Pode dar ração de cachorro para gato

9 minutos para ler

Cachorro pode comer ração de gato? Gato pode comer ração de cachorro? Essas são dúvidas muito comuns entre os tutores de animais de estimação, afinal, “as rações são todas iguais”, certo? Errado! Cada produto é cuidadosamente desenvolvido para atender às necessidades nutricionais específicas de cada pet.

Embora ambos sejam mamíferos e convivam há milhares de anos com o homem, cães e gatos são animais diferentes. Por mais óbvia que possa parecer essa afirmação, isso significa que eles têm hábitos alimentares distintos e, por isso, seu organismo funciona também de forma distinta.

Afinal, por que cachorro não pode comer ração de gato e vice e versa? Quais são as particularidades dos produtos e quais são os prejuízos para o pet que não recebe a alimentação adequada? Continue conosco e entenda!

Saiba, de uma vez por todas, se cachorro pode comer ração de gato

A resposta é simples: não. E o contrário também é verdadeiro: gatos não podem comer ração de cachorro. Ambos os animais dividem a sua história conosco, fazendo parte da formação da nossa sociedade. Hoje, muitos tutores compartilham o seu espaço com os dois pets, dedicando tempo e cuidados semelhantes para promover a saúde e o bem-estar dos animais.

Salvo as particularidades de higiene, de rotina de passeio e de brincadeiras, cães e gatos bem cuidados visitam o veterinário com periodicidade, têm o calendário de vacinação em dia, recebem vermífugos regularmente e dispõem de água e ração de boa qualidade todos os dias. Como, à primeira vista, as rações de gato e de cachorro são muito parecidas, muita gente poderia afirmar que a alimentação também é a mesma.

Contudo, não é isso o que acontece. Como mencionamos, apesar de ambos serem mamíferos e terem sido domesticados há milhares de anos, cães e gatos têm necessidades nutricionais diferentes — e isso fica mais fácil de compreender quando nos voltamos para a sua origem.

Cachorros

Os cães fazem parte da ordem Carnivora, grupo que abrange os animais que se alimentam predominantemente de tecido animal. Embora seja difundido que os cachorros são onívoros, na verdade eles são classificados como carnívoros oportunistas (ou facultativos).

Isso quer dizer que eles podem se adaptar a uma dieta onívora, sendo capazes de digerir e de aproveitar os nutrientes oriundos de vegetais, como frutas e legumes. Contudo, o seu metabolismo, a morfologia dos seus dentes e o comprimento do seu intestino demonstram que o hábito onívoro em cães é bastante limitado.

Para você ter uma ideia, o intestino delgado de um cão é relativamente curto, mede de 1,8 a 4,8 metros, o que corresponde de 3% a 7% do seu peso corporal. Em onívoros verdadeiros, como os ursos e os seres humanos, o intestino é consideravelmente mais longo, mas muito menor do que o dos herbívoros. Em humanos, esse órgão chega a 13 metros, correspondendo a 10% do peso corporal.

Gatos 

Os gatos, por sua vez, são carnívoros verdadeiros (ou obrigatórios). Isso significa que a sua dieta é composta primariamente de carne e que, ao contrário dos cães, os gatos levariam muito mais tempo para se adaptarem a uma dieta pobre em tecidos animais e seriam prejudicados por não conseguirem metabolizar todos os nutrientes oriundos de fontes vegetais.

Isso explica a fama dessa espécie de apresentar apetite mais seletivo que o dos cachorros. Seus dentes são adaptados para dilacerar, roer e cortar os alimentos, mas não para mastigá-los e moê-los como fazem os onívoros e os herbívoros.

O seu intestino delgado mede de 0,5 a 1,7 metro, o que corresponde a 5% do seu peso corporal. Dessa forma, nem os felinos selvagens nem os gatos domésticos costumam procurar espontaneamente por alimentos de origem vegetal.

A ilustração abaixo exemplifica essas diferenças. Veja só:

Pode dar ração de cachorro para gato

1. Gato (carnívoro verdadeiro), 2. Cão (carnívoro oportunista), 3. Urso (onívoro)

Entenda as particularidades das rações de pets

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as rações para pets são produzidas levando em consideração as diferenças que citamos, ou seja, o hábito de vida dos cães e gatos. Dessa forma, os alimentos de qualidade elevada tentam reproduzir e fornecer os nutrientes que esses animais encontrariam na natureza.

Além disso, para a produção de ração para cães, não basta incluir fontes vegetais na mistura. É preciso que essas fontes tenham boa digestibilidade e disponibilidade de nutrientes; caso contrário, parte dos alimentos não digeridos será eliminada nas fezes, sem que haja o aproveitamento ideal dos nutrientes.

Por isso, a escolha das matérias-primas é tão importante na fabricação de rações de qualidade e que atendam às exigências nutricionais de cada espécie e categoria animal. Por exemplo, se uma ração for composta por 22% de proteína bruta, mas parte desse nutriente tiver como fonte um ingrediente de origem vegetal ou uma farinha de penas de origem animal, pode-se afirmar o pet obterá baixo aproveitamento de proteína, devido à baixa digestibilidade desses elementos do alimento.

Por outro lado, se o produto apresentar 18% de proteína bruta, sendo a maior parte proveniente de farinhas de origem animal de boa qualidade, seu nível de aproveitamento chegará à quase totalidade, por conta da alta digestibilidade dessas matérias-primas. 

Confira as melhores dicas para fazer uma escolha acertada

É muito comum que os tutores de animais de estimação se sintam indecisos no momento de escolher o tipo de ração para o seu pet, devido à variedade de opções encontradas nas prateleiras de pet shops e mercados. É preciso levar em consideração a necessidade de cada animal, pois essa escolha atinge diretamente a saúde e o funcionamento do seu organismo. 

