O que representou para a geopolítica mundial o fim da união soviética

A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se refere ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se no fim da década de 80, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das transformações ocorridas no Leste Europeu com a desintegração do bloco soviético.

O termo Nova Ordem Mundial é aplicado de forma abrangente. Em um contexto atual, pode se referir também à importância das novas tecnologias em um mundo progressivamente globalizado e às novas formas de controle tecnológico sobre as pessoas.

A Nova Ordem Mundial busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a partir de uma hierarquização de países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e de especialização econômica. Veja algumas das principais características.

Distribuição do poder internacional

Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois pólos de força, que eram Estados Unidos e URSS) foi substituída pela chamada pax imperial americana, que significa que não existe país no mundo capaz de se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia militar incontestável dos Estados Unidos é exercida de forma intensa em todas as partes do mundo onde seus interesses econômicos ou geopolíticos se fazem presentes.

Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: o primeiro, organizado em torno dos EUA; o segundo, em torno da Europa (União Européia) e um terceiro, o bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia.

Urbanização mundial

A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente. No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população urbana mundial superou a população rural.

A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em desenvolvimento. É geralmente caótica, o que agrava os problemas ambientais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos.

Nova divisão do trabalho

Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internacional do trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufaturados de países exportadores de matéria-prima.

Índice

Introdução

O período de Pós-Guerra inicia em 1945, após a Segunda Guerra Mundial e se estende até a Queda do Muro de Berlim, em 1991. Também chamado de Guerra Fria, termo cunhado em 1947 pelo assessor presidencial americano Bernard Baruch, esse período é marcado por disputas ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética (URSS).

Essas disputas foram expressas na famosa fórmula “paz impossível, guerra improvável”, criada pelo sociólogo francês Raymond Aron. Com duas superpotências em disputa pelo poder, a Ordem Mundial organizou-se de modo bipolar ideológica, capitalismo (EUA) x socialismo (URSS).

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Contexto

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo havia assistido a uma das maiores destruições da história.  Esperava-se, desse modo, que houvesse uma cooperação entre os países aliados (EUA, Inglaterra e URSS) em um período que, acreditava-se, seria de recuperação e paz. 

No entanto, iniciou-se o período da Guerra FriaE a competição entre as duas potências do lado vencedor, EUA e URSS, exigiu que tais potências se organizassem de acordo com suas apostas ideológicas: Capitalista (EUA) e Socialista (URSS).

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O bloco capitalista 

Devido às tensões provocadas pelas disputas entre Estados Unidos e União Soviética, novas alianças foram criadas entre países.

Com o advento da Guerra Fria, o presidente Harry Truman realizou, em 1947, um discurso no Congresso Nacional afirmando a necessidade de os países capitalistas protegerem-se da ameaça socialista. Esse discurso ficou identificado como Doutrina Truman, e afirmava a rivalidade ideológica entre países capitalistas e socialistas. Desse modo, o mundo começou se organizando de acordo com as afinidades ideológicas.

Daí, viriam iniciativas mais concretas, como alinhamentos econômicos. Uma das primeiras iniciativas dos EUA foi o Plano Marshall, auxílio financeiro para os países aliados da Europa que necessitavam se recuperar do desfalque da Segunda Guerra Mundial.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por sua vez, foi criada em 1949 e tinha como maior objetivo conter o avanço do bloco socialista na Europa. Consistia, desse modo, em uma aliança militar entre países capitalistas, sob direção dos Estados Unidos.

Bloco socialista

Como resposta à OTAN, o bloco socialista criou o Pacto de Varsóvia, em 1955. Era uma aliança militar que tinha, portanto, o objetivo de conter a expansão capitalista no continente europeu.

Antes disso, em 1949, formou-se no bloco socialista a Comecon, que visava a integração econômica das nações do Leste Europeu e o impedimento do avanço do Plano Marshall sobre a região. A Comecon viria se extinguir em 1991, com o fim da União Soviética

Principais conflitos do Pós-Guerra

Como os confrontos não ocorriam diretamente entre as superpotências, alguns conflitos-chave marcaram táticas de uso de aliados em conflitos militares. 

