Por que a publicação se interessou por entrevistar geraldo nogueira

Roma antigaCedoc/Funarte O teatro contemporâneo thinkstock/Getty Images Roma herda o teatro da Grécia, mas O teatro contemporâneo O Coliseu, em Roma • Comente que os gregos le-com predomínio de textos dramáticos li- (Itália), anfiteatro garam à posteridade váriasgados a temas históricos e à comédia. A partir do início do século XX, construído tragédias que têm sido en-Seus autores mais representativos são surgiram muitas propostas que di- aproximadamente em cenadas. Algumas delasPlauto (c. 254 a.C.- c.184 a.C.) e Terêncio fundiam a ideia da ação teatral en- 80 a.C., onde nunca foi são: Antígona e Édipo-Rei,(185 a.C.- c.159 a.C.); ambos escreveram volvendo atores e público, rompendo encenada uma peça. Foto de Sófocles; Medeia, decomédias. No entanto, o interesse pelo os padrões clássicos e procurando de 2014. Eurípedes; Prometeu acor-teatro tradicional foi perdendo espaço reviver o poder que a arte exercia rentado e Agamenon, depara os espetáculos com mais ação (lutas quando, nos rituais, todos os prati- Ésquilo.entre gladiadores, corridas de bigas), para cantes se envolviam na teatraliza-os gêneros mais simples como as panto- ção, sem distinção de papéis. Atividade 1mimas (representação sem fala, com ape- • Sugerimos que ouça as hi-nas um ator que dançava ao som da Um exemplo dessa concepçãoflauta ou da lira) e para os mimos (textos é a do dramaturgo e diretor de póteses dos alunos. Prova-cômicos que incluíam números de mági- teatro francês Antonin Artaud velmente, o ser humano co-ca, dança e acrobacia). (1896-1948), que propunha uma meçou a representar para unificação entre teatro e vida que expressar seus sentimentos,Cena de peça teatral com experimentação eliminasse a separação entre palco seus medos, suas dúvidas,envolvendo o público, do dramaturgo e plateia. sua necessidade de intera-brasileiro Augusto Boal (1931-2009), que criou, ção, comunicando-se comnos anos 1970, o método teatral conhecido outros indivíduos e, princi-por Teatro do Oprimido. Foto de 1975, em palmente, com seus deuses.Paris (França). Atividade 4 • Sugerimos que ouça as hi- póteses dos alunos.1. Agora, reflita: Em sua opinião, o que teria levado os primeiros seres hu- TragŽdia é o texto dramático de tema manos à necessidade de representar? solene e sério, cuja ação gira em torno Resposta pessoal. dos problemas de um ou mais personagens2. Vimos que, no teatro grego, a representação da peça, muitas vezes, era envolvidos em adversidades sobre as acompanhada por música. Você conhece hoje representações cênicas em quais não têm controle, despertando que aparecem atores e também música e dança? a empatia e a compaixão do Resposta pessoal. Possibilidades: Peças de teatro, musicais, filmes, vídeos. espectador.3. A partir do teatro grego, houve a separação entre atores e plateia, com Unidade 2 85 papéis distintos. Você já foi a algum show, espetáculo, apresentação de dança ou de música em que havia espaço para a participação ativa do público? Resposta pessoal.4. As grandes tragédias gregas foram escritas no século V a.C. O que há nelas de tão significativo para que continuem sendo representadas mais de vinte séculos depois, em novas peças, novelas e filmes e estejam presentes até no vocabulário do dia a dia (Por exemplo: Que tragédia grega!)? Possibilidade: Como as tragédias e comédias clássicas sempre trazem temas ainda atuais sobre a condição humana, com seus conflitos e suas fragilidades, elas são revisitadas pelos teatrólo- gos, que lhes dão novas roupagens. 85MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Unidade 3 3UNIDADE Uma palavrinha, por favor…• Nesta Unidade, enfocamos o campo jornalístico/midi- Equipe de filmagem durante ático, pelo estudo do gê- gravação de vídeo de nero entrevista, escrita e entrevista. oral, de modo a trabalhar nos alunos as habilidades 86 de escuta, leitura e produ- ção de entrevistas, de for- Neste bimestre, consulte no Material Digital do Professor: ma a propiciar experiências • Plano de desenvolvimento; que permitam o desenvolvi- • Ficha de acompanhamento das aprendizagens; mento de um olhar sensível • Avaliação; em torno de fatos que afe- • Sequências didáticas: tam a vida do outro. Além disso, enfocamos o campo 1. O que se tem a dizer? de atuação na vida pública 2. Eu recomendo! por meio da análise de tex- 3. Participação social e cidadã to normativo legal, de for- ma que os alunos possam compreender suas caracte- rísticas e construir ou am- pliar coletivamente seu co- nhecimento a respeito dos direitos e deveres do cida- dão, exercitando a empatia e o acolhimento. Com essa abordagem, o objetivo é de- senvolver o olhar crítico na discussão de questões so- ciais, tratadas em lei, que afetam a vida da sociedade como um todo.• Para o trabalho com o gêne- ro entrevista, sugerimos a leitura de “Entrevista: uma conversa controlada”, de Ju- dith C. Hoffnagel (In: DIONI- SIO, Angela P. et al. Gêneros textuais & ensino. 5. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007).• Serão abordados os se- guintes eixos: Leitura: entrevista e seus elementos constitutivos; Lei Brasileira de Inclusão (trecho), sua organização composicional e recursos linguístico-discursivos; com- preensão de que a reflexão sobre o conteúdo de uma lei pode conscientizar as pes- soas, gerando uma possível transformação social. Produção escrita: elabora- ção de entrevista. Oralidade: entrevista; ativida- de de escuta; discussão oral com formulação de pergun- tas e respostas sobre proces- so de envelhecimento, respei- to e valorização do idoso. Análise linguística/semió- tica: regência verbal com verbos de uso frequente; re- gência nominal; uso do sinal indicativo da crase diante de palavras femininas que ad- mitem artigo e de locuções adverbiais.86 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Nesta Unidade voc• vai participar de uma discussão com formulação de perguntas; identificar em que contexto circula o gênero entrevista e conhecer o contexto de produção e a forma de composição qual é a sua finalidade; de um texto normativo e legal; planejar e realizar uma entrevista; realizar uma atividade de escuta para entender o que é ética conhecer e refletir sobre a relação entre nomes e entre e como ela condiciona a legislação; nomes e verbos: a regência nominal e a regência verbal. Hero Images/Getty ImagesTrocando ideias 2. Espera-se que os alunos respondam que não. Geralmente, imagens de Não escreva no livro! entrevistas remetem somente ao entrevistado e ao entrevistador. Nessa imagem, veem-se os bastidores da realização de uma entrevista: os cinegrafistas, todo o equipamento1. A imagem retrata uma entrevista sendo realizada. Do ponto de vista de quem é feita a fotografia? utilizado, um Espera-se que os alunos respondam que é do ponto de vista de uma pessoa que está ao lado da cena.2. Expliquaess. istente Esse ponto de vista, pelo qual é vista a cena, é um ângulo comum em relação a entrevistas? com um3. Entrevistas envolvem várias iniciativas e providências. Quais delas você consegue apontar? possível Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem a escolha do local, se em ambiente de estúdio roteiro nas ou externo, equipamento adequado, preparação do entrevistador, necessidade de um roteiro, etc. mãos. Unidade 3 8787 87MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro! Competência 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que, para uma entrevista ser realizada, específica de Linguagens para o Antes de ler é necessário um entrevistador preparado, com dados relevantes para conduzi-la, e um entrevista- Ensino Fundamental do disposto a fornecer as informações pedidas. É importante citar que uma entrevista, a princípio, 1. Compreender as lingua- deve ter como objetivo principal trazer informações relevantes para o público-alvo. gens como construção humana, histórica, social 1. Você sabe quais são os principais elementos de uma entrevista? E com que finalidade alguém en- e cultural, de natureza dinâmica, reconhecen- trevista uma pessoa? 2. Resposta pessoal. Possibilidade: Buscando informações pessoais, profissionais, realizações, entre do-as e valorizando-as como formas de signifi- outras, sobre ela. Dependendo do entrevistado escolhido, conversando com pessoas próximas, cação da realidade e ex- pressão de subjetivida- 2. Se tivesse oportunidade de entrevistar alguém para obter informações a respeito de um assunto des e identidades sociais e culturais. que interessasse você, que pessoa escolheria? De que maneira se prepararia para entrevistá-la? (EF69LP03) Identificar lendo ou vendo entrevistas, pesquisando notícias em sites, jornais e revistas, acompanhando e avaliando seu trabalho, etc. […] em entrevistas os principais temas/subtemas 3. Em sua opinião, qual é o melhor meio de comunicação para acompanhar uma entrevista? Justifique. abordados, explicações da- das ou teses defendidas em Resposta pessoal. Possibilidade: Jornais ou revistas impressas, sites, canais de vídeo na internet, rádio, televisão, etc. relação a esses subtemas […]. O texto a seguir é uma entrevista concedida pelo advogado Geraldo Nogueira a uma revista brasileira. Leia-a para saber que tipo de informação ele dá e como é organizada uma entrevista.Leitura Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas apa-• Se necessário, explique recem. Se for preciso, consulte o dicionário. aos alunos que a APAE ou Associação de Pais e Ami- O novo cenário da inclusão social gos dos Excepcionais é uma entidade que promo- Geraldo Nogueira fala da importância de Lei Brasileira de Inclusão para a construção de uma ve, desde 1954, a inclusão sociedade mais digna para a pessoa com deficiência social da pessoa com defi- ciência, atuando no acom- Advogado militante nas áreas de Direito Civil e Direito Processual Civil, Geraldo Nogueira tem 22 panhamento, apoio, defesa anos de atuação profissional. Foi, por dois mandatos, membro do Conselho Pleno e presidente da co- e garantia de seus direitos. missão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/RJ. Em 1990, Geraldo sofreu um É possível obter mais infor- acidente de carro, o que lhe causou uma paraplegia. Ao invés de desistir de seus sonhos, o advogado mações sobre a atuação investiu seu potencial nos estudos jurídicos, principalmente voltados para a defesa dos direitos humanos, da APAE pelo site: <http:// sendo hoje um especialista em Direitos da Pessoa com Deficiência. Em sua participação como palestran- apae.com.br/> (acesso em: te do I Fórum dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que aconteceu dia 24 de junho, em Franca, 2 nov. 2018>. Geraldo falou sobre a Lei Brasileira de Inclusão e concedeu uma entrevista exclusiva sobre o tema para a Revista APAE em Destaque. Por quais processos passamos ao longo do tempo para chegar à inclusão que estamos vi- vendo hoje? R: Nós passamos por alguns processos. O Brasil viveu, no início do século XX, um processo de exclu- são da pessoa com deficiência. Bastava a pessoa ter uma deformidade qualquer que era isolada da so- ciedade em bairros periféricos que chamavam de guetos. Elas iam para estes guetos e sobreviviam de esmolas, da ajuda, dos auxílios principalmente dos religiosos. Depois mudou para um modelo de reclu- são da pessoa com deficiência. Na época do império foram construídos alguns asilos, alguns verdadeiros depósitos humanos, onde estas pessoas eram alojadas, mas não tinham nenhum tipo de tratamento. Então elas ficavam ali, somente excluídas da sociedade, não mais em guetos, mas dentro de instituições que eram muito promíscuas, muitas vezes, e proliferavam muitas doenças. Depois disso nós passamos a viver um modelo que era um pouco mais integracionista da deficiência, onde se pensou em incluir, integrar a pessoa na sociedade, quer dizer, fazer um trabalho para que a pessoa com deficiência tivesse um pouco de normalidade, essa era a teoria da época, isso em meados do século XX, e a ideia é que esta pessoa se tornasse um pouco mais normal e pudesse integrar uma sociedade dita, entre aspas, de pes- soas normais. Até que teve um insight, e alguém pensou, “mas que normalidade é esta que não existe no 88 Unidade 388 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3ser humano?”. Então isto é errado “integrar uma pessoa em uma sociedade normal”. Este é o processo • A revista APAE em Desta-que vivemos agora... Eu poderia dizer que são estes quatro; Exclusão; Reclusão; Integração e o último que, publicação bimestral,que é Inclusão Social. Este modelo de inclusão trata o ser humano como um ser diverso, diferente por dedica-se à divulgação desi só, sendo que nenhum é igual ao outro. A sociedade tem que recepcionar toda a diversidade humana, informações, eventos einclusive a pessoa com deficiência. Então no processo inclusivista, a sociedade se prepara para receber ações em torno da luta pelatoda a diversidade humana. Esse é o momento que vivemos hoje. garantia dos direitos das pessoas com deficiência eVocê considera que a Lei Brasileira de Inclusão traz esta questão da Código Civil pela igualdade no exercício da cidadania.diversidade do ser humano? Ela traz algum ponto importante para que Brasileiro:isso aconteça? documento oficial que Vocabulário regulamenta as R: O que a Lei Brasileira de Inclusão traz neste sentido são as alterações fun- relações jurídicas na dialético: que apresenta bons argumentos em umadamentais em alguns instrumentos sociais relevantes, como, por exemplo, o vida dos cidadãos discussão.Código Civil Brasileiro, quando ela “mexe” em um instrumento que afeta toda brasileiros; pora sociedade, todos voltam seu olhar para isso, e a lei movimenta muito porque exemplo, direitos e gueto: lugar onde vivemela obriga a sociedade a se transformar e coloca penas. Então, há um olhar da deveres em relação à grupos socialmente segre-sociedade para este seguimento, acho que este olhar é o que vai possibilitar uma família, a contratos gados ou marginalizados. entre empresas e insight: compreensão re-conscientização maior sobre o tema. Na verdade, a lei por si só não transforma, pessoas, à posse de pentina de algo; revelaçãomas a lei tem um papel dialético, de abrir a discussão na sociedade sobre um bens particulares, etc. súbita.determinado tema, e eu acho que a LBI está fazendo isto muito bem, abrindo a jurisprudência: interpreta- ção jurídica que serve dediscussão sobre o tema de pessoas com deficiência, do que é deficiência, do que é capacidade, do que é in- modelo em casos seme- lhantes.capacidade, e está envolvendo os operadores do direito, que é uma elite dentro da sociedade, e uma elite que tipificação: caracterização.faz grandes transformações, porque tomam decisões finais e inclusive formam opiniões a partir destasdecisões, as chamadas jurisprudências. Então acho que isto tudo, um movimento grande, social, que a leiconsegue fazer, é que vai transformar, então o grande transformador social é a conscientização. Quais pontos da LBI você considera cruciais, sendo uma pessoa entendedora da Lei e uma pes-soa com deficiência? R: Os principais pontos foram: a conscientização da pessoa com deficiência de uma forma maisampla e inteligente, onde você possibilita inclusive para uma determinada situação social qualquer, aconstrução de um conceito novo, seja deficiente ou não, e a retirada do conceito de deficiência de umconceito médico. Antes era um modelo médico, a deficiência estava no corpo da pessoa, hoje a lei trou-xe uma mudança, migrou o conceito de deficiência que agora está nas barreiras que uma pessoa comdeficiência encontra, não nela própria. Então eu como cadeirante, se eu não encontro barreiras, nãosou deficiente, eu só sou deficiente no momento que eu encontro uma barreira que me impeça de termobilidade, essa foi uma grande mudança conceitual que vai mexer muito nesta questão de conscien-tização social. Antes eu era responsável pela minha deficiência. Eu estou há 26 anos na cadeira de rodas,e no início desta deficiência eu me lembro que eu chegava em um restaurante que não tinha acesso, eo olhar das pessoas era “o que você está fazendo aqui? Aqui não é um local para você!”. E hoje, com aconscientização maior, principalmente porque a lei mudou este foco, o olhar é “nós vamos mudar, jácontratamos um arquiteto”, a responsabilidade não está mais em cima da pessoa com deficiência pornão ter acesso aos locais, mas em cima de quem não deu o acesso. Esta mudança de situação foi umponto fundamental, e outros pontos específicos também, a tipificação do crime de discriminação éimportante, porque isso vai mexer muito em famílias que maltratam pessoas com deficiência. Esta si-tuação acontece com muita frequência e à medida que tiverem punições pautadas nestes crimes, have-rá mudanças com relação a isso.[...] O NOVO cenário da inclusão social. APAE em Destaque, Franca, FEAPAESSP, n. 14, p. 55-56, 31 out. 2016. Disponível em: <https://issuu.com/movimentoapaeanofeapaes/docs/apae_n14>. Acesso em: 3 jun. 2018. Unidade 3 89 89MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Exploração do texto Exploração do texto Não escreva no livro! Competência Reprodução/Subsecretaria da Pessoa com Deficiência 1. Entrevistas, em geral, apresentam um tema ou um assunto principal e, específica de Língua muitas vezes, subtemas dele derivados. Portuguesa para o Ensino Fundamental a) Qual é o tema principal da entrevista dada pelo advogado Geraldo 7. Reconhecer o texto como Nogueira? lugar de manifestação e b) Quais são os subtemas ou ideias secundárias associados ao tema negociação de sentidos, principal? valores e ideologias. Geraldo Nogueira fala 2. A entrevista foi publicada em uma revista da Apae. (EF69LP16) Analisar […] sobre o novo cenário da as formas de composição inclusão social. a) Por que a publicação se interessou por entrevistar Geraldo Nogueira? […] das entrevistas: apre- sentação e contextualiza- 1. a) O tema principal é um b) A que público a divulgação das informações colhidas na entrevista se ção do entrevistado e do novo conceito de deficiência destina? Aos leitores interessados no assunto em geral, às pessoas com deficiência e tema, estrutura pergunta e trazido pela Lei Brasileira de resposta etc. Inclusão, que modifica con- às que têm vínculos com a Apae, assinantes da revista. ceitos anteriores sobre o as-Atividade 4, item b sunto e a maneira como a 3. Segundo o entrevistado, o Brasil passou por diferentes modelos em relação• Comente que nós não se sociedade define a pessoa à visão e condução das questões relacionadas à pessoa com deficiência. com deficiência. Releia os trechos a seguir e indique o termo a que se refere cada uma refere a pessoas com defi- das falas do entrevistado. ciência, como é o caso dele, 1. b) Os subtemas abordados e sim a todos os cidadãos são o processo de evolução exclusão reclusão integração inclusão social que, com a publicação da da inclusão social no Brasil, a Lei, estão envolvidos na re- maneira como a sociedade a) [...] a responsabilidade não está mais em cima da pessoa com defi- flexão sobre um conceito absorve as mudanças estipu- ciência por não ter acesso aos locais, mas em cima de quem não deu novo de inclusão. ladas e a punição para o crime o acesso. de discriminação social deAtividade 5, item c acordo com o Código Civil Inclusão social.• Comente que, com a LBI, a Brasileiro. b) Bastava a pessoa ter uma deformidade qualquer que era isolada da discriminação de pessoas 2. a) O entrevistado é especia- sociedade em bairros periféricos que chamavam de guetos. Exclusão. com deficiência, como im- lista no tema debatido, estu- pedir o acesso a estabele- dioso e defensor dos direitos c) [...] essa era a teoria da época, isso em meados do século XX, e a ideia cimentos públicos, publi- das pessoas com deficiência; é que esta pessoa se tornasse um pouco mais normal […]. Integração. car comentários ofensivos é pessoa com credibilidade em redes sociais, infligir para esclarecer, comentar, ex- d) Na época do império foram construídos alguns asilos, alguns verda- maus-tratos ou não prover plicar pontos da nova Lei Bra- deiros depósitos humanos, onde estas pessoas eram alojadas, mas não os cuidados necessários à sileira de Inclusão. tinham nenhum tipo de tratamento. Reclusão. condição da pessoa com deficiência, entre outros, passa a ser crime sujeito a penas variadas. 5. a) A deficiência não está no 4. Quando o entrevistado afirma “Este é o processo que vivemos agora...”: corpo da pessoa (antigo con- ceito médico) e sim nas barrei- a) a qual processo está se referindo? Ao processo da inclusão social. ras que impedem alguém de exercer seus direitos como b) por que ele emprega o pronome n—s? todo cidadão, como, por exem- plo, o direito à mobilidade. Para se referir a todos os brasileiros. 90 Unidade 3 5. Segundo o entrevistado, quais são os pontos fundamentais trazidos pela LBI em relação: a) ao conceito de pessoa com deficiência? b) à discriminação social contra pessoas com deficiência? Passa a ser crime sujeito a penalidades. c) à conscientização da sociedade? A publicação da Lei Brasileira de Inclusão abre a discussão sobre o tema, provoca a reflexão da sociedade sobre o que é capacidade e o que é incapacidade e conscientiza as pessoas; essa conscientização passa a ser um grande transformador social.90 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 36. Considere os papéis de entrevistador e entrevistado em uma entrevista. Atividade 6, item a • Comente que, em muitasa) De que modo são identificados entrevistador e entrevistado nessa De acordo com o Por meio de recursos gráficos como o destaque na pergunta, a indicação “R:”, número e a função de entrevistas escritas, podeentrevista? a separação em blocos distintos entre pergunta e resposta e por meio da seus integrantes, as aparecer o nome do entre- entrevistas podem ser vistado e o de quem é res- pontuação como o uso do ponto de interrogação no fim de cada pergunta. individuais (uma ponsável pela realização pessoa entrevista e da entrevista, geralmenteb) De que modo é possível perceber que o entrevistador se preparou outra é entrevistada); em negrito, antes das falas. para realizar a entrevista? coletivas (várias pessoas entrevistam a Atividade 6, item cc) Entrevistador e entrevistado desempenham papéis diferentes em uma mesma pessoa); • Comente que os vários ti- entrevista. Quais papéis, a seguir, correspondem a cada um deles? enquetes (várias pessoas são pos de entrevista (com es- I. Tem como objetivo conseguir informações. entrevistador entrevistadas a pecialistas em diferentes respeito de uma áreas do conhecimento, II. Relata experiências, faz reflexões; manifesta opiniões. entrevistado questão). com artistas, etc.) podem também se diferenciar em III. DeÉne o objetivo da entrevista e a conduz. entrevistador relação ao objetivo com que são realizadas; a ca-7. A entrevista é geralmente composta de três partes: título, apresentação 6. b) Na apresentação, o en- racterística principal do gê- e perguntas e respostas. trevistador revela conhecer o nero é obter informações, entrevistado e faz perguntas por meio de declaraçõesa) Títulos podem antecipar o tema ou trazer surpresas ao leitor. Qual fundamentais sobre o tema de uma pessoa ou grupo dessas possibilidades oferece o título da entrevista que lemos? Justi- de modo a propiciar ao entre- de pessoas, e divulgá-las fique sua resposta. O título da entrevista antecipa o assunto, informando ao leitor que vistado a oportunidade de dar em diferentes meios de co- informações, explicações e municação. a entrevista será sobre inclusão social. fazer comentários.b) Após o título, há um parágrafo que antecede o bloco de perguntas e 8. a) O entrevistador foca no tema, que é a inclusão social,respostas. Qual é a função dele? Apresentar o entrevistado ao leitor para que e direciona o entrevistado este entenda a relevância das informações que para obter informações sobre esse ponto. serão apresentadas pelo entrevistado. 8. b) Informativa; mantém o8. Entre as variadas maneiras de realizar uma entrevista e dependendo do foco no tema, expõe concei- tos e contém explicações doobjetivo do entrevistador, uma entrevista pode ser mais informal, asse- entrevistado em resposta às perguntas do entrevistador,melhando-se a um bate-papo, ou mais formal e estruturada. que não interfere nas respos- tas nem dá opinião.a) Nessa entrevista, o entrevistador foca no assunto tratado ou permite que o entrevistado fale mais livremente sobre o tema?b) Leia, a seguir, o boxe que traz informações sobre alguns tipos de entrevista.Em uma entrevista informativa, o objetivo é obter dados, pediresclarecimentos, completar informações. A entrevista é formal e estru-turada, e o entrevistador segue um conjunto de questões previamentedefinidas para garantir que todos os tópicos de interesse sejam abor-dados. É conduzida pelo entrevistador, que procura não dar opiniões.Em uma entrevista-diálogo, o objetivo é buscar experiências pessoais,com foco no lado cotidiano das atividades do entrevistado, geralmentealguém que se destaca em alguma área do conhecimento ou das artes.A entrevista é mais informal e livre, mas se mantém um foco específico.Nesse tipo de entrevista, podem se estabelecer trocas em um diálogoentre entrevistador e entrevistado.De acordo com sua resposta anterior, de que tipo é a entrevista como advogado Geraldo Nogueira? Explique sua resposta. Unidade 3 91 91MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Recursos expressivos Recursos expressivos 1. b) Espera-se que os alunos percebam que o termo entre aspas revela a apre- ciação que o entrevistado faz acerca do sentido da palavra normal atribuído àAtividade 1 sociedade. Ele questiona, ironiza ou não concorda com o conceito do que seja uma “sociedade de pessoas normais”. (EF89LP16) Analisar a mo- dalização realizada em tex- 1. O entrevistado, ao analisar os modelos de inclusão, revela suas opiniões acerca desse histórico. tos […] por meio das mo- Releia este trecho. dalidades apreciativas, […] locuções adverbiais, [...] a ideia é que esta pessoa se tornasse um pouco mais normal e pudesse integrar uma sociedade […] de maneira a perceber dita, entre aspas, de pessoas normais. Até que teve um insight, e alguém pensou, “mas que normali- a apreciação ideológica so- dade é esta que não existe no ser humano?” bre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assu- a) Ao se referir a dita, do verbo dizer, com o sentido de “que foi dita, que se disse”, a quem se midas. Espera-se que os alunos percebam que o entrevistado não se refere a ninguém em particular. refere o entrevistado? “Dita”, nesse caso, refere-se a um possível senso comum, o de se acreditar que sociedadeAtividade 1, item a• Comente que o entrevista- “normal” é aquela em que convivem pessoas sem nenhuma deficiência. do questiona o sentido da b) O que a expressão entre aspas revela no contexto dessa afirmação? palavra normal. 2. Ao longo da entrevista, é possível notar também maior ou menor nível de aprovação ou engaja-Atividade 1, item b mento do falante em relação àquilo que diz. 2. a) I. Bastava: a razão para excluir uma pessoa do convívio social• Comente que o uso das as- era imprecisa, vaga, sem consistência.Qualquer: uma deformidade sem especificação, sem análise adequada. pas, na escrita, pode ter a função de realçar cer- a) Que palavras ou expressões indicam julgamento ou avaliação nos trechos a seguir? Explique tas palavras e expressões sua resposta. quando empregadas em sentido figurado. Na ora- I. Bastava a pessoa ter uma deformidade qualquer que era isolada da sociedade [...] lidade, a expressão “entre aspas” é usada com esse II. [...] foram construídos alguns asilos, alguns verdadeiros depósitos humanos [...] mesmo sentido; geralmen- te é acompanhada de ele- verdadeiros depósitos humanos: crítica à crueldade do modelo. mentos cinésicos, com os dedos indicador e médio, b) Analise os adjetivos atribuídos à Lei Brasileira de Inclusão (LBI) pelo entrevistado nestes fragmentos. das duas mãos, imitando a curvatura do sinal gráfico. I. alterações fundamentaisAtividade 2 II. forma mais ampla e inteligente (EF08LP09) Interpretar III. conceito novo efeitos de sentido de modi- ficadores […]. Por meio do uso desses adjetivos, qual é o grau de aprovação do falante em relação ao conteúdo da LBI? Pelo uso desses adjetivos é possível compreender que o entrevistado demonstraAtividade 2, item a, item I• Comente que o entrevista- forte grau de aprovação ao conteúdo da LBI. do se refere à falta de cri- 3. Em entrevistas, são usados verbos em diferentes tempos. térios para definir o que seria uma pessoa com de- a) Por que, nessa entrevista, em alguns momentos de sua fala, o entrevistado emprega formas ficiência. verbais no presente e, em outras, formas verbais no pretérito? O entrevistado usa o pretérito para relatarAtividade 4 fatos ocorridos no passado e o presente para expressar opinião, fazer reflexões e comentários. (EF08LP15) Estabelecer re- b) Releia o trecho a seguir e observe as formas verbais destacadas. lações entre partes do texto, identificando […] o referen- Esta situação acontece com muita frequência e à medida que tiverem punições pautadas nestes te comum de uma cadeia de substituições lexicais. crimes, haverá mudanças com relação a isso.Esta situação acontece com muita frequência e à medida que tive- rem punições pautadas nestes crimes, haverá mudanças com relação a isso. I. Em que tempo estão as formas verbais tiverem e haver‡? Tiverem (futuro do subjuntivo; equivale a “à medida que houver”); haverá (futuro do presente do indicativo). II. O que essas formas verbais expressam no contexto apresentado?O trecho apresentado expressa uma possibilidade a se realizar no futuro (à medida que houver punições) e a consequência que se espera como certa (haverá mudanças). 4. No fragmento a seguir, o entrevistado usa alguns substantivos que mantêm uma relação de signi- ficado entre si. Bastava a pessoa ter uma deformidade qualquer que era isolada da sociedade em bairros periféricos que chamavam de guetos. Elas iam para estes guetos e sobreviviam de esmolas, da ajuda, dos auxílios principalmente dos religiosos. a) Quais palavras, no contexto desse trecho, podem ser consideradas de significado semelhante? esmola, ajuda, auxílios. delas provoca na leitura? Cria ênfase e provoca emoção, realçando a situa- ção de exclusão em que viviam essas pessoas. b) Que efeito o uso 92 Unidade 392 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 35. Releia estes trechos e observe os articuladores destacados. Atividade 5I. O Brasil viveu, no início do século XX, um processo de exclusão da pessoa com deficiência. (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes doII. Na época do império foram construídos alguns asilos [...] uso de recursos de coesão sequencial: […] articulado-III. Depois disso nós passamos a viver um modelo que era um pouco mais integracionista da deficiência [...] res textuais.IV. Até que teve um insight, e alguém pensou, “mas que normalidade é esta que não existe no ser hu- mano?”.a) Por que foram usados esses articuladores na organização do texto? Para marcar, localizar no tempo, momentos em que ocorreram mudanças.b) Que função tem esse recurso no bloco da entrevista em que aparece? Traçar um histórico da evolução de como tratar uma pessoa com deficiência.6. No gênero entrevista, é comum a presença de referências e citações. Além de citar o Código CivilBrasileiro e referir-se a áreas do Direito e da Medicina, o entrevistado insere outras vozes em suaexposição. Releia. Em ambos os casos, não se trata de alguém especificadamente, mas do comportamento de um grupo social. No fragmento 1, provavelmente a pessoas ou grupo de pessoas, por exemplo, da área da MedicinaFragmento 1 ou da Psicologia, dedicadas ao estudo do tema, ou a organizações, grupos sociais, entidades que lutavam pelos direitos das pessoas com deficiência. No fragmento 2, a pessoas com atitudes discriminatórias. [...] “mas que normalidade é esta que não existe no ser humano?”. Então isto é errado “integrar uma pessoa em uma sociedade normal”.Fragmento 2 […] “o que você está fazendo aqui? Aqui não é um local para você!”.A quem se referem essas vozes?7. A entrevista é um gênero oral e, por isso, apresenta características da modalidade oral dalíngua. Geralmente, quando é publicada em jornais, revistas e sites, é editada, ou seja, émodificada para se adequar à escrita. Nesses casos, os traços de oralidade podem ser elimi- .7s.oa, )aiEnsdpaeérap-soessqívueel os alunos percebam que, mesmo sendo uma entrevista publicada em meio impres-nados ou ma n t idos observar traços de oralidade: a pontuação é relativamente escassa, há repetição de termos e de uso de articuladores típicos da fala, como então.a) Na entrevista da Leitura 1, há traços de oralidade no texto? Se sim, quais?b) Indique algum trecho cujas marcas de oralidade estejam evidentes.c) A linguagem utilizada pelo entrevistador e pelo entrevistado possibilita que leitores comuns Espera-se que os alunos respondam que sim; ainda que o tema principal aborde a criação compreendam o tema? de uma lei, as informações dadas são expostas em linguagem acessível, sem termos espe- cíficos da área jurídica.7. b) Possibilidades: “Então acho que isto tudo, um movimento grande, social, que a lei consegue fazer, é que vai transformar, entãoo grande transformador social é a conscientização.”, “Então eu como cadeirante, se eu não encontro barreiras, não sou deficiente, Para lembrar eu só sou deficiente no momento que eu encontro uma barreira que me impeça de ter mobilidade [...]”.Intenção principal Entrevista Divulgar informações, depoimentos ou opiniões a respeito de um assunto para um público determinado.Leitor Depende do assunto e do veículo em que é publicada.Organização Título.Linguagem Apresentação. Perguntas e respostas. Formal ou informal, de acordo com o perfil do entrevistado, onde é publicada e o leitor a que se destina. Unidade 3 93 93MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Fique atento… Fique atento… Não escreva no livro! (EF89LP05) Analisar o efei- ... ao uso do discurso direto e indireto to de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a 1. Releia este trecho da entrevista. formas de apropriação tex- tual ([…] citações, discur- Até que teve um insight, e alguém pensou, “mas que normalidade é esta que não existe no ser humano?”. so direto, indireto […]). a) O discurso direto é construído, em geral, com o uso de dois-pontos e travessão. Isso ocorreAtividade 1, item a com a citação de fala de terceiros pelo entrevistado? Explique sua resposta.• Comente que o uso de as- Não, a citação foi feita em discurso direto, com aspas, mas na sequência da fala do próprio entrevistado. pas na sequência do texto do narrador é uma variação b) A conjunção mas indica oposição. Levando em conta esse uso, que outros verbos de elocução na estrutura do discurso di- poderiam ser usados em vez de pensar, sem alterar o sentido da afirmação? reto. Possibilidades: questionar, ponderar, contestar, retrucar, objetar.Atividade 1, item b• Comente que, como o uso 2. Leia o trecho de uma entrevista com o diretor de cinema George Lucas, criador da série Star Wars. da conjunção indica con- George Lucas – “Sou um menino entretido testação, poderiam ser num mundo que criei” usados verbos com esse sentido como os citados O criador da série conta como as epopeias alimentam sua imaginação. na resposta. E diz que vai dirigir filmes alternativos ao se aposentarAtividade 2, item e […]• Comente que o entrevis- ÉPOCA – Como surgiu a ideia de criar um novo universo mitológico? tador procura esclarecer a atitude do entrevistado George Lucas – Não há nada de novo nisso (risos). Pelo contrário. Estudei Antropologia e Mi- em relação à pergunta dita. tologia na faculdade e acabei sistematizando uma velha paixão. Sempre fui fascinado pelas histórias Pode-se deduzir que o en- antigas. Eu me interessava menos pelos detalhes arqueológicos ou de construção de linguagem que trevistado amenizou com pela psicologia que subjaz a cada figura mitológica. São traços que fazem parte da vida cotidiana o riso o fato de, de certa for- em todos os períodos da História. De alguma forma, os mitos explicam as características e moti- ma, dizer o oposto do que vações básicas do ser humano. Dão conta do funcionamento das sociedades até hoje. Eles conti- o entrevistador propunha. nuam válidos. A mitologia é a grande fonte do cinema e, de resto, da arte e de todo o conhecimen- to humano. O que fiz foi transpor os mitos arcaicos para um ambiente de ficção científica. […] GIRON, Luís Antônio. George Lucas – “Sou um menino entretido num mundo que criei”. Época, 9 ago. 2008. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI10072-15295,00-GEORGE+LUCAS+SOU+UM+MENINO+ENTRETIDO+ NUM+MUNDO+QUE+CRIEI.html>. Acesso em: 4 jun. 2018. a) Por que George Lucas usa a mitologia como inspiração para seus filmes? Para ele, a mitologia é fonte da arte e de todo o conhecimento humano. b) De quem é a frase entre aspas no título? De que modo é reportada no trecho? De George Lucas, reproduzida pelo entrevistador na versão escrita da entrevista. É reportada em discurso direto. c) No título, o trecho “mundo que criei” se refere a quê? Espera-se que os alunos respondam que se refere à série cinematográfica Star Wars, criada por George Lucas. d) Quais são os verbos de elocução empregados em discurso indireto no parágrafo logo abaixo do título? Contar e dizer. e) Em entrevistas, é comum aparecerem comentários do entrevistador entre parênteses. Releia. Não há nada de novo nisso (risos). Pelo contrário. Com que função a palavra risos foi incluída nesse trecho? O que ela esclarece ao leitor? A palavra registra a indicação do entrevistador de que o diretor, nesse momento, riu na entrevista ao vivo. O discurso direto e o discurso indireto são recursos usados tanto em textos ficcionais quanto em textos do campo jornalístico, como entrevistas, artigos, resenhas, notícias, reportagens e textos do campo de estudos e pesquisas, como artigos de divulgação científica, textos didáticos, entre outros, reproduzindo falas que expressem emoções, opiniões, explicações, etc. A escolha dos verbos de elocução contribui para revelar intenções, opiniões, apreciação, posição do falante em relação ao que diz, descrição de cenas e caracterização de personagens em textos narrativos. 94 Unidade 394 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Produção oral e escrita Não escreva no livro! • Sugerimos que divida a turma em grupos e orien- Entrevista te os alunos na divisão de tarefas. Você já realizou ou concedeu uma entrevista? Como vimos, entrevistas sãofeitas com base em perguntas e respostas, mas elas devem fazer sentido... Leia • O objetivo desta produção éa tira a seguir, com perguntas e respostas que não têm muita lógica, mas que desenvolver a curiosidadetêm a intenção de divertir o leitor. intelectual e investigativa dos alunos, bem como a re- © Laerte/Acervo da cartunista flexão crítica em torno de um tema de interesse por meioLAERTE. Lola, a Andorinha. Folha de S.Paulo, São Paulo, 18 abr. 2015. Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/27434-tiras-de- da pesquisa e interação com laerte#foto-503291>. Acesso em: 4 jun. 2018. especialistas ou pessoas mais experientes no assun- Fazer entrevistas é uma forma de obter informações e ampliar conhecimento Não deixe de ler to. Espera-se que os alunossobre determinado assunto ou tema. Vamos realizar uma? Veja a proposta. ajam coletivamente, exerci- Conversa com Fernando tando o diálogo, a coopera- Uma entrevista pode surgir a partir de um fato noticiado. No trecho que Pessoa, de Carlos Felipe ção, a responsabilidade e alemos na Leitura 1, o fato foi a publicação da Lei Brasileira de Inclusão. Nesse Moisés, Ática. empatia nas tarefas que de-caso, a publicação procurou obter mais informações sobre o assunto com um mandam trabalho em grupo.especialista na área, elaborou um roteiro de perguntas e solicitou um encontro. Nessa obra, um alunoEsses são os passos iniciais para realizar qualquer entrevista. ganha o primeiro lugar em Antes de começar um concurso sobre a vida e Junte-se a outros colegas para planejar, realizar e divulgar uma entrevista. a obra de Fernando Pessoa (EF69LP39) Definir o recor-Ela vai integrar a Revista da Produção do ano e também poderá ser publicada e é escolhido pela escola te temático da entrevista eno blogue da turma. para entrevistá-lo. o entrevistado, levantar in- formações sobre o entre-Antes de começar Não deixe de acessar vistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro Sente-se com os colegas de seu grupo. Sigam estas orientações. Memórias da Literatura de perguntas, realizar en- Infantojuvenil trevista, a partir do roteiro,1. Sobre que assunto gostariam de obter mais informações e ouvir a abrindo possibilidades para voz de um especialista ou de alguém mais experiente ou que tenha Entrevistas com autores da fazer perguntas a partir da realizado algo? Pode ser um fato ou evento acontecido em sua literatura infantojuvenil resposta, se o contexto per- escola, em sua comunidade, em seu bairro ou sobre um tema de brasileira, como Tatiana mitir, tomar nota, gravar ou interesse do grupo, por exemplo, uma entrevista com um autor que Belinky, Yagurê Yamã, Rui salvar a entrevista e usar esteja lançando um livro, um artista que esteja realizando uma ex- de Oliveira, Ana Maria adequadamente as informa- posição, etc. Machado, entre outros, ções obtidas, de acordo com que contam um pouco de os objetivos estabelecidos. 