Para souza e clemente 2011

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Para souza e clemente 2011

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(ROCHA e MARTINS, 2015, p. 45) 
2.2.1 Custeio por Absorção 
Segundo Souza e Clemente (2011), o Custeio por Absorção é um método 
em que é possível apropriar aos produtos todos os custos realizados para a sua 
fabricação. Admite-se que todos os recursos consumidos, direta ou indiretamente, 
no processo de produção de um bem ou serviço integrem o custo do produto. Ainda 
de acordo com os autores este método tem como pressuposto teórico que a 
produção de bens é o elemento gerador de riqueza para a firma, por isso, visa 
monitorar a produção em termos de volume e de custos. 
Rocha e Martins acrescentam que: 
Custeio por Absorção é o gênero de custeio que atribui custos fixos aos pro- 
dutos. [...] É denominado Custeio por Absorção porquê, sob a sua ótica, o 
custo dos bens e serviços produzidos deve absorver, além dos custos 
variáveis, também os fixos, e até – no limite – os gastos fixos de 
administração geral. Portanto, todos os métodos de custeio que atribuem 
custos fixos aos produtos pertencem a este gênero denominado Custeio por 
Absorção. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 85) 
Conforme Souza e Clemente (2011), a questão crucial no custeio por 
absorção se resume a definição dos critérios de rateio e a elaboração do mapa de 
localização dos custos indiretos. Os critérios de rateio devem se basear no 
conhecimento disponível sobre o processo produtivo e deveriam ser constantemente 
revistos e atualizados. 
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De acordo com Rocha e Martins (2015) no processo de apropriação dos 
custos aos produtos, geralmente é realizada por segregação em centros de custos. 
Centros de custos por sua vez, são grupos aos quais são acumulados os custos 
para serem distribuídos a outros centros de custos, ou aos produtos. Os Centros de 
custos devem ser constituídos por elementos cujo custo seja determinado ou 
influenciado por um único fator, o qual será utilizado para a alocação do custo do 
centro aos produtos ou a outros centros. 
Sobre os centros de custos Souza e Clemente (2011) comentam que: 
A segmentação do processo de produção em Centros de Custos permite a 
coleta de informações úteis para monitorar cada fase em termos de volume 
(eficiência); tempo produtivo (ociosidade); recursos consumidos (custo/hora 
do centro produtivo); desperdício; retrabalho; refugos etc. (SOUZA e 
CLEMENTE, 2011, p. 80) 
Os centros de custos de apoio são aqueles nos quais as atividades são 
realizadas para prestar serviços a outros centros de custos. Alguns exemplos 
seriam: controle de qualidade, almoxarifado, manutenção, supervisão, etc. 
Em geral, as empresas – mesmo que utilizando muitos centros de custos – 
acabam alocando-os aos produtos por meio de uma quantidade reduzida de 
bases de rateio, geralmente relacionadas ao volume de produção: horas de 
máquina, horas de mão de obra, volume de produção etc. (ROCHA e 
MARTINS, 2015, p. 92) 
Ainda conforme Rocha e Martins (2015), o custeio por absorção é 
processado em três estágios. No primeiro os custos são acumulados nos respectivos 
centros de custos. No segundo estágio, os valores são transferidos dos centros de 
custos de apoio para os centros de custos de produção. E no último estágio os 
valores são transferidos dos centros de custos de produção para os produtos. 
Porém, essa segregação em centro de custos não é obrigatória: 
O Custeio por Absorção pode ser operacionalizado sem a utilização de 
centros de custos; o sistema de alocação de custos item a item é trabalhoso 
apenas na fase de modelagem, mas não oferece dificuldades de 
processamento. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 91) 
Souza e Clemente (2011) dizem que o custeio por absorção é eficiente para 
decisões operacionais. Porém ele peca em alguns aspectos, tais como: custos de 
oportunidade, custos ambientais e custos sociais. Ainda estes autores, exemplificam 
o custeio por absorção conforme Figura 5. 
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Figura 5: Custeio por absorção 
 
