dos Cocais) e dos ambientes aquáticos. Conheceu ainda as alterações provocadas pelo ser humano nos ecossistemas. Finalmente, aprendeu a valorizar a preservação dos ecossistemas naturais, percebendo que é possível e absolutamente necessário conciliar desenvolvimento econômico com conservação da natureza. Suryara Bernardi/Arquivo da editora CIÊNCIAS 31

34 Quadro de ideias Os seres vivos no planeta Planeta Terra: ambiente terrestre e aquático Sol, Terra e clima Biomas terrestres e brasileiros Tundra, Taiga, Florestas Temperadas, Mata de Araucárias, Florestas Tropicais, Manguezais, Campos e Cerrado, Desertos, Mata dos Cocais, Caatinga, Pantanal, Ecossistemas aquáticos Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello Edição: José Roberto Miney (coord.), Helena Pacca e Daniella Drusian Gomes Colaboração: Anderson Félix Nunes, Elizangela Marques, Mariana Almeida Organização didática: Patrícia Montezano Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni, Marília Lima, Marina Saraiva, Tayra Alfonso, Vanessa Lucena Coordenação de produção: Fabiana Manna da Silva Edição de arte: Catherine Saori Ishihara Iconografia: Sílvio Kligin (superv.), Claudia Bertolazzi (pesquisa), César Wolf e Fernanda Crevin (tratamento de imagem) Ilustrações: Adilson Secco, Casa de Tipos, Christiane S. Messias, Cláudio Chiyo, David Iizuka, Hiroe Sasaki, Ingeborg Asbach, Julio Dian, KLN Artes Gráficas, Luís Moura, Luiz Iria e Mauro Nakata Licenças e autorizações: Patrícia Eiras Cartografia: Eric Fuzii, Marcelo Seiji Hirata, Márcio Santos de Souza, Robson Rosendo da Rocha Capa: Daniel Hisashi Aoki Ilustração de capa: Roberto Weigand Projeto gráfico de miolo: Andréa Dellamagna (coord. de criação) Editoração eletrônica: Casa de Tipos, Dito e Feito Comunicação e JS Design Comunicação Visual (guia do professor) Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A. Avenida das Nações Unidas, 7221 Pinheiros São Paulo SP CEP (0xx11) SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gewandsznajder, Fernando Sistema de ensino ser : ensino fundamental II, 6º ano : caderno 5 : ciências : professor / Fernando Gewandsznajder ed. -- São Paulo : Ática, Ciências (Ensino fundamental) I. Título CDD Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino fundamental ISBN (AL) ISBN (PR) 1ª edição 1ª impressão Impressão e acabamento Uma publicação

35 CIÊNCIAS GUIA DO PROFESSOR Fernando Gewandsznajder Licenciado em Biologia pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da UFRJ. Ex-professor de Biologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro (Autarquia Federal MEC). Ensino Fundamental 6ō ano Os seres vivos no planeta 21 aulas

36 Os seres vivos no planeta Plano de aulas sugerido Carga semanal de aulas: 3 Número total de aulas do módulo: 21 Planeta Terra: ambiente terrestre e aquático Aula 1 Páginas: 2 a 4 TEMAS: Ponto de partida e Planeta Terra: ambiente terrestre e aquático. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Bioma, vegetação, clima e floresta tropical. Objetivos Identificar elementos da natureza em uma fotografia, como plantas e água. Reconhecer a importância das relações entre clima e vegetação. Compreender a influência dos fatores físicos e climáticos na constituição de um bioma. Estratégias Inicie a aula explorando o conteúdo e as atividades da seção Ponto de partida (página 3). Em seguida, pergunte aos alunos quais são as diferentes paisagens brasileiras que eles conhecem. Isso provavelmente vai variar de uma região do Brasil para outra. Alunos do Nordeste estarão certamente mais familiarizados com regiões litorâneas ou com a Caatinga; alunos do Sudeste devem ter mais contato com a Mata Atlântica e, talvez, o Cerrado. Ressalte que cada ecossistema é diferente devido a fatores físicos e biológicos, mas todos têm igual valor e devem ser preservados para a manutenção do equilíbrio terrestre. Use um planisfério para localizar o Brasil. Pode ser utilizada a foto da página 4, ou então um mapa maior. Mostre que o país é atravessado pela linha do equador e que parte de seu território encontra-se no hemisfério norte. Por fim, peça aos alunos que respondam às questões da seção A questão é (página 4), utilizando apenas o que já sabem, sem consultar outras fontes. Para casa Solicite uma pesquisa sobre o Brasil, apontando as seguintes informações: a ) Tamanho do território: km². b ) Cinco países que fazem fronteira com o Brasil: Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Argentina. c ) Regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. d ) Cinco biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata de Araucárias, Cerrado e Pantanal. e ) Cinco exemplos de animais silvestres que ocorrem no Brasil: Mico-leão-dourado, lobo-guará, bicho-preguiça, capivara e arara-azul. f ) Cinco exemplos de plantas que ocorrem no Brasil: Aula 2 Quaresmeira, pau-brasil, ipê, aguapé e seringueira. Páginas: 5 e 6 TEMA: Sol, Terra e clima. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Sol, Terra, altitude, latitude e longitude. Objetivos Compreender o formato do planeta Terra e sua posição em relação ao Sol. Relacionar a inclinação do eixo da Terra e as estações do ano. Entender os conceitos de latitude, longitude e altitude. Relacionar latitude, longitude e altitude com o clima das diferentes regiões do mundo. 2 Os seres vivos no planeta