2. Busquem informações sobre essa pessoa. Elas serão necessárias para que sua infância e adolescência vocês escrevam a apresentação inicial do entrevistado e possam condu- e de como se apaixonaram • Oriente-os a escolher um zir adequadamente a entrevista. pela literatura. assunto relacionado a um fato de interesse público e 3. Entrem em contato com a pessoa, solicitando a entrevista, e marquem Disponível em: <www. definir o entrevistado den- uma data para realizá-la. Peçam autorização dela para gravar um áudio museudapessoa.net/pt/ tro de suas possibilidades ou tomem nota por escrito das respostas. conteudo/colecao/memorias- de acesso. da-literaturainfanto- juvenil-116940> (acesso em: 7 ago. 2018). Unidade 3 95Produção oral e escrita(EF69LP10) Produzir […] entrevistas, […] dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global […],orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.(EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas […] especialista, etc., como forma de obter dados e informações sobre os fatoscobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partin-do do levantamento de informações sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo arelevância das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo, incluindo umacontextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente […], adequando-a a seu contexto depublicação e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática. 95MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Planejando o texto Planejando o texto (EF89LP08) Planejar [...] 1. Escolhido o assunto e definido o entrevistado, elaborem um roteiro que sirva de guia para a entre- texto [...] a partir da esco- vista, com os tópicos sobre os quais gostariam de obter informações. Escrevam as perguntas de lha do fato a ser aprofunda- tal forma que as respostas não se limitem a sim ou n‹o; elas devem propiciar que o entrevistado do ou do tema a ser focado desenvolva o assunto. (de relevância para a turma, escola ou comunidade), [...] 2. As perguntas devem ser em número suficiente para esclarecer suas dúvidas e obter novas informa- entrevistas com envolvidos ções: não podem ser poucas nem excessivas. ou com especialistas [...]. 3. Preparem o equipamento ou material a ser usado para registro no momento da entrevista.• Sugerimos que realize es- tas atividades em sala de Realizando a entrevista aula, com os alunos já dis- tribuídos nos grupos e com 1. Gravem a entrevista com cuidado ou façam anotações adequadas, sem perder nenhum momento. a definição de quem será o entrevistado. Oriente-os e 2. Façam as perguntas com clareza e esperem o entrevistado responder, evitando interrompê-lo. Cada supervisione-os na elabo- membro do grupo pode fazer uma pergunta de cada vez. ração do roteiro, certifican- do-se de que as perguntas 3. Caso o entrevistado fale algo que vocês não tenham entendido, peçam novas explicações. sejam significativas e res- peitosas e deem margem a 4. Mantenham o respeito e a atenção durante a entrevista e encerrem-na com um agradecimento ao que o entrevistado exponha entrevistado pelo tempo concedido. o assunto. Comente que, se for pertinente, é possível in- Transformando a entrevista oral em entrevista escrita serir novas perguntas no decorrer da entrevista. 1. Transponham a gravação para um texto escrito. 2. Juntos, façam a edição do texto escrito da entrevista. Para isso, passem o texto oral para o escrito• Comente que o roteiro de entrevista deve conter a re- ou reescrevam suas anotações. Eliminem as hesitações, as marcas de oralidade, as repetições, com lação das perguntas mais cuidado para não alterar o conteúdo das respostas do entrevistado. importantes a serem feitas ao entrevistado pois isso 3. Escrevam o texto inicial de apresentação do entrevistado. Diferenciem as perguntas das respostas ajuda a guiar a sequência com algum tipo de recurso gráfico. da entrevista. 4. Utilizem os conhecimentos já adquiridos em relação ao uso da norma-padrão: ortografia, pontua-Realizando a entrevista ção, concordância, dentre outros. (EF89LP09) Produzir repor- 5. Entreguem o texto para a avaliação do professor. Alterem o que for necessário e façam a rees- tagem impressa, com título, crita da produção. Enviem ou entreguem pessoalmente uma cópia da entrevista ao entrevis- linha fina (optativa), orga- tado. nização composicional (ex- positiva, interpretativa e/ou Avaliação da entrevista opinativa), progressão te- mática e uso de recursos lin- 1. Em dia combinado com o professor, leiam o texto da entrevista para que os temas em discussão guísticos compatíveis com sejam socializados. A exposição pode ser feita por dois membros do grupo: um lê as perguntas e as escolhas feitas e repor- o outro, as respostas. tagens multimidiáticas, ten- do em vista as condições de 2. Avaliem a entrevista com base nas perguntas a seguir. produção, as características a) As perguntas foram pertinentes e adequadas ao assunto tratado? do gênero, os recursos e mí- b) As entrevistas apresentadas ampliaram o conhecimento de todos sobre o assunto? dias disponíveis, sua organi- c) A linguagem empregada foi adequada à situação de comunicação? zação hipertextual e o ma- nejo adequado de recursos 3. Os colegas poderão opinar sobre a realização da entrevista, destacando os pontos fortes da produ- de captação e edição de áu- ção e comentando o que poderia ser aperfeiçoado. dio e imagem e adequação à norma-padrão. 96 Unidade 3Transformando a (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e nor-entrevista oral em mas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quaisentrevista escrita ela deve ser usada. • Sugerimos que realize estas atividades em sala de aula, orien- (EF08LP04) Utilizar, ao pro- tando os alunos na transcrição da entrevista oral. duzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e con- cordâncias nominal e ver- bal, modos e tempos ver- bais, pontuação etc.96 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Reflexão sobre a língua Não escreva no livro!Regência: relações e sentidos Na construção de um texto, alguns verbos podem aparecer sozinhos em uma Para relembraroração, enquanto outros exigem um complemento para que produzam sentido– em alguns casos, precisa-se de uma preposição para que a relação entre a forma Preposição é a palavraverbal e esse complemento se estabeleça. que liga duas outras palavras, estabelecendo Assim como os verbos, substantivos e adjetivos também podem precisar de uma relação de sentidooutras palavras e de preposições para estabelecer uma relação entre eles e pro- entre elas.duzir sentidos na oração. Nesses casos, estabelece-se uma relação de interde-pendência entre o termo complementado e o termo que o complementa. Vejacomo isso acontece na língua. Leia o quadrinho a seguir.Peanuts, Charles Schulz © 1962 Peanuts Worldwide LLC./Dist. by Andrews McMeel Syndication SCHULZ, Charles M. Você tem muito o que aprender, Charlie Brown! São Paulo: Conrad, 2004. p. 78.1. Sally está indo pela primeira vez à escola. Do que ela tem medo? Tem medo de que, na escola, lhe façam perguntas que ela não queira ou não possa responder.2. A menina afirma que prefere não comentar certas coisas. Com base nessa fala, de que modo ela acredita que serão as perguntas feitas na escola? Provavelmente pensa que, na escola, vão lhe fazer perguntas pessoais e não perguntas acerca do que se aprende em uma escola.3. Releia estas falas e observe as palavras destacadas. Na verdade, tenho um pouco de medo de ir à escola... Ouvi dizer que eles fazem muitas perguntas... É verdade? É, acho que sim... Por que está preocupada com isso? As palavras destacadas estão acompanhadas de outras que as completam e constroem o sentido da oração. Quais são elas e que preposição as liga? tenho (sem preposição): um pouco de medo; fazem (sem proposição): muitas per- guntas; preocupada (preposição com): com isso. Quando se estabelece entre duas palavras uma relação em que uma palavra complementa o sentido de outra, temos um fenômeno gramatical chamado regência. Elas podem ou não estar ligadas por meio de preposição. A regência pode ser nominal ou verbal. Unidade 3 97 97MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Reflexão sobre 1. a) As figuras geométricas estão relacionadas aos grafismos que os indígenas produzem como forma de manifestação cultural. Reprodução/<https://www.facebook.com/MPFederal/> a língua A hashtag #ABRILindígena está relacionada ao dia do indígena comemorado em abril e transformado em uma data pela luta dos direitos indígenas. A hashtag possibilita que as pessoas compartilhem e busquem mais informações sobre o tema.Regência nominal Regência nominal 1. d) Espera-se que os alunos reconheçam que é a preposição a, que pode ser usada com ou semAtividade 1, item a• O uso do símbolo # é co- o acento indicativo da crase ou vir acompanhada do artigo masculino (a + o ao). mum nas redes sociais e 1. Observe a imagem e leia a postagem, publicada em uma rede social. provavelmente os alunos a) A que, possivelmente, as figuras geomé- conhecem sua utilização. tricas, na imagem, remetem e por que foi Se julgar conveniente, ex- usada a hashtag #ABRILindígena? plique que a hashtag é usa- da como uma ferramenta b) De acordo com a postagem, quem é res- de pesquisa; ao se acres- ponsabilizado pela falta de água potável centar o símbolo antes de à população indígena? uma palavra ou expressão, ela se torna uma palavra- A União (o Governo Federal). -chave com um hiperlink, o que permite que aquele as- c) O acesso à agua potável é um direito uni- sunto seja mais facilmen- versal. A que outros bens materiais ou te encontrado por outras imateriais as pessoas têm o direito de ter pessoas. acesso? Possibilidades: Acesso à educação, à alimenta-Atividade 1, item d ção, à saúde, ao ensino, ao lazer, à segurança, às tecnologias digitais,• O uso do sinal indicativo da etc. d) Observe os exemplos que indicou na res- crase será abordado em posta anterior. Que preposição foi empre- seção mais adiante nesta gada para ligar o substantivo acesso a seu Unidade. complemento? e) Releia os fragmentos a seguir. [...] ao constatar as péssimas condições de acesso à água [...]. [...] determinou fornecimento de água aos moradores da aldeia [...]. Qual é a regência que se estabelece entre os substantivos destacados e seus com- plementos nas expressões relacionadas à água? Regência nominal, por meio das preposi- ções a e de. f) Compare. fornecer água distribuição de água O sentido dessas expressões é semelhan- te. A regência é a mesma para os dois MINISTÉRIO Público Federal – MPF. Sobrevivência ameaçada!. termos: fornecer e distribuição? Explique Facebook, 21 abr. 2018. Disponível em: <www.facebook.com/ sua resposta. MPFederalphotos/a.178492012298211.1073741828.178478368966 242/989662277847843/?type=3&theater>. Acesso em: 7 ago. 2018. g) Compare a regência do substantivo distribuição nestes fragmentos da parte verbal da postagem.s1i.dfa)dNeãdoe; no primeiro caso, a regência é verbal, sem preposição; no segundo caso, é nominal, com a neces- uma preposição – de – para ligar os dois termos. I. rede de distribuição para as residências 1. g) Sim, altera; no primeiro caso, a preposição para indica destinação; no II. a distribuição de água potável segundo, com o uso da preposição de, expressa identificação, especificação (do que será distribuído). O uso de preposições diferentes para o mesmo substantivo altera o sentido do trecho? Explique. h) A preposição de aparece ao lado de muitos substantivos na regência nominal. No caderno, faça a correspondência dessa preposição com o sentido que tem nos fragmentos seguintes. água da comunidade matéria posse classificação fontes não potáveis de água posse sistema de tratamento matéria 98 Unidade 3 classificação98 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 32. Leia a tira. Atividade 2 © 2010 Thaves/Dist. by Andrews McMeel Syndication (EF69LP05) Inferir e justifi- car, em textos multissemió- THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo, D4, Caderno 2. São Paulo, 29 maio 2011. ticos – tirinhas […] etc. – o efeito de humor, […] peloa) Analise o sentido da tira. Em que situação o personagem indica que que atualmente ela uso ambíguo de palavras, O personagem sugere que a natureza está em uma situação ruim, considerando expressões ou imagens am-a natureza está? sofre ameaças de extinção, tanto em relação à fauna quanto à flora. bíguas […].b) O que provoca humor na leitura da tira? Atividade 2, item b ¥ Comente que, provavel- c) O personagem se diz ligado à natureza. A que mais um ser humano 2. b) O fato de o personagem pode se sentir ligado? Dê exemplos. relacionar a situação da natu- mente, ele sente que pode reza à sua própria situação: perder o emprego, ou o d) Qual é a regência exigida pelo adjetivo ligado/ligada? assim como a natureza está tipo de trabalho que exer- sob ameaça de extinção, o ce pode estar ameaçado A preposição a. emprego do personagem tam- de extinção devido aos bém está ameaçado. avanços tecnológicos que e) Encontre na tira mais um adjetivo que exige um complemento regido possibilitaram a automa- por preposição. 2. c) Possibilidades: Ligado à tização de tarefas antes família, ligado ao próximo, liga- exercidas por humanos, ameaçado de extinção do à comunidade, ligado aos como operadores de tele- amigos, ligado a princípios éti- fonia, operários de linha de3. Leia as informações sobre Macau, cidade no sudeste da China. cos, etc. montagem, etc. Por outro lado, graças à tecnologia, [...] novas profissões surgiram, como desenvolvedores de aplicativos e jogos, criado- res de conteúdo digital, etc. A comida macaense é bem diversificada, com influência dos povos que Tang Yan Song/Shutterstock ao longo dos séculos passaram pela região. É nítida a presença das cozinhas portuguesa, indiana, chinesa e malaia. Além de pratos portugueses (cozido à portuguesa, carne de porco à alentejana, caldo verde, sardinha assada, etc.), são frequentes pratos como galinha africana com picante (o “tacho”), porco agridoce, há kau (bolinhos de camarão no vapor), chau min (massa chinesa frita), chau fan (arroz frito), arroz de marisco à moda de Macau e dim sum (com grande variedade de pratos à base de mariscos, carnes, raízes de bambu, brotos de feijão, gengibre, maçã, etc.). A sopa de barbatana de tubarão é um dos pratos mais populares. […] Macau serviu de ponto de entrada para os missionários jesuítas vindos do Ocidente, mas a maior parte de sua população manteve-se fiel aos cultos tradicionais chineses, como o budismo e o confucionismo. Os monumentos re- ligiosos que hoje podem ser vistos no centro histórico de Macau, como as ruínas da igreja de São Paulo (primeira do Extremo Oriente) e o templo chinês em homenagem à deusa A-Má, mostram a convivência pacífica entre os se- guidores de diferentes religiões. [...] VIEIRA, Alice. Contos e lendas de Macau. Placa de sinalização no centro histórico de São Paulo: SM, 2006. p. 136-137. Macau (China) nos dois idiomas. Foto de 2018. Unidade 3 99 99MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Reflexão sobre a) De acordo com o trecho e a imagem, que afinidades existem entre a língua Como Macau foi colônia de Portugal, assim Macau, brasileiros e portugueses? como o Brasil, a influência portuguesa per-Regência nominal manece na cozinha, na sinalização de ruas e na arquitetura.Atividade 3, item a• Comente que, atualmen- b) Que religiões convivem pacificamente entre si na cidade de Macau? te, quase não se fala por- Budismo, confucionismo e cristianismo. tuguês em Macau, mas a presença portuguesa ain- c) Releia. da se nota em nomes de ruas, calçadas com mosai- A comida macaense é bem diversificada, com influência dos povos cos ao estilo português, prédios com fachadas no que ao longo dos séculos passaram pela região. centro histórico, presença de igrejas católicas, ruínas Se o complemento da palavra influência fosse omitido, a informação da Igreja de São Paulo. sobre essa diversidade ficaria clara? Explique. Atividade de escuta Não, pois o leitor não conseguiria saber de quem a cidade recebeu influência. (EF67LP24) Tomar nota de […] entrevistas ([…] TV, d) Em “fiel aos cultos tradicionais chineses”, qual é o sentido do com- vídeo), identificando e hie- rarquizando as informações plemento da palavra fiel no contexto? E qual é a preposição empre- principais, tendo em vista Informar que, apesar da presença dos missionários jesuítas vindos apoiar o estudo e a produ- gada na regência? do Ocidente, a população permaneceu praticando seus cultos ção de sínteses e reflexões pessoais […]. tradicionais. A preposição a.• Apresente o trecho da en- Regência nominal é o fenômeno gramatical em que um nome (um trevista com minutagem substantivo ou um adjetivo) exige um termo que complemente seu de 12’:38’’ a 15’:15’’, mo- sentido, com a presença de uma preposição para ligar-se a ele. mento em que o entrevis- tado, a partir da afirmação Atividade de escuta Não escreva no livro! inicial “Ética é o conjun- to de valores e princípios Nana Higa/Acervo da fotógrafa O que é ética? que você e eu usamos para decidir as três gran- Mario Sergio Cortella, Como se define, em uma sociedade, o que é ética, o que é moral e o que é des questões da vida, que filósofo, escritor e imoral? Questões éticas podem ser normatizadas? Assista com atenção ao vídeo são: Quero? Devo? Pos- educador brasileiro. que o professor vai apresentar com um trecho da entrevista concedida pelo fi- so?”, discute direitos e de- Foto de 2015. lósofo, escritor e educador Mario Sergio Cortella, autor de vários livros que veres dos cidadãos nas si- abordam a discussão de questões sociais significativas relacionadas ao exercício tuações que nos cercam. 2. O entrevistado define ética, da cidadania. Entrevista disponível em: apresenta exemplos, diferen- <https://globoplay.globo. cia paz de espírito e ética, Observe o jogo de perguntas e respostas entre entrevistado e entrevistador com/v/844221/> (acesso explica de que modo se define e tome notas das informações principais. O roteiro a seguir pode ajudar você em: 7 ago. 2018). O objetivo a ética de uma sociedade a fazer anotações. é que os alunos analisem a (pela exemplificação, pelos adequação entre o tema e princípios praticados pela so- 1. Qual é o tema central que orienta o esquema de perguntas e respostas? a escolha de quem foi o en- ciedade, pela normatização) e E qual é o público-alvo da entrevista? trevistado, reconheçam o apresenta a diferença entre encadeamento das refle- ética e antiética e entre moral, O que é ética (conjunto de princípios e valores utilizados para decidir como agir). Público em geral. xões do entrevistado, mo- imoral e amoral. tivado pelas perguntas do 2. Qual é a sequência de ideias apresentadas pelo entrevistado sobre o tema? entrevistador. Se necessá- 100 Unidade 3 rio, faça a apresentação do 3. Observe as respostas do entrevistado. Trata-se de um especialista no as- vídeo mais de uma vez. sunto, de pessoa que tenha autoridade para falar do tema? Trata-se de um especialista. Cortella é filósofo e professor. 4. Considere o conteúdo das perguntas: Foram instigantes, provocaram boas respostas, o entrevistador obteve informações esclarecedoras? As perguntas foram instigantes e oportunas e propiciaram informações claras e didáticas por parte do entrevistado. 5. Explique o que faz o entrevistador para motivar a fala do outro, como introduz novos assuntos, como reorienta a entrevista. O entrevistador introduz novas perguntas, pede exemplos e comparações. 6. O clima da entrevista é formal ou informal? E a linguagem empregada? O clima é descontraído. A linguagem é informal, porém cuidada e obedecendo à norma-padrão. 7. Há marcas de oralidade nas falas do entrevistador ou do entrevistado? Quais? Muito poucas; algumas reduções, como cê (você), pra (para), uma interjeição (ué) e algumas expressões, como tudo bem.100 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Leitura 2 Não escreva no livro! Atividade 2 • Comente que leis surgem,Antes de ler em geral, de uma deman-1. Uma sociedade é regida por regras e muitas delas podem se transformar em leis. Quais leis você da ou conflito da socieda- de, e são elaboradas peloconhece? Resposta pessoal. É possível que os alunos citem leis que organizam a vida em comunidade, como as que garantem poder legislativo. Do ponto o patrimônio, o trânsito seguro, ou que asseguram áreas de preservação e acesso a serviços públicos, ou ainda leis de vista oficial, começam a partir de um projeto, nor- que impliquem punição de ações consideradas criminosas, entre outras. malmente apresentado por iniciativa de um membro do2. Pense na resposta dada para a questão anterior. Como você acha que as leis que citou surgiram? Congresso, mas pode tam- bém ser uma proposta feitaQuem as cria e como elas são elaboradas para regular direitos e deveres em uma sociedade? por um cidadão comum. De- pois de discutido, aprovadoResposta pessoal. e transformado em projeto de lei, é submetido à sanção3. De que modo o texto de uma lei é estruturado? do presidente da República. • Para Luiz Antônio Marcus- Resposta pessoal. chi, em Produção textual, análise de gêneros e com- O texto que você vai ler é um trecho da Lei Brasileira de Inclusão à qual se refere o entrevistado Geraldo preensão (São Paulo: Pará-Nogueira na entrevista da Leitura 1. Leia para saber como se organiza um texto como esse e para conhecer bola, 2008), leis, decretos,a função social de um texto normativo legal. regimentos, regulamentos, estatutos, certidões, bole- Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas apa- tins, editais, dentre outros,recem. Se for preciso, consulte o dicionário. são gêneros que se enqua- dram no domínio discur- LEI N. 13 146, DE 6 DE JULHO DE 2015 sivo jurídico. Para saber mais, leia a respeito no ca- Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). pítulo “Gêneros textuais no ensino da língua” e, em es- [...] pecial, o quadro “Gêneros textuais por domínios dis- CAPÍTULO I cursivos e modalidades”, na obra desse autor. DISPOSIÇÕES GERAIS Atividade 3 Art. 1oÇÉ instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa • Verifique as hipóteses doscom Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dosdireitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social alunos sobre a estruturae cidadania. de uma lei. Comente que é estruturada em uma parte [...] inicial (título – nome e data Art. 2o ÇConsidera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de – e ementa), blocos de ar-natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, tigos (parte, livro, capítulo,pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as seção, subseção), artigosdemais pessoas. (caput e parágrafos e inci- § 1oo ÇA avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe sos) e parte final (disposi-multiprofissional e interdisciplinar e considerará: ções pertinentes à sua im- plementação). I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; Leitura III - a limitação no desempenho de atividades; e IV - a restrição de participação. • Sugerimos que faça uma § 2o ÇO Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. leitura compartilhada com Art. 3oÇPara fins de aplicação desta Lei, consideram-se: os alunos do trecho da Lei, I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, artigo por artigo e parágra- fos, tecendo comentários, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comu- testando a compreensão e nicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações levando-os a observar a se- abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na quência hierárquica, com rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; a divisão e ordenação em capítulos, os títulos, os ar- Unidade 3 101 tigos, o símbolo gráfico de parágrafo (§), itens que Leitura 2 são as principais caracte- rísticas composicionais do (EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierar- gênero. Em seguida, peça quização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, que o leiam silenciosamen- seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) […] e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, te mais uma vez antes de pelo uso do imperativo, […] de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender iniciar a exploração do tex- o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação. to, fazendo mais esclareci- mentos se necessário.Antes de ler• A proposição destas questões visa levantar conhecimentos prévios. Não se espera nenhuma resposta conclusiva. 101MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Vocabulário  II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, caput: parte superior; ca- incluindo os recursos de tecnologia assistiva; pítulo; enunciado de artigo de uma lei ou regulamento.  III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, curatela: cuidados.  relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social; tecnologia assistiva: con- junto de recursos, produtos, IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça métodos e práticas que vi- a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos sam à independência e in- à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à clusão social de pessoas informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros [...]. com deficiência. CAPÍTULO II• Para mais informações so- DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO bre tecnologia assistiva, consulte o link da Secre- Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais taria Especial dos Direitos pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. da Pessoa com Deficiên- cia, disponível em: <http:// § 1o Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou pessoacomdeficiencia.gov. exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular br/app/publicacoes/tecno o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com defi- logia-assistiva> (acesso ciência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. em: 12 jul. 2018). § 2o A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação• A Leitura Brasileira de In- afirmativa. clusão (LBI) alterou e revo- gou alguns artigos do Có- Art. 5o A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, digo Civil em relação aos exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. conceitos de capacidade e incapacidade, conside- Parágrafo único.  Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados rando civilmente capazes especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. as pessoas com deficiên- cia, e partindo da premis- Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: sa de que a deficiência não I - casar-se e constituir união estável; é, em princípio, causadora II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; de limitações à capacidade civil. De acordo com o tex- III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações ade- to, a pessoa com deficiên- quadas sobre reprodução e planejamento familiar; cia goza de capacidade ple- na para a prática dos atos IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; da vida civil, inclusive para V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e casar-se e constituir união VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, estável, sendo que, em al- gumas situações, conti- em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. nuará sendo assistida por Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de curador. violação aos direitos da pessoa com deficiência. Parágrafo único.  Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimen- to de fatos que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. Art. 8o  É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prio- ridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternida- de, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liber- dade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Con- venção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico. [...] BRASIL. Lei n. 13 146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. 102 Unidade 3102 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 3Exploração do texto Não escreva no livro! Não deixe de acessar Exploração do texto1. Depois de ler o trecho, reflita sobre as seguintes questões. Fundação Dorina Nowill (EF69LP27) Analisar a for- ma composicional de tex-a) Em geral, qual é a função de uma lei? Espera-se que os alunos respondam A fundação, que existe há tos pertencentes a gêneros mais de 70 anos, dedica-se normativos/jurídicos […] que é estabelecer normas que regulam comportamentos em face de uma situação social. à inclusão de pessoas com e suas marcas linguísti- deficiência visual na cas, de forma a incremen-b) Apesar de circular no meio jurídico, a quem se destina uma lei? sociedade. Uma de suas tar a compreensão de textos contribuições é a pertencentes a esses gêne- A todos os cidadãos do país. distribuição gratuita de ros […]. livros em braille e em2. Releia o Artigo 1o. Qual é o objetivo e a função central da Lei Brasileira de linguagem oral e Atividade 3 digital para esse público, e • Relembre aos alunos o con-Inclusão? Assegurar, promover e proteger o exercício pleno e em condições de igual- também para bibliotecas, dade de todos os direitos das pessoas com deficiência, visando à sua inclu- escolas e outras teúdo da entrevista estu- organizações do Brasil.   dada anteriormente. Uma são social e sua cidadania plena e efetiva. pessoa se torna uma pes- Disponível em: <www. soa com deficiência no mo-3. De acordo com o que foi informado na entrevista da Leitura 1, qual é o fundacaodorina.org.br> mento em que uma barrei- (acesso em: 17 out. 2018). ra impede o exercício deconceito de pessoa com deficiência que permeia o texto da Lei e que está seus direitos como qual- Não deixe de ler quer cidadão.presente nesse trecho? Pessoas que, em contato com uma barreira, tenham limitada O livro negro das cores, Atividade 5, item asua inclusão social plena como qualquer cidadão. de Menena Cottin e • Ajude os alunos a perceber Rosana Faría, Pallas.4. O que é considerado discriminação contra uma pessoa com deficiência, que os parágrafos, assim Neste livro, de duas artistas como os incisos, tratam dede acordo com a Lei, no que se refere à: venezuelanas, ou esclarecem um ponto Tomás, personagem mais específico do assunto a) relação de pessoa para pessoa? Tratar de forma diferente, restringir ou com deficiência visual, ou tema do Capítulo em ge- conhece cheiros, sons e ral; a cada aspecto que ne- excluir a pessoa com deficiência, prejudicando ou impedindo o exercício de seus direitos. sabores por meio das cessite mais detalhamento, mãos. O leitor também é abre-se um novo parágrafo b) tecnologia assistiva? Negar-se a fazer adaptações, melhorar produtos, convidado a experimentar ou inciso, ou parágrafo úni- essas sensações pelas co. Essa hierarquia é o que fornecer o necessário de forma a promover a inclusão social. ilustrações em relevo. estrutura a organização de uma lei, estatuto, regimen-5. Observe os títulos dos capítulos. 6. A todos os cidadãos sujei- to, etc. em tópicos. tos à lei: o dever de não discri- Capítulo I: Disposições gerais minar, não excluir, não restrin- Capítulo II: Da igualdade e da não discriminação gir, não prejudicar, não infligir tratamento desumano ou de- No caderno, associe cada afirmação ao seu Capítulo correspondente. gradante, não impedir ou dei- xar de reconhecer os direitos a) As pessoas com deficiência devem ter seus direitos garantidos. da pessoa com deficiência, além de comunicar às autori- Capítulo I dades qualquer forma de ameaça ou de violação a eles b) A pessoa com deficiência está apta a exercer sua capacidade civil. (este último está explícito no Artigo 7º do Capítulo II). Capítulo II c) As deficiências podem ser de natureza comunicativa, intelectual, sen- sorial ou motora. Capítulo I d) Toda e qualquer violação aos direitos da pessoa com deficiência deve ser denunciada ao Ministério Público. Capítulo II6. Os Capítulos I e II falam explicitamente de direitos assegurados por lei. Entretanto, nesses trechos, estão implícitos também deveres. Quais são eles e a quem são dirigidos?7. O termo caput significa, em latim, “cabeça”, “parte superior”. Releia este Artigo. Art. 5o A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negli- gência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.Por que motivo foi inserido um parágrafo nesse Artigo, com a referênciafeita pelo termo caput?Para esclarecer quem, entre as pessoas com deficiência, deve ser especialmente protegido:crianças, adolescentes, mulheres e idosos, os mais vulneráveis. Unidade 3 103 103MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 38. Uma lei é organizada de maneira diferente da maioria dos textos que encontramos no dia a dia. Há capítulos, artigos, parágrafos e incisos organizados em uma sequência ordenada, o que facilita seu entendi- mento. Observe as partes no trecho a seguir. título LEI N. 13 146, DE 6 DE JULHO DE 2015 subtítulo (Estatuto da Pessoa com Deficiência) capítulo numerado CAPÍTULO II (em algarismos romanos): indica uma divisão, ou seja, DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO uma das partes em que se divide o texto da lei Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma título do capítulo espécie de discriminação. artigo numerado § 1o Considera-se discriminação em razão da deficiência toda (em algarismos arábicos): forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, indica as subdivisões que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anu- numeradas dos capítulos lar o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoas com deficiência, incluindo a recusa de parágrafo numerado: adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. subdivisão do artigo, […] indicando que o trecho tem relação com o que foi dito acima; um artigo pode ter mais de um parágrafo parágrafo isolado, que não Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput tem numeração deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a inciso numerado (em criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. algarismos romanos): subdivisão de um artigo; Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, geralmente lista inclusive para: hipóteses de aplicação da lei ou exemplos I - casar-se e constituir união estável; 8. Espera-se que os alunos per- Além de capítulos com títulos, uma lei apresenta artigos numerados com cebam que ambos tratam do subdivisões em parágrafos (indicados pelo símbolo §) também numera- mesmo assunto; o parágrafo dos, como descrito acima. Releia o § 1º do Artigo 4º. Qual é a relação especifica a afirmação geral fei- entre o que diz o artigo e o que diz o parágrafo? ta anteriormente no Artigo sobre discriminação, informando o que se entende por essa palavra. 9. Nos Artigos 2o e 3o do Capítu- lo I: respectivamente, o que ca- 9. O inciso é uma subdivisão do artigo. Em que artigos aparecem incisos racteriza uma pessoa com defi- nesse trecho da lei e de que falam? ciência e itens levados em conta para a aplicação da Lei; Artigo 6o do Capítulo II, dos direitos civis 10. Releia o Artigo 3º, inciso IV, do Capítulo I. Ele fala em diversas barreiras das pessoas com deficiência em que podem impedir a participação da pessoa com deficiência na socie- relação a casamento, família, paternidade, relacionamentos. dade em igualdade de condições com as demais. Que tipos de barreiras Possibilidades: Falta de calçadas rebaixadas ou rampas, locais ou meios de seriam essas? transporte públicos sem espaço para cadeiras de rodas para pessoas com mobilidade reduzida; ruas esburacadas e calçadas inadequadas, com entulho e obstáculos; falta da linguagem braile em locais públicos, em elevadores, ou prédios que precisam de algum tipo de instrução; semáforos sem advertência sonora, etc. para pessoas com de- 104 ficiência visual; falta de intérpretes em Libras em conferências, entrevistas, espetáculos, palestras, etc. para pessoas com deficiência Unidade 3 auditiva; entre outros.104 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Recursos expressivos Recursos expressivos1. Releia o § 2º do Capítulo I e estes Artigos do Capítulo II e observe as formas verbais destacadas. (EF69LP28) Observar os I. 2o O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. mecanismos de modaliza- II. Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais ção adequados aos textos pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. jurídicos, as modalidades […] deônticas, que se referem Art. 5o A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, ex- ao eixo da conduta (obriga- ploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. toriedade […]) […].a) O uso das formas verbais no futuro, nesses trechos, expressa sugestão para o futuro, possibi- Atividade 1, item b lidade a se concretizar, instrução para realizar ou obrigatoriedade de fazer? Obrigatoriedade. ¥ Comente que, em leis, de-b) De que modo o contexto ajudou você a chegar a essa resposta? Resposta pessoal. Espera-se que os cretos, contratos jurídi- alunos compreendam a função da Lei, cos, o futuro do presente tem valor de imperativo, in- que exerce um papel social para dicando ação obrigatória, de caráter imprescindível2. Releia o Artigo 4º, Capítulo II, e observe as palavras destacadas. garantir que as regras sejam e categórico. cumpridas por todos os cidadãos. Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pes-soas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.a) Nesse contexto, essas palavras podem ser consideradas sinônimas ou antônimas? Elas são antônimas.b) Associe cada uma das palavras a seu sentido. I. Indicação de um conjunto geral, global. todas II. Indicação de um conjunto vazio; ausência. nenhuma3. Releia. I. […] A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência [...]. II. […] Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão [...]. Qual é o sentido do pronome toda no contexto dessas frases? O pronome toda tem o sentido de “qualquer que seja”, “seja qual for” (a negligência, a distinção, restrição ou exclusão).4. O verbo dever tem diferentes sentidos, dependendo do contexto em que é empregado. Observe e compare. • dever: ter de pagar • dever: ter possibilidade ou probabilidade • dever: ter compromisso, obrigaçãoConsidere o uso do verbo dever neste parágrafo da lei. […] Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos quecaracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para asprovidências cabíveis.Que sentido tem o verbo dever nesse parágrafo? Ter obrigação.5. O texto da lei é escrito em 3ª pessoa, característica de textos normativos. Que tipo de frase e de pon- São empregadas frases declarativas com ponto final, pois setuação são empregados e por que isso acontece? trata de um texto que expõe a regulamentação de comporta- mentos e explicita normas.6. Leis, decretos e estatutos utilizam linguagem específica. Que palavras ou expressões no trecho daLei Brasileira de Inclusão (LBI) indicam o uso de vocabulário técnico?Possibilidades: Estatuto, caput, artigo, Lei, Ministério Público, Poder Executivo, juízes, tribunais. Unidade 3 105 105MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Diálogo entre textos Para lembrar• Sugerimos que realize esta Intenção principal Lei atividade oral e coletiva- mente. Leia o poema para Regular comportamentos sociais e jurídicos dos cidadãos em relação aos demais os alunos em voz alta, com indivíduos que compõem a sociedade. ritmo e expressividade. O objetivo é que fruam a lei- Leitor Todos os que estão sujeitos às leis no país em que é publicada. tura e troquem impressões em apreciação livre, sem ta- Organização Título. refas a executar. Para isso, Divisão em capítulos, artigos, incisos e parágrafos. peça que expressem suas Numeração com algarismos arábicos e romanos. primeiras impressões. Escrita em 3ª pessoa.• Alguns pontos que podem Linguagem Frases declarativas. ser explorados comparan- Verbos com valor de imperativo. do o texto “Os estatutos Vocabulário formal e técnico. do homem” e a Lei Brasi- leira de Inclusão: diferen- Diálogo entre textos Não escreva no livro! ças de linguagem entre os dois textos (técnica × poé- Os direitos e deveres em linguagem poética tica); as semelhanças de forma (“Fica decretado”, É possível falar de direitos e deveres em poesia? Instituir normas e regras em linguagem poética? Um a numeração em artigos e texto pode estabelecer diálogo com outro texto pelo tema, pelos recursos empregados ou pela maneira parágrafo único); o que se como é organizado. valoriza em cada texto (di- reitos e não discriminação Leia um trecho deste estatuto e estabeleça as diferenças e as semelhanças no diálogo com a Lei Brasileira a pessoas com deficiência de Inclusão. Resposta pessoal. e a união e confiança mútua entre os seres humanos); ARTIGO I. Os estatutos do homem entre os “decretos” no poe- ma qual é o mais importante A Carlos Heitor Cony para cada um; a confiança no outro (explorar os dois Fica decretado que agora vale a verdade,   últimos versos no cotidiano que agora vale a vida,  dos alunos), dentre outros. e que, de mãos dadas,  trabalharemos todos pela vida verdadeira.  ARTIGO II. Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas,  têm direito a converter-se em manhãs de domingo. ARTIGO III. Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito itsK/Shutterstock a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança. ARTIGO IV. Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem  como a palmeira confia no vento,  como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. PARÁGRAFO O homem, confiará no homem ÚNICO: como um menino confia em outro menino.  [...] MELLO, Thiago de. Faz escuro mas eu canto: porque amanhã vai chegar. 23. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. p. 25-26. 