Fonte: SOUZA e CLEMENTE, 2011, p. 57. 
2.2.2 Custeio Variável 
Para Souza e Clemente (2011), o Custeio Variável, também conhecido como 
Custeio Direto, classifica os custos como fixos ou variáveis. Como vimos 
anteriormente, custos fixos são todos os que ocorrem periodicamente e não são 
afetados, ou são pouco afetados, pela quantidade produzida. Já custos variáveis são 
todos os que variam proporcionalmente ao volume produzido. 
Segundo Fontoura (2013), o método de custeio variável aplica diretamente o 
princípio de que só os custos variáveis devem ser imputados aos produtos. Todos os 
demais custos indiretos devem ser tratados como despesas de período. 
Ainda para Fontoura (2013), este método de custeio traz uma visão de 
gestão de curto prazo, sendo aplicado em organizações que estão enfrentando alta 
competitividade em relação aos preços dos produtos e serviços. Esse método de 
custeio é utilizado em conjunto com outros métodos por grandes empresas para 
realizar análises de custo, volume, lucro e planejamento de preços em alguns 
mercados atrapalhando empresas menores, atuando assim com guerrilha de preços 
por períodos planejados. 
Sobre Custeio Variável, Rocha e Martins (2015) complementam: 
Como a apropriação de custos aos bens e serviços produzidos se processa 
sempre por meio de mensuração direta, não se admite, aqui, a figura do 
rateio. Sob esta ótica, todos os custos fixos, diretos ou indiretos em relação 
aos produtos, isto é, identificáveis ou não com determinados produtos, são 
debitados ao resultado do período em que são incorridos. Só são atribuídos 
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aos estoques os custos diretos em relação às unidades produzidas, isto é, 
os variáveis. (ROCHA e MARTINS, 2015, p. 59) 
Rocha e Martins (2015) complementam ainda, no custeio variável a medida, 
ou parâmetro, para expressar o valor do resultado individual de cada produto 
denomina-se margem de contribuição, é a referência (base de comparação) de 
lucratividade entre produtos. Essa margem mostra a contribuição de cada produto 
para a cobertura dos custos e despesas fixas da empresa. 
Exemplificando o custeio variável: 
Figura 6: Custeio variável 
 
Fonte: ROCHA e MARTINS, 2015, p.65. 
2.2.3 Custeio Baseado em Atividades (ABC) 
Este método é bastante distinto dos citados anteriormente. Rocha e Martins 
(2015) apontam que o ABC não pertence ao gênero do custeio variável, pois leva 
em conta os custos fixos em relação ao volume de produção e também não pertence 
ao gênero do custeio por absorção, pois não considera, nos produtos, todos os 
custos de produção nem todas as despesas. 
O princípio básico do ABC é que os recursos das empresas são consumidos 
pelas atividades que elas executam para a fabricação de seus produtos. 
Assim, o controle do consumo dos recursos da empresa implica, 
necessariamente, controle das atividades por ela executadas. Conhecendo-
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se as atividades que uma empresa executa, o custo dos produtos por ela 
fabricados será igual ao custo das atividades necessárias à produção. 
(SOUZA e CLEMENTE, 2011, p. 228) 
Fontoura (2013) analisa que esse método visa alocar os custos indiretos 
através de direcionadores de custos, que como o nome diz, direcionam os custos às 
atividades de processos produtivos ou auxiliares a produção, sendo então 
destinados diretamente aos produtos, ou serviços. 
Conforme Souza e Clemente (2011), o custeio ABC entende o negócio como 
um conjunto de processos, cada processo envolvendo uma série de atividades. 
Neste método o objeto passa a ser a atividade, pois são estas que consomem 
recursos, separando a informação de custos por atividades e não mais produtos. 
O foco do controle de custos está nas atividades, com o objetivo de reduzir 
ou eliminar as que não agregam valor aos produtos. Assim, pode-se dizer 
que o Custeio ABC é um método de análise e gerenciamento