37 Estratégias Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa e sanando eventuais dúvidas. Pergunte aos alunos qual o formato do planeta Terra, qual sua posição em relação ao Sol e qual a importância do Sol para a vida no planeta. Inicie a explicação detalhando o achatamento dos polos que faz com que a Terra não seja uma esfera perfeita. Comente sobre os efeitos desse achatamento na região da linha do equador. Depois, explique como as medidas em relação ao nível do mar contribuem para entendermos as diferenças de altura ao longo da superfície da crosta (altitude). Para ilustrar melhor a altitude, podem-se dar exemplos de cidades ao nível do mar (e.g. Salvador = 0 m) ou em altitudes mais elevadas (e.g. São Paulo = 800 m, La Paz = m). Apresente os termos latitude e longitude, explicando as linhas imaginárias verticais (longitude) e horizontais (latitude). Informe que a linha do equador divide a Terra nos hemisférios norte e sul; e o meridiano de Greenwich é o marco zero das faixas longitudinais. Comente sobre as divisões dos hemisférios e reproduza na lousa uma ilustração que contenha as marcações latitudinais mais importantes. Isso será necessário para que os alunos entendam as zonas tropicais, temperadas e polares. Saliente a existência de um eixo central imaginário no qual as faixas longitudinais se encontram e como este está inclinado. Utilize a ilustração da página 5 para explicar como a Terra está inclinada e como isso afeta diretamente a quantidade de luz recebida em cada hemisfério. Compare a quantidade de luz recebida nos polos e no equador. Depois, comente a semelhança entre as temperaturas dos polos e as de áreas montanhosas, como o topo dos Andes e do Everest. É importante fazer com que os alunos reconheçam que fatores como a altitude e a latitude são responsáveis pelas características ambientais, as quais influenciam a presença de diferentes tipos de organismos. Para casa Solicite aos alunos que respondam às seguintes questões: 1. O monte Everest é o ponto de maior altitude no nosso planeta. Contudo, não é o mais distante do centro da Terra. Este é o vulcão Chimborazo, no Equador. Por que isso acontece? Por causa do achatamento dos polos que causa uma expansão de 21 quilômetros na região da linha do equador. 2. Quais as linhas imaginárias que dividem a Terra? Como elas afetam nosso entendimento do planeta? Latitude e longitude. Elas dividem o planeta nos hemisférios norte e sul e leste e oeste, respectivamente. 3. Qual característica da Terra é medida em relação ao nível do mar? A altitude. Aula 3 Páginas: 5 e 6 TEMA: Sol, Terra e clima. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Clima, estações do ano e movimentos de rotação e de translação. Objetivos Relacionar o clima e as estações do ano. Identificar como o movimento da Terra em torno do Sol afeta as estações do ano. Entender os efeitos da latitude e da altitude no clima de determinada região. Compreender como a presença de corpos de água e correntes marítimas afeta o clima de determinada área. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo possíveis dúvidas. Aproveite para recapitular conceitos importantes estudados na aula anterior. Em seguida, pergunte aos alunos quais as características mais comuns em animais que vivem nos polos. Comente que geralmente esses animais têm uma proteção maior contra o frio, como penas ou pelos. Os mamíferos têm uma camada de gordura espessa que auxilia no isolamento térmico e na manutenção da temperatura do corpo. Verifique se os alunos sabem dizer como são as plantas de climas mais secos e como são aquelas que habitam regiões mais úmidas. Eles devem perceber que existem adaptações dos organismos para cada tipo de clima. Construa um modelo para mostrar o deslocamento da Terra ao redor do Sol. Utilize a figura da página 5 para explicar como os raios solares incidem em cada hemisfério durante a trajetória da Terra. Se puder reproduzir a imagem na lousa ou criar um modelo com bolinhas de isopor, facilitará o aprendizado. Explique como as estações do ano mudam ao longo da trajetória da Terra em torno do Sol. Caracterize cada esta- CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 3

38 ção, explicando que há muitas variações no padrão, especialmente em regiões próximas à linha do equador, como em muitos estados brasileiros. Comente em seguida sobre os efeitos da latitude e das correntes marítimas na distribuição dos climas. Utilize as imagens da página 6 para mostrar como climas desérticos e florestas tropicais ocupam regiões específicas do globo. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise as características de um deserto. Os desertos são regiões que apresentam grande escassez de água e sofrem de algum impedimento para a chegada de ventos úmidos. A presença de vegetação nesses locais é extremamente rara. Os desertos sofrem intensa erosão eólica (causada pelo vento) devido à falta de cobertura vegetal. Muitos são formados por areia, porém esse não é o único tipo. Podem também ser formados por rochas, sal e gelo, por exemplo. A variação de temperatura diária pode ser bastante elevada, como no caso do deserto do Saara, que apresenta temperatura de 50º durante o dia e negativa durante a noite. 2. Pesquise duas características da vegetação da Caatinga e da Floresta Amazônica. As plantas da Caatinga são secas e adaptadas à falta de água. Algumas possuem as folhas modificadas em espinhos. Na Caatinga, as árvores são baixas e perdem as folhas na estação seca. Na Floresta Amazônica há um mosaico de formações vegetais devido à presença de habitats distintos, como as áreas inundáveis. No geral, as árvores estão sempre verdes, possuem folhas grandes, já que a umidade é bastante alta, e não existe preocupação com a perda de água por transpiração. Não há perda de folhas. Aula 4 Página: 7 TEMA: Tundra. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Bioma, vegetação, polo norte, sobrevivência ao congelamento e espécies animais. Objetivos Compreender as características da Tundra. Relacionar as espécies que vivem na região dos polos norte e sul com as que vivem na Tundra. Mostrar como a sazonalidade é fator determinante nessas regiões. Entender quais os componentes desse bioma. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, selecione um aluno para ler o conteúdo sobre a Tundra (página 7). Explique em detalhes que esse bioma é característico do polo norte, mas possui versão semelhante nos topos de montanhas congelados. Comente que é composto especialmente por musgos, liquens, ervas e arbustos baixos, que só se desenvolvem durante o verão e que dura cerca de dois meses. Ressalte que, devido ao fato de o subsolo dessas regiões ser congelado, a água é fator limitante para o crescimento das raízes das plantas e para a drenagem desse solo, que muitas vezes forma poças. Saliente que, devido a baixas temperaturas e congelamento, a decomposição também é extremamente lenta. Isso diminui bastante o volume de nutrientes disponíveis para o crescimento das plantas. Comente que, apesar das condições extremas, existem cerca de espécies vegetais nesse bioma. Esclareça que os grupos de animais dessa região também são bastante diversos. Alguns conseguem residir nela apenas durante o verão, migrando para áreas mais quentes no inverno, enquanto outros vivem ali durante todo o ano. Use como exemplo os ursos, que possuem uma estratégia de sono durante o inverno a qual permite que ele durma e poupe energia, despertando apenas algumas vezes no mês, suportando o frio e a escassez de alimento. Essa estratégia é chamada de hibernação. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise as diferenças entre a Tundra do polo norte e a dos topos de montanhas de acordo com os seguintes itens: a ) Duração do verão. Na Tundra ártica, o verão dura cerca de 60 dias e há aumento da temperatura e degelo das superfícies. Na Tundra de montanha, que ocorre em regiões próximas ao equador, o verão dura três meses. b ) Drenagem do solo. Na Tundra de montanha, mesmo com o congelamento do solo, a drenagem é superior à da Tundra ártica e não há tendência à formação de poças. 2. Pesquise sobre a reprodução dos animais e das plantas na Tundra. Devido ao curto verão (cerca de 60 dias), as plantas se reproduzem de forma assexuada na maioria das vezes, já que essa forma é menos custosa e mais rápida. Os animais sempre se reproduzem de forma sexuada. Contudo, a gestação dos filhotes é mais curta e seu desenvolvimento é mais rápido. 4 Os seres vivos no planeta