106 Unidade 3106 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! N‹o deixe de ver (EF89LP17) Relacionar tex- tos e documentos legais eOlhos que falam Esplendor, direção de normativos de importância Naomi Kawase. Japão/ […] nacional […] que en- Como a Lei Brasileira de Inclusão é incorporada no cotidiano das pessoas? França: Imovision, 2017. volvam direitos […] a seusSente-se com dois colegas. Juntos, leiam este depoimento e, depois, reflitam 102 min. contextos de produção, re-sobre a leitura e as questões propostas a seguir. conhecendo e analisando A jovem protagonista possíveis motivações, fi- DEPOIMENTO Misako é uma cineasta nalidades e sua vinculação Paulo Romeu, autor do BLOG DA AUDIODESCRIÇÃO dedicada a produzir com experiências humanas versões de filmes e fatos históricos e sociais, 'Passei 30 anos sem ir ao cinema. destinadas a pessoas com como forma de ampliar a Hoje consigo discutir o filme' deficiência visual, com a compreensão dos direitos e descrição das imagens em deveres, de fomentar os prin- “Perdi a visão em 1980, aos 22 anos, em um acidente de carro, e só fui áudio. Seu desafio é fazer cípios democráticos e uma voltar ao cinema há 5 ou 6 anos, quando descobri que o Cinesesc estava com que essas pessoas e atuação pautada pela ética fazendo um festival com audiodescrição. […] outras com visão reduzida da responsabilidade (o outro entendam a trama. Ela tem direito a uma vida digna A diferença (entre alguém descrevendo a cena e a audiodescrição) é como conhece um fotógrafo que tanto quanto eu tenho). água e vinho. O audiodescritor já conhece o filme, sabe quais elementos em está progressivamente cena precisam ser descritos para a pessoa entender a trama. Quando minha perdendo a visão, pelo • O objetivo é sensibilizar os mulher ou outra pessoa descreve o filme para mim, ela diz, por exemplo, qual se apaixona. alunos para compreender, que um vestido é bonito ou feio. O profissional descreve a roupa em deta- acolher e solidarizar-se com lhes, faz diferença. […] Atualmente, existem situações diversas. Sugeri- aplicativos de mos que realize a ativida- Comecei a usar os aplicativos de audiodescrição e as coisas mudaram. audiodescri•‹o que de em duplas ou trios e, em Antes, quando emendava o cinema e um jantar com amigos, passava o contêm uma seleção de seguida, faça uma reflexão tempo à mesa tentando entender o filme, juntando as peças que perdi. Hoje, filmes e que, uma vez oral coletiva com a turma. uso esse tempo para, como eles, discutir o filme, dizer o que gostei ou não. acionados, permitem a Fomente a discussão no Ganhei autonomia.” / A.C.S. sincronização com a sentido de inter-relacionar película e a narração e os conceitos abstratos da ROMEU, Paulo. ‘Passei 30 anos sem ir ao cinema. Hoje consigo discutir o filme’. descrição das cenas Lei e sua concretude na vida O Estado de S. Paulo, C4, Caderno 2, 17 jun. 2018. feitas por um real bem como a importân- profissional. cia das tecnologias assisti-1. O Artigo 67 da Lei Brasileira de Inclusão diz o seguinte: vas que promovem e asse- O profissional que guram os direitos de todo[...] descreve produções e qualquer cidadão; neste audiovisuais como caso, o direito ao lazer.Art. 67o Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir peças de teatro, programas de TV, • Para mais informações,o uso dos seguintes recursos, entre outros: 1. Em parte, porque, no depoi- exposições e leia a reportagem “Os defi- mento, só se fala na audiodes- espetáculos diversos cientes visuais vão ao cine-I - subtitulação por meio de legenda oculta; crição destinada a pessoas para deficientes visuais ma”, sobre o uso de audio- de modo criterioso e descrição, disponível em:II - janela com intérprete da Libras; com deficiência visual; não cita sistemático é <https://cultura.estadao.III - audiodescrição. o que está sendo feito para as conhecido como com.br/blogs/curiocidade/ pessoas com deficiência audi- audiodescritor. os-deficientes-visuais-vao- ao-cinema-como-e-feita-a-[...] tiva (legenda oculta e janela audiodescricao-no-cine com intérprete de Libras). sesc/> (acesso em: 7 ago. 2018). Caso tenha interes-BRASIL. Lei n. 13 146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com se, leia o livro Audiodescri- ção: transformando ima-Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ gens em palavras, de Lívia Maria Villela de Mello Mot- ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. ta, Paulo Romeu Filho (São Paulo: Secretaria dos Direi- Na opinião de vocês, a lei está sendo cumprida em relação à acessibili- tos da Pessoa com Deficiên- dade a obras cinematográficas? Expliquem. cia do Estado de São Paulo, 2010), disponível em: <http:2. Como se sente uma pessoa com deficiência que enfrenta barreiras ou prefeitura.sp.gov.br/cidade/ limitações a direitos facilmente acessados por outras pessoas, como o secretarias/upload/plane direito de entrar em um ônibus com facilidade, assistir a um filme, jamento/prodam/arquivos/ participar de um show? Livro_Audiodescricao.pdf> (acesso em: 7 ago. 2018). Resposta pessoal. Atividade 33. Conhecer e refletir sobre a Lei Brasileira de Inclusão pode gerar transfor- • Espera-se que os alunos mações sociais. Pelo depoimento lido, isso está acontecendo? percebam que, após alguns Resposta pessoal. anos, o avanço acontece e as transformações come- Unidade 3 107 çam a ocorrer, porém o pro- cesso é lento.Do texto para o cotidiano (EF69LP24) Discutir casos, reais […] que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos […] como forma de criar familiaridadeCompetência específica de Língua Portuguesa para o com textos legais – seu vocabulário, formas de organização, mar-Ensino Fundamental cas de estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis,6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados fortalecer a defesa de direitos […] e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias perspectivas que em interações sociais e nos meios de comunicação, posi- podem estar em jogo. cionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. 107MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Cultura digital – Cultura digital Pense nessa prática! Não escreva no livro! Pense nessa prática! Participação cidadã em meio digital Competência específica de Língua Nesta Unidade, você leu parte da Lei Brasileira de Inclusão, Monkey Business Images/Shutterstock Portuguesa para o Ensino Fundamental também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, 10. Mobilizar práticas da e refletiu sobre a importância da inclusão das pessoas com 03_f014_8JoPortg20Sa cultura digital, diferen- deficiência para a construção de uma sociedade mais digna. Inserir foto de professor dando as- tes linguagens, mídias sistência a alunos (13-14 anos) ao e ferramentas digitais Além de conhecer os regulamentos que têm como objeti- computador. Se possível, professor para expandir as for- vo proteger nossos direitos, precisamos, como cidadãos, negro e ao menos dois alunos com- mas de produzir senti- acompanhar e participar dos debates sobre ações e projetos partilhando um computador. Ver dos (nos processos de que garantam e incentivem medidas que estejam de acordo referência. compreensão e produ- com esse e outros estatutos. ção), aprender e refletir Professora ajudando seus alunos em sala sobre o mundo e reali- de aula. zar diferentes projetos autorais. Hoje em dia, as tecnologias digitais da informação e comunicação facilitam esse tipo de acompanha- (EF69LP25) Posicionar-se mento e participação cidadã. Reúna-se ao professor e aos colegas. Juntos, discutam sobre as práticas de forma consistente e sus- tentada em uma discussão digitais nesse âmbito, respondendo às perguntas a seguir. [...] e outras situações de [...] defesas de opiniões, 1. Você já acessou ou viu algum familiar acessando portais ou ferramentas digitais para acompa- respeitando as opiniões nhar a tramitação de um projeto de lei? Resposta pessoal. contrárias e propostas al- ternativas e fundamentando 2. Você conhece alguém engajado em alguma iniciativa social no meio digital para a solução de seus posicionamentos[...]. um problema coletivo? Se sim, compartilhe e diga qual foi o canal e a forma de e-partici- pação na ocasião. Resposta pessoal. (EF89LP18) Explorar e ana- lisar instâncias e canais de Você sabia? participação disponíveis [...], incluindo formas de O que é e-participação? participação digital, como canais e plataformas de par- E-participação, do ponto de vista institucional, refere-se ao emprego de tecnologias de comuni- ticipação (como portal e-ci- cação e informação para quaisquer atividades que impliquem ou afetem a comunidade política. No dadania), serviços, portais rol destas iniciativas, estão incluídas desde a participação digital na formulação e implementação de e ferramentas de acompa- políticas públicas quanto a participação em decisões relacionadas à regulamentação e aos direciona- nhamentos do trabalho de mentos estratégicos do governo, dentre outras. políticos e de tramitação de leis, canais de educação po- Esta subárea compreende basicamente iniciativas e projetos como: lítica, bem como de propos- tas e proposições que circu- • Plataformas digitais para a realização de consultas públicas lam nesses canais, de forma • Fóruns on-line a participar do debate de • Petições eletrônicas ideias e propostas na esfe- • Mecanismos digitais de votações ra social e a engajar-se com • Banco de boas práticas (envio de sugestões) a busca de soluções para • Ouvidoria (envio de sugestões e críticas) problemas ou questões que envolvam a vida da escola e DEMOCRACIA digital no Brasil: prospecção sobre o Poder Executivo Federal 2017. da comunidade. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologiaem Democracia Digital. Salvador: UFBA, 2018.• Veja, nas “Orientações ge- 3. Em muitas cidades, bairros e até escolas, pessoas se mobilizam e criam, coletivamente, canais rais” neste Manual do Pro- digitais (redes sociais, páginas na internet, etc.) para discutir e buscar soluções para proble- fessor, propostas de en- mas que afetam a comunidade em que vivem. caminhamento para o trabalho com esta seção. a) Você conhece algum canal digital desenvolvido para propor discussões estruturadas para a sua comunidade? Se sim, qual? Resposta pessoal. b) Em sua opinião, a criação desses ambientes é útil? Por quê? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que a criação desses ambientes pode ser útil na comunicação entre a comunidade e o poder público, contribuindo para a discussão e a resolução de questões sociais em pauta no canal. 108 Unidade 3108 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 3Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Reflexão sobre a língua Regência verbal (EF08LP07) Diferenciar, Nesta Unidade, você conheceu a regência dos nomes (substantivos e adjetivos). em textos lidos […] com-Agora, que tal explorar a necessidade de complementos de verbos para produzir plementos diretos e indire-sentido? tos de verbos transitivos, apropriando-se da regência 1. Leia esta tira de Calvin e Haroldo, personagens do cartunista Bill Watterson. de verbos de uso frequente. Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1985 Watterson/ Dist. by Andrews McMeel Syndication WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo. Campinas: Cedibra, 1987. p. 19.2. Calvin acredita que seu tigre de pelúcia seja de verdade. a) Que elementos, no último quadrinho, mostram essa convicção do menino? No último quadrinho, Haroldo é desenhado como um tigre de verdade, que anda sozinho e fala. b) Esse último quadrinho concentra o humor da tira. Explique por que isso acontece. A fantasia do menino sendo mostrada como real e a frase atribuída ao tigre: “E ele precisava de um banho…” provocam humor.3. Releia estas falas e observe as formas verbais destacadas. I. Você vai levar o seu tigre de pelúcia para a escola de novo? II. […] E ele precisava de um banho...a) Quais são as palavras ou expressões que complementam o sentido das formas verbais destacadas? I. levar: o seu tigre de pelúcia;. II. precisava: de um banho.b) Seria possível compreender as falas de Calvin e da mãe dele sem essescomplementos? Explique. As falas não seriam compreendidas pelos interlocuto- res, pois ficariam com sentido incompleto. c) Os complementos que você apontou se ligam a esses verbos direta- Para relembrar mente ou por meio de preposição? Em I, levar – o seu tigre de pelúcia: liga-se direta-mente ao verbo, sem preposição; em II, precisava – de um banho: liga-se ao verbo por meio da preposição de. Alguns verbos necessitam4. Releia estas falas entre a mãe de Calvin e o filho. de um complementoI. Os meninos não caçoam de você? (verbos transitivos) eII. O Tommy Chestnutt fez isto uma vez, mas agora ninguém faz. outros, não (verbos intransitivos). Oa) A que se refere o pronome isto na fala de Calvin? complemento dos verbos transitivos pode ser um Refere-se à caçoada que os colegas fazem dele na escola. objeto direto ou umb) Na segunda oração, “mas agora ninguém faz”, a que Calvin se refe-re? Por que a palavra ou as palavras que complementam o sentido do objeto indireto, de verbo não estão presentes? Calvin refere-se novamente à caçoada. Não é preciso acordo com a regência do verbo. A esse tipo de explicitar o complemento de fazer porque ele pode ser recuperado pelo contexto. regência damos o nome de regência verbal.c) De que modo é feita a ligação entre a forma verbal caçoam, empre- gada pela mãe de Calvin, e seu complemento? Indiretamente, por meio da preposição de. Unidade 3 109 109MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Atividade 5, item a 5. Leia a matéria a seguir sobre a busca de evidências de vida fora do planeta Terra.• Comente com os alunos Cientistas tentam explicar dificuldade para encontrar vida extraterrestre que, no título, ao dizer que os cientistas tentam ex- A humanidade ainda não conseguiu manter contato com alienígenas de forma efetiva, mas plicar, já há a indicação de uma teoria diferenciada tenta explicar isso [...]. que não se trata de um fato científico comprovado. [...] se as civilizações como a humana fossem alguma coisa comum, teríamos detectado alguma evi- dência disso. “A única explicação é que algo as levou a desaparecer. Se encontrássemos alguma evidênciaAtividade 6, item a da existência de civilizações extraterrestres extintas, seria uma má notícia para nós, os habitantes da• Aceite outras respostas, Terra. Isso significaria que nós também estamos condenados a desaparecer também um dia” [...]. pois a avaliação pode ser CIENTISTAS tentam explicar dificuldade para encontrar vida extraterrestre. TNOnline, 8 out. 2017. subjetiva entre os alunos. Disponível em: <https://tnonline.uol.com.br/noticias/cotidiano/67,436730,08,10,cientistas-tentam-explicar-dificuldade-para-Atividade 6, item b encontrar-vida-extraterrestre.shtml>. Acesso em: 8 out. 2018.• Comente que o cartunista a) As informações apresentadas no texto são baseadas em fatos ou hipóteses? Que palavra pre- usa o nonsense como re- curso para criar humor. sente no primeiro parágrafo sugere isso? Justifique. São baseadas em hipóteses. A palavra que indica issoAtividade 6, item c é teoria, pois se trata de uma possibilidade e não de uma certeza.• Comente que os comple- b) Qual é a relação entre a presença de evidências sobre civilizações extintas fora da Terra e a vida mentos dos verbos se tor- nam compreensíveis e dos seres humanos? Explique sua resposta. 5. b) Espera-se que os alunos compreendam que, claros pelas imagens que se fossem encontradas evidências do desapare- completam o sentido das cenas nos quadrinhos e c) Releia e observe o emprego do verbo destacado. cimento de uma civilização extraterrestre, seria pela postura professo- uma indicação de que os seres humanos também ral de Garfield no terceiro quadrinho. “A única explicação é que algo as levou a desaparecer. […]” iriam desaparecer, já que nos consideramos seres avançados e com recursos que deveriam garantir nossa sobrevivência. O verbo levar, nessa frase, tem a mesma regência que na frase “Você vai levar o seu tigre de pelúcia para a escola de novo?”? Explique sua resposta. 6. Leia esta tira. © 1995 Paws, Inc. All Rights Reserved/Dist. by Andrews McMeel Syndication 5. c) Não; em “Você vai levar o seu tigre de pelúcia para a escola de novo?”, o verbo levar tem apenas um complemento (“o seu tigre de pelúcia”); em “A única explicação é que algo as levou a desapare- cer”, o verbo levar exige dois complementos (as, referente a essas civiliza- ções, e a desaparecer). DAVIS, Jim. Garfield 5: toneladas de diversão. Porto Alegre: L&PM, 2014. p. 113. a) Observe as mudanças na expressão facial de Jon, o dono de Garfield. O que elas refletem sobre o que ele progressivamente sente? Possibilidades: Aborrecimento, curiosidade, espanto, desânimo/desdém, etc. b) O que provoca humor na tira? O humor vem dos métodos esdrúxulos de Garfield para pescar, além da reação de Jon no final da tira. c) Os complementos exigidos por determinados verbos nem sempre aparecem na oração. De que modo se pode completar o sentido dos verbos ver e aprender no terceiro quadrinho? Possibilidades: Veja minha ação/Veja o que faço. Aprenda a pescar/Aprenda com meu exemplo. 110 Unidade 3110 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Fique atento… Não escreva no livro! Fique atento…... ao uso do sinal indicativo da crase 1. c) Espera-se que os alunos percebam que houve a fusão Atividade 1 de a + a (preposição a + artigo a), indicada pelo sinal gráfico • Comente com os alunos indicativo dessa fusão, a crase. que produzir, vender, com-Estudamos a regência de alguns verbos, substantivos e adjetivos e a relação de dependência entre eles prar, trocar de telefone é rápido, mas o descartee outras palavras que complementam seu sentido. Muitos desses verbos e nomes exigem a preposição a, o inadequado e sem repon-que dá origem a um à acentuado. Veja como isso acontece. sabilidade causa grande impacto no meio ambien-1. Leia esta matéria sobre o descarte de telefones que não funcionam mais. te. Todos os envolvidos no processo – indústria, co- [...] Devido à presença de metais pesados, o lixo eletrônico é motivo de preocupação no tocan- mércio e usuários – devem te à saúde pública. As características dos smartphones exigem que a destinação e o tratamento refletir sobre o impacto da pós-descarte sejam diferenciados, o que pede maior atenção à reciclagem, facilitada com a devo- produção e do consumo e lução dos aparelhos em lojas, bancos e outros locais que incentivem a logística reversa. O consu- sobre como descartar apa- midor precisa conhecer o impacto de sua compra sobre o planeta. relhos obsoletos. [...] Atividade 1, item a • Lixo eletrônico é o conjunto CIRILO, Fabio. Você sabe de onde vem e para onde vai seu smartphone? Galileu. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/ Revista/noticia/2015/04/voce-sabe-de-onde-vem-e-para-onde-vai-seu-smartphone.html>. Acesso em: 13 jul. 2018. de materiais acumulados pelo descarte de disposi-a) Você sabe exatamente o que é e do que se compõe o lixo eletrônico? Sabe dar exemplos? tivos eletrônicos, como te- Se sim, liste alguns. las ou peças de computa- dores, telefones celulares Resposta pessoal. e baterias, tubos ou peças de televisores, câmeras fo-b) Por que o lixo eletrônico deve ser descartado de modo diferente do não eletrônico? tográficas, entre outros. Porque contém metais pesados que contaminam o solo e causam danos à saúde.c) Observe e compare. I. Dar atenção à reciclagem Dar atenção a + a reciclagem II. Dar atenção ao descarte adequado Dar atenção a + o descarte Por que foi acentuado o a no primeiro item e não no segundo?d) No caderno, reescreva o período a seguir, substituindo as palavras destacadas, respectivamen- te, por uso e bem-estar. Faça as alterações necessárias. Devido ao uso de metais pesados, o lixo eletrônico é motivo de preocupação no tocante ao bem-estar público. Devido à presença de metais pesados, o lixo eletrônico é motivo de preocupação no tocante à saúde pública. • O que você notou em relação ao uso do sinal indicativo da crase? O sinal indicativo da crase não foi usado porque se trata de palavras do gênero masculino, sem a presença do artigo feminino a. O acento grave (`) colocado sobre a letra a é empregado na escrita para sinalizar a ocorrência de uma contração da preposição a com o artigo a/as, chamada de crase. É também usado na con- tração da preposição com a primeira letra dos pronomes aquele, aquela, aquilo. A crase só ocorre quando há verbos e nomes que se ligam por meio da preposição a a um complemento expresso por palavra feminina precedida de artigo.2. Leia esta tira, em que Snoopy assume seu alter ego (seu outro “eu”), o “Legionário estrangeiro”. 03_f011_8PCUPortg20Sa Tira de Snoopy. Fonte: © 1984 Peanuts Worldwide LLC./Dist. by Schulz, Charles. Snoopy e sua turma: 1. Porto alegre: Andrews McMeel Syndication L&PM, 2010. p. 91. SCHULZ, Charles. Snoopy e sua turma: 1. Porto Alegre: L&PM, 2010. p. 91. Unidade 3 111 111MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Oralidade a) Para fugir da rotina, Snoopy incorpora vários personagens. O “Legionário estrangeiro”, Competência geral da por exemplo, vive no deserto. Que elementos gráficos da tira contribuem para configurar Educação Básica 9. Exercitar a empatia, o esse cenário? diálogo, a resolução de A paisagem desolada e árida, o chapéu usado como proteção contra o Sol, os cactos. conflitos e a coopera- ção, fazendo-se res- b) Pela expressão do personagem, qual parece ser seu estado de espírito? peitar e promovendo o respeito ao outro e aos A expressão facial sugere aborrecimento, tédio ou mesmo cansaço. direitos humanos, com acolhimento e valoriza- c) Observe o último quadrinho. Pela sequência da narração, ele indica um tempo presente, pas- ção da diversidade de indivíduos e de grupos sado ou futuro? Parece indicar um tempo passado porque Snoopy conta, no segundo quadrinho, que havia tentado dormir sociais, seus saberes, identidades, culturas em uma toca na noite anterior. e potencialidades, sem preconceitos de qual- d) Observe o acento indicativo da crase no trecho a seguir. quer natureza. Eu tentei fazê-lo ontem à noite. (EF69LP14) Formular per- guntas e decompor, com a I. Substitua a palavra noite por tarde; em seguida, por entardecer; e, depois, por meia-noite. ajuda dos colegas e dos pro- mudança.EEuu tentei fazê-lo ontem à tarde. fessores, tema […], expli- Escreva as frases no caderno, registrando cada tentei fazê-lo ontem ao entardecer. cações […] relativos ao objeto de discussão para Eu tentei fazê-lo ontem à meia noite. análise mais minuciosa e II. Que transformações no trecho você precisou fazer para realizar essas substituições? […] que permitam analisar O acento grave permaneceu em à tarde e em à meia-noite (antes de palavras femininas), mas não em ao entardecer (palavra masculina). partes da questão e com- partilhá-los com a turma. Emprega-se também o acento grave (`) em locuções adverbiais como à noite, às vezes, às pressas, à tarde e outras semelhantes. (EF69LP34) […] tendo em vista os objetivos de leitura, Oralidade Não escreva no livro! produzir marginálias (ou to- mar notas em outro supor- Estatuto do Idoso te), sínteses organizadas em itens, […] como forma Nesta Unidade, lemos textos relacionados aos direitos humanos, em particular, o direito de pessoas com de possibilitar uma maior deficiência ao exercício da cidadania plena e efetiva. Leia agora um infográfico que traz dados sobre a compreensão do texto, a sis- condição de outro grupo da sociedade brasileira. Siga estas etapas. tematização de conteúdos e informações e um posicio- 1. Leia o trecho da reportagem e o gráfico reproduzidos a seguir e analise com atenção as informações namento frente aos textos, apresentadas. Procure entender o cruzamento dos dados nas linhas coloridas ascendentes e des- se esse for o caso. cendentes (na coluna da esquerda os índices de porcentagens e, na barra inferior, o ano corres- pondente). (EF89LP27) Tecer conside- rações […] em momentos 2. Sente-se com um colega com quem você ainda não tenha trabalhado neste ano. Juntos, reflitam oportunos, em situações de sobre os dados e informações e façam anotações sobre o que é possível deduzir e compreender. aulas […] etc. Em seguida, formulem três perguntas com base em suas anotações, evitando aquelas a que se responda somente com sim ou não. Prevejam as respostas esperadas.• A proposta das atividades é a reflexão sobre a condi- 3. Depois dessa etapa, juntem-se a outra dupla e troquem perguntas e respostas entre si, avaliando- ção dos idosos no Brasil e -as. Preparem uma síntese das reflexões feitas e do que foi discutido para apresentá-la oralmente a implantação do Estatu- aos demais colegas e ao professor. to do Idoso, tomando como base o infográfico com da- Após 15 anos do Estatuto do Idoso, desafio é cumprir a lei dos sobre o assunto: o gru- po de pessoas com mais de Acesso a saúde, assistência social e emprego estão entre principais queixas 60 anos atingirá a porcen- [...] Quinze anos após ter sido criada, a principal lei de defesa dos direitos do idoso ainda tem tagem de 33,71% do total sua aplicação completa como desafio. da população brasileira em Em outubro de 2003, quando o chamado Estatuto do Idoso entrou em vigor, 8,5% da população 2060. O objetivo é que os tinha 60 anos ou mais – 15 milhões de pessoas. Hoje, esse grupo já representa 13% do total e supera alunos fortaleçam o pensa- 27 milhões, segundo o IBGE. mento crítico a respeito da O envelhecimento da população não tem sido acompanhado por medidas que garantam todos realidade social em que vi- os direitos desse público, dizem especialistas. vem e a capacidade de sín- [...] tese por meio da habilidade de fazer perguntas e ava- 112 Unidade 3 liar respostas, elaborando um resumo oral da discus- são a respeito de um tema ou parte dele.112 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Reprodução/Folhapress • Sugerimos que, inicialmen- te, retome o conteúdo da CANCIAN, Natália; ALEGRETTI, entrevista e do Estatuto li- Laís. Após 15 anos do Estatuto do dos e contextualize o tema Idoso, desafio é cumprir a lei. Folha da longevidade que a Medi- de S.Paulo, 10 jul. 2018. Disponível cina tem proporcionado ao em: <https://www1.folha.uol.com. ser humano. Busque des- br/cotidiano/2018/07/apos-15- pertar nos alunos o olhar anos-do-estatuto-do-idoso-desafio- reflexivo sobre o tema, e-cumprir-a-lei.shtml >. Acesso em: sensibilizando-os a respei- 8 ago. 2018. to da vulnerabilidade, de in- teresses e necessidadesEncerrando a Unidade Não escreva no livro! desse grupo social e da ne- cessidade de políticas pú- Nesta Unidade, você identificou em que contexto circula o gênero entrevista, sua organização e sua blicas que possam valori-finalidade; com base nesses conhecimentos, planejou, realizou e produziu uma entrevista. Conheceu e zar e atender com respeitoanalisou a organização de um texto normativo, a Lei Brasileira de Inclusão, e a repercussão dessa Lei na a essa parcela da popula-sociedade. Estudou textos e trechos de textos construídos com determinados verbos que, nas orações, ção. Em seguida, proponhaexigem complementação de seu sentido. Com base no que você aprendeu, responda: que leiam e analisem o in- fográfico reproduzido nes- Por que se fazem entrevistas? Sua resposta é a mesma da que deu no começo da Unidade? ta seção e, utilizando seus conhecimentos prévios e Para colher informações, depoimentos ou opiniões sobre determinado assunto. Resposta pessoal. os trabalhados nesta Uni- dade, reflitam com os co- De que forma textos normativos, como regulamentos de condomínio ou de clubes, leis, regimentos legas sobre os dados apre- escolares, códigos de trânsito, dentre outros, ajudam a melhorar o comportamento social das pessoas? sentados, tanto em relação às informações não verbais Resposta pessoal. quanto às da parte verbal. De que maneira o conhecimento sobre regência contribuiu para aperfeiçoar seu conhecimento • Estipule um prazo para sobre o uso das preposições exigidas por determinados verbos? a leitura individual, a dis- cussão oral em duplas e a Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam que o conhecimento sobre regência ajuda a compreender alguns discussão entre duplas. Ao casos de preposição exigidos pelos verbos. final dessas etapas, peça aos grupos que apresen- Unidade 3 113 tem suas sínteses. Caso não abordem algum ponto que mereça ser destacado, ajude-os a redirecionar a reflexão. Espera-se que as perguntas e as sínteses gi- rem em torno do envelheci- mento da população com o aumento do número de ido- sos (linha azul no gráfico) e do declínio da população jovem (linhas vermelhas), dos avanços e dificuldades (gargalos) de implantação do Estatuto no dia a dia, do desrespeito aos direi- tos dos idosos, da neces- sidade de políticas públi- cas, quais delas já existem (descontos para eventos culturais e esportivos, prioridade em filas, assen- tos preferenciais no trans- porte público, cursos para a terceira idade) e quais poderiam ser melhoradas ou criadas (profissionali- zação de cuidadores para idosos; admissão de ido- sos ainda ativos no mer- cado de trabalho; centros de convivência adequados; campanhas públicas de va- lorização dessa parcela da população, entre outros). 113MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 3Unidade 4 4UNIDADE Do outro lado do mundo Competência geral Alameda dos Baobás da Educação Básica em Madagascar, África. Foto de 2016. 3. Valorizar e fruir as diver- sas manifestações ar- 114 tísticas e culturais, das locais às mundiais, e tam- bém participar de práti- cas diversificadas da pro- dução artístico-cultural.• Nesta Unidade, enfocamos o campo artístico-literário na exploração de capítulos de um romance de aven- turas e de uma estória (na acepção que lhe dão os au- tores africanos de língua portuguesa) para que os alunos possam fruir a lei- tura literária e conhecer obras de autores de outros países e culturas, mostran- do-se interessados e envol- vidos por obras literárias que abram novas possibili- dades em relação a suas ex- periências anteriores de lei- tura, de modo a ampliar seu repertório e a desenvolver a capacidade de estabelecer preferências por gêneros, temas, autores.• Serão abordados os se- guintes eixos: Leitura: romance de aventu- ras (dois capítulos) e estó- ria (na acepção que lhe dão os autores africanos de lín- gua portuguesa), seus ele- mentos constitutivos e os recursos linguístico-dis- cursivos empregados nos textos; compreensão e re- conhecimento do texto li- terário como reflexo de um contexto sociocultural. Oralidade: atividade de es- cuta. Produção de texto: capítu- lo de um romance de aven- turas. Análise linguística/semió- tica: reconhecimento, com- preensão e emprego das vo- zes verbais (ativa, passiva e reflexiva), assim como inter- pretação dos efeitos de senti- do do uso de cada uma delas.114 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Nesta Unidade voc• vai participar de uma atividade de escuta ativa; Trocando ideias participar de uma atividade oral em grupo; fruir a leitura e refletir sobre a organização de um conhecer e identificar as vozes verbais, refletir sobre seu Atividade 1 romance de aventuras (capítulos) e de uma estória; uso e sobre os efeitos de sentido que provocam em um • Comente que a cena retrata reconhecer os recursos linguísticos-discursivos próprios texto. desses gêneros; a Alameda (ou Avenida) dos planejar e produzir um capítulo de um romance de Danm/Moment RF/Getty Images Baobás, ao longo da qual aventuras; se alinham as árvores de aproximadamente 30 me- tros de altura na ilha de Ma- dagascar, situada no Ocea- no Índico, costa sudeste do continente africano. O baobá, árvore símbolo da ilha, quando adulta, pode ter mais de 10 metros de diâmetro; seus frutos e fo- lhas são comestíveis, e as sementes têm uso medici- nal. Pode viver mais de mil anos. Em Angola e Moçam- bique, o baobá é conhecido como embondeiro.Trocando ideias Não escreva no livro!1. Observe a paisagem. O que mais chama sua atenção? Resposta pessoal. Possibilidades: as cores, os baobás, árvores nativas de Madagascar e outros locais da África tropical, o homem solitário que caminha na estrada.2. Observe as pessoas na cena. Trata-se de uma cena comum ou inusitada? Uma cena comum, com pessoas caminhando.3. Que histórias de vida ou aventuras vividas poderiam ser contadas a respeito delas? Resposta pessoal. Unidade 4 11515 115MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro! (EF69LP53) Ler em voz Antes de ler alta textos literários diver- sos – […] como leituras 1. Você já assistiu a um filme de aventura? Se sim, cite um que chamou especialmente sua atenção e orais capituladas (compar- explique por quê. Resposta pessoal. tilhadas ou não com o pro- fessor) de livros de maior 2. Você já leu romances que se desenvolvem em torno das aventuras de um herói? Se sim, quais? extensão, como romances […] – […], expressando Resposta pessoal. a compreensão e interpre- tação do texto por meio de Você vai ler a versão adaptada de dois capítulos de Viagens de Gulliver, romance do escritor inglês Jo- uma leitura ou fala expres- nathan Swift. No livro, são narradas as aventuras de um médico que visita países fantásticos, habitados por siva e fluente, que respeite o personagens extravagantes e de hábitos insólitos. O primeiro lugar aonde o personagem principal chega é ritmo, as pausas, as hesita- a ilha de Lilliput, cujos habitantes são seres pequeninos de não mais que 15 centímetros de altura. Em se- ções, a entonação indicados guida, conhece Brobdingnag, terra habitada por gigantes, e Laputa, onde se passam os episódios a seguir. […] pela pontuação […]. Os últimos destinos são a Terra dos Imortais e, finalmente, o país dos Houyhnhnms, onde quem governa são cavalos inteligentes, sinceros e sábios. (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender Antes de iniciar o estudo do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto – selecionando procedimen- em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. tos e estratégias de leitura adequados a diferentes ob- Capítulo 9 jetivos e levando em conta características dos gêne- Uma ilha que voa ros e suportes – romances, […] expressando avaliação […] zarpei da Inglaterra para mais uma aventura no dia 5 de agosto de 1706. […] sobre o texto lido e estabele- A viagem ia muito bem até que, em abril de 1707, quando estávamos quase chegando ao nosso destino, cendo preferências por gê- fomos atacados por um navio pirata. Depois de sermos amarrados e saqueados, tivemos de esperar que os neros, temas, autores. piratas decidissem o que iam fazer conosco. Como eu havia discutido com o comandante deles, acabei sendo o mais castigado. Colocaram-me todo amarrado numa canoa e me deixaram no mar à deriva. Dis- Leitura seram que assim eu morreria lentamente. Confesso que fiquei apavorado quando me vi sozinho no meio do mar, mas, em pouco tempo, consegui • Sugerimos que faça uma soltar as cordas em torno do corpo e descobrir um remo embaixo de uma lona jogada no fundo da canoa. leitura compartilhada dos Parecia um milagre que o pior castigo havia se transformado em liberdade, pois, pelo menos, eu estava capítulos com os alunos, longe daqueles piratas perversos. designando um persona- Avistei um arquipélago ao sul e remei uma hora até alcançar a primeira ilha. Lá encontrei alguns ovos gem para cada aluno, in- de pássaro, que mataram a minha fome, e um pequeno riacho, onde bebi enormes goles de água. clusive o narrador-prota- Não encontrei nenhum ser humano, apenas aves, caranguejos e peixes, mas, quando visitava uma outra gonista. Divida o texto em ilha, vi o céu escurecer de repente. Olhei para o alto e percebi que a sombra era causada por nada mais, blocos de forma que todos nada menos do que uma ilha voadora pairando sobre a minha cabeça. os alunos possam ler al- gum trecho, já que a par- 116 te do narrador é a mais ex- tensa. Oriente-os para que O romance de aventuras (também conhecido como narrativa de aventuras) tem temática variada e enfoca a ação que se desenvolve leiam com expressividade em torno de fatos extraordinários, reais ou imaginários, e surpreendentes. O gênero surgiu no início do século XIX, à época do movimen- e ritmo. Relembre-os das to literário do Romantismo, que valorizava o ser humano como um indivíduo dotado de coragem e destemor, capaz de vencer grandes atividades de fluência e desafios. O gênero foi e é muito popular, e existe, atualmente, em vários formatos: livro, televisão, cinema, séries, animação, HQ. São expressividade praticadas considerados romances de aventuras obras como A ilha do tesouro (1883), de Robert Louis Stevenson, Robinson Crusoé (1719), de em momentos anteriores. Daniel Defoe, Vinte mil léguas submarinas (1870), de Júlio Verne, entre outras. Para mais informações sobre o gênero, consulte o ver- bete romance de aventuras do E-Dicionário de Termos Literários de Carlos Ceia, disponível em: <http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/ • Após a leitura, colha as pri- romance-de-aventuras> (acesso em: 26 jul. 2018). meiras impressões. Se al- guns alunos já leram a obra, peça-lhes que aguardem as hipóteses dos colegas an- tes de se manifestarem. Se alguns conhecem a versão no cinema, peça que com- parem com os capítulos. • Veja em “Sugestões espe- cíficas para as Unidades”, nas “Orientações gerais” deste Manual do Professor, propostas para promover a adesão a práticas de leitura que contribuam para a for- mação literária dos alunos, proporcionando-lhes a opor- tunidade de aumentar seu repertório e a capacidade de desenvolver critérios de es- colha e preferência por autor ou gênero, permitindo-lhes a fruição, o compartilhamento de impressões e a aprecia- ção da leitura feita.116 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4A ilha tinha a base lisa e brilhante por causa do reflexo da água do mar. Ela desceu quase até pousarsobre a minha ilha e assim pude ver que as pessoas caminhavam de um lado para o outro. Como não que-ria ficar naquele arquipélago solitário, acenei com as duas mãos, chamando os habitantes daquele lugar: — Vocês aí têm comida? Podem me ajudar? Como resposta, recebi uma corrente que desceu com uma pequena cadeira acoplada. Subi nela e fuipuxado até a tal ilha voadora. Chegando lá, percebi que as pessoas eram muito esquisitas. Algumas tinham os olhos constantemente vol-tados para o céu e a maioria tinha a cabeça virada para a esquerda ou para a direita. Como não consegui mecomunicar com elas, resolvi segui-las. Subimos vários degraus e, durante a caminhada, observei que os homensandavam com roupas coloridas, estampadas com figuras de luas, sóis, estrelas e instrumentos musicais. Em pouco tempo, chegamos ao palácio real. Fui levado à presença do rei, mas ele não reparou quandoentramos. Continuou trabalhando sem parar, fazendo contas e anotando números em pedaços de papéis.Depois de quase uma hora, terminou seus cálculos. Um empregado chacoalhou um objeto cheio de sementesperto do ouvido e da boca do soberano. Como se tivesse despertado de um transe, o rei finalmente me viu. Tentei falar com ele, mas foi impossível. O monarca parecia dormir enquanto eu fazia minhas pergun-tas para logo depois ser despertado pelo empregado que chacoalhava o balão perto de seu ouvido. Percebi,então, que todos os homens de olhos e cabeças viradas tinham seus empregados como despertadores. Fui levado a uma mesa de refeição onde a comida tinha forma geométrica. Devorei carne de porco emforma de triângulos, frangos parecendo losangos, suflês redondos e pão cortado em fatias quadradas, re-tangulares e pentagonais. Após o almoço, fui apresentado a um professor que iria me ensinar a língua daquele lugar. Ele tambémtinha um despertador, que chacoalhava o balão sem parar à medida que ia me explicando os verbos e aspalavras essenciais. Assim que consegui formar frases, perguntei por que em Laputa – esse era o nome dailha – algumas pessoas tinham despertadores. O professor me explicou que suas mentes viviam constantemente concentradas, ocupadas com coisasmais importantes do que as bobagens do cotidiano. — Que coisas? — perguntei. Após um violento chacoalho do empregado, ele respondeu: — Ocupamo-nos da matemática, da astronomia e da música. Estudamos os planetas, os fenômenosterrestres; calculamos catástrofes e escutamos a música sideral. Por isso, só conseguimos ouvir e falar coma ajuda dos nossos auxiliares, que nos despertam para o dia a dia. Consegui conversar com alguns empregados e trabalhadores braçais, que não precisavam ser desperta-dos. Um deles me disse: — A vida aqui é muito chata. Todos se preocupam demais com teorias e hipóteses; com o fato de quedaqui a milênios o sol vai se apagar, ou que talvez haja uma possibilidade em trinta milhões de o planetaÂngulo colidir com o cometa Hipérbole. Ninguém tem fantasias, imaginação; ninguém se diverte. Guilherme Asthma/Arquivo da editora 117 117MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Capítulo 10 O funcionamento de Laputa Fiquei curioso para saber mais coisas sobre a ilha e comecei a fazer diversas perguntas ao meu professor, à medida que o tempo ia passando. No dia em que percebi que estávamos sobrevoando outras ilhas, perguntei a ele: — Onde estamos? — Estamos indo para Lagado, a metrópole do reino. Ela fica no continente, mas antes precisamos vi- sitar alguns vilarejos. É preciso que o rei saiba como andam as coisas por esses lugares — respondeu. — Nós vamos aterrissar em cada um deles? — perguntei. — Não, jogamos cordas e as pessoas amarram bilhetes nelas com seus pedidos — explicou-me. — E o rei nunca desce até as ilhas pessoalmente? — Não, para isso ele tem ministros que o informam de qualquer problema. — Que tipo de problema? — Ora, guerras, rebeliões, sonegação de impostos, essas coisas. — Então Laputa pode enviar um exército para resolver as rebeliões. — Não precisamos de exército — explicou o professor. — Quando há alguma guerra, sobrevoamos a ilha rebelada até que o povo fique dias sem a luz do sol e sem a chuva. Isso causa doenças, falta de comida, e, então, os revoltosos se acalmam. Fiquei espantado com tudo isso e calei-me. O despertador do meu mestre achou que eu tivesse me distraído e chacoalhou o balão ferozmente ao lado do meu ouvido. Sorri para ele e continuei: — Professor, como funciona o mecanismo que faz Laputa voar? — A base da ilha é feita de uma pedra duríssima, praticamente inquebrável e o interior dela é compos- to de ímã. Através da movimentação de um cilindro no centro da ilha, o ímã nos direciona para o lado que desejamos. — Todos sabem desse mecanismo? — Sim. Uma vez íamos destruir uma das ilhas, quando os nossos astrônomos sentiram um tipo estra- nho de atração magnética. Descobrimos que os rebeldes haviam construído quatro torres com ímãs nas pontas para atrair Laputa e assim nos deixar presos para sempre. Por sorte conseguimos evitar a tragédia. — E por que a ilha ia ser destruída? — Porque o povo de lá exigia coisas sem sentido do rei. Queriam, por exemplo, escolher seu próprio go- vernador. Acabamos perdendo aquela ilha, que agora está emancipada, mas, desde aquela época, fazemos rondas mais constantes sobre os vilarejos. Não podemos correr o risco de que outras torres sejam construídas. 