Via de regra, o alimento completo (a própria ração) pode ser encontrado nas categorias Standard (linha de combate), Premium e Super Premium, que são diferenciadas pela qualidade das matérias-primas utilizadas, sua digestibilidade e absorção dos nutrientes pelo animal. Veja as principais características de cada categoria!

Standard

Essa ração é conhecida no mercado pelo seu menor custo e maior acessibilidade. Sua composição por ingredientes de menor custo, contendo fontes de proteínas de origem animal e vegetal, faz com que a digestibilidade fique em torno de 73%, elevando o consumo do animal de modo a suprir a necessidade diária para sua manutenção. Nesse caso, tem-se menor custo-benefício ao optar por um alimento com menor aproveitamento nutricional, gerando uma economia apenas aparente.

Premium

Nessa categoria estão os alimentos compostos por ingredientes de alta absorção e aproveitamento pelo animal, proporcionando digestibilidade mínima de 78%. Com isso, o animal necessita de porções menores para a sua saciedade e saúde, trazendo benefícios visíveis pelo tutor, como melhor aparência na pelagem do seu pet, melhor saúde de pele e aporte muscular, além da redução no volume das fezes.

Há, portanto, um melhor custo-benefício. Vale destacar, ainda, que encontramos dentro dessa classificação as rações Premium Especial, High Premium ou Premium Plus. 

Super Premium

Trata-se do alimento completo com melhor qualidade e melhor custo-benefício disponível no mercado, pois apresenta composição nutricional ideal para os animais nas diferentes categorias, contendo ingredientes de alta qualidade e absorção acima de 83%.

Devido à maior digestibilidade das proteínas e demais ingredientes, a porção diária consumida pelo pet é menor. Isso faz com que ele se satisfaça de forma mais rápida, favorecendo a saúde e o seu bem-estar. 

As características dessa e das outras demais categorias se aplicam tanto em ração para cães, quanto em ração para gatos — que tem ainda algumas particularidades que explicaremos mais adiante.

Conheça os prejuízos de oferecer a mesma ração a cães e gatos

Chegando até aqui, você deve imaginar os prejuízos para a saúde de um cão que come ração de gato e vice e versa. Uma vez que os alimentos são fabricados e balanceados com a quantidade ideal de nutrientes para que haja o aproveitamento máximo (sem desperdícios nem falta), é fundamental que cada pet receba a sua própria ração.

Esses alimentos são produzidos, ainda, de acordo com as necessidades nutricionais de cada condição de saúde do pet, bem como a fase de vida — tanto para filhotes quanto para animais idosos. Isso faz com que os animais cresçam e se desenvolvam plenamente, além de evitar o aparecimento de doenças.

Gatos que apresentam carência de taurina na sua dieta, por exemplo, podem desenvolver uma série de patologias, tais como:

  • cardiopatias;
  • perda da visão;
  • falhas reprodutivas;
  • perda da audição;
  • disfunção imunológica.

Como prejuízo, além das doenças que surgem em decorrência da deficiência de nutrientes — diminuindo a qualidade de vida dos pets —, a expectativa de vida de ambos pode ser reduzida.

Descubra os principais cuidados com a alimentação dos pets

Ao adquirir ração para gatos e para cães, é preciso saber ler as informações das embalagens (principalmente quanto à digestibilidade dos nutrientes). Como mencionamos, a qualidade da matéria-prima utilizada na fabricação é importantíssima e, por isso, deve-se prestar atenção a essa questão também.

Além disso, é fundamental escolher fornecedores certificados. A certificação em nutrição animal garante que os fabricantes seguem as Boas Práticas de Fabricação (BPF) de ração, que utilizam matérias-primas de qualidade e que a composição do produto corresponde ao que o rótulo informa.

Portanto, se você tem cães e gatos que convivem no mesmo ambiente no momento das refeições, o ideal é colocar a ração dos gatos em locais onde os cães não tenham acesso. Afinal, como você pôde perceber, ambos têm suas particularidades biológicas, que devem ser respeitadas para que tenham melhor qualidade de vida.

Nosso artigo foi informativo para você? Então, assine a nossa newsletter e receba em primeira mão mais conteúdos como este, diretamente em seu e-mail!

O que acontece se o gato comer ração de cachorro?

A ração para cães não possui todos os nutrientes que os felinos precisam. Assim, se o bigodudo se alimentar apenas dela, pode ter falhas nutricionais e problemas de saúde. O mesmo vale para quando o cão come a ração dos bichanos. A alta quantidade de proteínas pode causar problemas renais.

Pode alimentar gato com ração de cachorro?

A resposta é simples: não. E o contrário também é verdadeiro: gatos não podem comer ração de cachorro. Ambos os animais dividem a sua história conosco, fazendo parte da formação da nossa sociedade.

Qual a diferença entre a ração de gato é cachorro?

O alimento canino tem um teor mais alto de carboidratos se comparada com a ração de gato. Além disso, diferente dos felinos, os cães não precisam de aminoácidos - como a taurina - e nem de uma grande quantidade de gordura na sua dieta.

O que pode dar para o gato quando não tem ração?

O que dar para gato comer quando não tem ração: 10 alimentos liberados.
Frango. Frango é um dos alimentos favoritos dos gatos. ... .
Peixe. Seguindo a sugestão de carnes, peixe também pode ser dado ao gato quando não houver ração no lar. ... .
Fígado. ... .
Batata. ... .
Ervilha. ... .
Maçã ... .
Brócolis. ... .
Aveia..