39 Aula 5 Páginas: 7 e 8 TEMA: Taiga. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Biomas, vegetação e adaptações ao frio. Objetivos Compreender como as plantas e os animais se adaptam a ambientes de temperaturas baixas. Relacionar a posição da Taiga no globo com suas características ambientais. Perceber a influência da latitude nos biomas Tundra e Taiga. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa. Aproveite para retomar as características do bioma Tundra, especialmente em relação à sua posição latitudinal e temperaturas extremas. Em seguida, explique que a Taiga se encontra na região Norte, em latitudes logo abaixo da Tundra, e também é chamada de Floresta de Coníferas, que é o tipo de árvore predominante nesse bioma. Informe que na área onde essas florestas existem o solo derrete completamente durante o verão, o que permite o crescimento das raízes e o desenvolvimento de árvores maiores. Mencione também que os invernos rigorosos exigem adaptações especiais dessas plantas. Comente que as folhas das árvores são protegidas por cera para evitar a perda de água por transpiração durante o inverno, época em que o solo está congelado e não permite a absorção de água. Saliente que o formato das folhas e dos ramos possibilita que a neve deslize e não acumule nos galhos. Ressalte que a fauna é mais rica que a da Tundra, com a presença de insetos e pequenos mamíferos que servem como alimento para carnívoros maiores, como os ursos e os linces. Explique como as migrações de grandes mamíferos contribuem para o aumento da diversidade nessas regiões. Por fim, peça aos alunos que façam a atividade 1 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 24). Em sala ou em casa, solicite que realizem também a atividade 1 da seção Pense um pouco mais (página 28). Para casa Solicite aos alunos que respondam às seguintes questões: 1. Quais as adaptações ao frio podemos encontrar na Taiga? Na Taiga, as folhas das árvores possuem uma cera que evita que a planta perca água por transpiração durante o inverno, uma vez que nessa época o solo está congelado e não é possível para a planta absorver água. Outra adaptação importante é o formato dos galhos e das folhas que parecem agulhas, o que impede que a neve acumule. Assim, evita-se que os galhos quebrem com o peso da neve. 2. Qual a principal diferença entre a Tundra e a Taiga que se reflete no crescimento da vegetação nesses biomas? A principal diferença entre esses biomas, que limita o crescimento da vegetação, é o congelamento do solo. Na Tundra, o solo permanece congelado durante todo o tempo, o que limita o desenvolvimento de raízes e a decomposição da matéria orgânica para liberação dos nutrientes. Como consequência, a vegetação tem desenvolvimento bem restrito. No caso da Taiga, o descongelamento do solo por seis meses permite o desenvolvimento e aprofundamento das raízes. Além disso, a planta possui adaptações para evitar a transpiração durante o inverno, momento em que não há água disponível no solo. Aula 6 Página: 8 TEMA: Florestas Temperadas. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Estações do ano, diversidade, zona temperada e bioma. Objetivos Compreender o papel das estações do ano no ciclo de vida dessas florestas. Relacionar as mudanças de gradiente observadas quando partimos da Tundra em direção às Florestas Temperadas. Identificar as características de uma Floresta Tropical. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa. Aproveite para retomar com os alunos os assuntos estudados até aqui. Em seguida, explique que nas zonas temperadas existem quatro estações do ano bem definidas. Desenhe um globo terrestre na lousa para ilustrar a incidência dos raios solares na zona temperada. Isso facilitará bastante o aprendizado. Outra possibilidade é usar um globo terrestre e uma lanterna. Explique como, nas Florestas Temperadas, o problema da perda de água durante o inverno, frio e seco, é resolvido com a queda de folhas no outono, que é a estação imediatamente anterior. Questione os alunos sobre como essa adaptação se compara à observada na Taiga. Comente que o aumento da temperatura média nas regiões temperadas permite a existência de uma fauna muito mais diversificada, com animais como répteis e an- CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 5

40 fíbios, que eram raros ou inexistentes nos biomas estudados anteriormente. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. O que caracteriza uma Floresta Temperada? As Florestas Temperadas se caracterizam pela queda das folhas durante o outono. Isso faz com que se reduza a perda de água durante o inverno. 2. Compare as adaptações que evitam a perda de água durante o inverno nos biomas Tundra, Taiga e Floresta Temperada. Na Tundra, a vegetação não desenvolve raízes profundas; a água é captada na superfície. Na Taiga, as folhas são cobertas por cera, evitando que percam água por transpiração. Na Floresta Temperada, a vegetação perde as folhas no outono, impossibilitando a perda de água no inverno. Aula 7 Páginas: 8 e 9 TEMA: Mata de Araucárias. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Bioma brasileiro, altitude e Mata de Araucárias. Objetivos Compreender como biomas brasileiros podem se assemelhar a biomas do hemisfério norte. Relacionar a Mata de Araucárias às regiões de altitude. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa. Aproveite para revisar conceitos importantes sobre os biomas anteriormente estudados. Em seguida, apresente o bioma Mata de Araucárias e comente que sua distribuição se restringe às áreas de altitude elevada da região Sul e do estado de São Paulo. Complemente com informações sobre a localização dessas matas, o clima e como as estações do ano se comportam nessa região. Convide um aluno para ler o primeiro parágrafo do texto da página 8. Trace paralelos para que os alunos entendam as diferenças e semelhanças da Mata de Araucárias e dos outros biomas estudados. Assim, cria-se uma base para abordar a diversidade nesse bioma em comparação a outros. Convide os alunos para que continuem a leitura dos outros parágrafos, na página 9. Por fim, solicite que façam a atividade 2 da seção Pense um pouco mais (página 28). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise as razões para que as Matas de Araucárias tenham árvores bastante espaçadas. As araucárias são heliófilas e os galhos que não estão em contato com o sol tendem a morrer. Assim, as copas permanecem separadas, o que possibilita que todos os galhos recebam luz. As araucárias jovens não conseguem se desenvolver em regiões sombreadas por muito tempo. Assim, só as plantas que estão afastadas umas das outras conseguem sobreviver. 2. Pesquise quais fatores foram responsáveis pela redução das Matas de Araucária. As Matas de Araucária, por crescerem em área de clima subtropical, possuem diversidade menor que outros biomas brasileiros. Por isso, sua preservação não era considerada prioritária. Além disso, elas crescem em solos muito férteis, profundos e bem drenados. Assim, grande parte desse bioma foi destruída pelo desmatamento para extração de madeiras e agropecuária. Aula 8 Páginas: 9 a 11 TEMA: Florestas Tropicais. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Florestas Tropicais, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, clima tropical e riqueza da biodiversidade. Objetivos Compreender como o clima tropical é fundamental para o desenvolvimento de florestas exuberantes. Relacionar as características da zona tropical com as das florestas que ocorrem nessa zona. Identificar as características das Florestas Tropicais. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e revisando os conteúdos anteriores. Em seguida, mostre o planeta Terra e a linha do equador, os trópicos e os polos. Aponte também onde se localiza a zona tropical e fale das Florestas Tropicais. Explique os fatores que permitem o desenvolvimento dessas florestas na zona tropical. Apresente detalhes sobre o ambiente dentro dessas florestas e como isso favorece a diversidade. 6 Os seres vivos no planeta