118118 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Quando chegamos em Lagado, fiquei impressionado com a miséria do povo. SPL/Fotorena/Galeria Nacional de • Por meio das aventuras de Retratos, Londres, Inglaterra Gulliver, que visita luga-As pessoas eram magras, andavam com roupas esfarrapadas e não tinham o que res distantes e exóticos, o autor critica sucessiva-comer. Novamente, indaguei meu professor: mente a “pequenez” da so- ciedade inglesa da época— Por que a pobreza é tão grande em Lagado? (Lilliput), a mediocridade da sociedade inglesa diante da— Essa é uma longa história — começou. — A metrópole já foi muito prós- sua arrogância e “grande- za” (Brobdingnag), o pensa-pera. Tínhamos campos verdinhos, plantações e boas condições de vida. mento científico alienado da reali- dade (Laputa); na últi-— O que houve, então? ma aventura (Houyhnhnms), encontra e descreve uma— Uma vez, umas pessoas daqui resolveram conhecer Laputa. Quando re- raça de cavalos inteligentes que representam, para ele, otornaram, trouxeram ideias errôneas sobre a nossa matemática e fundaram a Retrato de Jonathan ideal da humanidade.Academia de Projetos. Agora, passam o tempo pesquisando e discutindo planos Swift, de Charlespara a agricultura, moradia, linguagem etc. Como nenhum plano foi aprovado Jervas, 1739. Vocabulárioaté agora, o povo vive em miséria. Óleo sobre tela, 123,2 cm × 97,2 cm. acoplado: ligado, amarrado. Fomos até a Academia, pois eu queria ver do que tratavam os projetos. Não Galeria Nacional deacreditei no que vi. As pessoas estavam há anos pesquisando uma maneira de Retratos, Londres, escarafunchar: procurar,arar a terra sem gado, mão de obra ou arado. Experimentalmente, enterravam Inglaterra. revirar.comida e em seguida soltavam cerca de seiscentos porcos no local. Como eles Jonathan Swift (1667- sonegar: deixar de pagar.escarafunchavam a terra atrás do alimento, o solo ficava pronto para ser -1745) nasceu em Dublin,semeado. O projeto acabava sendo mais caro, mas os pesquisadores não desis- na Irlanda, então sob • Comente que a palavra re-tiam dos estudos. domínio inglês. Crítico trato, no título da tela, re- da sociedade de sua fere-se à imagem reprodu- Na área da arquitetura, havia um profissional que queria construir casas como época, ficou conhecido zida pela pintura, e não àos insetos, começando pelo teto. Um linguista desejava abolir os verbos, pois, pela ironia presente em fotografia.segundo ele, as coisas reais eram substantivos. Outro mais ousado queria abolir suas obras. Pora própria língua. Quando indaguei-o do porquê dessa ideia, ele me explicou: denunciar os desmandos dos poderosos, — Cada palavra que dizemos corrói os nossos pulmões. Para que duas pes- enfrentou problemassoas tenham uma conversa, é preciso que carreguem apenas os objetos neces- em sua carreira.sários para determinado tema.Aquelas loucuras acadêmicas todas me deixaram um pouco angustiado. Como um povo inteiro poderiapassar fome e frio em função de pesquisas inúteis que já duravam anos? Por que não usar os métodos antigosde aragem, construção, comunicação, que tinham a sua eficiência já comprovada? Como as pessoas de Lagadoe Laputa não se importavam muito com a minha presença, pois estavam sempre com as mentes muito ocu-padas, resolvi pensar no meu retorno à Inglaterra.SWIFT, Jonathan. Viagens de Gulliver. Adaptação de Ana Carolina Vieira Rodriguez. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2004. p. 16-20. (Coleção Aventuras Grandiosas). Guilherme Asthma/Arquivo da editora 119 119MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Exploração do texto 4. b) Sim, o narrador conta os fatos na ordem em que aconteceram, do mais antigo para o mais recente. Antes da chegada à ilha: Gulliver parte da Inglaterra em viagem por mar; seu navio é atacado por piratas que o abandonam em um bote à deriva; ele consegue chegar a umAtividade 1, item b• Comente que, em algumas arquipélago. Na ilha flutuante: Gulliver conhece seus estranhos habitantes e o rei. Em Lagado, ele conhece a miséria do povo, a metrópole histórias, o protagonista do reino e o trabalho de seus cientistas. conta com a ajuda de ou- tro ou outros personagens, Não deixe de ler Exploração do texto Não escreva no livro! como é o caso de A ilha do Viagens de Gulliver, tesouro (1883), de Robert Louis Stevenson. deóJonathan Swift,• Essa atividade tem como finalidade chamar a aten- adaptação de Ana Maria 1. Nos primeiros parágrafos do texto, ficamos sabendo como o narrador- ção dos alunos para um Machado, Ática. -protagonista chegou ao lugar em que se passará a história. elemento comum em nar- O clássico da literatura rativas de aventura: cria- -se uma situação em que universal em versão a) Essas circunstâncias foram duras? Explique. Sim; Gulliver foi deixado sozinho o herói é separado de seus adaptada pela escritora companheiros pelas cir- em alto-mar por piratas que invadiram o navio em que ele estava. cunstâncias e precisa en- frentar sozinho situações Ana Maria Machado. b) Em outras histórias de aventura que você conhece, o protagonista desafiadoras e/ou perigo- sas em um ambiente di- também tem de enfrentar sozinho situações complicadas? Se sim, dê ferente do seu, às vezes hostil ou fantástico. Por um exemplo. Resposta pessoal. Possibilidade: Robinson CrusoŽ. exemplo: o personagem Super-Homem, que veio de No século XVIII, após 2. Como o narrador-protagonista reage à visão inusitada de uma ilha pai- outro planeta e esconde uma série de mudanças sua identidade; o protago- políticas, a Grã-Bretanha rando sobre sua cabeça? nista do filme As Aventuras passou a compreender de Pi, dirigido por Ang Lee quatro países: Inglaterra, Sem grande estranhamento, somente com um pouco de curiosidade. (2012), entre outros. País de Gales, Escócia e Irlanda. Jonathan Swift 3. A ilha flutuante à qual o narrador sobe faz parte do reino de Laputa.Atividade 2 foi sacerdote da Igreja• Comente com os alunos Anglicana (a Igreja a) A que se dedica uma parte das pessoas desse reino? oficial da Inglaterra), que o narrador-protagonis- mas, sendo irlandês, via Aos estudos de matemática, astronomia e música. ta aceita o fantástico como os ingleses como algo normal. Trata-se de um dominadores e sempre b) Como vive o povo de Lagado, a metrópole (capital) do reino de La- recurso do autor para já in- defendeu a Irlanda, serir o leitor na realidade católica, que vivia em puta? Vive na miséria; o povo é 3. c) Os estudiosos e cientistas passam o tempo construída na narrativa. extrema miséria. todo pesquisando e discutindo planos para a agri- magro e maltrapilho.Atividade 4, item a Seu livro Viagens de• Explique que, apesar de Gulliver, embora tenha c) Qual é a causa dessa situação? cultura, a moradia, etc., sem colocar nada em como foco as aventuras prática, pois os projetos são irreais, nunca dão as situações descritas se- do protagonista, não rem fantásticas e irreais, tinha a intenção de certo e não trazem benefícios para o povo. por trás delas percebem- divertir os leitores; seu -se valores e costumes da intuito era criticar d) Qual dos planos elaborados em Lagado mais chamou sua atenção? época e do local em que a determinados valores e obra foi escrita. Além dis- aspectos da sociedade Por quê? Resposta pessoal. so, Swift data suas narra- britânica de sua época. tivas, escolhe situá-las em 4. Observe como o autor localiza as ações narradas no tempo. um tempo preciso (o dele) e não em um tempo imagi- a) Quando se passa a história? No começo do século XVIII, mais precisamente em nário e abstrato. 1706. Ou seja, na época em que o autor do livro viveu.Atividade 5 b) Nos capítulos, os fatos são narrados de acordo com a ordem em que (EF69LP44) Inferir a pre- 5. d) Para chamar a atenção dos leitores para o fato de que sença de valores sociais, acontecem? Explique. aqueles que são considerados como sábios, muitas vezes, culturais e humanos e de diferentes visões de mun- elaboram projetos sem sentido e distantes da realidade. do, em textos literários, re- conhecendo nesses textos c) Essas escolhas do autor quanto ao modo de desenvolver a história em formas de estabelecer múl- tiplos olhares sobre as iden- uma sequência cronológica aproximam o público leitor da narrativa? tidades, sociedades e cultu- ras e considerando a autoria Explique. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim, pois narrativas e o contexto social e históri- co de sua produção. em ordem cronológica são de compreensão rápida e fácil, sendo acessíveis a um público amplo. (EF89LP37) Analisar os 5. Reflita sobre os capítulos lidos. efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como Não deixe de ver 5. a) Espera-se que os alunos percebam que há crítica a um saber científico que não se ironia […]. Robinson CrusoŽ, a) Considerando a descrição do reino de Laputa e dos personagens, direção de Rod Hardy e George T. Miller. Estados reflita: Qual seria a principal intenção do autor ao escrever esse livro? Unidos: Miramax Films, 1997. 100 min. relaciona com as verdadeiras necessidades da sociedade. b) Swift é conhecido pela ironia presente em suas obras. De que modo a descrição dos projetos dos “sábios” revela esse aspecto da narrativa desse autor? Explique sua resposta e dê um exemplo. Adaptação do romance c) Releia estas falas de Gulliver e do professor que o acompanha. Robinson CrusoŽ, de Daniel Defoe. 5. c) A ironia está em utilizar a expressão Um marinheiro britânico, único sobrevivente de um — E por que a ilha ia ser destruída? sem sentido para classificar o direito de naufrágio, é levado pelas águas do mar até uma o povo da ilha querer ter seu próprio go- — Porque o povo de lá exigia coisas sem sentido do rei. Queriam, vernante. Aócrítica está na falta por exemplo, escolher seu próprio governador. de democracia e negação do direito à escolha. remota ilha deserta, onde Qual é a ironia e a crítica presentes nesse diálogo? enfrenta desafios e perigos. d) Com que intenção Swift adota esse tom irônico e crítico? 5. b) Swift descreve o caráter alienado e absurdo dos projetos dos “intelectuais” do reino. Por exemplo, abolir a própria língua, ale- gando que “Cada palavra que dizemos corrói os nossos pulmões” e que, “Para que duas pessoas tenham uma conversa, é preciso 120 que carreguem apenas os objetos necessários para determinado tema”. Unidade 4 Atividade 5, item a Atividade 5, item b • Verifique se os alunos já tiveram contato com o conceito de Ilu- • A ironia é uma forma de humor que depende do contexto e do minismo em aulas de História e o conhecem. Se julgar pertinente, repertório partilhado entre autor e leitor. Os tipos de ironia acrescente que o Iluminismo (movimento filosófico, artístico e mais frequentes são a verbal, a que conhecemos como uma cultural) era baseado na ideia de que o mundo é racional, ordenado figura de linguagem, e a de situação, que se encontra em tex- e compreensível e, por isso, colocava a ciência e a razão acima de tos como a piada, a paródia, ou em determinadas cenas nar- todas as coisas. As ideias iluministas espalharam-se e o continen- rativas ou de textos dramáticos, por exemplo. A respeito de te europeu foi tomado por uma onda de descobertas e inventos. ironia, consulte o verbete no Dicionário de termos literários, Atento à realidade de seu tempo, Swift não deixou de satirizar a de Massaud Moisés, p. 245, citado na Bibliografia. tendência de ver na ciência a única solução para todos os males.120 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4A ironia é um meio de expressão pelo qual se afirma o contrário do que se pretende dizer ou se confi- Recursos expressivosgura uma situação de contraste ou incongruência com o objetivo de criticar ou promover humor. Quan-do ocorre em trechos delimitados, em uma afirmação ou comentário, constitui uma figura de linguagem. Atividade 1, item c • Comente com os alunos Recursos expressivos que, apesar de não haver1. Romances de aventuras podem ser escritos em 1ª ou 3ª pessoa. O narrador de Viagens de Gulliver, uma descrição explícita de em 1ª pessoa, é também narrador-personagem e o protagonista da história e, como tal, refere-se Gulliver, suas atitudes e fa- a suas próprias reflexões e impressões. las ajudam a caracterizá-lo. Releia estes trechos. 121MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4 Confesso que fiquei apavorado [...].Fiquei curioso [...].Fiquei espantado com tudo isso e calei-me.[...] todas me deixaram um pouco angustiado.a) Ao expressar seus pensamentos e sentimentos, o narrador busca a empatia do leitor. Você concorda com essa afirmação? Explique. Resposta pessoal. Sugestão: Sim, pois isso faz com que o leitor se solidarize com o narrador, participe de suas sensações e, assim, torne-se mais próximo dele.b) Que efeito a escolha desse foco narrativo produz na narração? Aproxima o leitor dos fatos narrados. c) O protagonista dos romances de aventuras costuma ter certos atributos: coragem, espírito de aventura, curiosidade, habilidade para enfrentar desafios. Gulliver demonstra ter essas quali- dades nos exemplos citados? Justifique. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim, pois, mesmo espantado e até se sentindo angustiado, enfrenta situações desconhecidas com coragem e serenidade.2. No romance de aventuras, como em outros textos narrativos, existe um encadeamento entre as ações.a) Indique a consequência que cada fato citado provoca na sequência da narração. Veja o exemplo.Gulliver discutiu com o chefe dos piratas recebeu o pior castigo. causa consequênciaI. Gulliver não quis ficar sozinho no arquipélago onde aportou. Acena para os habitantes da ilha voadora.II. Gulliver não falava a língua de Laputa. Providenciam-lhe um professor. III. As pessoas de Lagado e Laputa não pareciam se importar com a presença de Gulliver. Ele resolve pensar em seu retorno à Inglaterra. IV. Quando havia rebelião, a ilha voadora sobrevoava a região rebelada. O povo ficava sem a luz do Sol e sem chuva, e isso causava doenças e falta de comida, o que os levava a parar a rebelião. b) De que forma esse encadeamento contribui para a progressão da história? Cada fato tem uma con- sequência que, por sua vez, motiva um novo acontecimento e assim por diante, levando a narração para a frente, em direção a um desfecho.3. Nos capítulos, a seleção do vocabulário para caracterizar o ambiente em que se desenrola a histó- ria está relacionada ao assunto tratado. Releia estes trechos e indique a que áreas do conhecimen- to estão ligados. a) Devorei carne de porco em forma de triângulos, frangos parecendo losangos, suflês redondos e pão cortado em fatias quadradas, retangulares e pentagonais. Geometria b) Fui levado à presença do rei, mas ele não reparou quando entramos. Continuou trabalhando sem parar, fazendo contas e anotando números em pedaços de papéis. Matemática Unidade 4 121Atividade 5, item c• Comente que, nesse trecho, Swift provavelmente faz uma crí- tica ao domínio inglês sobre a Irlanda.Atividade 5, item d• Comente com os alunos que existe um conhecido ditado em latim (castigat ridendo mores): por meio do riso castigam-se os costumes, ou seja, por meio do riso se fazem críticas. Em Viagens de Gulliver, o autor critica – e até ridiculariza – a alie- nação de cientistas cujas pesquisas não trazem benefícios para a humanidade.Atividade 4 c) As pessoas estavam há anos pesquisando uma maneira de arar a terra sem gado, mão de obra ou arado. Agronomia (EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção d) […] havia um profissional que queria construir casas como os insetos, começando pelo teto. própria, efeitos de sentido de modificadores do verbo Engenharia/Arquitetura (adjuntos adverbiais – ad- vérbios e expressões adver- e) Outro mais ousado queria abolir a própria língua. Gramática, Linguística biais), usando-os para enri- quecer seus próprios textos. 4. Releia os trechos a seguir. 5. b) Apenas esquisitas expressa avaliação; os que se referem à descrição dos alimentos, embora irônicos, descrevem objetivamente a forma dos alimentos; os demais descrevem • Chame a atenção dos alu- [...] objetivamente as roupas e os instrumentos. nos para a importância de articuladores que marcam Avistei um arquipélago ao sul e remei uma hora até alcançar a primeira ilha. Lá encontrei alguns tempo e espaço (advérbios e locuções adverbiais, con- ovos de pássaro, que mataram a minha fome, e um pequeno riacho, onde bebi enormes goles de água. junções) em textos narrati- vos. Eles contribuem para [...]  indicar o tempo e o lugar da ação e para estabelecer a — Uma vez, umas pessoas daqui resolveram conhecer Laputa. Quando retornaram, trouxeram sequência temporal dos ideias errôneas sobre a nossa matemática e fundaram a Academia de Projetos. Agora, passam o tempo acontecimentos. pesquisando e discutindo planos para a agricultura, moradia, linguagem etc. Como nenhum plano foi aprovado até agora, o povo vive em miséria. Atividade 7, item a • Caso necessário, relembre Qual é a função dos termos destacados nesses trechos? aos alunos as sequências Articular, organizar as orações em relação ao espaço e ao tempo. textuais existentes: narrati- va, descritiva, argumentati- 5. Nos capítulos lidos, há muitos trechos com elementos descritivos. Releia. va, expositiva, etc., assunto visto na Unidade 1. Fui levado a uma mesa de refeição onde a comida tinha forma geométrica. Devorei carne de porco em forma de triângulos, frangos parecendo losangos, suflês redondos e pão cortado em fatias quadra- Atividade 7, item c das, retangulares e pentagonais. • O pretérito perfeito foi usa- […] percebi que as pessoas eram muito esquisitas. Algumas tinham os olhos constantemente vol- do na sequência narrativa para indicar fatos já acon- tados para o céu e a maioria tinha a cabeça virada para a esquerda ou para a direita. Como não conse- tecidos, concluídos num determinado momento; o gui me comunicar com elas, resolvi segui-las. Subimos vários degraus e, durante a caminhada, obser- pretérito imperfeito, na se- quência descritiva, expres- vei que os homens andavam com roupas coloridas, estampadas com figuras de luas, sóis, estrelas e sa características e ações permanentes ou habituais instrumentos musicais. 6. a) Tanto em discurso direto como em discurso indireto. Exemplo de discurso direto: “– Onde (do povo de Lagado) ou que estamos?”; exemplo de discurso indireto: “Assim que consegui formar frases, perguntei por duravam já por um tempo considerável. que em Laputa [...] algumas pessoas tinham despertadores.”. • Comente que, em descri- ções, aparecem basica- a) Ao empregar adjetivos relacionados à área da Matemática para caracterizar alimentos, é pos- mente verbos que indicam estado, frequentemente no sível perceber um tom de ironia no trecho? Explique. Espera-se que os alunos percebam que sim. O autor, presente ou no pretérito im- perfeito do indicativo, pois provavelmente, ironiza a aplicação insólita de princípios da Matemática à realidade. não há passagem de tem- po: os elementos são mos- b) Entre os adjetivos destacados, quais mostram ao leitor julgamento, avaliação pessoal do nar- trados como se apresen- tam em um determinado rador? E quais servem para caracterizar os elementos de forma objetiva? momento, tal qual em uma fotografia. Na narração, c) Haveria algum impacto para a leitura se os adjetivos fossem retirados desses trechos descritivos? com verbos no pretérito, o objetivo é expressar a pas- Explique sua resposta. A leitura e a compreensão estariam prejudicadas, pois o emprego de adjetivos em trechos sagem do tempo, indicando descritivos é importante para o leitor visualizar com os olhos da imaginação as características mudança de situação. • Recomende para os alunos de lugares, personagens, objetos, etc. outras leituras de roman- ces de aventura. Uma pos- 6. Ao longo dos dois capítulos lidos, há diálogos entre personagens. sibilidade é o livro Três aven- turas,daeditoraAtual. Essa a) Eles são narrados em discurso direto ou indireto? Exemplifique. obra contém três histórias de ação e suspense: “O es- b) Em sua opinião, de que modo o discurso direto aproxima o leitor dos personagens? Justifique. caravelho de ouro”, de Edgar Allan Poe; “A volta ao mundo 7. Releia e observe as formas verbais destacadas. em 80 dias”, de Júlio Verne – dois clássicos universais –; Quando chegamos em Lagado, fiquei impressionado com a miséria do povo. As pessoas eram ma- e “O manuscrito de Phileas gras, andavam com roupas esfarrapadas e não tinham o que comer. Fogg”, de Júlio Emílio Braz, autor brasileiro. a) Qual é o tempo verbal empregado no período em que há uma sequência textual narrativa?122 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4 Pretérito perfeito do indicativo: chegamos, fiquei. b) Qual é o tempo verbal empregado no período em que há uma sequência textual descritiva? Exemplifique. Pretérito imperfeito do indicativo: eram, andavam, (não) tinham. c) Baseando-se no trecho lido, apresente uma hipótese: Qual é a diferença de uso entre esses dois tempos verbais? Resposta pessoal. 6. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que o discurso direto permite ao leitor conhecer os personagens diretamente, sem intermédio do narrador. Além disso, o discurso direto pode tornar a narrativa mais dinâmica. 122 Unidade 4Para lembrar Do texto para o cotidianoIntenção principal Romance de aventurasLeitores Envolver o leitor na narrativa das aventuras de um herói que enfrenta perigos e Competência geral da vence obstáculos. Educação BásicaOrganização 1. Valorizar e utilizar os Leitores em geral, pessoas que gostam de aventuras e ação.Linguagem conhecimentos histo- Narrado em 1ª ou 3ª pessoa. ricamente construídos Tempo: ordem cronológica. sobre o mundo físico, Pode conter discurso direto ou indireto. social, cultural e digital Espaço: lugares distantes, exóticos, ambientes hostis e perigosos. para entender e expli- Protagonista: tem atributos como coragem, força, determinação, habilidade para car a realidade, conti- vencer perigos. nuar aprendendo e cola- borar para a construção Adequada aos personagens e aos leitores. de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! O papel da ciência Depois de ler os dois capítulos de Viagens de Gulliver, cabe uma reflexão: Seráque, atualmente, a ciência também pode se distanciar das reais necessidades dahumanidade e do planeta? Sente-se com um ou dois colegas. Juntos, leiam este artigo escrito por umcientista brasileiro e reflitam sobre algumas questões. É importante entender a ciência? theromb/Shutterstock O conhecimento científico tem transformado o nosso Unidade 4 123mundo de uma forma muito intensa, em particular noúltimo século. De fato temos consciência sobre as suasimplicações em nossas vidas? Nos dias atuais recebemos grandes quanti-dades de informações por meio de jornais,televisão, rádio, internet, etc. Além dasnotícias referentes à política, ao esporte,às novelas, aos fatos policiais, entre outras,são cada vez mais comuns aquelas relacio-nadas aos avanços científicos e tecnológicosobtidos no Brasil e no mundo. Ouvimos falar sobre viagens espaciais,Estação Espacial Internacional, clona-gem, alimentos transgênicos, armas nu-cleares, computadores, vírus em softwares,nanotecnologia, etc., mas quase semprenão entendemos de fato o que está acon-tecendo e o que são essas coisas. 123MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Atividade 6 O nosso mundo está ficando cada vez mais complexo e, infelizmente, entendemo-lo cada vez me- aarrows/Shutterstock¥ Comente que a exploração nos. Basta dar uma simples olhada ao redor e nos deparamos com equipamentos e fenômenos físicos e químicos, mas não temos ideia como de fato eles funcionam ou acontecem. Em nossa casa, por espacial propiciou avan- exemplo, utilizamos a radiação eletromagnética para controlar televisores à distância (controle remo- ços tecnológicos que trou- to), cozinharmos alimentos (forno de micro-ondas) e falarmos à distância com outras pessoas (tele- xeram inúmeros benefícios fones celulares). Contudo, não temos a menor ideia de como essa radiação atua nessas diferentes si- para a sociedade em geral. tuações, embora operemos esses aparelhos com muita facilidade. Como exemplos, é possí- vel citar o sistema de GPS, [...] o aperfeiçoamento de sa- télites, uma maior qualida- Como o uso da tecnologia está influencian- de na previsão do tempo, do cada vez mais o nosso dia a dia, é importan- roupas que regulam a tem- te conhecer o funcionamento do mundo a peratura corporal, acaba- nossa volta para tomarmos decisões que en- mento antiaderente nas volvem até aspectos éticos e morais. Precisa- panelas, entre outros. mos ter consciência das reais consequências que esses avanços trazem para a nossa vida, tanto positivamente como negativamente. [...] Além disso, cientistas são seres humanos. Como tais, eles têm falhas e defeitos, e, em alguns casos, não possuem o senso de ética necessário para refletir sobre as implicações de um novo conhecimento gerado. Por isso é uma questão de cidadania ter o direito (e o dever) de se informar e compreender como ocorrem os avanços científicos e tecnológicos para que se tenha a capacidade de opinar melhor sobre o seu o uso, pois, afinal, todos são responsáveis pelo destino da humanidade. OLIVEIRA, Adilson J. A. É importante entender a Ciência?. Click Ci•ncia. Disponível em: <www.clickciencia.ufscar.br/portal/edicao12/ colunista_adilson.php>. Acesso em: 27 jul. 2018. UFSCar - Universidade Federal de São Carlos © 2008 – Todos os direiros reservados. 1. Pelo trecho, é possível entender a relação entre o papel da ciência e a sociedade. Segundo o autor do texto, qual é o papel da ciência? A ciência traz benefícios para a humanidade com sua aplicação no cotidiano. 2. Para o cientista, a ciência tem se distanciado da realidade? Não; segundo ele, a ciência se mostra presente em diversas situações do dia a dia. 3. Nos capítulos que lemos de Viagens de Gulliver, o autor, Jonathan Swift, faz uma crítica aos estudos científicos que não têm por objetivo tornar melhor a vida real das pessoas. Em sua opinião, esse tipo de estudo, que ele observava no século XVIII, ainda existe hoje em dia? Resposta pessoal. 4. A crítica que Jonathan Swift faz a estudos científicos é compartilhada por Adilson J. A. de Oliveira? Explique sua resposta.Não exatamente. O professor diz que a ciência hoje está voltada a diversos aspectos da vida humana, mas que as pessoas muitas vezes não compreendem seu sentido. Vocês concordam com a visão do cientista? Por quê? Resposta pessoal. 5. Segundo o autor do texto, qual é o grande desafio da população hoje em dia em relação aos avan- ços da ciência? O autor do texto acredita que o grande desafio da população hoje em dia em relação a esses conhecimentos é ter consciência das consequências que os avanços científicos trazem para a vida, tanto positiva quanto negativamente. 6. O que você acha da área da ciência dedicada às pesquisas espaciais? Elas trouxeram, trazem ou trarão algum benefício para a humanidade? Resposta pessoal. 7. Em sua opinião, a que tipo de pesquisa os cientistas deveriam se dedicar, hoje, para tornar melhor a vida no planeta? Resposta pessoal. 124 Unidade 4124 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Atividade de escuta Não escreva no livro! Atividade de escuta Book trailer Júlio Verne (1828- (EF69LP40) Analisar, em gra- -1905) nasceu na vações […], os elementos Uma das mais conhecidas narrativas de aventuras é, sem dúvida, A volta ao França. É considerado paralinguísticos (tais como:mundo em 80 dias, do escritor francês Júlio Verne. o precursor da tom e volume da voz, pausas moderna narrativa de e hesitações – que, em ge- Com a ajuda do professor, assista a uma animação sobre esse livro (um book ficção científica. Em ral, devem ser minimizadastrailer), preparado por uma empresa de mídia voltada a alunos da rede pública seus livros, escreveu –, modulação de voz e ento-em campanha para incentivar a leitura. sobre aventuras em nação, ritmo, respiração etc.) lugares extraordinários […] para melhor performar O book trailer emprega os mesmos recursos audiovisuais de um trailer de e exóticos, em meio a apresentações orais […]. filme, mas explora o enredo de um livro, buscando atrair o público-leitor. muita ação, vividas por protagonistas corajosos • Sugerimos que baixe o ví- 1. Qual é o principal recurso utilizado no vídeo para despertar o interesse e e destemidos. Suas deo em equipamento ade- a curiosidade do leitor? Apresentar a sinopse do livro em formato de animação, como se obras mais conhecidas quado ou apresente-o aos são Volta ao mundo alunos diretamente do site, fosse um trailer de filme, com linguagem própria a esse gênero. em 80 dias, Da Terra à em sala apropriada. Lua, Vinte mil léguas 2. Por que a imagem de um relógio teria sido escolhida como imagem inicial submarinas e Viagem • Ovídeoparaarealizaçãodes- da animação? Sugestão: O tempo é o elemento central da obra: o protagonista tem 80 ao centro da Terra. ta atividade está disponível Submarinos, máquinas em: <www.youtube.com/ dias para realizar a viagem em torno do mundo. O locutor diz que, para a época, realizar essa voadoras e outros tipos watch?v=MBxRGdrAtQ0>; façanha em 80 dias era considerado impossível. de transporte até então acesso em: 27 jul. 2018. O inexistentes são canal de onde extraímos o 3. Que recursos visuais e sonoros são utilizados no vídeo para compor a explorados com link do vídeo é de utilidade apresentação da história? São usados os personagens, cenas da história (por exem- originalidade nas obras pública e tem como objetivo de Verne. apresentar ao público jovem plo, o momento da aposta), um mapa representando parte do percurso, etc., enquanto uma autores e obras da literatu- música de fundo sugere ação e aventura. ra brasileira e mundial, a fim de incentivar sua formação 4. Analise a locução do vídeo em relação: como leitores literários. a) ao volume e ao tom da voz. Resposta pessoal. Atividade 1 b) à velocidade da narração (vagarosa, apressada, dinâmica, difícil de • Explique aos alunos que o acompanhar...). Resposta pessoal. vídeo é um book trailer, gê- nero que busca divulgar emc) a hesitações e pausas. Não há: a narração é fluente e acompanha as cenas. vídeo um livro impresso ou um e-book utilizando prin-5. O locutor usa algumas palavras e expressões que rementem a aventura. cipalmente recursos vi- suais para atrair leitores. Dê exemplos da exploração desse campo semântico e explique com que Atividade 2 intenção ele as empregou. “Uma viagem repleta de aventuras”, “adversários desconhe- • Verifique se os alunos re- cidos”, “encontros inesperados”. O locutor procura reforçar a ideia de ação e antecipar os desa- conhecem o Big Ben na ani- fios que o protagonista irá enfrentar para atrair o leitor que se interessa por esse tipo de história. mação, indicando Londres como o ponto de partida6. A animação foi eficaz, isto é, deixou-o com vontade de ler o livro? Justifique. dos personagens. Ajude- -os a perceber que, ao ini- Resposta pessoal. ciar e finalizar o vídeo comReprodução/Editora Martin Claret a imagem do relógio inglês, Reprodução/Editora Zahar Reprodução/Editora FTD o trailer também faz refe- rência à volta ao mundo: Reprodução/Editora Moderna Capas de diferentes edições no início, os personagens Reprodução/Editora Scipione do livro A volta ao mundo em saem de Londres; após 80 dias, de Júlio Verne. as aventuras, brevemen- te mencionadas no trailer, Unidade 4 125 retornam ao mesmo ponto. Atividade 3 • Comente que as imagens e a locução lembram um modo antigo de narrar, adequado ao livro que está sendo recomendado (escri- to no século XIX). As cenas são próprias de animações antigas, inclusive com cli- chês na apresentação dos personagens “selvagens”. A linguagem, bastante for- mal, também ajuda a cons- truir essa impressão. Atividade 4 • Comentequeolocutorimpri- me um tom e um ritmo que remetemànarraçãodeaven- turas no cinema ou rádio. 125MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Cultura digital – Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro!Experimente fazer! Book trailerCompetênciaespecífica de Língua Jamie Gril/Tetra Imagens/Getty ImagesPortuguesa para oEnsino Fundamental Meninas fotografando livro com celular.10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferen- Na seção anterior, você analisou um book trailer. • Na abertura, apresentem a obra. Não se tes linguagens, mídias Chegou a hora de produzir um vídeo como aquele esqueçam de mostrar a capa do livro e de e ferramentas digitais para indicar a outras pessoas algum livro especial. focalizar o nome do autor e da editora. para expandir as formas Siga os passos e bom trabalho! de produzir sentidos (nos processos de com- 1. Junte-se a um colega e escolham um livro • No desenvolvimento, contem resumida- preensão e produção), que ambos tenham gostado de ler. Se for mente a história do livro. Folheiem o livro e aprender e refletir sobre um romance de aventuras, melhor! façam pausas para dar destaque a trechos o mundo e realizar dife- do texto e ilustrações, se houver. Ressaltem rentesprojetosautorais. 2. Conversem com o professor para decidir também as partes ou recursos linguísticos quando e onde realizarão a gravação do que considerarem mais importantes!(EF69LP06) Produzir e publi- vídeo. Combinem também que recursoscar [...] textos de apresenta-ção e apreciação de produção utilizarão, de acordo com o material e os • No encerramento, convidem os espectado-cultural [...] vivenciando de equipamentos disponíveis na escola. res para ler a obra e incluam os créditos doforma significativa o papel de[...] comentador, de analista, 3. Façam um roteiro para a elaboração do vídeo. vídeo, indicando o nome de vocês comode crítico, de editor ou articu- Para isso, escrevam o texto que será lido responsáveis.lista, [...] etc., como forma decompreender as condições enquanto vocês mostram trechos do livrode produção que envolvema circulação desses textos e e indiquem o que entrará em cada momento. Sinalizem também no roteiro quem ficarápoder participar e vislumbrarpossibilidades de participa- responsável pela locução e pela filmagem.ção nas práticas de lingua-gem do campo jornalístico e 4. Selecionem imagens e façam desenhos para mostrar durante a filmagem. Usem a criativi-do campo midiático de forma dade para cativar os espectadores e despertar o interesse deles pelo livro apresentado noética e responsável, levando- book trailer.-se em consideração o con-texto da Web 2.0, que amplia 5. Planejem recursos sonoros para ambientar • Para criar efeitos sonoros ou trilhas, usema possibilidade de circulação o book trailer. Busquem sonoridades que percussão corporal, objetos que possam servirdesses textos e “funde” os pa- combinem com o que está sendo dito e de fontes sonoras e instrumentos musicais.péis de leitor e autor, de con- mostrado no vídeo em cada momento.sumidor e produtor. 6. Sigam as orientações do professor para editar, finalizar e salvar o vídeo.(EF69LP07) Produzir tex-tos em diferentes gêneros, Ao final das produções, conversem com o professor e combinem onde os book trailers daconsiderando sua adequa- turma circularão. É possível publicá-los no blogue da escola ou reuni-los em uma mídia eção ao contexto produção e disponibilizá-la na biblioteca!circulação – os enunciado-res envolvidos, os objetivos, 126 Unidade 4o gênero, o suporte, a circu-lação –, ao modo (escrito ou (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como [...] vídeo [...],oral; imagem estática ou em dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações [...] e utilizando formas demovimento etc.), à varieda- expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais[...], dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de mani-de linguística e/ou semiótica festação da cultura de fãs.apropriada a esse contexto,à construção da textualidade (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textosrelacionada às propriedades que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências ante-textuais e do gênero), utili- riores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.zando estratégias de plane-jamento, elaboração, revisão, • Veja, nas “Orientações gerais” neste Manual do Professor, propostas de encaminhamento para o trabalho com esta seção.edição, reescrita/redesign eavaliação de textos, para, coma ajuda do professor e a cola-boração dos colegas, corrigire aprimorar as produçõesrealizadas, fazendo cortes,acréscimos, reformulações,correções de concordância,ortografia, pontuação em tex-tos e editando imagens, arqui-vos sonoros, fazendo cortes,acréscimos, ajustes, acres-centando/ alterando efeitos,ordenamentos etc.126 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 4Produção escrita Não escreva no livro! melhor ler o livro? Fomente a discussão no sentido de que Capítulo de romance de aventuras ambos os formatos podem ser bons; entretanto, o tex- Pessoas do mundo todo sonham em, um dia, fazer uma viagem extraordinária e, depois, escrever a história to escrito proporciona ao lei-de suas aventuras – mas poucos conseguem. Uma alternativa é escrever as aventuras de personagens ima- tor a criação do imaginário daginários, como fizeram autores como Júlio Verne e Jonathan Swift. Leia a tira a seguir. obra: pelas descrições dos personagens e cenários, o © Salvador Benedit - Ricardo Liniers/Liniers/Fotoarena leitor constrói imagens que não necessariamente serão LINIERS. Macanudo. n.1. Campinas: Zarabatana Books, 2008. p. 59. iguais às de outro leitor. Em filmes, entretanto, as ima- Que tal escrever o primeiro capítulo de um romance de aventuras, também passado em um lugar fictício gens já vêm prontas. Em ge-e narrado em 1ª ou em 3ª pessoa? ral, a adaptação do livro à linguagem cinematográfica Decida quem serão seus leitores: adultos, jovens ou crianças? É necessário ter isso em vista para adequar exige decisões como cor-o desenvolvimento das ações, a criação dos personagens, a linguagem utilizada, etc. tes, reduções, mudança de foco narrativo, inserção de O capítulo pode ser publicado no blogue da turma. Guarde uma cópia para ser publicada na Revista que novos diálogos, entre outrosmontaremos no final do ano. aspectos, o que pode afastá- -lo da obra original. As con-Antes de começar clusões podem servir para os alunos refletirem sobre 1. Você já sabe que o enredo, em um texto ficcional narrativo, é composto basicamente de cinco como criar, em sua produção partes. Veja o esquema a seguir. Estude-o e reflita sobre seu leitor, fazendo suas escolhas. do capítulo, trechos descri- tivos que deem aos leitores Situação inicial Apresente a situação inicial. Deve ser uma situação estável em que se a possibilidade de imaginarComplicação (conflito) encontra seu personagem. Quem é ele? Quais são suas características físicas personagens, cenários, si- e psicológicas? tuações. Desenvolvimento • Comente com os alunos so- Clímax Surge um conflito. Qual é ele e de que modo modiáca a situação inicial e bre a intertextualidade da muda o rumo de seu personagem? tira com a obra de Jonatan Desfecho Swift. Enriqueta e seu gato Sequência de ações na interação com outros personagens e em outros Fellini são alguns dos per- lugares. Que acontecimentos direcionam a história do personagem? Que sonagens criados por Ri- desaáos ele precisará enfrentar? cardo Liniers (1973-), qua- drinista argentino. A garota Ponto de tensão máxima. O que acontece de mais tenso para ou com o faz da leitura seu principal personagem? entretenimento. Se julgar pertinente, sugira aos alu- A complicação é solucionada. Como termina o capítulo? O personagem nos a página “As leituras de conseguiu vencer essa etapa? Está pronto para novas aventuras? Como Enriqueta, por Liniers” (dis- continuaria o próximo capítulo? ponível em: <http://www. projetolatinoamerica.com.2. No caderno, anote as respostas para as perguntas propostas no esquema. br/as-leituras-de-enriqueta-3. Acrescente elementos referentes ao tempo e ao espaço. por-liniers>; acesso em: 10 ago. 2018), em que há uma a) Em que momento de vida seu personagem está nesse capítulo? sequência de ilustrações da b) O personagem vem de onde e vai para onde? personagem lendo, princi- c) Quanto tempo dura o capítulo? palmente, os grandes clássi- d) Em que espaço e ambiente esses acontecimentos ocorrem? cos da literatura. O texto que acompanha as imagens está Unidade 4 127 em espanhol, mas é possí- vel identificar a maioria dos Produção escrita títulos. (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restri- Antes de começar ções temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação […]. Desfecho • Comente com os alunos (EF89LP35) Criar […] narrativas de aventura […] com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos […]. que, em narrativas em ca- pítulos ou seriadas, assim• Paraintroduziraatividadedeproduçãoescrita,sugerimosquepeçaantecipadamenteaosalunosquepesquisemromancesdeaventura como em telenovelas, no fi- e suas adaptações para o cinema. Em data combinada, discuta a questão com a turma: basta assistir ao filme para conhecer a obra, ou é nal de cada capítulo há sem- pre um “gancho”, algum ele- mento de tensão que tem a função de instigar a curiosi- dade e motivar a continua- ção da leitura ou a adesão à novela. Peça que incluam um “gancho” no final do ca- pítulo que vão produzir. 127MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Planejando o texto Planejando o texto (EF08LP04) Utilizar, ao pro- 1. Utilizando suas anotações, prepare o roteiro do seu capítulo, para depois desenvolvê-lo com os duzir texto, conhecimentos detalhes. linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e con- Dica: cordâncias nominal e ver- • Nos capítulos das Viagens de Gulliver, o protagonista encontra personagens e situações estranhas, mas bal, modos e tempos ver- bais, pontuação etc. não enfrenta grandes perigos. Em seu capítulo, você pode explorar mais esse aspecto – a ação, os desafios, os perigos enfrentados – e fazer o personagem viver peripécias e passar por riscos que ele só superará (EF08LP14) Utilizar, ao pro- usando inteligência, destreza, força, etc. duzir texto, recursos de coe- são sequencial (articulado- 2. Nos trechos descritivos, empregue adjetivos e locuções adjetivas na caracterização de personagens, res) e referencial (léxica e cenas e lugares, para que o leitor possa recriá-los na imaginação. pronominal), construções passivas e impessoais, dis- 3. Pense no campo semântico que você pode utilizar no texto. Faça uma lista do vocabulário referen- curso direto e indireto e ou- te ao conteúdo da história: espaço, época, vestimentas, meios de transporte, etc. tros recursos expressivos adequados ao gênero textual. 4. Nos trechos narrativos, marque a sequência progressiva do episódio com articuladores textuais que expressem tempo e lugar (advérbios e locuções adverbais).Leitura do capítulo deromance de aventuras 5. Para reproduzir as falas dos personagens, empregue tanto o discurso direto quanto o indireto com verbos de elocução variados.• Sugerimos que organize a leitura dos alunos confor- 6. Faça retomadas de termos anteriores para estabelecer a coesão textual. me a realidade de sua sala de aula. Se possível, peça Dica: que os demais colegas fa- • É importante criar uma história verossímil, isto é, narrar acontecimentos que não precisam ser çam uma apreciação sobre o capítulo do colega. verdadeiros, mas que provoquem uma impressão de realidade. O leitor aceitará a história se ela lhe parecer verdadeira. Autoavaliação e reescrita 1. Releia a primeira versão do texto produzido: a) procurando se colocar no lugar de um leitor que não conhece a história. b) observando o que pode ser melhorado. c) observando a aplicação dos recursos linguísticos e gramaticais que você já domina. 2. Realize as alterações que considerar necessárias e entregue o texto para o professor. 3. Depois da verificação do texto pelo professor, redija a versão final, digite e imprima seu texto, ou, se não for possível, passe-o a limpo com letra legível. Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. Leitura do capítulo de romance de aventuras Em data marcada pelo professor, leia seu capítulo para os colegas. Não se esqueça de ler com fluência e expressividade, realçando trechos importantes, fazendo pausas oportunas, etc. Inspire-se no trabalho do locutor do vídeo a que assistiu na seção Atividade de escuta. Lembre-se também do que tem praticado nas atividades de leitura oral anteriores. 128 Unidade 4128 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Reflexão sobre a língua Vozes verbais (EF08LP08) Identificar, em Sabemos que o verbo pode variar em relação a número, pessoa, tempo e modo. Vamos ver agora outro textos lidos […] verbos na tipo de variação que os verbos podem sofrer: a que diz respeito à voz, que expressa a relação que o sujeito voz ativa e na voz passiva, da oração mantém com a ação que se realiza. Veja como isso acontece. interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e pas- 1. Releia este trecho de Viagens de Gulliver e observe as formas verbais destacadas. sivo (agente da passiva). Em pouco tempo, chegamos ao palácio real. Fui levado à presença do rei, mas ele não reparou • Nesta seção, serão aborda- quando entramos. Continuou trabalhando sem parar, fazendo contas e anotando números em peda- das as vozes verbais (ativa, ços de papéis. passiva e reflexiva) e o agen- te da passiva. a) Na oração “Em pouco tempo, chegamos ao palácio real” qual é o sujeito com que a forma verbal chegamos concorda? O sujeito é nós (implícito), referindo-se a eu (o narrador, Gulliver) e às pessoas de Atividades 1 e 2 • O conceito de sujeito tem Lagado que ele estava seguindo. sido, há já algum tempo, b) A locução verbal continuou trabalhando concorda com o sujeito o rei (implícito), menciona- objeto de revisão por lin- do na oração anterior. Nessas duas orações, pode-se dizer que o sujeito tem um papel ativo ou guistas e gramáticos que passivo em relação à ação verbal? Um papel ativo. passaram a considerar um equívoco a definição de su- c) A forma verbal fui levado concorda com o sujeito eu (implícito). Pode-se dizer que o sujeito, jeito como agente, ou seja, nessa oração, tem um papel ativo ou passivo em relação à ação verbal? Por quê? aquele que pratica a ação ou ainda aquele de que se diz Um papel passivo, porque Gulliver foi levado por alguém. alguma coisa. Mário Perini, no livro Para uma nova gra- 2. Releia mais este trecho. mática do Português, cita- do na Bibliografia, mostra a A viagem ia muito bem até que, em abril de 1707, quando estávamos quase chegando ao nosso incoerência entre essas de- destino, fomos atacados por um navio pirata. Depois de sermos amarrados e saqueados, tivemos de finições e a análise linguís- esperar que os piratas decidissem o que iam fazer conosco. [...] tica. Por exemplo, em “Os tijolos estão bloqueando a a) A forma verbal sermos (amarrados e saqueados) concorda com o sujeito (implícito) Gulli- passagem dos carros”, não é ver e seus companheiros de viagem. Pode-se dizer que o sujeito, recuperado pelo possível afirmar que o sujei- contexto, estabelece uma relação de passividade ou de atividade em relação à ação verbal? to (os tijolos) praticou qual- quer ação. Na oração “EmEstabelece uma relação de passividade, já que, pelo contexto, Gulliver e seus companheiros foram amarrados e saqueados pelos piratas. Santarém chove muito”, de- clara-se algo a respeito de b) Em “Como eu havia discutido com o comandante”, a forma verbal havia discutido concorda Santarém, que não é o su- com o sujeito, expresso pelo pronome eu. Que relação se estabelece: de atividade ou de pas- jeito; a oração não tem su- sividade? De atividade, pois o sujeito tem papel ativo. jeito. Bechara, em sua Mo- derna Gramática Brasileira A passividade, em termos gramaticais, é o fato de a ação verbal corresponder a um sujeito (Nova Fronteira, 2009), p. gramatical que não exerce papel ativo (atividade) na ação. 409, define sujeito como “[...] sintagma nominal que3. Leia este trecho de uma notícia. estabelece uma relação pre- dicativa com o núcleo verbal [...] para constituir uma oração”. Para José Carlos Azeredo, Um jovem de 19 anos precisou ser resgatado pelo helicópteroáArcanjoána última segunda-feira autor de Gramática Houaiss, após ser picado por uma víbora venenosa naáCosteira do Ribeirão, região sul deáFlorianópolis. “[...] o sujeito não se carac- Morador local, ele estava com o tio limpando o terreno de uma trilha próxima à cachoeira da Ser- teriza por seu significado re- vidão Costa do Sol quando foi mordido por um animal da espécie jararacuçu. lacional (ou papel semânti- co) na frase, mas por ser Oá Corpo de Bombeiros Militará foi acionado para atender a ocorrência por volta das um lugar de preenchimento 16h25min e enviou a equipe do helicóptero Arcanjo pela emergência do caso e difícil acesso obrigatório junto aos verbos ao local. Segundo a guarnição, eles utilizaram a técnica do triângulo de resgate: um tripu- pessoais, o que vale dizer, lante desceu da aeronave de rapel e localizou a vítima, preparando-a para ser içada até um junto à esmagadora maio- local próximo à praia. ria dos verbos”. (Gramática Houaiss, 12º capítulo: Vozes Unidade 4 129 do verbo e questões correla- tas, p. 273). Atividade 1, item c • Comente que, pelo con- texto, é possível perceber que o personagem foi le- vado por funcionários, por pessoas, por guardas, por exemplo. Nesse sentido, gramaticalmente, trata-se de um sujeito passivo, pois não é o responsável pela ação realizada. 129MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Atividade 3, item c Após ser resgatado, o jovem foi atendido e medicado pelos bombeiros próximo à Rodovia Baldi-• No caso da voz ativa, o su- cero Filomeno, a principal rua do bairro. O tio matou a víbora e entregou o animal para que a equipe pudesse fazer o reconhecimento da espécie e escolher o soro antiofídico específico. A apli- jeito é considerado o res- cação ocorreu no Hospital Universitário, para onde foi encaminhado em estado estável e recebeu ponsável pela ação verbal, o atendimento definitivo. o que não ocorre na voz passiva. As formas ver- [...] bais é picado e (é) resga- tado correspondem gra- LIMA, Gabriel. Jovem é picado por víbora venenosa e resgatado por helicóptero em Florianópolis. maticalmente ao sintagma CBN Diário, 20 fev. 2018. Disponível em: <http://cbndiario.clicrbs.com.br/sc/noticia-aberta/jovem-e-picado-por-vibora-venenosa-e- nominal jovem, que ocupa a posição de sujeito gra- resgatado-por-helicoptero-em-florianopolis-210187.html>. Acesso em: 10 ago. 2018. matical, sendo considera- do um sujeito passivo, típi- a) De acordo com o trecho, de que modo se fez o resgate do jovem picado pela víbora? co das construções verbais passivas e tradicionalmen- Foi necessária a intervenção do Corpo de Bombeiros Militar com a técnica de triângulo de resgate. te denominado como sujei- to paciente. b) Qual foi a importância do tio na recuperação do jovem? Pela ação do tio, pôde-se saber qual espécie de• Caso necessário, relem- víbora havia picado o sobrinho e fazer a aplicação correta do soro antiofídico específico, contribuindo para a breve bre o conceito de locução verbal. c) Observe e compare as formas verbais destacadas a seguir. recuperação do jovem. O tio matou a víbora e entregou o animal [...]. Jovem é picado por víbora venenosa e resgatado por helicóptero em Florianópolis Em qual das orações há sujeito ativo e em qual, um sujeito passivo? Sujeito ativo, na primeira; sujeito passivo, na segunda. Quando o sujeito (gramatical) é o responsável pela ação verbal, dizemos que é um sujeito ativo e que o verbo está na voz ativa. Quando o sujeito não é responsável pela ação verbal, dizemos que o sujeito é passivo e que o verbo está na voz passiva. 4. Leia este trecho de um material informativo sobre a Floresta Amazônica. Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo A Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo foi criada em 2005, com uma área de 342.477,60 hectares. A Rebio garante a manutenção de grandes blocos de vegetação nativa na região do Arco do Desmatamento, às margens da BR – 163, mantendo, inclusive, a diversidade genética das formações florestais que sofrem maior pressão de exploração econômica. A Rebio Nascentes da Serra do Cachimbo possui significativa importância ambiental, principalmente por proteger centenas de nascentes perenes, formadoras de importantes rios das bacias do Xingu e do Tapajós e, também, devido à sua heterogeneidade e peculiaridade ambiental. [...] WIKI Parques. Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo. Disponível em: <www.wikiparques.org/wiki/Reserva_Biol%C3%B3gica_Nascentes_da_Serra_do_Cachimbo>. Acesso em: 27 jul. 2018. a) De acordo com o trecho, qual é a importância da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (Rebio)? Explique. Ela protege centenas de nascentes perenes, formadoras das bacias do rio Xingu e Tapajós na Amazônia. b) O que pode acontecer se houver desmatamento nessa região? Pode-se perder a diversidade genética da floresta. c) Releia. A Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo foi criada em 2005 [...] É possível saber quem criou a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (Rebio)? Justi- fique sua resposta. Essa informação não é dada explicitamente no texto, pois não há a presença do agente da passiva. 130 Unidade 4130 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4d) Compare. A Reserva Biológica [...] foi criada em 2005. A víbora foi morta pelo tio. De que forma foram construídas as orações na voz passiva? Por uma locução verbal formada pelo verbo auxiliar ser mais o particípio passado dos verbos principais: criar e matar. A voz passiva é construída com os verbos auxiliares ser, estar, ficar acrescidos de um verbo no particípio passado (mordido, levado, falado, feito, construído, etc.).5. No trecho da notícia lido anteriormente, há outras informações sobre o acidente e o resgate do jovem. Releia estes trechos e observe as formas verbais destacadas. [...] ele estava com o tio limpando o terreno de uma trilha próxima à cachoeira da Servidão Costa do Sol quando foi mordido por um animal da espécie jararacuçu. Após ser resgatado, o jovem foi atendido e medicado pelos bombeiros próximo à Rodovia Baldice-ro Filomeno, a principal rua do bairro.a) As locuções verbais indicam passividade ou atividade em relação ao sujeito nessas orações? Explique. Expressam passividade, pois o sujeito (o jovem) não tem papel ativo em relação à ação verbal.b) Observe o esquema. Sujeito passivo Locuções verbais Responsável pela açãoele foi mordido um animal da espécie jararacuçuo jovem foi atendido e medicado bombeiros As locuções verbais estão na voz passiva ou ativa? Estão na voz passiva.c) De que forma os termos que indicam o responsável pela ação estão ligados às formas verbais? Por meio de uma preposição (por) e da contração pelos (preposição por + artigo os). O termo que tem o papel de sujeito em relação à ação verbal na voz passiva é chamado de agente da passiva. Pode vir introduzido pela preposição por, a mais frequente, ou pela preposição de.6. Leia a postagem ao lado, publicada em uma Reprodução/<https://www.facebook.com/MPFederal/> rede social. a) Que órgão é responsável por essa pos- tagem? O MPF (Ministério Público Federal). b) O que está sendo denunciado por meio da hashtag #MarSemLixo? c) Por que os adjetivos pequeno e gran- des foram grafados com letra maiús- cula na imagem? d) Qual é o sujeito da construção na voz passiva “acaba sendo ingerido”? Um pequeno canudo de plástico.MINISTÉRIO Público Federal – MPF. Facebook, 10 jun. 2018.Disponível em: <www.facebook.com/MPFederal/photos/a.178492012298211.1073741828.178478368966242/1 018276544986416/?type=3&theater>. Acesso em: 30 jul. 2018.6. b) O fato de que canudinhos de plástico, aparentemente inofensivos, se jogados no mar podem ser ingeridos por animais marinhos,ou seja, causar grandes danos ao meio ambiente.6. c) As palavras compõem uma antítese e visam chamar a atenção para a dimensão do contraste entre algo tão pequeno Unidade 4 131e suas imensas consequências. 131MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Atividade 7 7. Leia este trecho do romance A mão e a luva, de Machado de Assis. Vocabulário [...] assaz: muito, bastante. A manhã estava fresca e serena; era tudo silêncio, mal quebrado pelo bater do mar e pelo chilrear chilrear: cantar, emitir som. dos passarinhos nas chácaras da vizinhança. Estêvão, amuado por não poder conciliar o sono, re- solvera-se a ir ver a manhã, de mais perto. Ergueu-se de manso, lavou-se, vestiu-se, e pediu que lhe esmero: cuidado extremo. levassem café ao jardim, para onde foi sobraçando um livro que acaso topou ao pé da cama. sobraçar: segurar debaixo O jardim ficava nos fundos da casa; era separado da chácara vizinha por uma cerca. Relanceando do braço ou entre o braço os olhos pela chácara, viu Estêvão que era plantada com esmero e arte, assaz vasta, recortada por e o tórax. muitas ruas curvas e duas grandes ruas retas. [...]Boxe definição ASSIS, Machado. A mão e a luva. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/• Comente que a voz reflexi- download/texto/bn000027.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. va pode ser reflexiva sim- a) No trecho, há vários elementos descritivos. O que eles descrevem? ples (olhou-se no espe- lho) e reflexiva recíproca A manhã, o personagem Estêvão, uma chácara. (olharam-se nos olhos, bei- jaram-se). b) Por que descrições são importantes em textos ficcionais narrativos?• Emrelaçãoànorma-padrão, a voz ativa pode ser cons- Para dar ao leitor a caracterização do ambiente e dos personagens que compõem a história. truída com verbos intran- sitivos, transitivos diretos c) O narrador descreve várias ações do personagem em diferentes orações. Quais são elas e qual e transitivos indiretos; a é a pontuação empregada nessa descrição?“Ergueu-se de manso, lavou-se, vestiu-se, e pediu que lhe levas- voz passiva e a voz reflexi- va são construídas apenas sem café ao jardim, para onde foi sobraçando um livro que acaso topou ao pé da cama”. Foram empregadas as vírgulas e com verbos transitivos di- retos. Na voz ativa, o sujeito d) Observe e analise. a conjunção e para separar as orações que indicam as ações do personagem. tem papel ativo; na passiva, construída com um verbo [...] lavou-se, vestiu-se [...]. auxiliar mais particípio, se- guido ou não do agente da Nessa orações, o sujeito estabelece uma relação de atividade ou de passividade em relação à passiva, o sujeito é afetado ação verbal? Espera-se que os alunos percebam que ambas ao mesmo tempo: Estêvão lavou Estêvão, Estêvão vestiu pela ação e tem papel pas- sivo; na voz reflexiva, o su- Estêvão. jeito tem papel ativo e pas- sivo simultaneamente, pois Quando a forma verbal se reverte para o próprio sujeito com o auxílio de um pronome e o sujeito a ação é reflexa. Ressalte- é ativo e passivo simultaneamente, temos a chamada voz reflexiva. -se que, na voz passiva, há a possibilidade de supressão 8. Leia mais um trecho do mesmo romance, com o mesmo personagem. do agente da passiva sem que isso afete a correção [...] gramatical. Trata-se de uma escolha que atende a propó- Eram nove horas da noite; Luís Alves recolhia-se para casa, justamente na ocasião em que Estêvão sitos discursivos, que abor- o ia procurar; encontraram-se à porta. Ali mesmo lhe confiou Estêvão tudo o que havia, e que o daremos na próxima seção. leitor saberá daqui a pouco, caso não aborreça estas histórias de amor, velhas como Adão, e eternas• Nalinguagemcoloquial,tan- como o céu. [...] to escrita quanto oral, tem sido comum o emprego de ASSIS, Machado. A mão e a luva. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/ verbos transitivos indiretos download/texto/bn000027.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. em construções passivas, como em “O espetáculo foi a) Observe a forma verbal destacada. Qual é o sujeito dessa oração? Luís Alves e Estêvão. assistido por todos” ou “To- das as regras de trânsito de- b) Trata-se do emprego da voz ativa, passiva ou reflexiva? Reflexiva. vem ser obedecidas pelos motoristas”. c) Observe que o sujeito, recuperado pelo contexto, é composto. Nesse caso, a voz verbal empre- gada refere-se a apenas um dos núcleos verbais do sujeito ou aos dois? Aos dois núcleos do sujeito: Luís Alves e Estêvão. Quando a voz reflexiva corresponde a um sujeito composto, é chamada de voz reflexiva recí- proca. 132 Unidade 4132 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4Leitura 2 Não escreva no livro! Leitura 2 Antes de ler Assista ao vídeo Li- teraturas africanas1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos indiquem Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, em Língua Portugue-Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor-Leste. sa com os alunos. No Material Digital do Pro- 1. Você sabe em que países a língua portuguesa é considerada uma língua oficial? fessor há orientações para o trabalho com 2. Você já leu um livro escrito originalmente em português por um autor não brasileiro? Se sim, con- esse recurso. te aos colegas e ao professor. Resposta pessoal. 3. Leia o título do texto a seguir. O que você espera encontrar na leitura? Resposta pessoal. Você vai ler a seguir um texto escrito por Ondjaki, autor angolano contemporâneo. Ele foi extraído dacoletânea Os da minha rua, cujas narrativas são independentes umas das outras, mas ligadas entre si pelopersonagem principal, Ndalu, e pela presença dos amigos e da família. Ondjaki e outros autores africanosque escrevem em português, em particular os escritores angolanos, usam o termo estória para designar oque contam e o modo como contam. A palavra estória é usada por parte dos autores africanos de ficção em língua portuguesa para deno- minar suas narrativas. No sentido que lhe dão, o termo pode ser entendido como uma narrativa curta, com um modo de narrar que consideram diferente em relação ao do conto tradicional. Para esses auto- res, essas narrativas não são contos nem relatos; são mesmo estórias o que contam. Leia esta estória de Ondjaki, aprecie a leitura e conheça a visão do protagonista sobre momentos es-peciais que ele viveu. Será que o que ele conta é diferente do que você vive, viveu ou poderia ter vivido?Leia para descobrir. Durante a leitura do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em queelas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. Um pingo de chuva Eu acho que nunca cheguei a dizer a ninguém, talvez só mesmo à Romina, mas na minha cabeça eusempre escondia este pensamento: as despedidas têm cheiro. E não é cheiro bom tipo chá-de-caxinde, ouas plantas a darem ares duma primeira respiração na frescura da manhã, entre silêncios e cacimbos mo-lhados. Não. Despedida tem cheiro de amizade cinzenta. Nem sei bem o que isso é, nem quero saber. Nãogosto mesmo de despedidas. Um dia nós, os do nosso grupo, quase silenciosos, tínhamos combinado encontro na escola Juventudeem Luta, depois do almoço. Os mais atrasados, como sempre, eram o Bruno e o Cláudio. As meninas játinham chegado, ficamos ali no campo de futebol a olhar a escola quase vazia. Como num filme, sempre me acontecia isso: eu olhava as coisas e imaginava uma música triste; depoisquase conseguia ver os espaços vazios encherem-se de pessoas que fizeram parte da minha infância. De re-pente um jogo de futebol podia iniciar ali, a bola e tudo em câmara lenta, um dia vou a um médico porque eudevo ter esse problema de sempre imaginar as coisas em câmara lenta e ter vergonha de me dar uma vontadede lágrimas ali ao pé dos meus amigos. A escola enchia-se de crianças e até de professores, pessoas que tinhamsido da minha segunda classe, da terceira, até lembrava de repente o exame da quarta classe com o texto“Oriana e o peixe”. Quando alguém me tocava no ombro, as imagens todas desapareciam, o mundo ganhavacores reais, sons fortes e a poeira também. — Tás a ouvir?! — alguém dizia. Unidade 4 133 133MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4(EF89LP33) Ler, de forma Eu tinha que fingir que sim e engolir com os olhos todas as lágrimas. A escola estava vazia e, sem nin- autônoma, e compreender guém dizer nada, todos tínhamos medo daquela sensação. O fim da sétima classe: a incerteza sobre quem – selecionando procedimen- ainda íamos encontrar no ano seguinte. As pautas já tinham saído, todos tínhamos passado com boas tos e estratégias de leitura notas e muitos estavam contentes por causa das férias grandes. Eu não. adequados a diferentes ob- jetivos e levando em conta Chamaram-me, para irmos andando. Já tinham chegado todos. Tínhamos combinado encontro na características dos gêneros escola Juventude em Luta, para depois do almoço irmos até à casa dos camaradas professores Ángel e e suportes – […] narrativas María. Aquilo tudo cheirava a despedida até mais não. de ficção […], expressando avaliação sobre o texto lido e — Não sentem o cheiro? — brinquei. estabelecendo preferências — Só se for da tua catinga — o Bruno disse. Todos riram. Eu também. Embalei-me naquelas gargalhadas por gêneros, temas, autores. para olhar bem para eles, para eles todos, os meus colegas da sétima classe, e quase todos também tinham sido meus colegas desde a segunda até à quarta. Bons tempos. Uns traziam lanche, outros não; uns tinham • Optamos, nesta coleção, bola e carrinhos bonitos, outros não; todos vínhamos vestidos com o fardamento azul, de modo que no por manter o termo estória, intervalo a escola ganhava uma gritaria toda azul de crianças a quererem aproveitar aqueles vinte minutos usado por diversos autores de liberdade e maluqueira. Os asmáticos, como eu, voltavam transpirados para a sala de aulas, com falta de africanos de língua portu- ar, a tossir, e eram ralhados pela camarada professora Berta. No dia seguinte corríamos outra vez. guesa para nomear suas Chegámos à casa dos camaradas professores Ángel e María. O camarada professor não estava vestido produções. Há várias pu- com a calça militar dele, tinha uma camisa creme tipo “goiabera” e uma calça justa. A camarada professora blicações desses escrito- María tinha a cara toda pintada, com exagero mesmo, mas eu não queria que ninguém lhe gozasse porque res em cujos títulos o termo vi nos olhos dela a olhar para nós, que ela queria só estar bonita a disfarçar a tristeza dela. é empregado: de Mia Cou- — A camarada professora tá muito bonita — a Petra disse, as outras meninas concordaram. Eu também. to (Moçambique), Estórias O Bruno olhou com cara feia, mas conseguiu controlar-se, não riu nem estigou. abensonhadas (1994); de Era uma tarde quase bonita numa cor amarela e castanha que o sol tinha posto dentro do apartamento Luandino Vieira (Angola), pequeno deles. Serviram chá para nós, um chá aguado mas doce, cheio de ternura. Quase ninguém tinha Velhas Estórias; de Agualu- palavras de falar – nem eles, nem nós. Depois o camarada professor Ángel explicou-nos, com palavras um sa (Angola), A feira dos as- bocadinho difíceis, que a missão deles em Angola tinha terminado e que se iam embora muito em breve. sombrados e outras estórias inverosímeis; de Germano Guilherme Asthma/Arquivo da editora Almeida, (Cabo Verde), Estó- rias de dentro de casa e Es- 134 tórias contadas. do na Revista África e africanidades, Ano IV, n. 14-15, ago. e nov., php?option=com_content&task=view&id=125> (acesso • Para os críticos, as narrati- 2011 (disponível em: http://www.africaeafricanidades.com. em: 10 ago. 2018). vas de Os da minha rua são br/documentos/14152011-17.pdf>; acesso em: 20 jul. 2018). um misto de diário e crôni- • Comente com os alunos que a narrativa acontece na cidade de Leitura ca, ou ainda memórias fic- Luanda, capital de Angola, onde nasceu e cresceu Ondjaki, cujo cionais. Nela, embora não nome é Nadlu, o mesmo do personagem central das estórias • Sugerimos que, inicialmente, leia o texto para os alunos em haja propriamente uma in- de Os da minha rua, livro de onde foi tirado o texto “Um pingo de voz alta com expressividade para que possam fruir a leitura e triga, como no conto tradi- chuva”.Sejulgarpertinente,leiaparaosalunosodepoimentode sensibilizar-se com a linguagem poética utilizada pelo narra- cional, há uma progressão Ondjaki a respeito dos professores cubanos em entrevista dor para contar um momento especial de sua vida. Em seguida, de eventos em ordem cro- disponível em: <http://bu.furb.br/sarauEletronico/index. peça que leiam individualmente o texto, a fim de que tenham nológica que vai da apre- a compreensão global da narrativa. sentação do assunto cen- tral (o encerramento das aulas e a visita combinada aos professores) até o des- fecho, quando os alunos se afastam melancolicamen- te da casa dos mestres, passando pelo momento mais carregado de emoção quando o professor explica que vai embora. • Para mais informações so- bre a literatura africana em língua portuguesa pós-co- lonial, sugerimos a leitura do artigo “Angola, Moçam- bique e Cabo Verde: uma in- trodução à prosa de ficção da África lusófona”, publi- cado na Revista Nau Literá- ria (disponível em: <http:// seer.ufrgs.br/index.php/ NauLiteraria/article/ view/20491>; acesso em: 20 jul. 2018). Para conhe- cer mais sobre a obra de Ondjaki, sugerimos a leitu- ra de “Entre a voz e a letra... o espaço do encantamen- to”, de Surian Seidl, publica-

134 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 4



Page 2

Os procedimentos de leitura Toda leitura que fazemos é orientada pelos objetivos e finalidades que temos ao realizar a leitura, e estes objetivos determinam aescolha de procedimentos que tornarão o processo de leitura mais eficaz. Assim: i) se estamos realizando uma pesquisa sobre determinado assunto, investigaremos quais obras podem abordar esse assunto, sele-cionando as que nos parecerem adequadas para uma leitura posterior: leremos o título, identificaremos autor, leremos a apresentaçãoda obra, procurando antecipar se há alguma possibilidade de aquele portador tratar do assunto; procuraremos no índice se há algumcapítulo ou seção que aborde o tema, por exemplo; j) nessa mesma pesquisa, selecionada a obra, procuraremos ler apenas os tópicos referentes ao assunto de nosso interesse, e não,necessariamente, a obra toda; k) se estivermos estudando determinada questão, leremos o texto intensivamente, procurando compreender o máximo do que foidito pelo autor; l) se estivermos selecionando textos que nos possibilitem trabalhar com variedades linguísticas, por exemplo, o nosso critério serátemático e, dessa forma, buscaremos indicações sobre qual o tema e o assunto que os textos abordam; m) se estivermos procurando revisar nosso texto para torná-lo mais adequado, buscaremos pôr todos os elementos que possamprovocar um efeito de sentido diferente daquele que pretendemos. Como se pode ver, os objetivos que podem orientar a leitura podem ser vários: Ler para:Obter uma informação Obter uma informação Seguir instruções (de Aprender Revisar um textoespecífica geral montagem, de orienta- ção geográfica...)Construir repertório – Apresentar oralmentetemático ou de lingua- um texto a uma au- Praticar a leitura em Verificar se houve com- Prazer estéticogem – para produzir diência (numa con- voz alta para uma situa- preensão (reler)outros textos ferência, num sarau, ção de leitura dramáti- num jornal...) ca, de gravação de áu- dio, de representação...A estes objetivos correspondem também vários procedimentos: Uma leitura:Integral Leitura sequenciada e extensiva de um textoInspecional Quando se utilizam expedientes de escolha de textos para leituraTópica posteriorDe revisãoItem a item Para identificar informações pontuais no texto, localizar verbetes em um dicionário ou enciclopédia Para identificar e corrigir, num texto dado, determinadas inadequações em relação a uma referência estabelecida Para realizar uma tarefa seguindo comandos que pressupõem uma ordenação necessáriaExpressiva Ter clareza dos objetivos que orientam a nossa leitura nos possibilitará selecionarmos os procedimentos mais adequados pararealizá-la. Ler, como se vê, é uma atividade complexa. A proficiência leitora envolve o domínio dos aspectos discutidos acima. Nessa perspectiva, qual é a tarefa que cabe à escola?NA ESCOLA... Vimos que a finalidade principal da escola hoje é formar alunos capazes de exercer a sua cidadania, compreendendo criticamente asrealidades sociais e nelas agindo, efetivamente. Para tanto, coloca-se como fundamental a construção da proficiência leitora desse aluno. MANUAL DO PROFESSOR XLIXAo mesmo tempo que a escola necessita criar pautas in- sentido indesejado e oferecendo a contrapartida, quer dizer,teracionais que possibilitem aos alunos apropriarem-se dos explicitando o equívoco e oferecendo novas referências paradiferentes aspectos envolvidos no processamento dos textos, a significação.a própria proficiência leitora dos alunos é condição para esseprocesso de apropriação, dado que a escola é uma instância O professor de outras áreas precisa, dessa forma, saber quaissocial de interação verbal que se vale do conhecimento sobre são as estratégias e procedimentos que um leitor proficientea linguagem escrita para cumprir a sua função, que é ensinar. utiliza para poder utilizá-los de maneira compartilhada com o aluno, de forma que este se aproprie dos mesmos. Nessa perspectiva, é fundamental que todos os educadores –em especial os professores – estejam atentos para essa questão. O professor de Língua Portuguesa deve tomar as estraté-Conhecer a natureza do processo de leitura, assim como o gias e procedimentos de leitura como objeto fundamental deprocesso pelo qual os sentidos de um texto são construídos, é trabalho e aprofundar esse conhecimento no que se refere àscondição indispensável para uma aprendizagem efetiva, quan- especificidades dos gêneros, de maneira mais sistematizada.do esta pressupõe a leitura de textos escritos. No ensino de Língua Portuguesa – sobretudo no Ensino Um professor de Matemática, por exemplo – assim como de Fundamental –, os conteúdos, no geral, têm um caráter pro-qualquer outra área –, tanto necessita ter informações gerais sobre cedimental, considerando que se trata de tematizar todos oso processamento dos sentidos de um texto quanto informações conhecimentos com os quais se opera na prática de linguagem.específicas sobre as características dos textos que circulam em Não que isso signifique que não haja conceituação no processosua aula – as situações-problema, os enunciados de exercícios, os de compreensão de tais conhecimentos, transformados emtextos expositivos que sistematizam conhecimentos – e que são conteúdos de ensino.típicos de sua área de conhecimento. São estas informações quepossibilitarão a ele uma intervenção de efetiva qualidade. Significa, apenas, que a dimensão procedimental predomina no trabalho com linguagem, dado que se trata de aprender a Da mesma forma, os professores de Ciências, História, Geo- participar de práticas sociais, e não de elaborar definições agrafia, Artes, Educação Física, Língua Estrangeira, entre outras respeito de tais conteúdos ou de apenas organizá-los de ma-áreas. Isso não significa, no entanto, que o professor de Língua neira sistematizada.Portuguesa dará à questão da leitura o mesmo tratamento. A sistematização/organização dos conhecimentos é processo A ele, evidentemente, caberá um tratamento mais aprofunda- que irá sendo tratado à medida que as necessidades e possibi-do tanto das especificidades dos gêneros discursivos que mais lidades de aprendizagem dos alunos determinem, e que irá secirculam nas outras áreas do conhecimento, quanto àqueles que complexificando à medida que avançam os anos de escolaridade.não circulam prioritariamente em nenhuma, mas que podem edevem ser trabalhados em todas – como os da mídia impressa, De maneira geral, os conteúdos de ensino relacionados àtelevisiva e radiofônica, entre outros – e também os literários. leitura são os mesmos para os diferentes ciclos e níveis de ensino. O que os diferencia é o grau de aprofundamento com Nessa perspectiva, os conteúdos que o professor de língua que irão sendo tratados ao longo do processo de escolaridade,portuguesa deverá eleger como prioritários para o trabalho em função do grau de complexidade dos textos e gêneros se-devem constituir-se como conhecimentos dos quais os demais lecionados para trabalho, que implicará graus de dificuldadeprofessores se utilizarão para realizarem a leitura dos textos distintos para os alunos.que selecionarem para trabalho. Mas, como em certa medidaconhecimentos específicos e procedimentos de leitura são in- Por exemplo, ler um conto policial pode ser uma tarefa queseparáveis, isso não deve eximir o professor de outras áreas de apresente graus de dificuldade diversos para os alunos. Paratrabalhar com esses aspectos, sendo que ênfases diferentes é aquele que tiver maior familiaridade com o gênero, com oque constituem as especificidades das diversas áreas. Para os assunto tematizado no texto, com a linguagem utilizada pelodemais professores, os conteúdos específicos de leitura, em si, autor, poderá ser uma tarefa fácil. No entanto, para aquele quedevem ser instrumentos, ferramentas a serem utilizadas para desconhece o gênero, por exemplo, a dificuldade será diferente,se buscar a compreensão do conteúdo específico de sua área – pressupondo novas aprendizagens.foco de seu trabalho. Quer dizer, se o professor de Língua Por-tuguesa deverá tematizar as estratégias de leitura, estas serão “Uma charge política, por exemplo, supõe conhecimento depressupostos dos demais professores no processo de atribuição mundo e experiência político social que podem não estar dadosde sentido aos textos que tratarão dos conteúdos específicos para um aluno de onze anos. Dessa forma, sua leitura podede sua área. De tal forma que, se um aluno atribui um senti- diferenciar-se tanto da que for realizada por um aluno de 14do equivocado a um texto lido, ele consiga diagnosticar qual anos, quanto da que for feita por um de 17. O mesmo raciocínioo problema – uma inferência inadequada, uma antecipação se aplica a um poema, uma crônica, uma notícia, uma carta deincorreta, por exemplo – e (re)orientar sua ação para auxiliar solicitação ou uma reportagem. Nesse sentido, a intervençãoo aluno a resolver o problema – ler junto, buscando descobrir do professor e, consequentemente os aspectos a serem tema-qual o índice linguístico que o aluno utilizou para atribuir o tizados, tanto poderão ser diferentes, quanto poderão ser os mesmos, tratados com graus diversos de aprofundamento14.”14 MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental (5a a 8a série). Bras’lia: MEC/SEF, 1998.L MANUAL DO PROFESSORNessa perspectiva, é a especificidade das práticas sociais – e) leitura de escolha pessoal: é a leitura de livre escolha. Odeclamar um poema em um sarau, fazer uma leitura dramá- aluno seleciona o que quer ler, realiza a leitura individualmentetica de um texto de teatro, ler jornal em casa pela manhã, ler e, depois, apresenta sua apreciação para os demais colegas. Éum texto para estudar, entre outras – e dos gêneros e textos uma leitura que possibilita a construção de critérios de seleçãoselecionados para trabalho que determinará o tratamento que e de apreciação estética pessoais.será dado aos conteúdos de leitura, que serão os mesmos nosdiferentes ciclos e níveis de ensino. Quais sejam: f) projetos de leitura: trata-se de uma forma de organizar o trabalho que prevê a elaboração de um produto final voltado,Estratégias de Ativação de conhecimento necessariamente, para um público externo à sala de aula. As Leitura prévio e seleção de demais modalidades citadas costumam estar articuladas em informações projetos de leitura. Realização de inferências O fundamental na organização das atividades é procurar organizá-las de forma que se aproximem das práticas sociais Antecipação de informações de leitura não escolares. Localização de informações Para finalizar, retomaremos a referência contida no título no texto do texto: no processo de leitura e de ensino da leitura, qual é a chave que se espera? Verificação de inferências e antecipações realizadas Para o professor, a chave é múltipla: o conhecimento da natureza da leitura; o conhecimento dos procedimentos e Articulação de índices estratégias de leitura utilizados pelos leitores proficientes; o textuais e contextuais reconhecimento de si como leitor proficiente; o agir como leitor proficiente junto aos seus alunos. Redução de informação semântica: construção e Para o aluno, a chave é una, mas não menos complexa: a generalização de informações apropriação das estratégias e procedimentos utilizados pelos leitores proficientes, e sua utilização eficaz nas práticas sociaisProcedimentos de Leitura inspecional de que participar. Leitura Leitura tópica Leitura de revisão Estas, as chaves necessárias. Leitura item a item Leitura expressiva BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre leitura e a formação de leitores: qual é a chave que se espera? Disponível em: <https://escrevendoofuturo.org.br/ O trabalho com estes conteúdos deve pressupor uma or- EscrevendoFuturo/arquivos/912/040720121E-_Leitura__Formacao_de_ganização de atividades em algumas modalidades didáticas Leitores.pdf>. Acesso em: 9 out. 2018.fundamentais: 9. Orientações didáticas para este volume a) leitura colaborativa: a leitura que professor e alunos rea-lizam paulatinamente, em conjunto, prática fundamental para Apresentamos a seguir orientações, comentários e suges-a explicitação das estratégias e procedimentos que um leitor tões de encaminhamento para o trabalho com algumas seçõesproficiente utiliza. deste volume. b) leitura programada: a leitura que serve para a ampliação 9.1. Propostas de encaminhamento para o trabalhoda proficiência leitora, sobretudo, no que se refere à extensão com a seção Cultura digitaldos textos trabalhados ou à seleção de textos/livros mais com-plexos. Nela, o professor divide o texto em trechos que serão As propostas que se relacionam com a cultura digital en-lidos um a um, autonomamente e, depois, comentados em volvem práticas de apreciar, curtir, comentar, curar, compar-classe em discussão coletiva. tilhar, entre outras. Embora tenhamos trabalhado aquelas mais adequadas à faixa etária, sugerimos que as propostas c) leitura em voz alta feita pelo professor: é a leitura reco- sejam realizadas sob a sua orientação e responsabilidade. Nomendada, sobretudo, para as classes de alunos não alfabetiza- caso de envio de e-mails, postagens ou compartilhamentosdos, como possibilidade de aprendizagem da linguagem escrita em redes sociais, sugerimos que a atividade seja realizadaantes mesmo que tenham compreendido o sistema. por você, na companhia dos alunos, em um espaço adequado de sua escola, a fim de respeitar as restrições de idade ao d) leitura autônoma: é aquela que o aluno realiza indivi- acesso a determinadas plataformas da internet e preservardualmente, a partir de indicação de texto do professor. É uma a identidade e segurança dos estudantes.modalidade didática que possibilita ao professor verificar quala aprendizagem já realizada pelo aluno. MANUAL DO PROFESSOR LIO quadro a seguir traz o panorama das propostas para o A seguir, apresentamos propostas de encaminhamentovolume de 8º ano: para o trabalho com as seções em todas as Unidades. As habi- lidades correspondentes ao trabalho proposto estão explicita- 8º ano das nas orientações específicas do corpo do livro em formato U das respectivas seções.Pense nessa prática!: Vale Liberdade de expressão × Unidade 1qualquer comentário? discurso de ódio Cultura digital – Pense nessa prática!, página 24Experimente fazer!: Resenha Vlog culturalem vídeo Sugerimos que faça a atividade oral e coletivamente. Ouça os alunos e fomente a discussão em torno da ética e responsa-U1 Experimente fazer!: Participe bilidade no ambiente digital e do “discurso de ódio” que possa estar presente. e comente! Atividade 1Vocês sabia?: Qual é a origemdas palavras da língua Espera-se que os alunos reconheçam a importância deportuguesa? compartilhar avaliações, sendo elas negativas ou positivas, pois esse compartilhamento dá abertura para a discussãoVocê sabia?: Compartilhe e e possibilita ampliação e multiplicação de sentidos dos (oucomente! suscitados pelos) objetos artísticos avaliados. Além disso, abrem possibilidades para novas criações, na medida em queU2 Experimente fazer!: E-zine E-zine cada “leitor” se torna “autor” do objeto artístico, dando a ele novos sentidos.Você sabia?: O que sãoe-zines? Comente que resenhas não são textos neutros, pois car- regam em si a subjetividade de quem escreve. São lidas paraPense nessa prática!: Reflexões sobre a demo- se obterem opiniões sobre um objeto cultural, mas não devem substituir a experiência pessoal de recepção desse objeto.Participação cidadã em meio cracia digital Ressalte que é importante que se tenha a própria experiên- cia com a produção artística, não se limitando à experiênciaU3 digital alheia.Você sabia?: O que é Atividade 2e-participação? Espera-se que os alunos destaquem a relevância de se posicionar de forma ética e respeitosa, tanto em relação Experimente fazer!: Book Book trailer aos artistas criadores quanto aos leitores que têm opinião trailer divergente sobre o objeto avaliado, evitando conteúdos ver- Reflexão sobre as práti- bais e não verbais [destaque o uso de símbolos, figurinhasU4 Pense nessa prática!: Curtir cas de curtir e comentar e emoticons] ofensivos. e a participação crítica e e comentar ética nas redes sociais Cultura digital – Experimente fazer!, página 32 Experimente fazer!: Podcast cultural Preparação da atividadeU5 Gravação de paródia Combine com os alunos como realizarão a atividade. Agen- de horários em espaços da escola para gravação e edição doExperimente fazer!: Podcast Podcast científico vídeo e reserve ou providencie as ferramentas necessárias, como câmera fotográfica ou celular com câmera. científico Sobre curadoria e confia- Leia com eles o boxe “Para relembrar”, retomando o con-U6 ceito de vlog. Abra espaço para que os alunos falem sobre vloggers cujos trabalhos acompanham e solicite que comen- Você sabia?: 8 dicas para tem a respeito dos temas e das características das publica- ções que esses vloggers costumam fazer. Se possível, projetepesquisar na internet bilidade de informação vídeos desses vloggers, a fim de comentá-los em conjunto e envolver os alunos ainda mais na produção.Experimente fazer!: Audiobook de contosAudiobook de contos Você sabia?: O que é Uso ético e responsável de textos de terceiros naU7 audiobook? rede Você sabia?: Cuidado com o uso de textos de terceiros! Você sabia?: Há sites Reflexão sobre os interes- brasileiros de checagem de ses que movem o campo fatos jornalístico.U8 Pense nessa prática!: Ler criticamente: há interesses por trás das notícias?LII MANUAL DO PROFESSOROriente-os a desenvolver um roteiro de elaboração do ví- Utilize o canal da escola ou um canal pessoal. Converse comdeo, de maneira a indicar o que falarão em cada momento. os alunos e com os familiares e decidam se deixarão os epi-Recomende que dividam o roteiro de acordo com as três partes sódios do vlog da turma públicos ou se restringirão o acessomencionadas: introdução, desenvolvimento e conclusão. ao material na internet. Se houver a intenção de restringir o acesso, recomendamos a utilização da opção de privacidade Promova momentos em sala de aula para que os alunos “Não Listado”, no YouTube, e “Somente pessoas com senha”, noensaiem para a gravação do vídeo. Ressalte a importância de Vimeo, na hora da publicação. Se os vídeos forem protegidosconsiderar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de por senha, decidam como compartilharão essa senha com ovoz, pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) e cinésicos público desejado.