Grátis 56 pág.
Pré-visualização | Página 5 de 12(ROCHA e MARTINS, 2015, p. 45) 2.2.1 Custeio por Absorção Segundo Souza e Clemente (2011), o Custeio por Absorção é um método em que é possível apropriar aos produtos todos os custos realizados para a sua fabricação. Admite-se que todos os recursos consumidos, direta ou indiretamente, no processo de produção de um bem ou serviço integrem o custo do produto. Ainda de acordo com os autores este método tem como pressuposto teórico que a produção de bens é o elemento gerador de riqueza para a firma, por isso, visa monitorar a produção em termos de volume e de custos. Rocha e Martins acrescentam que: Custeio por Absorção é o gênero de custeio que atribui custos fixos aos pro- dutos. [...] É denominado Custeio por Absorção porquê, sob a sua ótica, o custo dos bens e serviços produzidos deve absorver, além dos custos variáveis, também os fixos, e até – no limite – os gastos fixos de administração geral. Portanto, todos os métodos de custeio que atribuem custos fixos aos produtos pertencem a este gênero denominado Custeio por Absorção. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 85) Conforme Souza e Clemente (2011), a questão crucial no custeio por absorção se resume a definição dos critérios de rateio e a elaboração do mapa de localização dos custos indiretos. Os critérios de rateio devem se basear no conhecimento disponível sobre o processo produtivo e deveriam ser constantemente revistos e atualizados. 26 De acordo com Rocha e Martins (2015) no processo de apropriação dos custos aos produtos, geralmente é realizada por segregação em centros de custos. Centros de custos por sua vez, são grupos aos quais são acumulados os custos para serem distribuídos a outros centros de custos, ou aos produtos. Os Centros de custos devem ser constituídos por elementos cujo custo seja determinado ou influenciado por um único fator, o qual será utilizado para a alocação do custo do centro aos produtos ou a outros centros. Sobre os centros de custos Souza e Clemente (2011) comentam que: A segmentação do processo de produção em Centros de Custos permite a coleta de informações úteis para monitorar cada fase em termos de volume (eficiência); tempo produtivo (ociosidade); recursos consumidos (custo/hora do centro produtivo); desperdício; retrabalho; refugos etc. (SOUZA e CLEMENTE, 2011, p. 80) Os centros de custos de apoio são aqueles nos quais as atividades são realizadas para prestar serviços a outros centros de custos. Alguns exemplos seriam: controle de qualidade, almoxarifado, manutenção, supervisão, etc. Em geral, as empresas – mesmo que utilizando muitos centros de custos – acabam alocando-os aos produtos por meio de uma quantidade reduzida de bases de rateio, geralmente relacionadas ao volume de produção: horas de máquina, horas de mão de obra, volume de produção etc. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 92) Ainda conforme Rocha e Martins (2015), o custeio por absorção é processado em três estágios. No primeiro os custos são acumulados nos respectivos centros de custos. No segundo estágio, os valores são transferidos dos centros de custos de apoio para os centros de custos de produção. E no último estágio os valores são transferidos dos centros de custos de produção para os produtos. Porém, essa segregação em centro de custos não é obrigatória: O Custeio por Absorção pode ser operacionalizado sem a utilização de centros de custos; o sistema de alocação de custos item a item é trabalhoso apenas na fase de modelagem, mas não oferece dificuldades de processamento. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 91) Souza e Clemente (2011) dizem que o custeio por absorção é eficiente para decisões operacionais. Porém ele peca em alguns aspectos, tais como: custos de oportunidade, custos ambientais e custos sociais. Ainda estes autores, exemplificam o custeio por absorção conforme Figura 5. 27 Figura 5: Custeio por absorção Fonte: SOUZA e CLEMENTE, 2011, p. 57. 2.2.2 Custeio Variável Para Souza e Clemente (2011), o Custeio Variável, também conhecido como Custeio Direto, classifica os custos como fixos ou variáveis. Como vimos anteriormente, custos fixos são todos os que ocorrem periodicamente e não são afetados, ou são pouco afetados, pela quantidade produzida. Já custos variáveis são todos os que variam proporcionalmente ao volume produzido. Segundo Fontoura (2013), o método de custeio variável aplica diretamente o princípio de que só os custos variáveis devem ser imputados aos produtos. Todos os demais custos indiretos devem ser tratados como despesas de período. Ainda para Fontoura (2013), este método de custeio traz uma visão de gestão de curto prazo, sendo aplicado em organizações que estão enfrentando alta competitividade em relação aos preços dos produtos e serviços. Esse método de custeio é utilizado em conjunto com outros métodos por grandes empresas para realizar análises de custo, volume, lucro e planejamento de preços em alguns mercados atrapalhando empresas menores, atuando assim com guerrilha de preços por períodos planejados. Sobre Custeio Variável, Rocha e Martins (2015) complementam: Como a apropriação de custos aos bens e serviços produzidos se processa sempre por meio de mensuração direta, não se admite, aqui, a figura do rateio. Sob esta ótica, todos os custos fixos, diretos ou indiretos em relação aos produtos, isto é, identificáveis ou não com determinados produtos, são debitados ao resultado do período em que são incorridos. Só são atribuídos 28 aos estoques os custos diretos em relação às unidades produzidas, isto é, os variáveis. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 59) Rocha e Martins (2015) complementam ainda, no custeio variável a medida, ou parâmetro, para expressar o valor do resultado individual de cada produto denomina-se margem de contribuição, é a referência (base de comparação) de lucratividade entre produtos. Essa margem mostra a contribuição de cada produto para a cobertura dos custos e despesas fixas da empresa. Exemplificando o custeio variável: Figura 6: Custeio variável Fonte: ROCHA e MARTINS, 2015, p.65. 2.2.3 Custeio Baseado em Atividades (ABC) Este método é bastante distinto dos citados anteriormente. Rocha e Martins (2015) apontam que o ABC não pertence ao gênero do custeio variável, pois leva em conta os custos fixos em relação ao volume de produção e também não pertence ao gênero do custeio por absorção, pois não considera, nos produtos, todos os custos de produção nem todas as despesas. O princípio básico do ABC é que os recursos das empresas são consumidos pelas atividades que elas executam para a fabricação de seus produtos. Assim, o controle do consumo dos recursos da empresa implica, necessariamente, controle das atividades por ela executadas. Conhecendo- 29 se as atividades que uma empresa executa, o custo dos produtos por ela fabricados será igual ao custo das atividades necessárias à produção. (SOUZA e CLEMENTE, 2011, p. 228) Fontoura (2013) analisa que esse método visa alocar os custos indiretos através de direcionadores de custos, que como o nome diz, direcionam os custos às atividades de processos produtivos ou auxiliares a produção, sendo então destinados diretamente aos produtos, ou serviços. Conforme Souza e Clemente (2011), o custeio ABC entende o negócio como um conjunto de processos, cada processo envolvendo uma série de atividades. Neste método o objeto passa a ser a atividade, pois são estas que consomem recursos, separando a informação de custos por atividades e não mais produtos. O foco do controle de custos está nas atividades, com o objetivo de reduzir ou eliminar as que não agregam valor aos produtos. Assim, pode-se dizer que o Custeio ABC é um método de análise e gerenciamento |