41 Comente sobre o papel da água (chuvas, rios e mar) e da temperatura na promoção da biodiversidade. Apresente a Floresta Amazônica, suas características, biodiversidade e localização. Comente sobre algumas espécies que ali vivem, tanto de plantas como de animais, para que os alunos se conectem com o assunto. Explique o desmatamento desenfreado e compare brevemente com o ocorrido na Mata Atlântica. Esse assunto será aprofundado na próxima aula. Discorra sobre o bioma Mata Atlântica, com detalhes acerca de sua cobertura original e atual. Fale das plantas e dos animais ameaçados de extinção e introduza o conceito de equilíbrio ecológico. Comente sobre a importãncia da cobertura vegetal na proteção dos decompositores e na produção de matéria-prima e da qualidade do solo dessas florestas. Por fim, solicite aos alunos que façam as atividades 2 e 3 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 24). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Compare os biomas estudados nas aulas anteriores com o das Florestas Tropicais. As Florestas Tropicais se localizam em baixas latitudes, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e ao redor da linha do equador. Elas diferem da Tundra, da Taiga e das Florestas Temperadas especialmente por causa da elevada média anual de temperatura. Além disso, há pouca variação entre as estações do ano e o índice pluviométrico é alto. 2. A vegetação das Florestas Tropicais desenvolve mais raízes superficiais ou profundas? Por quê? Nas Florestas Tropicais, o solo é extremamente pobre. Assim, a vegetação desenvolve raízes superficiais, que captam os nutrientes produzidos pela decomposição dos restos da própria floresta. Aula 9 Páginas: 11 e 12 TEMA: Florestas Tropicais. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Desmatamento, assoreamento e queimadas. Objetivos Compreender como a destruição da cobertura vegetal promove alterações climáticas. Relacionar o desmatamento ao assoreamento e à desertificação. Entender o efeito das queimadas. Compreender a importância de preservar as Florestas Tropicais. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e revisando o que foi estudado sobre Florestas Tropicais na aula anterior. Em seguida, retome com a turma qual era a extensão da cobertura original da Mata Atlântica e quanto permanece hoje. Apresente os benefícios da manutenção da cobertura vegetal, e depois, explique quais os problemas causados quando removemos essa cobertura. Chame a atenção para o fato de que o solo pode se tornar infértil sem a vegetação e fale também sobre o assoreamento dos rios. Discorra sobre as queimadas como método altamente predatório de desmatamento e suas consequências em escala global. Relacione a destruição das florestas com as mudanças climáticas e os processos de desertificação. Comente os efeitos da destruição das florestas sobre a fauna e também sobre os povos indígenas. É importante que os alunos compreendam a importância de preservar as florestas em todos os níveis. Por fim, peça aos alunos que façam as atividades 4 e 6 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (páginas 24 e 25). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Defina o processo de assoreamento apontando suas causas e consequências. O assoreamento ocorre quando o solo erodido se acumula no leito dos rios, acarretando seu aterramento. Esse processo é motivado pelo desmatamento com consequente erosão e pode causar inundações e reduzir a profundidade do leito do rio. 2. Relacione a destruição das florestas com o aquecimento global. A destruição das florestas afeta o clima em escala local e global. Quando a cobertura vegetal é removida por meio de queimadas, a elevada produção de CO 2 liberada na atmosfera aumenta o efeito estufa, ou seja, a retenção de calor na atmosfera. Outro problema é que a vegetação libera água por transpiração para a atmosfera e, com o desmatamento, essa água evaporada deixa de estar disponível no ambiente, levando à redução da quantidade de chuvas. Isso gera períodos mais prolongados de seca e aumento da temperatura. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 7