(postura corporal e gestos significativos) na hora da filma-gem, destacando que tais aspectos produzem e intensificam Depois de publicar os vídeos, informe o link gerado parasentidos em apresentações orais audiovisuais. ele no post do blogue da escola. Elabore coletivamente o texto desse post e selecione com os alunos a imagem que acompa- Oriente os alunos a ensaiar bastante antes da etapa de gra- nhará a publicação.vação. Explique que, se estiverem bem ensaiados e segurosquanto ao que falarão em cada momento do vídeo, poderão Cultura digital – Experimente fazer!, página 43seguir sem interrupções do início ao final da gravação, va-lendo-se do improviso em casos de esquecimento. Ressalte Sugerimos que peça aos alunos que assistam ao slideshowque isso vai evitar edições no material e, ao mesmo tempo, como tarefa de casa. Na aula seguinte, em momento oportuno,deixará a linguagem do vídeo mais informal e espontânea, o colha as impressões sobre o que viram. Quais foram as surpre-que aproximará ainda mais a produção deles do vlog. sas? Já tinham noção da origem dessas palavras? Gravação No slideshow, não se informa a origem das palavras favela, galera, mausoléu. Se julgar conveniente, comente que o termo Se possível, realize as etapas da atividade no período de favela, segundo alguns dicionários, é o diminutivo da palavraaula e com recursos da escola, adequando cada momento à de origem latina fava e designa uma planta arbustiva. Com orealidade da instituição de ensino. Escolha um lugar tranquilo sentido que adquiriu no país, é considerada um brasileirismo (sóe silencioso para realizar as gravações e oriente os alunos a existe no português brasileiro). Segundo o dicionário Houaiss,se ajudarem na hora de capturar o vídeo, compartilhando de galera tem origem no catalão, língua falada em algumas regiõesforma solidária os equipamentos disponíveis. da Espanha; mausoléu vem do grego. Caso não haja tempo suficiente para desenvolver a etapa Unidade 2de gravação na escola, proponha a eles que façam as grava-ções em casa, com o auxílio de um familiar. Verifique a possi- Cultura digital – Experimente fazer!, página 77bilidade e os recursos para tal saída, de forma a garantir quetodos consigam realizar a etapa de filmagem sem constran- Preparação da atividadegimentos. Para aqueles que não dispuserem de dispositivosde gravação particular, é possível, por exemplo, promover Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da se-plantões na escola para realizar essa etapa. Converse com a ção e o boxe “Você sabia?: O que são e-zines?”. Abra espaçoturma e decidam juntos a melhor alternativa. Se as filmagens para que eles compartilhem suas experiências como produto-forem realizadas individualmente em casa, combine como eles res e consumidores tanto de fanzines como de e-zines.enviarão os vídeos para a escola (via e-mail ou aplicativo, porexemplo). Apresente aos alunos alguns exemplos de e-zine. Na internet, há vários modelos disponíveis. Sugerimos que Edição e finalização faça uma pesquisa prévia e selecione aqueles que sejam de interesse dos alunos e apropriados à faixa etária deles, Se necessário, promova momentos na sala de informática desconsiderando os conteúdos inadequados do ponto deou outro ambiente da escola com computadores para a etapa vista ético, político e religioso, a fim de evitar preconceitosde edição dos vídeos. Oriente-os a investigar se no próprio e constrangimentos.aparelho de captação (como os celulares) não há como editaros vídeos, fazendo os cortes necessários. Se achar oportuno, mostre um trecho do vídeo “Fanzinei- ros do Século Passado”, disponível em: <https://youtube. Transfira todas as produções para um computador e reú- com/watch?v=-IWPYaQ4FUs> (acesso em: 19 set. 2018),na-as no mesmo local, salvando-as pelo nome do aluno que é para que os alunos conheçam um pouco mais da cultura doo comentador em cada vídeo. fanzine, produção que depois gerou o e-zine. Aproveite para discutir com eles sobre as mudanças decorrentes do desen- Publicação do vlog volvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação Faça o upload dos episódios do vlog em uma plataformade compartilhamento de vídeos, como o YouTube ou o Vimeo. MANUAL DO PROFESSOR LIII(TICs) na circulação e no alcance dos fanzines, que saíram forma de incentivar os alunos a participar de práticas reais dedo papel e foram parar nas telas, ao virarem e-zines. Caso compartilhamento de obras literárias que apreciam, amplian-opte por produzir o zine no papel para a Produção do ano, do as trocas de textos da cultura juvenil e, consequentemente,acesse um tutorial que explica o passo a passo da produção, despertando ainda mais o interesse deles pela atividade.em um trabalho artesanal de desenho, colagem e pintura,para orientar os alunos (disponível em: <https://youtu.be/ PublicaçãozIXuZCbZrUQ>; acesso em: 15 out. 2018). Salve o arquivo gerado e publique-o no blogue da escola Promova um momento em sala de aula para que os alu- ou mesmo envie por e-mail aos familiares ou aos alunos quenos compartilhem suas preferências e possam reunir-se em já tenham correio eletrônico (lembrando que a idade mínimaduplas, levando em conta interesses em comum. Permita recomendada para criar e administrar contas de e-mails é 13também que planejem o e-zine em sala de aula, decidindo as anos), para que as produções sejam compartilhadas com ocaracterísticas e a identidade visual da publicação e distri- máximo de pessoas possível.buindo tarefas entre os alunos, bem como resolvendo quemficará responsável por elaborar cada item ou texto da revista. Os alunos poderão utilizar as habilidades desenvolvidasIncentive os alunos a escolher os formatos que utilizarão, e as práticas digitais aqui abordadas para produzir a versãocombinando o tamanho de folha, de texto e outros, a fim de digital da Revista que desenvolverão na Produção do ano.padronizar minimamente a publicação, para que, ao final, o Converse com eles a respeito, verificando as possibilidadese-zine tenha uma identidade. para a circulação da publicação, levando em conta a realidade e os recursos disponíveis na escola. Produção Unidade 3 Para produzir as páginas das duplas de alunos e depoiso e-zine da turma, é possível utilizar softwares de edição de Cultura digital – Pense nessa prática!, página 108texto e imagens ou de criação de apresentações e até op-ções on-line de criação e publicação digital. Considerando os Aproveite o momento para conversar com os alunos sobrerecursos da escola, escolha a ferramenta que será utilizada o uso das tecnologias da informação e comunicação (TDICs)para a atividade. no campo de atuação na vida pública, discutindo o contexto de produção, circulação e práticas relacionadas à defesa de Se possível, sugerimos o uso de programas digitais on-line, direitos e à participação cidadã em meio digital, a fim de levá-como Flipsnack, Canva ou outros similares. Essas ferramentas -los a reconhecer essas práticas ou a possível utilização delascostumam disponibilizar versões gratuitas, exigindo apenas em situações reais do cotidiano, dando maior significado àum cadastro. Se houver oportunidade de usá-las, apresente reflexão proposta.aos alunos o recurso antecipadamente, esclarecendo possí-veis dúvidas. Em geral, a atuação resume-se à escolha dos Atividades 1 e 2layouts disponíveis e à inserção de imagens (de banco próprioou por meio de upload de imagens pessoais) e textos, nos Abra espaço para que os alunos conversem livremen-campos que costumam ser bem sinalizados. É comum haver te e compartilhem situações vivenciadas por eles ou portambém vídeo ou texto instrucional. Explore a ferramenta co- familiares, a fim de aproximar a discussão da realidadeletivamente, ensinando-os a selecionar os layouts e imagens, deles e, assim, permitir que reconheçam maneiras de par-a fazer upload do material desejado, a digitar o texto e alterar ticipação já existentes ou até vislumbrem novas formasestilos e destaques e a fazer o download em PDF do material de atuação cidadã, dando ideias para o desenvolvimentoproduzido, com posterior salvamento da imagem gerada. Se de iniciativas dentro da própria escola para a discussão,tiver alguma dificuldade, converse com o professor de infor- acompanhamento e/ou solicitação relacionados à medidasmática da escola ou outro profissional ou mesmo um aluno que visem resolver algum problema que vierem a diagnos-que tenha familiaridade com tais recursos. ticar na comunidade. Oriente-os a salvar as páginas produzidas na nuvem ou em Atividade 3mídia de armazenamento específica, reunindo todas em umsó local. Depois, use o mesmo programa on-line para agrupar Apresente iniciativas comunitárias como as mencionadase editar todas as páginas e os demais elementos produzidos, no enunciado, a fim de que os alunos consigam reconhecerformando o e-zine da turma. Se for possível, projete a tela en- outras em seu cotidiano. Eles podem citar a existência dequanto faz essa reunião dos arquivos, permitindo aos alunos grupos em redes sociais ou aplicativos, criados para solucio-participar da finalização da produção. nar problemas do bairro, da escola, etc. Incentive-os a trazer exemplos do cotidiano deles, para que melhor se aproximem Peça a cada dupla que informe, no material elaborado, a da discussão.fonte do texto que inspirou a produção dela. Essa será uma Se for possível, leia a notícia “Professora e alunos da Unifei desenvolvem, em parceria com a UFRJ, rede social voltadaLIV MANUAL DO PROFESSORpara problemas da sociedade” (disponível em: <https://unifei. Promova momentos em sala de aula para que os alunos en-edu.br/blog/professora-e-alunos-da-unifei-desenvolvem-em- saiem para a gravação do vídeo. Explique que, diferentementeparceria-com-a-ufrj-rede-social-voltada-para-problemas-da- de quando desenvolveram os episódios do vlog na Unidade 1,sociedade/>; acesso em: 17 out. 2018), para que eles tenham agora eles não aparecerão no vídeo, apenas a voz deles é queacesso a um exemplo significativo dessas iniciativas. Projete será instrumento de comunicação, junto às imagens filmadaso infográfico “Pratique a cidadania e nos ajude a melhorar a e efeitos ou trilhas sonoras. Ressalte a importância de consi-ferramenta em 5 passos” presente na notícia e leia-o com os derar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de voz,alunos. Com um cadastro simples, é possível acessar o site do pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) na hora em queSoPa (Sociedade Participativa) e explorá-lo. Se for do interesse forem fazer a locução do vídeo.dos alunos, sugerimos a realização do cadastro pelo professore a projeção da página, para que a turma consiga entender Oriente-os a desenhar e selecionar imagens que possammelhor como funciona o recurso. ser filmadas durante a locução. Destaque a necessidade de escolherem recursos visuais que estejam em consonânciaCultura digital – Você sabia?, página 108 com aquilo que é dito na narração do vídeo. É interessante incentivá-los a mostrar trechos do próprio livro no vídeo. Expli- Leia com os alunos o boxe “O que é e-paticipação?” e dê que que, no book trailer ao qual assistiram na seção anterior,exemplos das iniciativas listadas. Se possível, promova um foram utilizadas animações, mas que não se espera que elesmomento na sala de informática ou outro ambiente da escola produzam recursos complexos assim, mas que usem a cria-em que haja computadores com a cesso à internet (ou projete tividade para inventar as próprias maneiras de apresentar osua tela enquanto realiza consultas on-line) para que nave- livro aos espectadores.guem em páginas que possibilitem explorar e analisar canaisde participação disponíveis para a sociedade. Fale sobre a importância de selecionar recursos sonoros que também ressaltem os sentidos da locução. Explique que é Apresente, por exemplo, o Portal da Transparência, dis- possível produzir sons que criem suspense na hora do clímaxponível em <www.portaldatransparencia.gov.br> (acesso de uma narrativa, por exemplo.em: 17 out. 2018), em que é possível fazer consultas e fis-calizar despesas e receitas das contas públicas, conhecer Gravaçãoprogramas de governo, etc.; a página do Plano Nacional deEducação em Movimento que permite aos cidadãos consultar Se possível, realize as etapas da atividade no período deos planos e programas do Ministério de Educação, acompa- aula e adéque-a aos recursos disponíveis, levando em conta anhando as metas; plataformas de petições on-line, em que realidade da escola. Se não houver equipamentos disponíveisé possível criar, assinar e compartilhar abaixo-assinados, para que a proposta seja feita em duplas, é possível pedir quemobilizando-se por diferentes causas; canais de ouvidoria da a desenvolvam em grupos maiores, sempre compartilhandoprefeitura ou subprefeitura da cidade onde eles moram, por os equipamentos de forma solidária.meio dos quais é possível registrar opiniões e reclamaçõessobre serviços públicos ou problemas relacionados à cidade Edição e finalizaçãoou ao bairro; etc. Promova momentos na sala de informática ou outro am-Unidade 4 biente da escola com computadores para a etapa de edição e finalização dos vídeos em softwares de edição ou ferramentasCultura digital – Experimente fazer!, página 126 on-line. Preparação da atividade Oriente os alunos a salvar as versões finais no local possível Converse com os alunos sobre o book trailer, deixando que (computador, nuvem ou dispositivo de armazenamento portá-compartilhem experiências anteriores como espectadores til), nomeando-as pelo título da obra que é objeto do book trailer.desse tipo de produção digital. Apresente novamente o booktrailer exibido na seção anterior ou mostre novos modelos, Publicação dos books trailersfazendo uma pesquisa na internet. Procure produções quetratem de livros do interesse dos alunos. Se a escolha for pela circulação via internet, publique os book trailers em uma plataforma de compartilhamento de ví- Providencie os equipamentos necessários para a reali- deos, como o YouTube ou o Vimeo, por meio do canal da escolazação da atividade (filmadoras ou celulares com câmeras, ou de um canal pessoal. Nesse caso, se houver a intenção depor exemplo) e motive-os a compartilhar solidariamente os restringir o acesso às produções, recomendamos a utilizaçãorecursos disponíveis. da opção de privacidade “Não Listado”, no YouTube, e “Somente pessoas com senha”, no Vimeo, na hora da publicação. Se os vídeos forem protegidos por senha, decidam como comparti- lharão essa senha com o público desejado. Depois de publicar os vídeos nessa plataforma, copie e cole os links para os book trailers no blogue da escola, elaborando o post coletivamente com os alunos. MANUAL DO PROFESSOR LVSe a opção for por compartilhar as produções na biblioteca, “gostei” e àqueles que leem os comentários conhecer dife-reúna todos os vídeos em um DVD e elabore com os alunos rentes posicionamentos. Destaque a possibilidade de curti-uma capa para a mídia, com a identificação da produção e da das dos comentários e converse sobre isso. Ressalte que aautoria. É possível também deixar que os alunos façam um interação, quando feita com respeito e responsabilidade, érodízio e levem o DVD para casa, para compartilhar os book sempre produtiva e ajuda a ampliar as visões de mundo e atrailers da turma com os familiares. tolerância ao diferente.Cultura digital – Pense nessa prática!, página 143 Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre a ansiedade que a espera por feedbacks em relação às posta- Atividade 1, item a gens pode causar nos internautas, tentando fazê-los minimi- zar a relevância dada a tais reações. Explique que o importante Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre é valorizar o espaço de interação que a internet propicia, essea importância da avaliação crítica dos conteúdos nas redes. É sim, quando usado de forma ética e responsável, é o que sebem provável que eles indiquem se interessar, mesmo antes torna um recurso importante na vida contemporânea.de ler, por postagens que receberam muitas curtidas, pois, jáque o botão de curtir serve para chamar a atenção nas redes, Unidade 5quanto mais curtidas, mais visibilidade e interesse as posta-gens despertam nos internautas. Motive-os, contudo, a refletir Cultura digital – Experimente fazer!, página 168sobre a necessidade de fazer uma avaliação crítica, tentandodistanciar-se do valor prévio que as curtidas sugerem às pos- Criação e ensaio da paródiatagens para fazer as próprias avaliações, considerando o con-texto de produção e a esfera de circulação dessas publicações. Promova momentos em sala de aula para que os alunos revisem as produções ou criem novas paródias e para que Atividade 1, item b ensaiem para a gravação do áudio. Cada aluno fica responsá- vel pela gravação de seu poema. O importante é ensaiar até Ressalte que há uma série de variáveis que fazem com que já estejam se expressando com fluência, empregandoque um post tenha maior ou menor visibilidade – e, conse- os recursos linguísticos e paralinguísticos adequados aosquentemente, o torne suscetível a mais ou menos curtidas efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o– dentro de um contexto virtual. A quantidade de seguidores emprego de pausas e prolongamentos de palavras ou versos,daquele que posta, o horário da postagem, os patrocínios de o tom e o timbre vocais, etc.publicações e até aspectos relacionados à programação e aofuncionamento dos sistemas que controlam as redes sociais Gravação, edição e publicação(como o algoritmo), dentre outros, podem ser fatores que im-pulsionam publicações. Recomendamos a realização das etapas da atividade na escola, de preferência no período de aulas. Escolha um lugar Atividade 1, item c tranquilo e silencioso para realizar as gravações, utilizando os recursos da escola (gravadores, computadores ou celulares Abra espaço para que os alunos conversem sobre a conver- com dispositivo de gravação, etc.). É possível pedir que umgência ou divergência em relação às avaliações críticas com aluno mais familiarizado com gravações fique responsávelas quais se deparam nas redes. Destaque que é possível, por pela captura do áudio dos colegas.exemplo, eles não apreciarem tanto uma expressão culturalmuito compartilhada e bem avaliada e gostarem de outra, Se necessário, promova momentos na sala de informáticanão tão bem recebida ou mesmo divulgada. Incentive-os a ou outro ambiente da escola com computadores para a etapase posicionar crítica e eticamente tanto nos casos em que de edição dos áudios.curtem como nos que não curtem as publicações na internet. Transfira todas as produções para um computador e sal- Atividade 2, item b ve-as no mesmo local, nomeando-as pelo título das paródias. Promova um momento de discussão e permita que os Converse com os alunos e decidam como compartilharãoalunos se posicionem livremente. É possível até que eles in- as produções. É possível divulgar as paródias no pátio da es-diquem que uma publicação com muitos comentários chama cola (na hora do intervalo, da entrada ou da saída), por meio demais atenção que uma publicação que apenas recebeu cur- caixas de som, ou publicá-las na internet. Nesse caso, faça otidas, mas reforce novamente que a quantidade de reações upload das paródias em uma plataforma de compartilhamento(curtidas ou comentários) de uma publicação não deve substi- de áudios, listando-as como faixas de um mesmo podcast.tuir a leitura e avaliação crítica das publicações bem avaliadas Utilize o canal da escola ou um canal pessoal nessa plata-e compartilhadas na internet. forma. Depois de publicar as paródias nesse canal, informe o link gerado para ele com um post no blogue da escola. Elabore Explique que os comentários criam uma dinâmica diferente coletivamente o texto desse post e selecione com os alunosdaquela das curtidas, pois permitem àqueles que comentam a imagem que acompanhará a publicação.expressar-se sobre o conteúdo das postagens para além doLVI MANUAL DO PROFESSORUnidade 6 e distribuindo as falas para cada momento.Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 196-197 Recomendamos que os áudios individuais sejam gravados em casa pelos alunos, com auxílio de familiares. Certifique-se, Preparação da atividade contudo, de que todos os alunos terão ferramentas (gravado- res ou celulares com gravadores) para tanto e abra espaço Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da para que a atividade seja realizada na escola, com recursosseção e, se possível, apresente trechos dos seguintes epi- da instituição, em horários de aula ou no contraturno.sódios de podcast: “Crianças e ciência – brincando e apren-dendo”, disponível em: <https://alociencia.com.br/podcast/ Incentive os alunos a ensaiar bastante e seguir sem cortes034-criancas-ciencia/>; e “Achado em Marte”, disponível em: do início ao final do áudio, a fim de evitar edições. Motive-os<http://multimidia.ufrgs.br/conteudo/frontdaciencia/Fron a investigar os recursos de edição da própria ferramenta uti-teiras_da_Ciencia-T09E23-2018.mp3> (acesso em: 20 set. lizada para a gravação.2018). Converse com os alunos sobre cada modelo exibido,aproveitando para retomar o contexto de produção e a estru- Finalização do áudiotura composicional do gênero digital podcast, reconhecendoo podcast científico como uma produção que possibilita, em Peça aos alunos que transfiram os arquivos de áudio gera-formato mais acessível, o alcance ao conhecimento científico dos para os computadores da escola. É possível solicitar aospelo público em geral. pais que enviem o material por e-mail ou mesmo pedir aos alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil de Converse com os alunos sobre a forma de circulação, mo- armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essativando-os a identificar possíveis diferenças nos perfis dos transferência.públicos em cada caso. Faça a mediação da finalização dos áudios, auxiliando os Promova momentos em sala de aula para que os alunos alunos a incluir as trilhas ou efeitos sonoros em cada episódio.produzam coletivamente os elementos textuais e sonoros que É possível utilizar editores de áudio já instalados nas máqui-darão identidade ao podcast da turma. Se achar interessante, nas da escola ou programas gratuitos on-line de edição paraconverse com o professor de Música sobre a viabilidade de realizar essa etapa.desenvolver um trabalho integrado para elaborar as trilhas e/ou efeitos sonoros de abertura e encerramento do podcast, Depois de finalizados os episódios, salve-os no mesmo local,por exemplo. Nesse momento, incentive os alunos a escolher identificando-os pelos nomes dos alunos que os produziram.palavras e sonoridades que forem consonantes ao tema dopodcast. Publicação e divulgação Sonde se os alunos acham interessante produzir um epi- Se os alunos tiverem optado pela circulação no blogue ousódio de abertura para o podcast da turma e ajude-os a de- rede social da escola, responsabilize-se por essa publicação.senvolvê-lo, se for o caso. Primeiro, transfira os áudios para uma plataforma de compar- tilhamento de áudios na internet. Depois, informe os links para Oriente os alunos a pesquisar mais sobre o tema antes de esses áudios na página da escola, elaborando com os alunosgravarem seus episódios, tomando notas e copiando trechos o post para o blogue ou rede social.de textos e depoimentos, com as devidas fontes. É possível também compartilhar o podcast com os familia- Leia o boxe “Você sabia?: 8 dicas para pesquisar na inter- res deles ou alunos do 9º ano ou do Ensino Médio da escola,net” com eles e estimule-os a conversar sobre cada ponto enviando por e-mail os episódios semanalmente. Como algunsapresentado, trocando experiências e metodologias que já alunos de 13 anos completos provavelmente possuem e-mailtenham desenvolvido para realizar suas buscas em ambientes e redes sociais, é possível solicitar a ajuda deles na divulgaçãovirtuais, considerando fontes abertas e confiáveis. Incentive- da produção.-os a compartilhar as dificuldades e os aprendizados conquis-tados em pesquisas anteriores. Se achar oportuno, apresente Unidade 7exemplos de sites ou serviços checadores on-line, explicandoaos alunos como atuar neles. Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 245-246 Gravação Preparação da atividade Solicite a cada aluno que produza um texto para seu episó- Apresente aos alunos trechos de um audiobook ou de lei-dio. Sugira que elabore um roteiro, baseado nesse texto, antes turas dramáticas de contos. Há vários modelos disponíveisde gravar o áudio, indicando exatamente o que falará em cada gratuitamente na internet.parte do episódio (abertura, desenvolvimento e conclusão), deacordo com o tempo definido pela turma. Informe que é possível Sugerimos a audição de trechos do audiobook “Lima Bar-fazer uma tabela, separando as partes do episódio em colunas reto: contos selecionados”, disponível em: <https://youtube. com/watch?v=XCPfM1TQt5g> (acesso em: 26 set. 2018). MANUAL DO PROFESSOR LVIIEsse modelo adequa-se bem à proposta da seção, já que foi Reforce a necessidade da utilização dos aspectos linguísti-gerado com base em material disponível em domínio público, cos e paralinguísticos da fala (como timbre e tom de voz, pau-o que é informado logo no início do áudio. Abra espaço para sas e hesitações, entonação e expressividade, etc.) na leitura,que os alunos conversem livremente sobre a atividade de a fim de produzir e intensificar os sentidos dos textos lidos.escuta dos trechos apresentados. Se possível, tire cópiasdesses trechos (disponíveis em: <www.dominiopublico. Promova momentos em sala de aula para que eles elabo-gov.br/download/texto/bn000130.pdf>; acesso em: 20 out. rem e gravem coletivamente os áudios que corresponderão2018), para que eles acompanhem o áudio com o texto es- aos paratextos do audiobook como um todo, reforçando acrito. Faça perguntas que os leve a verificar os recursos de importância da abertura e do encerramento nas produções doleitura expressiva que o leitor-intérprete usou para ressaltar gênero. Estimule-os a criar um título para a produção da classeou imprimir sentidos suscitados pelo uso dos sinais de pon- e a informá-lo na abertura e no encerramento, junto com atuação ou outras marcas linguísticas. Pergunte, por exemplo: identificação da turma como produtora e da escola onde estu-“Os travessões indicam o início das falas dos personagens dam. É possível também pedir que eles se dirijam diretamenteno texto escrito. Que recursos o leitor-intérprete utilizou para ao público a que o audiobook será destinado e incluam demaismarcar as falas e trocas de falas dos personagens no áudio?” créditos, indicando outras pessoas envolvidas na produção.(Espera-se que eles reconheçam as modulações de voz e aspausas acentuadas entre uma e outra fala, por exemplo). Revisão, edição e finalização do áudio Motive os alunos a ouvir e avaliar os áudios e a regravar Oriente-os a fazer a curadoria do material que incluirão no os trechos dos quais não tenham gostado tanto. Para isso,audiobook. Leia com eles o boxe "Você sabia?: Cuidado com o incentive-os a investigar os recursos de edição da própriauso de textos de terceiros!" e converse sobre a participação ferramenta utilizada para a gravação.ética e responsável nas redes. Destaque que, para esta ati-vidade, além dos textos de terceiro em domínio público, eles Peça a eles que transfiram os arquivos de áudio geradospodem escolher os contos que produziram nesta Unidade ou para os computadores da escola. É possível solicitar aos paiscontos populares, que não têm autoria resgatada. Explique, ou responsáveis que enviem o material por e-mail ou pedir aosainda, que podem solicitar a autorização da publicação de alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil detextos, por e-mail, a um autor que esteja vivo, se for o caso. armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essaAuxilie-os nesse processo. transferência. Solicite que desenvolvam os paratextos que acompanha- Faça a mediação das edições e finalizações das gravações,rão a leitura dramática de cada áudio. Em seguida, motive-os reunindo depois todas em um só arquivo por meio de um progra-a montar um roteiro de gravação utilizando esses textos e ma de edição de áudios disponível no computador da escola ouindicando o que falarão na apresentação, no desenvolvimento gratuitamente na internet. Se possível, envolva os alunos nessae no encerramento de seus áudios. etapa, para que eles tenham a visão do processo como um todo. Promova momentos em sala de aula para que os alunos Publicação e divulgaçãopossam ensaiar suas leituras e produzir os paratextos e rotei- Salve o arquivo gerado com todos os áudios em uma úni-ros indicados, mediando as atividades, sempre que solicitado. ca mídia ou repositório digital que possa ser reproduzido no equipamento que usarão. Converse com os responsáveis pela Gravação instituição de acolhimento de idosos, onde o audiobook será apresentado e posteriormente doado, para viabilizar a audição Converse com os alunos sobre os recursos necessários no local e adequar a produção aos recursos que eles possuem.para a realização da atividade e os envolva na providência des-ses recursos. Recomendamos que os áudios individuais sejam É possível também compartilhar o audiobook de contos dacapturados em casa pelos alunos, com auxílio dos familiares turma com os familiares, por e-mail, ou publicá-lo nos canaisou responsáveis. Certifique-se, no entanto, de que todos os digitais de comunicação da escola ou nas redes pessoais dosalunos terão acesso às ferramentas necessárias (gravadores alunos. Converse com eles e verifique a vontade que têm em re-ou celulares com gravadores). Se for preciso, abra espaço para lação à ampliação da circulação do material que desenvolveram.que a gravação seja feita também na escola, com recursos dainstituição, em horários de aula ou no contraturno. Unidade 8 Motive-os a ir gravando e editando o áudio concomitante- Cultura digital – Você sabia?, página 264mente, explorando os recursos da ferramenta que estiveremutilizando para capturar seus áudios. Muitos celulares com Leia com os alunos o texto da seção e abra espaço para queaplicativos de gravação apresentam, por exemplo, possibi- eles compartilhem suas experiências como usuários desse tipolidades de cortes e gravações simultâneas, recursos que de serviço. Reforce que fazer a consulta a tais sites não substituisubstituem a necessidade do trabalho em software de edição as estratégias que já aprenderam para checar a confiabilidadeespecífico para a finalização dos áudios. de uma informação e verificar fatos, mas pode tornar-se mais um passo importante no processo de curadoria da informação.LVIII MANUAL DO PROFESSORLeve os alunos ao laboratório de informática da escola ou confronto, pode começar a reconhecer os distintos interessesoutro ambiente com computadores conectados à internet e que estão por trás de cada uma, podendo chegar ao fato comdeixe que explorem as páginas das agências citadas (Agência mais neutralidade e avaliar criticamente as posições defendi-Pública, Aos Fatos e A Lupa), assim como pesquisem e investi- das, a fim de construir um ponto de vista próprio, que estejaguem outras. Se possível, projete a sua tela e navegue nesses mais próximo aos seus valores culturais, sociais e políticos.sites junto com eles, propondo leituras em conjunto. 9.2. Sugestões específicas para as Unidades Uma atividade interessante seria escolher uma notícia ouinformação específica, de preferência que envolva o interesse Unidade 4deles e esteja em pauta no momento, e pedir que realizem umapesquisa a respeito, primeiro nos sites de busca, depois nos Leitura 1, página 116sites de checagem, motivando-os a reconhecer e justificaras diferenças e semelhanças de tratamento para o mesmo Leitura literária na escolaconteúdo. Com isso, eles serão levados a incluir a consultaaos chamados sites de fact-check na checagem do conteúdo A proposta para o 8º ano está vinculada à Unidade 4. Ase poderão reconhecer essa busca como mais uma ferramenta atividades sugeridas envolvem fruição, apreciação, réplicano processo de curadoria da informação. e compartilhamento de leitura e visam promover a adesão à leitura literária, a ampliação do repertório, a progressivaCultura digital – Pense nessa prática!, página 264 formação do leitor crítico e a capacidade de estabelecer pre- ferências por gênero ou autor. Atividade 1, item a Elegemos o romance (ou narrativa) de aventuras pela iden- Destaque que, por meio da manipulação e dos recursos tificação dos estudantes com o gênero, que dá ênfase à nar-da língua, é possível ressaltar uma ideia ou um produto ou ração de perigos, ambientes inóspitos ou exóticos e grandesserviço. Por exemplo, uma matéria com informações sobre um desafios. O romance de aventuras surgiu no século XIX, no bojolocal de turismo pode embutir propaganda dissimulada com da literatura praticada à época no Romantismo, que valoriza-elogios a determinado restaurante ou hotel. Isso acontece va o ser humano como um indivíduo cuja força de vontade etambém em blogues que se dispõem a ensinar algo, mas, ao destemor eram postos à prova em face de grandes perigos emesmo tempo, divulgam positivamente o nome de produtos ações extraordinárias. Caso queira se aprofundar no estudoenvolvidos nesses tutoriais. Explique, por exemplo, que, nesse do gênero, sugerimos a leitura do capítulo “A novelística desentido, a escolha em relação à posição de um adjetivo (se aventuras”, na obra Literatura infantil: teoria, análise, didática,antes ou depois de um nome que ele qualifica), bem como o de Nelly Novaes Coelho, Moderna.uso de frases de efeito, a ordenação das sentenças e o isola-mento de informações entre parênteses ou travessões podem Os títulos a seguir, adequados para os estudantes dos Anosajudar a destacar textualmente uma informação para a qual Finais do Ensino Fundamental, são sugestões de obras dese deseja chamar a atenção, bem como a seleção de fonte e aventuras e viagens a lugares desconhecidos. Sugerimos quetamanho das letras e a escolha do lide das notícias. São re- os estudantes escolham uma delas para leitura individual oucursos que expressam posicionamento e podem estar ligados outras que tiverem à disposição.a interesses específicos defendidos por quem os veicula. Nocaso de blogues, a ênfase e a reiteração às qualidades dos A volta ao mundo Júlio Verne, recontada por Fernando Nuno,produtos também pode acontecer por meio de adjetivos e em oitenta dias DCLexpressões elogiosas. Contos e lendas Jacqueline Mirande, tradução de Eduardo dos Cavaleiros da Brandão, Seguinte Atividade 2, item a Távola Redonda As minas do Rei H. Rider Haggard, adaptação de Werner Se achar oportuno, aprofunde a reflexão, levando os alunos Salomão Zotz, Scipionea pensar em como o financiamento das empresas pode in- Odisseia Homero, adaptação de Roberto Lacerda,fluenciar o campo jornalístico, transformando-o praticamente Scipioneem um “negócio”. Isso ocorre quando as informações passam As aventuras de Mark Twain, tradução de Luiz Antonioa ser transmitidas de modo a fortalecer interesses comerciais Tom Sawyer Aguiar, Melhoramentose acabam sendo manipuladas para a manutenção de uma ideo- A ilha do tesouro R. L. Stevenson, adaptação de Andrewlogia que financia os próprios meios de comunicação. Alguns Harrar, Farol HQveículos de comunicação, apesar de veicularem anúncios, Robinson Crusoé Daniel Defoe, tradução de Luciano Vieiraconseguem manter sua independência. Machado, roteiro e ilustrações de Christoph As viagens de Gauthier, Salamandra Atividade 2, item b Marco Polo Marco Polo, adaptação de Carlos Heitor Cony e Lenira Alcure, Ediouro Ressalte que, ao ler sobre o mesmo assunto em diferentesmídias, o leitor tem acesso a diversas perspectivas e, nesse MANUAL DO PROFESSOR LIXAntes da leitura 6. Peça-lhes que reflitam sobre o contexto histórico-social em que a obra foi escrita e em que contexto cultural circulou, 1. Após a finalização da Unidade, retome e aprofunde com respondendo às seguintes questões:os estudantes as questões discutidas em Antes de ler: “Vocêjá leu romances que se desenvolvem em torno das aventu- a) Quais são as características socioculturais da época?ras de um herói? Se sim, quais?” e acrescente outras, como Por exemplo, profissões, costumes, hábitos, modos“Quais romances de aventuras gostaria de ler? Conhece ou já de vida nas famílias, papel da mulher, alimentação,ouviu falar de histórias de aventura adaptadas para o cinema? vestimentas, meios de transporte, etc.Quais? Já assistiu a filmes que envolvem aventura em lugaresexóticos e distantes?”