O que acontece quando bebê morre na barriga

Mãe de primeira viagem, Thaiana contou ao g1MS que preparar o enxoval de duas bebês e ter nos braços apenas uma ainda é muito difícil, mas ela tem buscado forças na pequena Maria Alice, que nasceu com 2.215 kg e 45 cm. (Veja o vídeo acima).

“Fiquei bem apreensiva, nunca tinha passado por um parto, eram duas bebês e eu já sabia que ficaria sem a Maria Heloísa, é impossível esquecer a perda de uma filha. Deus nos presenteou com a Maria Alice e tem a Maria Heloísa como um anjo para nos vigiar”, disse.

Maria Alice nasceu com 2.215 kg e 45 cm — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução

No sexto mês, o coração de Maria Heloísa parou de bater. Com uma bebê sem vida dentro da barriga e outro viva, a mãe ainda não sabe explicar o que tem sentido nas últimas semanas, mas o amor sempre falou mais alto.

Thaiana descobriu com 27 semanas, no fim de novembro de 2021, a síndrome SRFF. Segundo o diagnóstico, a doença surge quando um dos fetos passa a “doar” sangue para o outro, momento em que o mesmo fica anêmico.

O receptor, por sua vez, recebe muito sangue e tem a produção de líquido amniótico aumentada, sobrecarregando o coração – é o que aconteceu com Maria Heloísa, que era mantida há mais de dois meses sem vida na barriga da mãe.

“Eu nunca deixei de me sentir feliz, mesmo com as adversidades, na minha barriga eu sabia que ela era minha, nunca fiquei com receio de passar a mão na barriga ou nojo”, disse.

Primeiro contato

Thaiana e Maria Heloísa, que nasceu sem vida — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução

Mesmo sabendo que a pequena Maria Heloísa nasceu sem vida, o amor de mãe falou mais alto e Thaiana quis conhecer e ficar um tempo com a "pequena guerreira", que esteve durante 35 semanas na barriga da nutricionista.

“Fiquei surpresa que a Maria Heloísa nasceu uma bebe formadinha, perfeita. Ela passou por mim, beijei, cheirei, ela foi examinada, fizemos foto com as duas e encaminharam ela para o necrotério”, lamentou.

Ainda no hospital, a nutricionista destacou que precisa lidar com as burocracias do enterro para a despedida. “Amanhã devo receber alta e vamos fazer o enterro da minha bebê. A Maria Heloísa será registrada e terá uma despedida especial. Ela vai estar sempre no meu coração e será nosso anjinho!”.

O pai de primeira viagem, Pedro Fraga relatou que assim como está feliz pela chegada da filha Maria Alice, também vive momentos de luto e superação. “Estamos bem na medida do possível, nossas meninas nasceram e nos despedimos da Maria Heloísa. Ainda estamos aprendendo a lidar com esses sentimentos”.

Cirurgia

Thaiana sempre soube que a gestação gemelar univitelina, em apenas uma placenta, poderia haver complicações, mas não sabia que poderia ser fatal.

Com isso, a nutricionista precisou ir para Campinas (SP) para realizar uma intervenção cirúrgica e tentar salvar os bebês, o que não foi possível - uma das bebês estava sem batimento cardíaco.

Ajuda a Thaiana

Aos 29 anos, Thaiana descobriu que seria mãe de gêmeas — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução

Por causa da cirurgia, vários exames e viagem para São Paulo, a família gastou mais de R$ 80 mil no tratamento. Para ajudar nas despesas, criaram uma rifa valendo uma TV de 50 polegadas ao custo de R$ 30,00 o número.

Quem quiser comprar e ajudar, pode entrar em contato pelo número (67) 99231-8098.

Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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O que acontece quando bebê morre na barriga

Perder um filho é muito difícil e doloroso. Imagine, então, quando o bebê morre dentro da barriga da mãe, faltando poucas semanas para nascer. Foi isso que aconteceu com a auxiliar de cozinha Angélica de Oliveira Chaves, 29 anos.

Grávida de 33 semanas de um casal de gêmeos, ela foi a uma consulta de rotina no Hospital Universitário de Santa Maria (RS), no dia 6 de janeiro. Na ocasião, descobriu pelo ultrassom que a menina estava morta, mas o menino seguia bem.

“O médico disse que era pra ir para casa, esperar completar os nove meses e fazer o parto normal. Ele não explicou muito. Na hora, fiquei com aquela dor de saber que minha filha tinha falecido, mas não caiu muito a ficha. Quando voltei para casa e contei para os meus parentes e conhecidos, eles começaram dizer que era perigoso ficar com o bebê morto na barriga, que tinha riscos. Todo mundo para quem eu contei ficou abismado. Eu fiquei preocupada e resolvi procurar um advogado. Ele tentou na justiça que pudesse fazer uma cesárea, mas o juiz negou”, lembra ela.

O caso saiu na imprensa da região de Santa Maria (RS), onde ela mora, e comoveu a população. Angélica seguiu com a gravidez até ir novamente a uma consulta de rotina do pré-natal, esta semana. Como ela havia tido um pequeno sangramento, o médico decidiu interná-la para acompanhar o caso mais de perto.

Agora, com 36 semanas de gestação, ela está mais calma e entende melhor a situação. “Ter um bebê morto na barriga não é fácil. Mas tenho que esperar e confiar. Os médicos falaram que tenho que esperar completar 37 semanas, porque o bebê é prematuro ainda para nascer. Eles não sabem ainda se vai ser cesárea ou normal, mas disseram que tem condição de ser normal. Na semana que vem, se eu não entrar em trabalho de parto, eles vão induzir”, conta ela.

Após conversar com a psicóloga do hospital, Angélica diz estar mais tranquila. “Agora tem que confiar”. O bebê vivo já tem 2,5 kg, um peso considerado bom pelos médicos.

Procedimento padrão

Manter a gravidez quando um dos gêmeos vai a óbito pode soar estranho e chocar a muitos – assim como espantou os parentes de Angélica. Mas este costuma ser o procedimento adotado pelos médicos.

“Há uma série de fatores que devem ser avaliados caso a caso. Mas o fato de um dos bebês ter morrido não significa que tenha que fazer uma cesárea para tirar o que está vivo, se não há outros fatores de risco. Um bebê morto na barriga causa muita preocupação, mas pode ser ainda mais complicado tirar o bebê vivo antes da hora, prematuro. Existe a conduta de aguardar o quanto for possível, para chegar o mais próximo de 38 ou 39 semanas de gestação. A mulher, nesse período, deve ser avaliada pelo médico de maneira rotineira e frequente”, esclarece Alberto Guimarães, ginecologista e obstetra defensor dos conceitos de parto humanizado e criador do Programa Parto Sem Medo (SP).

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Quais são os sintomas quando o bebê morre na barriga?

Quais os sintomas Dor na região da pelve e febre; Ocorrência de sangramento de cor vermelha viva ou em marrom com ou sem odor; Cessação dos sintomas típicos de uma gravidez, como náuseas e vômito; O volume uterino e barriga param de aumentar.

Quanto tempo pode ficar com o bebê morto na barriga?

Normalmente ocorre entre a 6º e a 10º semana. O embrião pode ficar retido sem vida dentro do útero por semanas, até meses.

Quando o bebê morre na barriga Qual o procedimento?

A revisão dos exames de ultrassonografia e dos seus exames de pré-natal podem fornecer indícios. A avaliação do bebê após o nascimento pode trazer informações da causa do óbito fetal. Após toda essa avaliação, deverá ser discutido a realização de exames para avaliar as trombofilias adquiridas e hereditárias.