42 Aula 10 Páginas: 11 a 13 TEMA: Florestas Tropicais. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Preservação da biodiversidade e exploração dos recursos naturais. Objetivo Compreender como preservar a biodiversidade explorando os recursos naturais de forma sustentável. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, pergunte aos alunos se existe alguma maneira de utilizar os recursos naturais sem esgotá-los. Comente sobre algumas formas de fazer isso, como, por exemplo, a criação de reservas extrativistas, o ecoturismo e o melhor aproveitamento dos recursos extraídos. Explique como a criação de reservas extrativistas com alternância das áreas de colheita é uma ferramenta importante para proteger a natureza. Apresente o conceito de equilíbrio ecológico como aspecto principal da conservação. Peça sugestões à turma sobre algumas formas práticas de evitar a destruição das florestas e anote-as na lousa. Ressalte que a conscientização dos habitantes que vivem nas florestas é importante para a sua conservação. Cite exemplos como o ecoturismo e a educação ambiental. Discorra sobre as medidas sociais que podem maximizar a preservação da diversidade, enfatizando a sua durabilidade. Destaque que a criação de empregos é a melhor forma de evitar a exploração predatória dos recursos. Por fim, solicite aos alunos que façam a atividade 5 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 25). Em sala ou em casa, peça que realizem também as atividades 3 e 4 da seção Pense um pouco mais (página 29). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise medidas sociais que funcionaram ou que se propõem a promover a conservação da biodiversidade. Respostas possíveis: Criação de reservas, conscientização da população local e incentivo ao ecoturismo. 2. Qual o papel do ecoturismo na conservação da biodiversidade? O ecoturismo promove a educação ambiental. Essa atividade pode ser utilizada como fonte de renda para as comunidades que vivem dentro ou no entorno das áreas de preservação. Assim, ele possui um papel importantíssimo na conservação da biodiversidade dos biomas. Aula 11 Página: 13 TEMA: Manguezais. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Florestas de mangue, Restinga e litoral. Objetivos Compreender as características dos Mangues. Relacionar as raízes dos mangues com o solo litorâneo. Diferenciar os Mangues das Restingas. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, peça aos alunos que leiam individualmente o texto Manguezais, na página 13. Apresente as principais características dos Manguezais. Explique a diferença de salinidade neles devido à influência de água doce e água salgada. Comente que alguns organismos são capazes de resistir à grande variação de salinidade dessas regiões, enquanto outros só vivem ali em determinadas fases da vida. Como exemplo de animal que vive no Mangue, fale dos caranguejos e, como exemplo de animais transitórios, cite aves marinhas, lontras e camarões. Saliente que o solo do Manguezal é lodoso, com camadas de lama que podem chegar a vários metros. É muito rico em matéria orgânica devido à decomposição das folhas e forma galerias entre as raízes das árvores, que permitem o deslocamento dos animais. Explique como as plantas resolveram o problema do excesso de sal nos Mangues, desenvolvendo glândulas adaptadas na folha para eliminação dessa substância, e como solucionaram o problema da falta de oxigênio do solo projetando suas raízes para fora da lama. Apresente a Restinga e cite as principais características desse ambiente. Diferencie-o dos Manguezais e comente sua função no litoral. Peça aos alunos que observem a ilustração do Manguezal na página 13 e tentem lembrar qual bioma estudado também possuía vegetação uniforme. A resposta é a Taiga. Ressalte a importância da conservação da Restinga e do Manguezal. 8 Os seres vivos no planeta

43 Solicite aos alunos que façam as atividades 7 e 8 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 25). Em sala ou em casa, peça que realizem também a atividade 5 da seção Pense um pouco mais (página 29). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Qual é a função do Mangue e da Restinga no ambiente costeiro? O Mangue e a Restinga são ecossistemas costeiros que reduzem a erosão litorânea. Além disso, o Manguezal também serve como local de reprodução de peixes, invertebrados marinhos, como caranguejos e aves. 2. Qual é a importância econômica dos Manguezais. Os Manguezais são importante fonte de alimento para o ser humano. Peixes, camarões e caranguejos são extremamente abundantes nesse ecossistema. Aula 12 Página: 14 TEMA: Campos e Cerrados. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características dos Campos, distribuição do bioma e impacto ambiental. Objetivos Identificar a distribuição do bioma Campos. Reconhecer exemplos e características da fauna e da flora que habitam esse ambiente. Compreender o impacto da utilização dos Campos para a pecuária e a agricultura. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, peça aos alunos que observem as fotos da página 14. Pergunte à turma se conseguiriam diferenciar essas imagens de outras contendo terrenos utilizados para pastagem no Brasil. Leve exemplos para a sala de aula para fazer a comparação. Ressalte que, apesar de visualmente semelhantes, esses Campos são ambientes naturais com clima e vegetação característicos, enquanto pastos muitas vezes eram originalmente outros biomas e foram modificados para a pecuária. Aproveite para reforçar as particularidades da vegetação dos Campos (pequeno porte) e como ela está relacionada ao clima da região. No contexto das características dos Campos, reforce a grande distribuição desse bioma, o qual está presente em diversos continentes. Ao mesmo tempo, discuta com os alunos que os fatores que levam essas regiões a serem classificadas no mesmo bioma não implicam em uma completa paridade de fauna. Esse tópico pode ser mais bem ilustrado com os exemplos do próprio material, de animais típicos dos Pampas e os bisões de uma pradaria norte- -americana. Finalmente, solicite aos alunos que expliquem como os Campos são ocupados pelo ser humano e as implicações disso. Discuta as diferentes consequências desse processo, como extinção de animais ou comprometimento do solo. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Produza um texto com pelos menos três ideias sobre como diminuir o impacto da ocupação dos Campos. Resposta pessoal. Podem ser citadas maior fiscalização para evitar queimadas ilegais; criação de zonas de conservação; incentivo a mais estudos sobre a região, os quais poderão sugerir formas de ocupação mais controladas e com menos impacto para a fauna e a flora. 2. Pergunte para familiares quais as três regiões mais bem preservadas do Brasil. Anote quantas vezes os Pampas e o Cerrado aparecem. Enfatize que o objetivo não é estabelecer uma ordem de prioridade, já que todos os biomas devem ser preservados. A ideia é mostrar que os Campos e o Cerrado geralmente não são lembrados por muitas pessoas quando comparados com a Mata Atlântica, por exemplo. Aula 13 Páginas: 15 e 16 TEMA: Campos e Cerrados. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características do Cerrado e importância de queimadas naturais para essa região. Objetivos Reconhecer as diferenças entre o Cerrado e outros Campos. Identificar a distribuição do bioma Cerrado no Brasil. Compreender o valor de queimadas naturais no Cerrado. Reconhecer exemplos de animais e de plantas que habitam o Cerrado. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 9