Guerra da Coreia (1950-1953) marcou o início dessas táticas. Os soviéticos, apoiavam a Coreia do Norte, e os norte-americanos, a Coreia do Sul. Esta Guerra começou quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul. A Guerra da Coreia foi resultado direto da divisão arbitrária daquela península por EUA e URSS durante a Conferência de Potsdam, em julho de 1945. Ao fim, não houve mudanças drásticas de fronteira. 

Guerra do Vietnã (1962-1975) é considerada um desdobramento direto de outro conflito que havia acontecido no Vietnã de 1946 a 1954: a Guerra da Indochina.  Com o fim dessa Guerra, ficou acertado que a unificação do Vietnã aconteceria a partir dos resultados das eleições gerais de 1955. O governo do Sul, porém, recusou participar das eleições, alegando não acreditar na capacidade do governo do Norte em conduzir eleições livres.

A intervenção dos Estados Unidos aconteceria apenas em 1964, quando Lyndon Johnson chegou à presidência americana, após o assassinato de John F. Kennedy, e  deu-se em função da insatisfação com a incapacidade do governo sul-vietnamita de combater as tropas comunistas.

Crise dos Mísseis (1962) foi o auge desse período de conflitos. Durante treze dias o mundo abalou-se diante da possibilidade de um ataque nuclear entre as duas potências. O então presidente John F. Kennedy anunciou em transmissão televisiva que os EUA procederiam com um bloqueio naval em Cuba, após a instalação de mísseis nucleares na baía da ilha.

Após esse pronunciamento, a frota naval soviética aproximou-se dos navios norte-americanos que faziam o bloqueio à ilha. Depois da grande tensão, Nikita Khrushchev, retirou os mísseis de Cuba em troca da promessa de Kennedy de que os Estados Unidos não invadiriam Cuba.

Mesmo após a solução da crise, a disputa entre os dois países prosseguiu. O último conflito marcante foi Guerra do Afeganistão (1979–1989), também conhecida como "Invasão Soviética do Afeganistão".

Só em meados dos anos 80 as tensões diminuíram para, então, em 1991, com a Queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, termos o fim da Guerra Fria. Quando temos o estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial.

Exercício de fixação

ENEM

Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética, não foram um período homogêneo único na história do mundo. (…) dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.

(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996)

O período citado no texto e conhecido por “Guerra Fria” pode ser definido como aquele momento histórico em que houve:

A corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra Mundial.

B domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.

C choque ideológico entre a Alemanha Nazista / União Soviética Stalinista, durante os anos 30.

D disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e o Japão.

E constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

Quais os impactos geopolíticos do fim da União Soviética?

Igualmente, os países do Leste Europeu lutavam por mais liberdades. Em 1989, a população de Berlim derrubou o muro que separava a cidade e precipitou a reunificação da Alemanha. Populações de países como Tchecoslováquia, Hungria, Bulgária, Polônia e Romênia também foram às ruas para exigir mudanças e mais democracia.

O que resultou o fim da União Soviética?

Tem mais depois da publicidade ;) O fim da União Soviética foi resultado da má administração do país por seus governos autoritários e corruptos. Ao final da década de 1970, a crise econômica que se instalou nela levou o país à crise política até a sua dissolução, com a renúncia de Gorbachev, em dezembro de 1991.

Como ficou a geopolítica global após o momento em que a União Soviética se desfez?

Apesar da fragmentação da União Soviética e a unificação da Alemanha, a configuração cartográfica e geopolítica da região não terminou, pois logo depois houve a independência da Tchecoslováquia e da Iugoslávia.

O que significa no contexto político o fim da União Soviética?

Nesse período, os problemas gerados pela burocratização do governo soviético foram piorando a situação social, política e econômica do país. O fechamento do país para as nações não-socialistas forçou a União Soviética a sofrer um processo de atraso econômico que deixou a indústria soviética em situação de atraso.