44 Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, peça aos alunos que citem exemplos de animais e plantas típicas do Cerrado e anote-os na lousa. Na sequência, direcione a atenção da turma para a foto de um tronco na página 15 e peça que a comparem com o que foi observado nas fotos de áreas de Campos vistas na página 14. Discuta as características do Cerrado em relação à vegetação (presença de arbustos e árvores esparsas) e ao clima. Explique que a aparência das árvores está associada a uma proteção contra queimadas naturais. Questione os alunos se eles acreditam que essas queimadas podem ser benéficas e, após discutirem o assunto, esclareça que esse fenômeno, quando ocorre naturalmente, traz benefícios, como o brotamento de sementes ou a transferência de nutrientes para o solo. Exponha que, assim como no caso dos Campos, o Cerrado também possui problemas devido à exploração humana. Peça que alguns alunos apresentem ideias para diminuir o impacto dessa ocupação, conforme solicitado na tarefa de casa. Por fim, retome os exemplos de fauna e flora do Cerrado listados na lousa e acrescente mais dados. Exponha sua distribuição geográfica e grande diversidade de plantas e animais. Reforce que diversos animais e plantas muito conhecidos no Brasil (como onça-pintada, lobo-guará, ema, pequizeiro e barbatimão) são encontrados nessa região, enfatizando a importância de sua conservação. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise o nome e a localização de três parques nacionais que incluam regiões de Cerrado. Respostas possíveis: Parque Nacional das Emas; Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; Parque Nacional da Chapada Diamantina; Parque Nacional de Brasília. 2. O efeito do desmatamento só é potencializado no Cerrado devido ao seu tamanho reduzido. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Essa afirmação não é correta, pois o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, tornando ainda mais marcante o impacto ambiental sofrido. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características dos Desertos e adaptações de seus habitantes. Objetivos Reconhecer as características dos Desertos. Identificar exemplos de seres vivos que habitam os Desertos. Compreender características de plantas que habitam os Desertos. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, pergunte aos alunos quanto tempo um ser humano consegue viver sem ingerir água. Comente que normalmente podemos viver entre três e cinco dias sem esse recurso e que aproximadamente 60% do corpo é constituído por água. Nesse contexto, faça uma pequena discussão com os alunos sobre as limitações de se habitar uma região onde a água é escassa. Na sequência, exponha as características dos Desertos citando exemplos de sua distribuição e dos organismos que habitam neles. Retome a discussão sobre as limitações da vida com pouca água, mas agora destaque estratégias para superar essa restrição. Durante a conversa, direcione os alunos para as adaptações dos cactos apresentadas na página 16. Por fim, solicite que façam a atividade 9 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (páginas 25 e 26). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Procure a localização dos três maiores desertos do mundo. Deserto do Saara, Norte da África; Deserto da Arábia, Oeste da Ásia; Deserto de Gobi, Ásia Central. 2. O camelo é um animal que habita em Desertos. Pesquise uma característica que contribui para sua sobrevivência nesse ambiente hostil. O camelo possui diversas adaptações ao Deserto, como pelagem grossa, capaz de funcionar como um isolante térmico; presença da corcova, que funciona como reservatório de energia; capacidade de aumentar a temperatura corpórea durante o dia, absorvendo, dessa maneira, menos energia solar. Aula 14 Página: 16 Aula 15 TEMA: Desertos. Página: 17 TEMA: Mata dos Cocais. 10 Os seres vivos no planeta

45 CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características da Mata dos Cocais e zonas de transição. Objetivos Reconhecer as características da Mata dos Cocais. Identificar exemplos da flora da Mata dos Cocais. Identificar produtos provenientes de plantas da Mata dos Cocais. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, discuta com a turma os limites entre biomas. Ressalte que não são abruptos e existem ambientes específicos nessas zonas de transição climáticas. Explique que a Mata dos Cocais está localizada na transição entre o sertão nordestino e a Amazônia e liste os estados que ela ocupa. Esclareça que a Mata dos Cocais é composta de vários tipos de palmeiras, além de arbustos e vegetação de pequeno porte. Esse panorama pode ser visualizado na foto presente na página 17. Finalmente, discuta os potenciais usos para o babaçu e a carnaúba discutidos no texto. Mencione também que uma importante atividade relacionada à quebra dos cocos de babaçu beneficia uma comunidade grande de mulheres, as quebradeiras de coco babaçu (mais informações disponíveis em: < quebradeiras/>. Acesso em: abr. 2016). Se possível, leve para a sala de aula algum produto que possua babaçu na sua composição. Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Pesquise usos para o babaçu diferentes dos descritos no material. O óleo de babaçu também pode ser utilizado em cosméticos e sua palha pode ser utilizada para artesanato. 2. A Mata dos Cocais está localizada na transição entre o sertão nordestino e a Amazônia. Quais são as outras duas principais zonas de transição presentes no Brasil? Além da Mata dos Cocais, as outras principais zonas de transição são Caatinga Amazônia e Cerrado Caatinga (informação disponível em: < ibama-conclui-mapeamento-das-ecorregioesbrasileiras>. Acesso em: abr. 2016). Aula 16 Páginas: 17 e 18 TEMA: Caatinga. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características da Caatinga e adaptações ao clima seco. Objetivos Reconhecer as características da Caatinga. Identificar a diversidade de seres vivos que habitam a Caatinga. Compreender adaptações da fauna e flora da região relacionadas ao clima seco. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, exponha a distribuição geográfica da Caatinga e descreva o clima dessa região, enfatizando o papel das chuvas irregulares. Saliente que a ausência de chuvas é capaz de secar muitos rios e lagos. Explique que a imprevisibilidade da presença de água é fator marcante e influencia diversas características dos animais e das plantas que habitam essa região. Na sequência, pergunte aos alunos se eles acreditam que as adaptações de plantas da Caatinga sejam semelhantes às adaptações de plantas dos Desertos. Discuta que, enquanto algumas são iguais (por exemplo, a maior capacidade de armazenar água em cactos), outras estão especificamente relacionadas às chuvas irregulares (por exemplo, a perda de folhas na época seca). Aproveite para expor a diversidade de plantas e animais encontrados nessa região. Peça aos alunos que façam a atividade 6 da seção Pense um pouco mais (página 29). Para casa Solicite a realização das seguintes atividades: 1. Com base na atividade 6 da seção Pense um pouco mais, apresente estratégias que o sapo pode desenvolver para lidar com a época de seca. Para essa atividade é mais importante julgar se as respostas dos alunos são condizentes com o clima da Caatinga e com a dependência de água por parte dos sapos. Para aprofundar a discussão (na próxima aula), é possível destacar, entre as possíveis respostas, que alguns animais se enterram (permanecendo assim em um microclima úmido) e outros entram em dormência (muitas vezes em casulos) até a época de chuva. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 11

46 2. Pesquise fotos da Caatinga em época de chuva e compare- -as com a foto da página 17. Espera-se que os alunos encontrem fotos que mostrem que a Caatinga em época de chuvas possui plantas com muitas folhas e flores. Aula 17 Páginas: 18 e 19 TEMA: Pantanal. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Características do Pantanal, sazonalidade e impacto ambiental. Objetivos Reconhecer as características do Pantanal. Identificar a diversidade de seres vivos que habitam o Pantanal. Compreender o impacto ambiental sofrido pelo Pantanal. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, explique que o Pantanal é caracterizado por chuvas abundantes no verão, contrastando com um inverno seco. Discuta com os alunos como essa sazonalidade acentuada afeta os rios dessa região. Pergunte à turma com qual dos biomas estudados anteriormente o Pantanal mais se assemelha. Na sequência, explique que ele é composto de diversos biomas (cite exemplos) que possuem em comum o alagamento periódico. Ressalte que o Pantanal apresenta não apenas diversidade de biomas mas também de plantas e animais. Solicite aos alunos que listem animais dessa região que eles conhecem. Caso a resposta englobe apenas mamíferos, questione sobre diferentes grupos de vertebrados. Depois, faça uma relação com outros animais e plantas que habitam essa região (exemplificados na página 18) e não foram incluídos na lista dos alunos. Esclareça que atividades humanas não controladas, como pecuária, agricultura, garimpo, caça e pesca trazem grandes malefícios ao Pantanal. Por fim, solicite aos alunos que façam as atividades 10 e 11 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 26). Na atividade 11, discuta qual das medidas sugeridas também poderia ser aplicada aos outros biomas estudados até o momento. Para casa Solicite a elaboração de um pequeno texto sobre como a expansão do turismo ecológico pode diminuir o impacto humano no Pantanal. Os alunos podem citar o seguinte no texto: O turismo ecológico pode permitir que as pessoas valorizem mais o Pantanal e, assim, pressionem o governo para que aumente a fiscalização e a rigidez das leis ambientais. Trazer fontes de renda alternativas para a região, tornando-a menos dependente de pecuária e agricultura. Aula 18 Páginas: 19 e 20 TEMA: Ecossistemas aquáticos. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Zonas eufótica e afótica, plânctons (fitoplâncton e zooplâncton), néctons e bentos. Objetivos Compreender a importância da luz em ambientes aquáticos. Reconhecer as diferenças entre zonas eufótica e afótica. Reconhecer as diferenças entre plâncton, nécton e bentos. Estratégias Inicie a aula solicitando a alguns alunos que apresentem o texto produzido em casa. Em seguida, pergunte sobre a importância da fotossíntese em ecossistemas terrestres. Transponha esse questionamento para ecossistemas aquáticos. Discuta a importância da luz para a fotossíntese e questione em qual profundidade a luminosidade é insuficiente para esse processo acontecer. Com base nessa conversa, defina zonas eufótica e afótica. Peça exemplos de seres aquáticos da zona eufótica e anote-os na lousa. Quando uma diversidade razoável for citada (caso um organismo planctônico não apareça, sugira pelo menos um), peça aos alunos que separem os seres em relação ao modo de locomoção. Após, explique a separação nos três grupos seguintes usando os exemplos sugeridos pelos alunos: Néctons: seres capazes de nadar e vencer as correntes. Bentos: organismos no leito do mar. Plânctons: seres aquáticos flutuantes levados pela corrente. Nesse momento, explique a diferença entre fitoplâncton (algas microscópicas) e zooplâncton (seres heterotróficos flutuantes). 12 Os seres vivos no planeta

47 Solicite à turma que observe exemplos desses organismos nas fotos da página 19. Depois, discuta a importância do fitoplâncton como produtor de alimento em ambientes aquáticos. Por fim, peça aos alunos que façam as atividades 13 a 15 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 27). Para casa Solicite aos alunos que classifiquem os seres vivos a seguir em relação ao seu modo de locomoção, utilizando P para plâncton, N para nécton e B para bentos. a ) Golfinho N b ) Pequeno crustáceo P c ) Ouriço B d ) Caranguejos B e ) Larva de peixe P f ) Tubarão N g ) Protozoários P h ) Tartaruga marinha N i ) Ostras B Aula 19 Páginas: 20 e 21 TEMA: Ecossistemas aquáticos. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Biodiversidade, zona abissal e ressurgência. Objetivos Compreender que diferentes regiões do mar possuem distintas biodiversidades. Reconhecer a importância da presença do fitoplâncton e de nutrientes para a existência de maior diversidade. Identificar as limitações impostas pela ausência de luz na zona abissal. Estratégias Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, retome a discussão sobre a importância do fitoplâncton como produtor de alimento. Questione se a luz e os nutrientes necessários para esses organismos são encontrados homogeneamente no ambiente marinho. Discuta com os alunos as respostas começando pela distribuição da luz e explique que regiões mais profundas possuem menos luminosidade. Enfatize que após certo limiar não existe mais luminosidade alguma e que essa região é chamada de zona abissal. Motive os alunos a pensar em adaptações que peixes dessa região possuem e cite o exemplo da biolumenescência presente na página 20. Na sequência, discuta a heterogeneidade do ambiente marinho em relação à quantidade de nutrientes. Explique que regiões costeiras possuem mais nutrientes e que rios que se encontram com o mar trazem consigo grande quantidade de sais minerais. Acrescente que, por meio de correntes de água, é possível levar nutrientes do fundo para a superfície iluminada em um processo chamado ressurgência. Uma vez discutida a disponibilidade heterogênea de luz e sais minerais no mar, questione a implicação desses fatores na diversidade de espécies que lá habitam. Após, comente que maior quantidade de luz e sais minerais proporciona maior desenvolvimento do fitoplâncton e, consequentemente, dos consumidores da região. Ressalte que esses fatores estão diretamente relacionados à maior variabilidade de organismos vivos nessa região, ou seja, à maior biodiversidade. Use o exemplo do recife de corais como um local de alta biodiversidade e peça aos alunos que observem a foto da página 21. Por fim, solicite que façam a atividade 17 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (página 28). Em sala ou em casa, peça que realizem também a atividade 7 da seção Pense um pouco mais (página 29). Para casa Solicite uma pesquisa sobre qual é a região do mundo com maior biodiversidade e qual é o grupo de animais que possui a maior quantidade de espécies conhecidas. A Floresta Amazônica é a maior biodiversidade do planeta, e o grupo com a maior quantidade de espécies conhecidas são os insetos. Aula 20 Páginas: 21 e 22 TEMA: Ecossistemas aquáticos. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Organismos produtores, zona litorânea, zona límnica e zona profunda. Objetivos Reconhecer as diferenças entre os produtores em águas calmas e rios de águas agitadas. Reconhecer as diferenças entre os produtores em águas próximas e distantes da margem de um lago. Compreender a importância de rios para a civilização humana. CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 13

48 Estratégias Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, retome a função do fitoplâncton nos ambientes marinhos e seu modo de locomoção. Questione os alunos sobre como esse modo de locomoção se adequaria a um rio com águas agitadas. Quando eles concluírem a inviabilidade desses organismos serem os produtores nesses rios, pergunte de onde vem a energia para sustentar esse sistema. Explique que os principais produtores são as algas presas ao fundo do rio e que esse ambiente também recebe matéria orgânica, como folhas e insetos, do ambiente ao redor. Comente que além dessas duas fontes de compostos orgânicos, rios com águas calmas e lagos também contam com a presença de fitoplâncton. No entanto, especialmente em lagos, essas fontes não estão igualmente distribuídas. Peça aos alunos que separem o lago em três regiões e, para cada zona, indiquem as fontes de energia para os organismos. Depois, explique que pode ser dividido em: zona litorânea: os produtores são o fitoplâncton e as plantas presas ao fundo. Adicionalmente, essa região recebe matéria orgânica proveniente de regiões terrestres ao redor. zona límnica: o produtor é o fitoplâncton. zona profunda: a energia é oriunda de restos de matéria orgânica vindos da superfície. Na sequência, proponha um panorama em que os alunos precisam decidir a localização de uma nova cidade. Questione como o ambiente poderia suprir as necessidades dessa cidade e, depois, discuta as vantagens dela ser desenvolvida próxima de um rio (algumas vantagens estão expostas na página 22). Caso os alunos morem em uma cidade com um rio, pergunte como os habitantes aproveitam o curso de água e como poderiam aproveitar mais. Possíveis sugestões para melhorias incluem despoluição do rio, construção de parques nas margens e criação de opções de transporte hidroviário. Para casa Solicite a realização da atividade 2 da seção Mexa-se! (página 30). Se julgar necessário, peça também uma pesquisa sobre quais são os três maiores rios do Brasil. Rio Amazonas, rio Paraná e rio Madeira. Aula 21 Páginas: 22 e 23 TEMA: Ecossistemas aquáticos. CONTEÚDOS TRABALHADOS: Acúmulo de toxinas na cadeia alimentar, chuva ácida, desequilíbrio ecológico e eutrofização. Objetivos Reconhecer os diferentes fatores que contribuem para a poluição do ambiente aquático. Compreender o que causa o desequilíbrio ecológico. Compreender como a eutrofização pode prejudicar o ambiente aquático. Identificar medidas que podem ser tomadas para diminuir a ameaça à vida aquática. Estratégias Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo eventuais dúvidas. Em seguida, solicite à turma que cite impactos ambientais sofridos pelos biomas estudados até aqui. Alguns exemplos são: a poluição dos rios devido ao garimpo de ouro no Pantanal, a erosão do solo ocasionada pelo desmatamento excessivo no Cerrado e a destruição das Florestas Tropicais para dar lugar a lavouras e pastos. Uma vez discutidos os impactos ambientais dos ambientes terrestres, peça aos alunos que citem agentes poluidores dos ambientes aquáticos. Diversos exemplos são citados na página 22, porém dois devem ser destacados: O impacto do derramamento de petróleo e seus derivados no mar (mostre a foto da página 22). Enfatize que, devido ao processo de acúmulo de toxinas na cadeia alimentar, o impacto desse poluente tem uma distribuição muito extensa no espaço e no tempo. O ambiente aquático pode ser impactado não apenas por poluentes líquidos mas também por poluentes atmosféricos. Peça aos alunos que sugiram possíveis explicações para essa afirmativa. Explique que gases poluentes de indústrias podem afetar ambientes aquáticos por meio de chuva ácida, que é formada pela reação de óxidos de enxofre e nitrogênio com a água da chuva. Na sequência, pergunte aos alunos como substâncias que trazem benefícios para uma espécie, por exemplo, fertilizantes, podem prejudicar os ambientes aquáticos. Explique que os ecossistemas são mantidos em equilíbrio e alterações que em um primeiro momento parecem benéficas podem, por fim, quebrar o equilíbrio ecológico e trazer muitos prejuízos no futuro. Utilize o exemplo da eutrofização, na qual 14 Os seres vivos no planeta

49 o excesso de nutrientes estimula o crescimento de algas e acarreta a diminuição do oxigênio na água. Cite as consequências desse processo com base nas fotos da página 23. Peça à turma que cite medidas para diminuir a poluição dos ambientes aquáticos. Depois, discuta as sugestões e acrescente as medidas citadas na página 23. Por fim, solicite aos alunos que façam as atividades 12, 16, 18 e 19 da seção Trabalhando as ideias do capítulo (páginas 26 a 28). Em sala ou em casa, peça que realizem também as atividades da seção Atividade em grupo (página 30). Para casa Solicite a realização das atividades 1, 3 e 4 da seção Mexa-se! (página 30). Se julgar necessário, acrescente a seguinte atividade: O aumento dos nutrientes na água pode levar a um desequilíbrio ecológico. Sugira outras situações em que a ação do ser humano pode levar a esse desequilíbrio. Respostas possíveis: O abatimento de muitas cobras em uma região pode levar a grande aumento no número de ratos, uma vez que estes ficam sem um de seus predadores naturais. A adição de uma espécie não nativa em uma região pode levar a grande aumento do número de seus indivíduos (por não possuir um predador) e, consequentemente, a grande diminuição de espécies que servem de alimento a eles. Referências bibliográficas COMO A TERRA funciona. São Paulo: Globo, (Guia prático de Ciências). DASHEFSKY, H. Steven. Dicionário de ciência ambiental: um guia de A a Z. 3. ed. São Paulo: Gaia, ROSE, Susanna van. Atlas da Terra. São Paulo: Martins Fontes, ANOTAÇÕES CIÊNCIAS Os seres vivos no planeta 15

50 ANOTAÇÕES 16 Anotações

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52 O sistema de ensino SER está preocupado com a preservação das paisagens brasileiras e do patrimônio cultural nacional. Por isso, ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental, você conhecerá pontos importantes de todas as regiões brasileiras, retratados nas capas do material didático. Acompanhe-nos nessa viagem! A Fortaleza de São José de Macapá, localizada às margens do rio Amazonas, na capital do Amapá, foi fundada em 1758 com o propósito de defender o território brasileiro das invasões francesa e holandesa. O local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 22 de março de Nas décadas de 1950 e 1960, suas instalações viraram estalagem para famí lias de imigrantes e, depois, cadeia pú blica. Hoje é um importante ponto turístico de Macapá PROFESSOR

É verdade que o pinheiro não perde as folhas no inverno porque elas possuem uma cobertura protetora impermeável?

Verdadeira. No inverno a água do solo está congelada.

Por que os pinheiros não perdem as folhas no inverno?

Uma árvore usa muita energia para o brotamento de novas folhas. Então os pinheiros desenvolveram folhas que duram bastante tempo. A forma e a estrutura das folhas também dão uma pista de como os pinheiros sobrevivem em clima frio e seco.