. b) De que modo essas características estão ou não pre- sentes na narrativa lida? 2. Ouça as impressões dos alunos sobre os capítulos lidosde Viagens de Gulliver. Os estudantes podem também selecionar um trecho que tenham apreciado para mostrar marcas desse contexto cul- 3. Apresente aos alunos a lista de livros sugerida anterior- tural e histórico-social para compartilhá-lo na segunda etapamente e peça que sugiram outros títulos que conheçam, ou das atividades.que têm em casa, ou de que já ouviram falar. Se necessário,acrescente outros, caso não haja títulos disponíveis em sua 7. Com base nos conhecimentos sobre o gênero, peça queescola. reflitam sobre o protagonista da história, sua personalidade, atitudes e comportamentos: 4. Façam uma visita à biblioteca e deixe que os alunosexplorem os livros disponíveis à vontade, selecionando os que a) O personagem é retratado com características co-forem do agrado deles. Como se trata de uma leitura de maior muns ao gênero?fôlego, dê-lhes tempo suficiente para a leitura e marque umadata para a conversa. b) O personagem deixa sua casa, sua cidade ou modo de vida para seguir em uma viagem ou aventura? No dia da discussão c) Qual é o evento, fato ou incidente que altera a situa- 1. Incentive os estudantes a manifestar suas primeiras ção inicial desse personagem (a complicação)?impressões sobre a experiência da leitura, mesmo que se tratede uma resposta subjetiva, afetiva, à leitura, como “gostei”, d) Qual é o desejo ou desafio em torno do qual gira o“não gostei”. personagem ou a narrativa? Esse desejo ou desafio a ser vencido é justificável, atingível, utópico? 2. Uma característica importante do romance de aven-turas é a presença de um desafio ou desejo a ser realizado, e) Quais são as situações de perigo, risco ou dificuldadeque exige coragem e destemor para ser enfrentado. Permita que enfrenta?que os alunos se posicionem sobre a narrativa que leram e,caso haja mais de um leitor para o mesmo livro, verifique se f) A narração dessas aventuras capta a atenção do lei-eles partilham da mesma opinião sobre a história, mediando tor e é capaz de envolvê-lo nas aventuras do prota-a discussão. gonista? 3. Divida a interação e o compartilhamento da experiência 8. Na segunda etapa, distribua os estudantes em outrasde leitura em duas etapas: discussão e comentários entre duplas ou trios com colegas que tenham lido diferentes his-leitores do mesmo livro e, em seguida, compartilhamento da tórias, de modo que possam tecer comentários e confrontarexperiência com depoimentos e momentos de leitura entre suas impressões e observações.leitores de livros diferentes. Como mediador do processo, marque o tempo disponível 4. Na primeira etapa, coloque estudantes que leram o mes- para essas atividades. Sugerimos que circule entre os grupos,mo livro em duplas ou trios para que identifiquem as partes ouvindo um pouco de cada um e incentivando a réplica e oda narrativa, indicando o momento ou capítulo onde ocorrem posicionamento individual.a situação inicial, a complicação, as ações subsequentes, oclímax, o desfecho e a situação final. Depois da leitura 5. Ainda na mesma dupla ou trio, peça que discutam se a Como muitos dos romances de aventuras foram transfor-história lida contempla alguma dessas características: mados em filmes, incentive os alunos a assistir a esses filmes ou escolha um deles e traga para ser apresentado em sala de a) O local onde se passa a história é grandioso, exótico, aula. Após a exibição, leve os estudantes que leram a história desconhecido, hostil? a comparar a versão do livro com a do filme, ajudados pelos demais no que se refere a questões mais amplas e externas ao b) A descrição é minuciosa, adjetivada, proporcionando enredo. Algumas sugestões que podem ajudar nessa reflexão ao leitor a visualização de um ambiente que oferece e no compartilhamento de apreciações e opiniões: desafios, mistérios, riscos, perigos? Peça que exem- plifiquem com a leitura de trechos do livro.LX MANUAL DO PROFESSORa) Contada em duas linguagens diferentes, a escrita e a ciativas sociais benéficas à população possam tornar-se lei. cênica, em que se assemelham as duas narrativas? Estimule-os a pensar em caminhos alternativos, por exemplo, cartas para políticos da comunidade ou região, cartas para b) Em que se diferenciam? Quais seriam os motivos jornais, abaixo-assinados, etc. dessas diferenças e de que tipo são (referentes ao enredo, ao número de personagens, à descrição do 3. Caso o Projeto tenha sido aprovado, fomente a discus- espaço)? são no sentido de avaliar seu funcionamento e alcance (por exemplo, se existe em cidades pequenas ou só nas cidades c) Todos os personagens estão presentes? Se não, por grandes, se há divulgação de resultados por meio de pesqui- que isso acontece? sas em jornais, análise de casos, entrevistas com jovens ou adultos, etc.). d) Quais são os recursos que mais impactam o leitor ou espectador em cada uma das versões? Por que isso Unidade 7 acontece? Abertura de Unidade, páginas 222 e 223Unidade 6 A leitura de contos é uma oportunidade para fomentar aExploração do texto, páginas 210 a 214 adesão dos alunos a leituras literárias mais longas, já que o gênero, por apresentar ação concentrada e poucos persona- Em relação ao tema da gravidez precoce, existe a proposta gens, desperta interesse e pode ser trabalhado em sala dede um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados (Projeto n. aula. É importante que os alunos, com sua mediação, criem5 745, de 2016), e ainda em tramitação atualmente (2018), estratégias de leitura, desenvolvendo habilidades de com-que institui a “Semana Nacional de Prevenção da Gravidez preensão, interpretação e inferências, bem como a percepçãona Adolescência”, a ser realizada anualmente. A proposta da presença de recursos que contribuem para a materialidadevisa acrescentar essa data ao Estatuto da Criança e do Ado- do texto.lescente (ECA) e tem como objetivos prevenir a gravidez naadolescência, incentivar o planejamento familiar e prevenir Após o trabalho com a Unidade, incentive os alunos a lera contaminação por doenças sexualmente transmissíveis outros contos. Escolha novamente com eles títulos/autores(DST), entre outros, por meio de campanhas de divulgação, variados e tipos de conto diferentes, ação importante para aatendimento médico e educação sexual. O Projeto depende formação literária dos alunos, pois o objetivo é que se tornemainda de aprovação. leitores críticos. Sugerimos as atividades a seguir, diretamente ligadas à Promova a leitura colaborativa em sala de aula. É possívelhabilidade EF89LP18 da BNCC. também ler para os alunos partes de um conto de suspense, por exemplo, para que se sintam motivados a levantar hipó- 1. Proponha aos alunos uma pesquisa a partir dos seguin- teses do desfecho, a ser apresentado na aula seguinte, o quetes itens: contribui para a apreciação da trama e para o reconhecimento de como a sequência dos fatos é organizada, além de criar • Como está a tramitação dessa proposta? expectativas em relação ao desfecho. É importante contex- • O Projeto foi aprovado? Ou ainda depende de alguma tualizar a leitura, com informações sobre o autor – quem é, quando viveu, que temas costuma abordar em suas obras, votação ou parecer? etc. – e sobre a época em que o texto foi produzido, podendo, • Ou a Semana de Prevenção já está acontecendo? até mesmo, relacioná-lo, se possível, a outras obras contem- Acompanhe com os alunos o status atual da proposta, porâneas ou manifestações artísticas.sua evolução e tramitação diretamente no Portal da Câma-ra dos Deputados em Brasília (disponível em: <www.cama É possível também promover leituras compartilhadas:ra.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposi cada aluno, com sua orientação, escolhe um conto para ler.cao=2090372>, acesso em: 4 nov. 2018). Por meio de uma Em dia combinado, os alunos se reúnem em grupos e trocamferramenta digital, é possível efetuar um cadastro, informar-se as experiências, compartilhando o que leram, recomendandodo andamento e votar a favor ou contra a proposta. Verifique a ou não a leitura e anotando recomendações dos colegas.restrição de idade para efetuar o cadastro e, se preciso, façao cadastro em seu nome e o acesso com o acompanhamento Unidade 8dos alunos. Atividade de escuta, página 287 2. Incentive os alunos a buscar informações sobre o Projetoe a trazer para a sala de aula os resultados. Se o Projeto ainda Sugerimos que apresente a reportagem aos alunos em am-não tiver sido aprovado, fomente a discussão no sentido de biente adequado em sua escola ou salve o vídeo e apresente-oque é preciso procurar canais de participação para que in- MANUAL DO PROFESSOR LXIem momento que julgar oportuno. Acesse o vídeo disponível Garantir a variedade de sementes cultivadas nas roçasem: <https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-va quilombolas da região, sem uso de agrotóxicos. O Sistemale-do-ribeira/quilombos-do-vale-do-ribeira-sp-festejam-dias- Agrícola Tradicional dos Quilombos do Vale do Ribeira está à17-e-18-de-agosto-sua-11a-feira-de-sementes> ou <https:// espera de reconhecimento como patrimônio imaterial pelowww.youtube.com/watch?v=aXc9ufQPjrU> (acesso em: 4 Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),nov. 2018). A reportagem foi realizada pelo Instituto Socioam- que inclui celebrações e saberes da cultura popular.biental (ISA), com produção e reportagem de Bruno Weis eRoberto Almeida, montagem e finalização de Fernando Cirillo. 2. Qual é a importância da realização de eventos e showsTrilha sonora: Fandango do Quilombo Morro Seco, Fandango que mostram a cultura quilombola, promovidos pela comu-Caiçara e Capoeira Song. nidade? O objetivo das atividades é que os alunos explorem não só a A preservação da cultura quilombola, além do reconheci-organização e recursos midiáticos empregados na reportagem mento de sua participação como cidadãos que constroem amas também o conteúdo temático de forma a reconhecer a identidade do país.presença, diversidade e identidade de populações remanes-centes de quilombos para compreender suas características 3. Quais são as manifestações artísticas e culturais dassocioculturais e territoriais. Para mais informações sobre o comunidades quilombolas que se podem identificar na re-Quilombo de Eldorado, acesse: <http://www.eldorado.sp.gov. portagem?br/noticia/circuito-quilombola-eldo rado-um-mais-tradicionais-regiao> (acesso em: 4 nov. 2018). Música, capoeira, dança típica, costumes, hábitos (agri- cultura), atitudes (valorização da terra e da biodiversidade, Após a apresentação, colha as primeiras impressões da compartilhamento de vivências e saberes).turma. Em seguida, divida os alunos em grupos. Em uma pri-meira etapa, explore a temática da reportagem e distribua 4. Qual é a metáfora que se pode identificar na fala dauma ou duas questões propostas a seguir para cada grupo. primeira pessoa a dar um depoimento?Os alunos deverão refletir se as informações da reportagemtrouxeram fatos novos para eles e de que forma isso pode Na fala da primeira pessoa: “as sementes são bebês”; “cadaou pôde contribuir para ampliar seu conhecimento acerca da brotinho que sai da semente é o nascimento de uma criança”.diversidade de saberes e culturas presentes na população bra-sileira, responsáveis pela construção da identidade do país, 5. Qual é a importância de se preservar uma semente quealém dos convencionalmente conhecidos. Em uma segunda já dura 350 anos?etapa, deverão refletir sobre a organização da reportageme os recursos multimidiáticos empregados. Se necessário, Sementes locais, de espécies nativas de uma região, cha-apresente o vídeo mais de uma vez. madas de sementes crioulas, garantem a preservação de espécies e alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos Para mais informações sobre agrobiodiversidade, consulte no plantio.o site <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/conservacao-e-promocao-do-uso-da-diversidade-genetica/agrobiodiversi 6. De que forma as comunidades quilombolas progrediramdade> (acesso em: 4 nov. 2018). na realização de eventos de troca de sementes, garantindo a continuação de suas plantações? Comente que quilombola é a autodenominação dessesgrupos, que geralmente vivem em áreas rurais ou urbanas e Promovendo encontros e feiras com frequência e preser-são constituídos por pessoas negras cujos ancestrais foram vando espécies.escravizados. Nos diferentes agrupamentos, podem viver agri-cultores, seringueiros, castanheiros, populações que vivem 7. Qual é a importância da troca de sementes em relaçãoda pesca à margem de rios, os chamados ribeirinhos, dentre à biodiversidade do planeta?outras atividades, dependendo do contexto econômico-geo-gráfico. A troca de sementes nativas contribui para manter a bio- diversidade, evitando o cultivo intenso de uma única espécie, Sugerimos algumas das questões, entre outras possíveis, o que faria com que desparecessem as outras. A respeito dopara a primeira e a segunda etapas, que podem ser propostas assunto, é possível obter mais informações em <https://www.aos grupos. Se julgar conveniente, em função de sua realidade brasildefato.com.br/2016/12/21/sementes-crioulas-garande sala de aula, faça as duas etapas ao mesmo tempo. tem-a-preservacao-de-especies-e-alimentos-saudaveis/> (acesso em: 4 nov. 2018). Exploração temática (1ª etapa): Recursos midiáticos (2ª etapa): 1. Qual é a importância da agricultura familiar quilombolaem relação à sustentabilidade? 1. Quais são os recursos empregados para compor a reportagem? Vídeo, áudio, imagens, texto verbal e depoimentos. 2. Como as informações verbais são apresentadas? Não há a presença de um repórter ou locutor em off; as informações são adicionadas à tela.LXII MANUAL DO PROFESSOR3. Como é organizada a sequência da reportagem? BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: . Estética Tomadas de plano geral da feira, zoom em produtos, closedas pessoas que dão depoimentos, áudio de fundo, tomadas da criação verbal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.de destaque de pessoas e grupos de dança e música. 4. Como é feita a sincronização entre as imagens das pes- BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros dosoas, da feira e dos produtos em destaque? discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino de língua É feita com cortes rápidos que se completam por meio portuguesa. Tese de doutorado, Programa de Estudos Pós-dos depoimentos e das imagens: por exemplo, quando uma -Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem,das pessoas usa uma metáfora para falar das sementes, são Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2001.mostradas imagens de pequenas mudas; quando uma outrapessoa fala das sementes de mais de 350 anos, um punhado BARTHES, Roland. O que é a crítica. In: Crítica e verdade. Trad.de sementes aparece e assim por diante. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 1970. p. 157-163. 5. Como se inicia e como se encerra a reportagem? A reportagem se inicia com o destaque ao tema: as se- BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais: tipificação e interação.mentes (duas mãos cheias de sementes em movimento). O São Paulo: Cortez, 2009.encerramento é feito pelo coordenador do movimento de Coor-denação Nacional de Articulação das Comunidades Negras BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa.Rurais Quilombolas (CONAQ). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. Forneça essa informação aos alunos porque a explicitaçãoda sigla não aparece na reportagem. . Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 6. Qual é a sequência dos pontos apresentados na repor- Fronteira, 2009.tagem? O significado de uma semente – A feira – A origem das BOSI, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. Sãosementes de troca – A importância e o valor das roças comu- Paulo: Cultrix, 2006.nitárias – A biodiversidade – A riqueza da cultura dos quilom-bolas – A luta dos quilombolas. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu- 7. Quais elementos das imagens no cartaz de divulgação lar. Brasília, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.da Feira estão diretamente relacionados com o tema agro- mec.gov.br/>. Acesso em: 4 out. 2018.biodiversidade? A imagem maior mostra uma troca simbólica entre dife- . Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currícu-rentes etnias; as menores relacionam-se às atividades da los e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais dacomunidade. Educação Básica. Brasília, 2013.10. Bibliografia . Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fun-AGUIAR, Vera Teixeira de; CECCANTINI, João Luís (Org.). Poesia damental: língua portuguesa. Brasília, 1998.infantil e juvenil brasileira: uma ciranda sem fim. São Paulo:Cultura Acadêmica, 2012. CALKINS, Lucy M. A arte de ensinar a escrever. Porto Alegre: Artmed, 1989.ANTUNES, Irandé Costa. Língua, gêneros textuais e ensino: con-siderações teóricas e implicações pedagógicas. Perspectiva, CANDIDO, Antônio. A vida ao rés do chão. In: . A crônica:Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 65-76, jan./jun. 2002. Disponívelem: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/ o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Cam-view/10369/9638>. Acesso em: 4 out. 2018. pinas: Ed. da Unicamp, 1992.AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do por-tuguês. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2002. . Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:Publifolha, 2010. . Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global, 2009. CASTILHO, Ataliba Teixeira de (Org.). Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996. v. I. . Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Uni- camp, 2000. v. IV. . Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010. ; ELIAS, Vanda M. Pequena gramática do português bra- sileiro. São Paulo: Contexto, 2012. MANUAL DO PROFESSOR LXIIICENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cul- em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/tura e Ação Comunitária. Estudar pra valer!: leitura e produção view/P.2358-3428.2015v19n37p81>. Acesso em: 9 out. 2018.de textos nos anos iniciais do ensino fundamental/módulointrodutório. São Paulo, 2005. MATEUS, Maria Helena Mira et al. Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 1987.CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico Nova Fronteirada Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Desirée (Org.). Gêneros textuais e práticas discursivas. São Paulo: Edusc, 2002.DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, MariaAuxiliadora (Org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo:2010. Martins Fontes, 2001. ; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de português: . Gramática de usos do português. São Paulo: Ed. da Unesp,múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 2011.FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns . Gramática na escola. São Paulo: Contexto, 2001.nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. . Guia de uso do português: confrontando regras e usos.GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: São Paulo: Ed. da Unesp, 2003.Ed. da FGV, 1998. . Que gramática ensinar na escola?: norma e uso na línguaILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.palavras. São Paulo: Contexto, 2002. PAIVA, Aparecida (Org.). Literatura fora da caixa: o PNBE na escola . Introdução à semântica: brincando com a gramática. São – distribuição, circulação e leitura. São Paulo: Ed. da Unesp, 2012.Paulo: Contexto, 2001. ROJO, Roxane (Org.). A prática de linguagem em sala de aula: pra-KATO, Mary Aizawa. Gramática do português falado. Campinas: ticando os PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2001.Ed. da Unicamp, 2002. v. V. . Letramento e capacidades de leitura para a cidadania.KLEIMAN, Angela B. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. In: . Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. SãoCampinas: Pontes, 2005. Paulo: Parábola, 2009. ; MORAES, Silvia E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo ; BATISTA, Antônio A. Gomes (Org.). Livro didático de línguaredes nos projetos da escola. Campinas: Mercado de Letras, 1999. portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2003.KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto,2002. SACRISTÁN, J. Gimeno. A educação obrigatória: seu sentido educa- tivo e social. Porto Alegre: Artmed, 2001. . Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez,2003. SANT'ANNA, Affonso Romano de. Parôdia, paráfrase & CIA. São Paulo: Ática, 2003. ; FÁVERO, Leonor L. Linguística textual: introdução. SãoPaulo: Cortez, 2002. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. ; VILELA, Mário. Gramática da língua portuguesa. Coimbra:Almedina, 2001. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.MACHADO, Anna Rachel (Coord.). Resenha. São Paulo: Parábola,2007. . Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbedu/MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros n25/n25a01.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. TAVARES, Braulio. Contando histórias em versos: poesia e roman- . Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São ceiro popular no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.Paulo: Cortez, 2010. TRASK, R. Larry. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo:MATA, Inocência. Gêneros narrativos nas literaturas africanas de Contexto, 2004.língua portuguesa: entre a tradição africana e o “cânone ocidental”.Scripta: Revista do Programa de Pós-graduação em Letras e do TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta paraCentro de Estudos Luso-afro-brasileiros da PUC Minas. Disponível o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2005.LXIV MANUAL DO PROFESSORPORTUGUÊS ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS CONEXÃO COMPONENTE CURRICULAR: 8E USO LêNGUA PORTUGUESADileta DelmantoLicenciada em Letras (Português e Inglês)Mestra em Língua Portuguesa pela Pontifícia UniversidadeCatólica (PUC-SP)Professora das redes estadual e particular de São PauloLaiz B. de CarvalhoLicenciada em Letras e mestra em Literatura Brasileira pelaUniversidade Sagrado Coração (USC-Bauru-SP)Professora das redes estadual e particular de São Paulo1a ediçãoSão Paulo, 2018 MANUAL DO PROFESSOR 1Direção geral: Guilherme Luz Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Gestão de projeto editorial: Mirian Senra Gestão de área: Alice Silvestre Coordenação: Rosângela Rago Edição: Alice Vasques de Camargo, Ângela Davoglio, Bruna Flores Bazzoli, Caroline Zanelli Martins, Miriam Mayumi Nakamura (editoras), Patrícia Rocco S. Renda, Marina Caldeira Antunes (assistentes) Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Roseli Said e Márcia Pessoa Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Brenda T. M. Morais, Célia Carvalho, Claudia Virgilio, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Hires Heglan, Lilian M. Kumai, Luciana B. Azevedo, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Raquel A. Taveira, Rita de Cássia C. Queiroz, Sandra Fernandez, Sueli Bossi, Tayra Alfonso, Vanessa P. Santos; Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias) Arte: Daniela Amaral (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.), Carlos Magno (edição de arte) Diagramação: JS Design Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Claudia Bertolazzi (coord.) e Célia Rosa (pesquisa iconográfica) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Liliane Rodrigues (licenciamento de textos), Erika Ramires, Luciana Pedrosa Bierbauer, Luciana Cardoso Sousa e Claudia Rodrigues (analistas adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Fernando Pires, Guilherme Asthma, Gustavo Grazziano, Gustavo Ramos, Horácio Gama, Mario Kanno e Thais Circelli Design: Gláucia Correa Koller (ger.), Aurélio Camilo (proj. gráfico), Adilson Casarotti (capa), Tatiane Porusselli e Gustavo Vanini (assist. Arte) Todos os direitos reservados por Saraiva Educação S.A. Avenida das Nações Unidas, 7221, 1o andar, Setor A – Espaço 2 – Pinheiros – SP – CEP 05425-902 SAC 0800 011 7875 www.editorasaraiva.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142 2018 Código da obra CL 820638 CAE 631753 (AL) / 631754 (PR) 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento 22 MANUAL DO PROFESSORApresentação Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave? ANDRADE, Carlos Drummond de. Procura da poesia. In: Nova reunião: 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. v. 1. Caro aluno, Gostamos da reflexão que esses versos nos trazem sobre a importância das palavras e, por isso, nós os escolhemos para iniciar este livro, que trata de palavras e ideias, sentimentos e razões, fantasia e realidade e de escritores e leitores que precisam conhecê-las e manejá-las com precisão e sensibilidade para entender a si mesmos e interagir com o mundo que os cerca. Diante do desafio das palavras, nos valemos de recursos que permitam descobrir suas mil faces, encontradas no dia a dia de todos os homens, mulheres e crianças que povoam o mundo, bem como na história de tantos povos durante tantos e tantos séculos. São as palavras também que nos guiam no caminho de imagens, sons, movimentos, cores e volu- mes que nos trazem satisfação, inquietações e reflexões. Para tecer esta proposta, na qual você e seu professor serão os protagonistas, procuramos selecionar textos que possam fazê-lo se apaixonar cada vez mais pela leitura, percebendo-a como uma fonte inesgotável de prazer e de conhecimento. Fonte que permite alimentar sonhos, transformar nossa visão de mundo, reavaliar sentimentos, suscitar emoções, conhe- cer lugares sem sair do lugar, viajar no tempo, compreender outras culturas e civilizações e percorrer com mais proveito os caminhos abertos pelas conquistas da tecnologia, que nos desafiam a abrir, a cada vez, mais e mais portas no contexto das culturas digitais. Esperamos que as atividades deste livro propiciem a você oportunidades de refletir sobre a realidade que o cerca, de se expressar, de decidir como agir em relação aos desafios que a vida impõe, de perceber a importância de atribuir sentidos aos textos que preenchem o cotidiano e de conhecer as inúmeras possibilidades que as diferentes linguagens oferecem. Enfim, desejamos que este livro possa levá-lo a novas descobertas e novas reflexões, a avaliar conhecimentos e repensar valores, a buscar soluções e a ter uma visão plural do outro, sem perder a dimensão do encantamento que nos torna melhores e mais felizes. Um abraço, As autoras 3 MANUAL DO PROFESSOR 3Conheça seu livro Este livro está organizado em oito unidades. Elas são compostas de diversas seções, cada uma com uma finalidade específica. Conheça algumas delas a seguir. 1UNIDADE Faça seu comentário Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão Abertura da Unidade em grupo sobre questões que dizem respeito à aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; Este momento consiste na leitura e na entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se exploração de uma imagem: uma pintura, compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. uma fotografia, um grafite, uma cena de manifestações artísticas; filme, etc. As questões propostas suscitam Walt Disney/ip Archive/Glow Images reflexões sobre ela e mantêm relação com ler um texto didático para conhecer sua finalidade; o trabalho desenvolvido na Unidade. planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre um objeto cultural; Trocando ideias Não escreva no livro! Imagem de divulgação de uma animação, 1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra. Leitura 1 de 2008, dirigida por Andrew Stanton e produzida pela Pixar Animation Studios. a) Como isso ocorre na imagem reproduzida? 10 b) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a imagem? 2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela? 3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam ou a recomendaria para alguém? Por quê? Não escreva no livro! Unidade 1 11 Leitura 1 e Leitura 2 Antes de ler Nestas seções, você encontrará um conjunto 1. Você já assistiu a um filme de aventura? Se sim, cite um que chamou especialmente sua atenção e diversificado de gêneros textuais. Antes explique por quê. de iniciar a leitura, algumas questões 2. Você já leu romances que se desenvolvem em torno das aventuras de um herói? Se sim, quais? propostas em Antes de ler irão despertar seus conhecimentos sobre o assunto, seu interesse Você vai ler a versão adaptada de dois capítulos de Viagens de Gulliver, romance do escritor inglês Jo- nathan Swift. No livro, são narradas as aventuras de um médico que visita países fantásticos, habitados por pelo tema e antecipar o estudo do gênero. personagens extravagantes e de hábitos insólitos. O primeiro lugar aonde o personagem principal chega é a ilha de Lilliput, cujos habitantes são seres pequeninos de não mais que 15 centímetros de altura. Em se- guida, conhece Brobdingnag, terra habitada por gigantes, e Laputa, onde se passam os episódios a seguir. Os últimos destinos são a Terra dos Imortais e, finalmente, o país dos Houyhnhnms, onde quem governa são cavalos inteligentes, sinceros e sábios. Antes de iniciar o estudo do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. Capítulo 9 Uma ilha que voa […] zarpei da Inglaterra para mais uma aventura no dia 5 de agosto de 1706. […] A viagem ia muito bem até que, em abril de 1707, quando estávamos quase chegando ao nosso destino, fomos atacados por um navio pirata. Depois de sermos amarrados e saqueados, tivemos de esperar que os piratas decidissem o que iam fazer conosco. Como eu havia discutido com o comandante deles, acabei sendo o mais castigado. Colocaram-me todo amarrado numa canoa e me deixaram no mar à deriva. Dis- seram que assim eu morreria lentamente. Confesso que fiquei apavorado quando me vi sozinho no meio do mar, mas, em pouco tempo, consegui soltar as cordas em torno do corpo e descobrir um remo embaixo de uma lona jogada no fundo da canoa. Parecia um milagre que o pior castigo havia se transformado em liberdade, pois, pelo menos, eu estava longe daqueles piratas perversos. Avistei um arquipélago ao sul e remei uma hora até alcançar a primeira ilha. Lá encontrei alguns ovos de pássaro, que mataram a minha fome, e um pequeno riacho, onde bebi enormes goles de água. Não encontrei nenhum ser humano, apenas aves, caranguejos e peixes, mas, quando visitava uma outra ilha, vi o céu escurecer de repente. Olhei para o alto e percebi que a sombra era causada por nada mais, nada menos do que uma ilha voadora pairando sobre a minha cabeça. Não deixe de ler Exploração do texto Não escreva no livro! Viagens de Gulliver, 1. Nos primeiros parágrafos do texto, ficamos sabendo como o narrador- 116 deóJonathan Swift, -protagonista chegou ao lugar em que se passará a história. adaptação de Ana Maria Exploração do texto Reflex‹o sobre a l’ngua Não escreva no livro! Machado, Ática. a) Essas circunstâncias foram duras? Explique. O clássico da literatura O trabalho realizado nesta seção permitirá Oração sem sujeito: contexto e sentidos universal em versão b) Em outras histórias de aventura que você conhece, o protagonista que você desenvolva habilidades de adaptada pela escritora também tem de enfrentar sozinho situações complicadas? Se sim, dê linguagem necessárias para se tornar um leitor 1. Leia o início de uma crônica sobre o Copan, famoso edifício da cidade de São Paulo, construído Ana Maria Machado. um exemplo. competente e progredir em sua formação em 1952. como leitor literário. Você vai conhecer a No século XVIII, após 2. Como o narrador-protagonista reage à visão inusitada de uma ilha pai- função social e a organização do gênero a que uma série de mudanças rando sobre sua cabeça? pertence o texto lido, além de outros recursos. políticas, a Grã-Bretanha Maycon Soldan/Fotoarena [...] passou a compreender 3. A ilha flutuante à qual o narrador sobe faz parte do reino de Laputa. Juca Martins/Olhar Imagem quatro países: Inglaterra, Chove sobre o Copan, chove País de Gales, Escócia e a) A que se dedica uma parte das pessoas desse reino? Irlanda. Jonathan Swift muito. Agora faz sol. Calor. Ago- foi sacerdote da Igreja b) Como vive o povo de Lagado, a metrópole (capital) do reino de La- Anglicana (a Igreja puta? ra chove outra vez. Faz frio. O sol oficial da Inglaterra), mas, sendo irlandês, via c) Qual é a causa dessa situação? volta, a chuva volta, o calor volta, os ingleses como dominadores e sempre d) Qual dos planos elaborados em Lagado mais chamou sua atenção? o frio volta e esse vaivém é parte defendeu a Irlanda, Por quê? católica, que vivia em do plano secreto da natureza que extrema miséria. 4. Observe como o autor localiza as ações narradas no tempo. pretende fazer nevar sobre o Co- Seu livro Viagens de a) Quando se passa a história? Gulliver, embora tenha pan. A natureza é ardilosa. como foco as aventuras b) Nos capítulos, os fatos são narrados de acordo com a ordem em que do protagonista, não acontecem? Explique. Nesse ritmo, logo, logo vai tinha a intenção de divertir os leitores; seu c) Essas escolhas do autor quanto ao modo de desenvolver a história em nevar sobre o Copan. Gaúchos, intuito era criticar uma sequência cronológica aproximam o público leitor da narrativa? determinados valores e Explique. mineiros, cariocas, goianos, per- aspectos da sociedade britânica de sua época. 5. Reflita sobre os capítulos lidos. nambucanos, paraenses. Faça O edifício Copan, em São Paulo (SP), foi projetado pelo arquiteto chuva ou sol, o país inteiro cabe Oscar Niemeyer; estima-se que seja habitado por mais de 5 mil Não deixe de ver a) Considerando a descrição do reino de Laputa e dos personagens, no Copan. [...]. pessoas. Foto de 2018. reflita: Qual seria a principal intenção do autor ao escrever esse livro? Robinson CrusoŽ, OLIVEIRA, Nelson de. Copan mon amour. Folha de S.Paulo, 9 dez. 2007. +mais!. direção de Rod Hardy b) Swift é conhecido pela ironia presente em suas obras. De que modo a Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0912200717.htm>. Acesso em: 21 maio 2018. e George T. Miller. Estados descrição dos projetos dos “sábios” revela esse aspecto da narrativa Unidos: Miramax Films, desse autor? Explique sua resposta e dê um exemplo. a) O autor afirma que “o país inteiro cabe no Copan”. No contexto da notícia, como se pode 1997. 100 min. interpretar essa frase? c) Releia estas falas de Gulliver e do professor que o acompanha. Adaptação do romance — E por que a ilha ia ser destruída? b) Que figura de linguagem está presente nesse comentário do autor? Robinson CrusoŽ, de Daniel Defoe. — Porque o povo de lá exigia coisas sem sentido do rei. Queriam, c) O autor comenta o efeito de diversos fenômenos naturais no Copan. Que fenômenos são esses? Um marinheiro britânico, por exemplo, escolher seu próprio governador. único sobrevivente de um d) O vaivém do clima, segundo o autor, pode fazer nevar sobre o Copan. Se houvesse a possibi- naufrágio, é levado pelas Qual é a ironia e a crítica presentes nesse diálogo? lidade de nevar, de que modo se poderia escrever uma oração sobre esse fenômeno? águas do mar até uma d) Com que intenção Swift adota esse tom irônico e crítico? remota ilha deserta, onde enfrenta desafios e perigos. 120 Unidade 4 2. Releia estas orações da crônica sobre o edifício Copan e observe as formas verbais destacadas. Chove sobre o Copan, chove muito. Agora faz sol. Verbo impessoal só é Faz frio. usado na 3a pessoa do Nesse ritmo, logo, logo vai nevar sobre o Copan. singular. Por exemplo: Está calor. Choveu a) Nessas orações, é possível: ontem. Faz tempo I. determinar a que palavra(s) essas formas verbais se referem? que não venho aqui. II. identiécar o sujeito dessas orações? Atividade de escuta III. identiécar uma pessoa ou um ser vivo a quem esses verbos são atribuídos? Por quê? Não escreva no livro! Encontro com Ignácio de Loyola Brandão b) Essas formas verbais indicam o uso de verbos pessoais, que admitem sujeito, ou verbos im- pessoais, que não se usam com sujeito? Lemos, na Leitura 1, um conto de Ignácio de Loyola Brandão. Você gostaria de ouvir o autor tecendo considerações sobre como se forma um leitor crítico e como nasce um conto ou uma crônica? Quando não existe na oração um termo ou expressão com que o verbo possa estabelecer corres- pondência gramatical, de forma explícita ou implícita, dizemos que o verbo é impessoal e a oração Sente-se com um ou mais colegas. Juntos, assistam ao trecho de uma palestra realizada por ele e dirigida é uma oração sem sujeito. a alunos em visita à Bienal do Livro de São Paulo. 78 Unidade 2 Atividade de escuta Público na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP). Foto de 2018. Reflexão sobre a língua Nesta seção, as atividades enfocam Conversem entre si sobre os pontos fundamentais de que fala o autor, tendo as perguntas a seguir como As atividades desta seção permitem a escuta ativa e responsiva e a norteadoras de sua discussão. Preparem-se para compartilhar oralmente suas observações com os demais que você reflita sobre o funcionamento colegas e o professor. da língua e sobre o uso de recursos apreciação de textos veiculados linguísticos e gramaticais, necessários oralmente, como reportagem 1. De acordo com o autor: para a interação social competente e a) como se forma um escritor? expressiva. multimidiática, podcast, poema, b) como se forma um leitor crítico? animação, entre outros. 2. Para o escritor, com base em que são criados contos e crônicas? 3. Para ele, o que vale mais ao se escrever um conto: a inspiração ou o trabalho? • Segundo o escritor, de onde vem a inspiração? 4. O autor menciona seus contos fantásticos. Segundo confessa, de onde tira a inspiração para criar enredos fantásticos, absurdos? 5. Em sua opinião: a) como é possível interpretar a referência que ele faz a si mesmo, definindo-se como um “autor fantástico entre aspas”? b) o que ele diz sobre isso confirma ou nega a exploração do conto feita nas atividades anteriores? Explique. c) que tipo de situações concretas, observadas por ele, poderia ter dado origem ao conto? 230 Unidade 7 44 MANUAL DO PROFESSORProdu•‹o escrita Não escreva no livro! Produção escrita e Produção oral Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! Para relembrar As propostas de produção de texto são O mito de Narciso atualizado Segundo a mitologia trabalhadas passo a passo. Você terá a grega, Narciso era um Resenha crítica oportunidade de produzir uma foto denúncia, No poema que lemos, o eu poético critica o jogo de aparências das relações jovem de extrema beleza. elaborar um rap e apresentá-lo em público, sociais em que as pessoas parecem ser perfeitas, nunca cometem erros, nunca Um dia, sentou-se à beira As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o produzir um conto de suspense, apresentar falham. de um riacho para matarque ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não uma propaganda em um programa de rádio, a sede e viu sua imagemsão válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. entre outros gêneros escritos e orais. Embora escrito há quase um século, os versos encontram eco nos dias de hoje. refletida no espelho- Vivemos em uma época em que a imagem é supervalorizada. Com o avanço das -d’água. Admirado com ferramentas tecnológicas e a explosão do acesso às redes socias, criou-se o fenô- sua própria beleza, atirou- meno da selfie e o desejo de muitas pessoas de postar imagens de seu cotidiano -se nas águas e em que aparecem belas, felizes e “perfeitas” em cenários igualmente perfeitos, transformou-se na flor mas que, algumas vezes, podem não refletir a realidade. A valorização exagerada que leva seu nome. e o amor pela própria imagem são chamados de narcisismo. Na Psicologia, Narciso é o símbolo do apreço e admiração exagerados de uma pessoa por siímesma.Adão Iturrusgarai/Acervo do Cartunista 1. Leia e observe a tira a seguir. Jamie Gril/Tetra Imagens/Getty Images ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: LEITE, Willian. Eu queria ser Antônio. WillTirando, 26 jan. 2018. Disponível em: <http:// © Will Leite/Acervo do Cartunista<www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018.www.willtirando.com.br/eu-queria-ser-o-antonio/>. Acesso em: 15 ago. 2018. Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada sãocomuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando a) Que elementos da tira permitem ao leitor associá-la ao texto “Poemajornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e em linha reta”?apreciação consistentes para avaliá-lo. Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para b) Como se sentem os outros personagens na tira diante do que veem?publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto,publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. 2. Na tira, a crítica é a mesma presente no poema? Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenhalido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. 3. Você costuma participar de redes sociais postando selfies? Com que fre-Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. quência? Que tipo de texto costuma inserir junto às fotos? Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. 4. O individualismo exagerado, na busca de autoafirmação e admiração social,Antes de começar pode ser percebido em ambientes sociais. 1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. Você já presenciou situações em que parecia ser mais importante tirar fotos e selfies para as redes sociais do que participar de uma festa ou a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural evento e interagir com o momento e com as pessoas? Se sim, como você se refere a resenha em cada grupo? se sentiu? Conte aos colegas como foi. I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação 5. Já aconteceu de você se ver em uma situação em que seus amigos, co- II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico legas ou conhecidos só contam vantagens, parecem “campeões em tudo”, e você achar que está para trás, perdendo algo? Já se perguntou b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: se de fato são vantagens? I. uma peça de teatro. 6. Você concorda com a ideia exposta no poema de que o ser humano é II. um espetáculo de dança. diverso, com momentos de perfeição e falhas, cheio de curvas e não uma linha reta, e de que há na sociedade um jogo de aparências que 2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- precisa ser evitado? dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre: Unidade 5 161 a) um filme? b) um espetáculo musical? c) uma exposição de obras de arte? Unidade 1 25 Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Book trailer Do texto para o cotidiano Cultura digital Meninas fotografando livro com celular. O objetivo desta seção é discutir eEsta seção apresenta propostas que refletir sobre assuntos que envolvem vão aproximá-lo mais da cultura Na seção anterior, você analisou um book trailer. • Na abertura, apresentem a obra. Não se digital e promover discussões Chegou a hora de produzir um vídeo como aquele esqueçam de mostrar a capa do livro e de temas como cidadania, ética, meio e reflexões sobre práticas para indicar a outras pessoas algum livro especial. focalizar o nome do autor e da editora. ambiente e pluralidade cultural. próprias do mundo virtual. Siga os passos e bom trabalho! Conhecimento interligado 1. Junte-se a um colega e escolham um livro • No desenvolvimento, contem resumida- que ambos tenham gostado de ler. Se for mente a história do livro. Folheiem o livro e Esta seção explora a relação interdisciplinar um romance de aventuras, melhor! façam pausas para dar destaque a trechos que a área de Língua Portuguesa estabelece do texto e ilustrações, se houver. Ressaltem 2. Conversem com o professor para decidir também as partes ou recursos linguísticos com as demais áreas do conhecimento quando e onde realizarão a gravação do que considerarem mais importantes! (História, Geografia, Arte, etc.). vídeo. Combinem também que recursos utilizarão, de acordo com o material e os • No encerramento, convidem os espectado- equipamentos disponíveis na escola. res para ler a obra e incluam os créditos do 3. Façam um roteiro para a elaboração do vídeo. vídeo, indicando o nome de vocês como Para isso, escrevam o texto que será lido responsáveis. enquanto vocês mostram trechos do livro e indiquem o que entrará em cada momento. Sinalizem também no roteiro quem ficará responsável pela locução e pela filmagem. 4. Selecionem imagens e façam desenhos para mostrar durante a filmagem. Usem a criativi- dade para cativar os espectadores e despertar o interesse deles pelo livro apresentado no book trailer. 5. Planejem recursos sonoros para ambientar • Para criar efeitos sonoros ou trilhas, usem o book trailer. Busquem sonoridades que percussão corporal, objetos que possam servir combinem com o que está sendo dito e de fontes sonoras e instrumentos musicais. mostrado no vídeo em cada momento.Aprender a aprender Como elaborar a introdução de um texto 6. Sigam as orientações do professor para editar, finalizar e salvar o vídeo. A introdução de um texto, independentemente do gênero a que pertence, é a janela que oferece Ao final das produções, conversem com o professor e combinem onde os book trailers daao leitor a noção do que o espera no desenvolvimento de uma ideia, um conceito, um fato, ou seja, turma circularão. É possível publicá-los no blogue da escola ou reuni-los em uma mídia edo que será dito na sequência. disponibilizá-la na biblioteca! Em textos expositivos ou argumentativos relacionados ao campo das práticas de estudos e pesquisa, 126 Unidade 4ao campo de atuação na vida pública ou ao campo jornalístico/midiático, ela contém, em geral, alinha central que vai nortear a exposição de informações, de fatos, de dados apresentados, bem comoas reflexões a respeito do assunto abordado, guiando o leitor ao longo da leitura. Uma introdução pode ser feita de várias maneiras. Ela é o ponto de partida na interação como leitor e deve despertar seu interesse, incentivando-o a prosseguir na leitura. Veja algumas ma-neiras de como é possível fazer uma introdução e escolha um desses caminhos quando for produzirseus textos.1. Leia esta notícia. A mensagem de garrafa que Kym Illman/Agência France-Presse passou 132 anos no mar A mais antiga mensagem do tipo de que Conhecimento interligado se tem notícia foi lançada ao oceano por navio alemão e encontrada por acaso na Austrália. Uma família de Perth, na Austrália, encontrou a Não escreva no livro! Tecnologia e design: árvores solares no Andre Horta/Fotoarena mais antiga mensagem em uma garrafa conhecida Rio de Janeiro do mundo, quase 132 anos depois de ela ter sido Garrafa com mensagem enviada por Arte e tecnologia jogada no mar, dizem especialistas locais. [...] navio alemão há 132 anos foi O design é utilizado para desenvolver produtos tec- encontrada na Austrália. Foto de 2018. Ciência e tecnologia são conceitos próximos. A ciência se caracteriza pelo conjunto de saberes sistema- nológicos que atendam a novas demandas, como ilu- A nota na garrafa, datada de 12 de junho de tizados, fruto de estudos e pesquisas nos diversos campos do conhecimento humano. A tecnologia diz minação, móveis, vestuário, métodos educativos. Mas 1886, foi descartada do navio alemão Paula, como respeito ao conjunto de métodos, técnicas, procedimentos, etc. que permitem alcançar determinado objetivo é usado também por artistas que querem utilizar inova- parte de um experimento sobre o oceano e rotas em diferentes áreas da atividade humana. Ambas estão inter-relacionadas, pois o conhecimento adquirido ções para criar obras únicas e incomuns. marítimas do Observatório Naval Alemão. [...] e sistematizado, proveniente da ciência, permite o desenvolvimento de novas tecnologias. Observe essas árvores solares, com design original e BBC News Brasil. A mensagem de garrafa que passou 132 anos no mar. Terra, 6 mar. 2018. A tecnologia tem sido vastamente explorada nas mais diversas áreas do conhecimento, inclusive no campo criativo. Além de sua beleza estética, demonstram a pos- Disponível em: <www.terra.com.br/noticias/mundo/a-mensagem-de-garrafa-que-passou-132-anos-no-mar das artes. Recursos tecnológicos têm sido empregados como possibilidade de novas formas de um artista ex- sibilidade de utilizar recursos naturais (luz solar) para gerar pressar sua maneira de ver o mundo. São muitas as manifestações artísticas que conjugam processos e meios e armazenar energia. As folhas são feitas de um material ,bed0d27a258c78efefe9c7698dcb968dda765osw.html4>. Acesso em: 1º ago. 2018. tecnológicos com criatividade e, com isso, produzem novos e inusitados sentidos. que transforma a luz solar em energia elétrica.O autor do texto de divulgação científica usou um fato real, como No campo jornalístico/ Observe os exemplos que ilustram como, em diferentes linguagens, o modo de expressão muda de acordo Tecnologia e pinturao desta notícia, para iniciar seu artigo “A mensagem na garrafa”. midiático, o termo com as inovações tecnológicas que vão surgindo.A esse recurso damos o nome de gancho. gancho refere-se ao Muitos pintores lançam mão de recursos oferecidos uso de um recurso que Tecnologia e dança pela tecnologia para criar suas obras de arte.Com que gancho o autor do artigo construiu sua introdução? Na dança, recursos tecnológicos como câmeras, sistemas interativos entre som e projeção de vídeos, O museu filipino Art in Island é um bom exemplo.Justifique sua resposta. desperte o interesse do computadores e robôs permitem novos caminhos na arte de representar o mundo por meio da expressão Localizado na cidade de Quezon, suas pinturas e murais corporal. O grupo de dança Companhia de Dança Cena 11, de Florianópolis, Santa Catarina, destaca-se em 3-D convidam os visitantes a interagir com as obras, leitor. pelo modo como usa recursos desse tipo para compor a organização cênica de suas apresentações e ampliar muitas delas baseadas em pinturas clássicas, célebres. a comunicação com o público. Para o grupo, a tecnologia não é usada apenas para produzir efeitos especiais, Tudo efeito de ilusão de ótica!2. Leia algumas introduções nos parágrafos a seguir, acompanhadas e sim para colaborar na atribuição de sentidos à performance dos bailarinos.do título do texto. Procure identificar de que tipo são elas, associando-as, no caderno, àsexplicações listadas.I. referência a um fato do cotidiano: declara-se algo a respeito de um fato ou evento de conhe- Rouelle Umali/Newscom/Fotoarena Árvore solar (OPTree) cimento público ou apresentam-se dados, estatísticas referentes a ele. instalada no Parque Olímpico, no Rio deII. indagação ou proposição de possibilidade: dirigida diretamente aos leitores, mas que será Janeiro (RJ), 2018. respondida pelo próprio autor.206 Unidade 6 Cristiano Prim/Acervo do fotógrafoAprender a aprender A obra O balanço (1766), do pintor francês Jean-Nesta seção, você vai trabalhar com procedimentos de -Honoré Fragonard,estudo e pesquisa indispensáveis a todas as disciplinas. transforma-se em uma brincadeira com a visitante A Companhia de Dança Cena 11 apresenta o espetáculo Protocolo Elefante em São Paulo (SP). Foto de 2016. do museu Art in Island, em 148 Unidade 4 Quezon, nas Filipinas, 2014. 1. Você viu alguns exemplos de recursos da tecnologia aplicados à arte. Qual deles chamou mais a sua atenção? Por quê? 2. Você acha que a integração entre arte e tecnologia produz uma arte “me- lhor”, necessariamente? Ou, ao contrário, exige menos dos artistas, pois eles podem usar e abusar dos recursos, sem se preocupar com aquilo que pretendem expressar? 3. Na sua opinião, artes que não se valem de tecnologia tendem a ter cada vez menos espaço? O que se ganharia e o que se perderia, se isso ocorresse? Unidade 4 149Produção do ano Revista Não escreva no livro! Fase 3 Mario Kanno/Arquivo da editora Em grupo com alguns colegas, participe da Produção do ano para a Preparação dos textos e ilustrações, diagramação Produção do anoelaboração de uma revista com os textos criados em diferentes momentos A revista começa a ganhar forma. Os textos são redigidos eao longo do ano. Vai ser uma oportunidade de você ampliar seus editados e a equipe de arte prepara a distribuição de textos e Trabalhando em equipe e utilizando as produções deconhecimentos e divulgá-los para mais leitores. fotos nas páginas. texto feitas no decorrer do estudo das Unidades, você vai organizar, planejar e realizar a produção do ano. Você sabe como são feitas as revistas? Leia o infográfico. Fase 2 Por isso, ao encontrar este selo, fique atento. Fase 1 Levantamento de dados Este ícone indica que há material Definição da pauta Após a definição da pauta, há a audiovisual relacionado ao tema Reunião da equipe para definir os coleta de informações e avaliação ou ao conteúdo abordado. assuntos da edição. Nessa fase, são do que vale a pena publicar. v’deo dispon’vel avaliadas as sugestões enviadas pelos leitores, caso haja. Fase 4 Fase 5 Checagem e revisão de texto Montagem e impressão Fase 7 Distribuição para A nossa revista Não escreva no livro! bancas e livrarias Vamos começar a organizar a produção da revista da classe, que será fina-44 Unidade 1 lizada no fim do ano. 1. Com a orientação do professor, forme um grupo com três ou quatro colegas. 2. Ao trabalhar as Unidades deste livro, vocês vão produzir diversos textos. Alguns deles estarão marcados com o símbolo: Fase 6 3. Guardem esses textos em uma pasta, pois eles poderão ser selecionados para publicação na revista do grupo. Distribuição para assinantes Essa é a primeira remessa a 4. Decidam se vocês vão guardar todos os textos do grupo em uma mesma ser feita, já que se destina a um pasta ou se cada um vai ter sua própria pasta. Caso resolvam ter só uma, público fiel à leitura da revista. definam quem vai ficar responsável por ela. 5. Nos próximos meses, procurem informar-se sobre revistas de seu interesse e ler algumas delas, observando o conteúdo, a organização das páginas, a disposição das fotos ou das ilustrações, a relação no espaço entre texto verbal e não verbal, etc. Esse conhecimento vai ajudar vocês na hora de produzir a publicação. Unidade 1 45 5 MANUAL DO PROFESSOR 5Sumário UNIDADE 1 Faça seu comentário Leitura 1 Resenha crítica (Diante dos olhos de Marcelo, Peter O Sagae), 12 Exploração do texto, 14 Recursos expressivos, 17 Do texto para o cotidiano – O filho do coração, 20 Fique atento... à pontuação na resenha, 21 Oralidade – Divergência de opinião, 21 A língua não é sempre a mesma – Recursos expressivos na escrita, 24 Cultura digital Pense nessa prática! – Vale qualquer comentário?, 24 Produção escrita – Resenha crítica, 25 Reflexão sobre a língua – A composição de palavras na língua portuguesa, 27 Atividade de escuta – Resenha oral, 31 Cultura digital Experimente fazer! – Resenha em vídeo, 32 Leitura 2 Texto didático (As possibilidades e os limites do corpo, Lídia Rosenberg Aratangy), 33 Exploração do texto, 35 Recursos expressivos, 36 Diálogo entre textos – Entrevista sobre aparência, 38 Reflexão sobre a língua – Uso do hífen em palavras compostas, 40 Cultura digital Experimente fazer! – Participe e comente!, 43 Encerrando a Unidade, 43 Produção do ano Revista, 44 UNIDADE 2 Cena aberta Leitura 1 Poema dramático (Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto), 48 Exploração do texto, 53 Recursos expressivos, 55 Oralidade – Literatura e outras manifestações artísticas, 58 Diálogo entre textos – O Sertão na canção, 59 Do texto para o cotidiano – A seca no Nordeste, 60 Reflexão sobre a língua – A posição do sujeito na oração, 61 Sujeito indeterminado: contexto e sentidos na oração, 63 Uma questão investigativa – A ordem direta e indireta da oração no português do Brasil, 65 Leitura 2 Poema dramático (Eu sei, mas não devia, Marina Colasanti), 66 Exploração do texto, 68 Recursos expressivos, 69 Cultura digital Você sabia? – Compartilhe e comente!, 72 Oralidade – Fluência e expressividade, 72 Produção escrita – Texto dramático, 73 Cultura digital Experimente fazer! – E-zine, 77 66 MANUAL DO PROFESSORReflexão sobre a língua – Oração sem sujeito: contexto e sentidos, 78 A língua não é sempre a mesma – Ter e haver para indicar existência, 83 Encerrando a Unidade, 83Conhecimento interligado História e Arte caminham juntas..., 84 UNIDADE 3 Uma palavrinha, por favor...Leitura 1 Entrevista (O novo cenário da inclusão social, APAE em Destaque), 88 Exploração do texto, 90 Recursos expressivos, 92 Fique atento... ao uso do discurso direto e indireto, 94 Produção oral e escrita – Entrevista, 95 Reflexão sobre a língua – Regência: relações e sentidos, 97 Atividade de escuta – O que é ética?, 100Leitura 2 Lei (Lei n. 13 146, de 6 de julho de 2015, Brasil), 101 Exploração do texto, 103 Recursos expressivos, 105 Diálogo entre textos – Os direitos e deveres em linguagem poética, 106 Do texto para o cotidiano – Olhos que falam, 107 Cultura digital Pense nessa prática! – Participação cidadã em meio digital, 108 Reflexão sobre a língua – Regência verbal, 109 Fique atento... ao uso do sinal indicativo da crase, 111 Oralidade – Estatuto do Idoso, 112 Encerrando a Unidade, 113 UNIDADE 4 Do outro lado do mundoLeitura 1 Romance de aventuras (Viagens de Gulliver, Jonathan Swift), 116 Exploração do texto, 120 Recursos expressivos, 121 Do texto para o cotidiano – O papel da ciência, 123 Atividade de escuta – Book trailer, 125 Cultura digital Experimente fazer! – Book trailer, 126 Produção escrita – Capítulo de romance de aventuras, 127 Reflexão sobre a língua – Vozes verbais, 129Leitura 2 Estória (Um pingo de chuva, Ondjaki), 133 Exploração do texto, 136 Recursos expressivos, 138 A língua não é sempre a mesma – O português falado em Angola, 140 Diálogo entre textos – Memória e invenção, 141 Oralidade – Resenha crítica, 142 7 MANUAL DO PROFESSOR 7Cultura digital Pense nessa prática! – Curtir e comentar, 143 Reflexão sobre a língua – Vozes verbais: contextos e sentidos, 144 Encerrando a Unidade, 147 Conhecimento interligado Arte e tecnologia, 148 UNIDADE 5 Poesia e transgressão Leitura 1 Poema (Poema em linha reta, Fernando Pessoa), 152 Exploração do texto, 154 Recursos expressivos, 156 Diálogo entre textos – O poema e a crítica social, 158 Atividade de escuta – A todos os brasileiros, 160 Do texto para o cotidiano – O mito de Narciso atualizado, 161 Fique atento... à pontuação no poema, 162 Oralidade – Intertextualidade: a paródia, 163 Produção escrita – Criação de paródia, 165 Cultura digital Experimente fazer! – Gravação de paródia, 168 Reflexão sobre a língua – Adjunto adnominal: contexto e sentidos, 169 Oralidade – Fluência e expressividade no flash mob, 173 Leitura 2 Poema visual (O pulsar, Augusto de Campos), 174 Exploração do texto, 175 Reflexão sobre a língua – Complemento nominal, 177 Uma questão investigativa – A linguagem figurada no dia a dia, 180 Encerrando a Unidade, 181 UNIDADE 6 Conhecer para opinar Leitura 1 Artigo de divulgação científica (A mensagem na garrafa, Ciência Hoje), 184 Exploração do texto, 187 Recursos expressivos, 190 Fique atento... à pontuação no artigo de divulgação científica, 194 Oralidade – Busca pela vida fora da Terra, 195 Cultura digital Experimente fazer! – Podcast científico, 196 Reflexão sobre a língua – Adjunto adverbial: contexto e sentidos, 198 Diálogo entre textos – Mesmo tema, outros gêneros, 202 Do texto para o cotidiano – A limpeza do Universo, 203 Atividade de escuta – O papel da divulgação científica, 205 Aprender a aprender – Como elaborar a introdução de um texto, 206 Leitura 2 Artigo de opinião (Mães-meninas, O Globo), 208 Exploração do texto, 210 Recursos expressivos, 212 Produção escrita – Artigo de opinião, 215 Reflexão sobre a língua – Aposto: sentidos e contexto, 217 88 MANUAL DO PROFESSORFique atento... à pontuação com aposto, 219 Encerrando a Unidade, 219Conhecimento interligado O corpo: movimento e identidade, 220 UNIDADE 7 De conto em contoLeitura 1 Conto de suspense (A descoberta da escrita, Ignácio de Loyola Brandão), 224 Exploração do texto, 226 Recursos expressivos, 227 Do texto para o cotidiano – Opressão no poema, 229 Atividade de escrita – Encontro com Ignácio de Loyola Brandão, 230 Reflexão sobre a língua – Coordenação: contexto e sentidos, 231Leitura 2 Conto psicológico (Aquela água toda, João Luís Anzanello Carrascoza), 236 Exploração do texto, 239 Recursos expressivos, 241 Produção escrita – Conto, 243 Cultura digital Experimente fazer! – Audiobook de contos, 245 Reflexão sobre a língua – Coordenação e subordinação, 247 Ação voluntária – Compartilhamento de audiobook de contos, 251 Encerrando a Unidade, 251 UNIDADE 8 De olho na atualidadeLeitura 1 Reportagem de divulgação científica (‘Fake news’ têm 70% mais chance de viralizar que as notícias verdadeiras, segundo novo estudo, O Estado de S. Paulo), 254 Exploração do texto, 258 Recursos expressivos, 261 Cultura digital Você sabia? – Há sites brasileiros de checagem de fatos, 264 Cultura digital Pense nessa prática! – Ler criticamente: há interesses por trás das notícias?, 264 Do texto para o cotidiano – Pós-verdade, 265 Aprender a aprender – Como elaborar um mapa conceitual, 266 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada: contexto e sentidos, 269Leitura 2 Reportagem em meio digital (Os indígenas que escaparam do extermínio, El país), 274 Exploração do texto, 279 Recursos expressivos, 280 Fique atento... à pontuação na reportagem, 283 Produção escrita – Reportagem, 284 Atividade de escuta – Diversidade ambiental: feira de sementes, 287 Reflexão sobre a língua – Outras orações adverbiais, 288 Fique atento... à pontuação dos períodos com orações adverbiais, 290Conhecimento interligado Revoluções no modo de ler, 292Produção do ano Revista, 294Bibliografia, 296 9 MANUAL DO PROFESSOR 9Unidade 1 1UNIDADE Fa•a seu coment‡rio Competências gerais Imagem de divulgação de uma animação, da Educação Básica de 2008, dirigida por Andrew Stanton e 1. Valorizar e utilizar os produzida pela Pixar Animation Studios. conhecimentos histo- 10 ricamente construídos sobre o mundo físico, cionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos da que implícita ou velada. Continuamos o trabalho com a re- social, cultural e digital discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. senha, com o objetivo de que os alunos desenvolvam a habili- para entender e expli- dade de compreensão e réplica sobre livros, eventos, shows, car a realidade, conti- ¥ Nesta Unidade, enfocamos o campo jornalístico/midiático com exposições, entre outros, dando-lhes a oportunidade de se nuar aprendendo e cola- o gênero resenha crítica. Nesse campo, entre os diversos gê- aproximar de eventos culturais em sua comunidade ou fora borar para a construção neros jornalísticos, podemos considerar duas categorias: os dela, desenvolvendo o senso crítico. No campo das práticas de uma sociedade justa, informativos (em que predomina a sequência expositiva) e os de estudo e pesquisa, enfocamos o texto didático, gênero de democrática e inclusiva. opinativos (em que predomina a sequência argumentativa), apoio ligado à divulgação de conhecimentos, cujo trabalho visa 4. Utilizardiferenteslingua- embora essa fronteira não seja perfeitamente nítida, pois é ampliar e qualificar a habilidade de os alunos compreenderem gens – verbal (oral ou vi- consenso que nenhum texto é neutro, isento de opinião, ain- criticamente o mundo físico e a realidade social. sual-motora, como Li- bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimen- tos das linguagens artís- tica, matemática e cien- tífica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em dife- rentes contextos e pro- duzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. Competência específica de Linguagens para o Ensino Fundamental 4. Utilizardiferenteslingua- gens para defender pon- tos de vista que respei- tem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioam- biental e o consumo responsável em âmbi- to local, regional e glo- bal, atuando criticamen- te frente a questões do mundo contemporâneo. Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mí- dias, com compreensão, autonomia, fluência e cri- ticidade, de modo a se ex- pressar e partilhar infor- mações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. 6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em intera- ções sociais e nos meios de comunicação, posi-10 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão • Paraotrabalhocomogênero em grupo sobre questões que dizem respeito à resenha, sugerimos a leitu- aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; ra do artigo: OLIVEIRA, Maria entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se Marta G. de. “Habilidades de compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. leitura refletidas no gênero manifestações artísticas; resenha”. In: Língua escri- Walt Disney/ip Archive/Glow Images ta. Belo Horizonte, n. 6, jan./ ler um texto didático para conhecer sua finalidade; jun. 2009. p. 94. Disponí- vel em: <http://www.ceale. planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre fae.ufmg.br/app/webroot/ um objeto cultural; files/uploads/revista%20 lingua%20escrita/Trocando ideias Não escreva no livro! LinguaEscrita_6d.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra. • Sugerimos também a leitu-a) Como isso ocorre na imagem reproduzida? Espera-se que os alunos respondam que a imagem ganha força por ra de um texto teórico que meio do contraste entre a cor escura do céu estrelado à esquerda, trata especificamente de resenha cinematográfica: onde está o personagem, e a presença de luminosidade à direita. “Resenha cinematográfi- ca: um gênero textual parab) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a o ensino de língua portu- guesa na abordagem do imagem? Espera-se que os alunos respondam que ele olha para o espaço, para o infinito. interacionismo sociodis- cursivo”. Disponível em:2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o <http://www.faccar.com. cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela? Resposta pessoal. br/eventos/desletras/ hist/2005_g/2005/3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a textos/010.html>. Acesso opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam em: 16 jul. 2018. ou a recomendaria para alguém? Por quê? Resposta pessoal. Trocando ideias Atividade 1, item b • Verifiqueosconhecimentos prévios dos alunos sobre a animação. Caso a conhe- çam, saberão que o persona- gem é Wall-E e conhecerão o enredo. De qualquer for- ma, comente que a história se passa em 2815, quando a humanidade abandonou a Terra e passou a viver em uma nave no espaço. O per- sonagem Wall-E é um robô deixado no planeta, que tem como função limpar o lixo acumulado por centenas de anos de consumismo.  Atividade 2  • Osalunospodemmencionar o lixo eletrônico sobre o qual o robô está e a sensação de aparente solidão do perso- nagem. A imagem combina mistério e atração, com a in- tençãodeestimularacuriosi- dade do leitor ou espectador.• Serão abordados os seguintes eixos: Unidade 1 11 Neste bimestre, consul- te no Material Digital do Pro- Oralidade: atividade de escuta – análise de gravação: resenha Produção de texto: planejar, elaborar, revisar e publicar resenha, fessor: oral; discussão em grupo. explorando recursos disponíveis. Análise linguística/semiótica: reconhecer e analisar processos de • Plano de desenvolvi- Leitura: resenha crítica, como gênero de apoio para a compreen- formação de palavras por composição (justaposição e aglutinação); mento; são e seleção de obras literárias e outras manifestações artís- apropriação e uso das regras básicas de uso do hífen em palavras ticas, e texto didático, como apoio para a compreensão de con- formadas pelo processo da composição. • Ficha de acompanha- teúdos ligados a uma área do conhecimento, em especial, a uma mento das aprendiza- disciplina escolar. gens; • Avaliação; • Sequências didáticas:  1. Escolher e apreciar 2. Formação de pala- vras por composição 3. Cotidiano poético 11MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro! Competências Antes de ler específicas de Língua Portuguesa para o 1. Quando quer obter informações a respeito de um filme, um livro, um jogo Ensino Fundamental eletrônico ou um evento cultural em sua cidade, onde você costuma 2. Apropriar-se da lingua- buscá-las: com amigos, na internet, em revistas, em clubes de leitura, suplementos de jornal? Resposta pessoal. gem escrita, reconhe- cendo-a como forma de 2. Você, provavelmente, já leu textos em jornal, revista ou site que aconse- interação nos diferentes lhavam o leitor a assistir a determinado filme ou a ler um livro publicado. campos de atuação da Nesses casos, que objeto cultural era recomendado? Se você leu, viu ou vida social e utilizando-a assistiu ao que era aconselhado, a leitura ou o evento preencheu suas para ampliar suas possi- expectativas? Resposta pessoal. bilidades de participar da cultura letrada, de cons- Reprodu•‹o/Edi•›es SM Muitas vezes nos vemos diante de questões como decidir se vamos ou não ver truir conhecimentos (in- um filme, se vamos a uma exposição de pinturas ou a um show, que livro ler, que clusive escolares) e de Caio Riter jogo eletrônico comprar. Onde encontrar informações que nos orientem? se envolver com maior O RAPAZ QUE NÃO ERA autonomia e protago- DE LIVERPOOL Leia a resenha crítica de um livro que narra a história de um garoto de nismo na vida social. capa: Graça Lima 15 anos e sua paixão pelos Beatles, e que encontra, em sua própria vida, 6. Analisar informações, Edições SM, 2006 uma inesperada correspondência com esse famoso quarteto musical. Será argumentos e opiniões que essa resenha despertará seu interesse em ler o livro? manifestados em in- terações sociais e nos Durante a leitura do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas meios de comunicação, pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. posicionando-se ética e criticamente em relação Diante dos olhos de Marcelo a conteúdos discrimina- tórios que ferem direitos Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais humanos e ambientais. como negar as evidências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade, quais características dominantes, quais recessivas e agora são (EF69LP45) Posicionar-se as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz. A velha descon- criticamente em relação a fiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele, textos pertencentes a gê- Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a neros como […] resenha cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo, crítica […] para selecionar diferente e só, adotado. obras literárias e outras ma- nifestações artísticas (cine- O que sente e pensa Marcelo? Algo como tristeza ou desespero? Amargura, ma, teatro, exposições, es- por quinze anos vividos sob a custódia de uma traição? Seus pais – ou melhor: petáculos, CDs, DVDs etc.), eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra! diferenciando as sequên- E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. cias descritivas e avalia- Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... Ele, que não tivas e reconhecendo-os era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia-se o verdadeiro como gêneros que apoiam a rapaz que não era de Liverpool. De fato, os Beatles eram apenas quatro, como escolha do livro ou produção Pedro Paulo, Inês, Ramiro e Maria. Alguém sobrava naquela casa. O quinto cultural e consultando-os no Beatle não existiu. E era ele. Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua momento de fazer escolhas, verdadeira história? quando for o caso.Antes de ler• Essas atividades têm como objetivo ativar os conheci- mentos prévios dos alunos acerca do gênero resenha. 12 Unidade 112 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam claros, Liverpool é uma Leituraescuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade. Caio cidade da InglaterraRiter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o personagem: é conhecida por ter VocabulárioMarcelo, em primeira pessoa, quem narra o torvelinho de imagens e emoções revelado a famosanum rápido pulsar de fragmentos que o autor ordena com técnica cinematográ- banda de rock The digressão: divagação, des-fica. O texto é dividido em cinco capítulos, nos quais a ação no presente se esten- Beatles, com quatro vio momentâneo de assunto.de por pouco mais que uma semana e alguns dias. Esse plano narrativo é inter- integrantes: Johnrompido por cenas que são a força das digressões, trazendo tanto a memória de Lennon, Paul incurso: entrada, introdução.fatos isolados da infância e da juventude de Marcelo quanto os poucos instantes McCartney, Ringo Starrque antecederam a conversa com a mãe. É também a derradeira confirmação que e George Harrison. interpolação: introduçãomarca o início da narrativa, às primeiras linhas do capítulo um. ou inserção de cenas em flashback: interrupção um texto. “— Não, Marcelo, você não nasceu de mim! da sequência cronológica Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar. Falou. As palavras foram em uma narrativa (em laborioso: cuidadoso, bem claras. Sem sombras. Sem dúvidas. A confirmação ali, naquela frase tão simples. livro, novela, série, filme), trabalhado. Tão. Não era minha mãe. Não era. E, no entanto. com volta a eventos Estendeu a mão. A mão que muito carinho já me fizera. A mão. Tremia? Queria passados. torvelinho: movimento em ser toque. Acarinhar meu cabelo, daquele jeito calmo que eu tanto gosto. Gostava. efabulação: narração espiral, redemoinho. Leve toque em meu braço. ficcional. Fugi. match cut: técnica • O termo efabulação tem o Lágrimas nos olhos dela. E nos meus. cinematográfica que mesmo sentido de fabu- Fugi para meu quarto. consiste em um corte na lação, criação ficcional ou [...]” sequência da narração, representação fictícia por permitindo a transição meio da imaginação, in- Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente entre dois planos que se venção de uma sequênciapara introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não correspondem. de fatos que compõem olineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. É exatamente fusão: técnica enredo em uma narrativa.na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a originalidade cinematográfica que Atualmente, o termo desig-do autor e um laborioso trabalho técnico. Caio Riter interrompe por dezes- consiste na passagem na também a narrativa quesete vezes o fluxo dos capítulos, com cenas numeradas e subtítulos, em que gradativa, com subverte, de várias manei-o leitor salta para o passado de Marcelo. As lembranças surgem encaixadas sobreposição, de uma ras, o padrão e as expecta-pelo incurso do MATCH CUT, isto é, alguma informação do instante presen- imagem para outra. tivas do romance tradicio-te (um nome, uma foto, uma palavra, uma dor) repete uma situação já vivi- nal, principalmente no queda, assim deflagrando a visão do passado. De outro modo, a saída das de- diz respeito a forma, estilo,zessete cenas é feita sem avisos ou abruptas separações, flutuando o foco narrativo, tratamentopensamento de Marcelo em efeitos de FUSÃO com o presente. do tempo e espaço, empre- go frequente de alegorias e Da estrutura geral da obra à estrutura das frases, a linguagem privilegia um diluição dos limites entre oponto de vista e uma fala em perfeita síncope. Das emoções. É a pontuação rí- cotidiano e o fantástico, ogida e seca que para. O pensamento entrecortado que se permite. Das lacunas mágico e o real.entre palavras ao fosso existencial. São fendas e senhas: por interrupção, inter-mitência: interrogações. A todo instante, torcemos por Marcelo. Pela respostaque procura, pela paz. Céu e mar para o rapaz que não era de Liverpool. O SAGAE, Peter. Diante dos olhos de Marcelo. Dobras da Leitura O’ Blog, 3 jun. 2009. Disponível em: <http://dobrasdaleitura.blogspot.co.at/2009/06/diante-dos-olhos-de-marcelo.html>. Acesso em: 21 jun. 2018.Reprodução/Arquivo pessoal Peter O Sagae é autor, professor, tradutor e crítico literário. Criou o blogue Dobras da Leitura OÕ Blog, em que publica resenhas sobre obras literárias. Unidade 1 13 13MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Exploração do texto Exploração do texto Não escreva no livro!Atividade 2, item b 1. Uma resenha é sempre acompanhada de elementos paratextuais.• Comente com os alunos a) Que função tem a capa do livro que acompanha o texto? que Mendel é autor do es- tudo hoje chamado de Leis Apresentar o livro, objeto da resenha, ao leitor. de Mendel, as quais regem a transmissão dos caracte- b) Releia este trecho. res hereditários. O protago- Caio Riter nista de O menino que não O RAPAZ QUE NÃO ERA DE LIVERPOOL era de Liverpool se baseia capa: Graça Lima nessas leis para tirar con- Edições SM, 2006 clusões que o levam a des- cobrir ter sido adotado: as Qual é a função dessas informações para o leitor da resenha? experiências desse estu- dioso mostraram que não 2. c) Os quatro integrantes daFriedrich/Interfoto/LatinstockO termo paratexto designa os elementos que acompanham um texto, é biologicamente possível banda eram de Liverpool; a com informações para a orientação do leitor, como título, nome do autor, pais de olhos claros (ver- família de Marcelo é compos- número de páginas, índice, ilustrações, gráficos, dedicatória, notas de des ou azuis) gerarem um ta também de quatro integran- rodapé, etc. filho de olhos castanhos. No tes; ele, Marcelo, de acordo entanto, os estudos de ge- com sua interpretação, não faz Elas permitem ao leitor identificar a obra sobre a qual a resenha foi feita. Além disso, contêm nética mais avançados pro- parte da família; metaforica- varam que a cor dos olhos mente, “não é de Liverpool”. 2. Pela leitura da resenha, é possível ter uma noção do enredo. outros dados é uma característica poli- gênica, isto é, definida não Gregor Johann úteis, caso haja interesse em encontrar o livro em uma biblioteca, livraria ou site especializado. por um, mas por vários pa- Mendel (1822-1884), res de genes, tornando pos- considerado o “pai da a) Qual é o conflito vivido pelo personagem Marcelo? sível que um casal de olhos genética”, foi um claros venha a ter filhos de monge e botânico A suspeita de que é adotado. olhos castanhos. Para mais austríaco. Trabalhando informações, consulte: com o cruzamento de b) De acordo com a resenha, qual é a importância da relação entre as <https://diariodebiologia. sementes de ervilha, ervilhas de Mendel e a cor dos olhos de Marcelo para o estabeleci- c o m / 2 016 / 07/c o m o - ele propôs a teoria, mento desse conflito? Para mais informações, leia o boxe sobre os funciona-genetica-cor-dos- mais tarde confirmada, estudos de Mendel. O protagonista sabe que um casal de olhos claros (verdes, os olhos-como-saber-olhos- da existência de do-bebe/> (acesso em: 13 características da mãe, e azuis, os do pai) não poderia ter um filho de olhos castanhos. out. 2018). biológicas que se transmitem pela c) De que forma o título do livro também se relaciona com os Beatles hereditariedade, ou e esse conflito? Se necessário, releia o boxe complementação da seja, de pais para Leitura 1. filhos. 3. Em relação ao enredo, anote no caderno quais frases a seguir se referem 14 Unidade 1 ao presente vivido pelo personagem (a dor de saber a verdade) e quais a um tempo passado (as lembranças). I. Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu ventre [...]. passado II. Ele, que não era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia- -se o verdadeiro rapaz que não era de Liverpool. [...] Qual a sua verda- deira história? presente III. [...] trazendo tanto a memória de fatos isolados da infância e da ju- ventude de Marcelo, quanto os poucos instantes que antecederam a conversa com a mãe. passado IV. E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... presente14 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 14. Uma resenha de livro ou filme contém, em geral, o resumo da história e as avaliações que defendem Atividade 6 a posição do autor. No caderno, relacione cada parágrafo da resenha a seu respectivo conteúdo. Dica: desconsidere a citação literal do trecho do romance na contagem dos parágrafos. (EF89LP05) Analisar o efei- I. Informações sobre o enredo. to de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a II. Informações sobre a estrutura do livro. formas de apropriação tex- tual (discurso […] indireto III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ou indireto livre). IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. Atividade 6, item b • Comente que o pronomea) Primeiro parágrafo. I. Informações sobre o enredo.b) Segundo parágrafo. I. Informações sobre o enredo. indefinido muitos, nessec) Terceiro parágrafo. II. Informações sobre a estrutura do livro. contexto, reflete, de cer-d) Quarto parágrafo. III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ta forma, a “voz” do sensoe) Quinto parágrafo. IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. comum, ou seja, a impres- são ou sensação que mui-5. Releia. tas pessoas têm a respei- to de algo.Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente para introduzir um Atividade 6, item cFLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não lineares de efabulação, em idas e vindas • Expliquequesetratadodis-dentro de um texto. É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a curso indireto livre, modo narrativo em que o narradororiginalidade do autor […]. 5. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam que se trata do movimento, no reproduz as palavras ou o enredo, entre presente e passado na recuperação das memórias do personagem e do pensamento de um perso- nagem de modo simultâneo passado para o presente, na situação em que se encontra. a seu próprio discurso, inse- rido na narração, sem ver-a) O que você entende por “idas e vindas dentro de um texto”? bos de elocução, sem con- junção subordinativa nemb) Interpolar significa “alternar, revezar”. Quais são os diferentes planos que se alternam na marcas gráficas. narrativa? Presente e passado.6. Em uma resenha, podem estar presentes outras vozes além da do autor, seja de forma implícita ou explícita.a) Há algum momento, no texto, em que aparece explicitamente a voz do autor? Justifique suaresposta. Sim, na frase: “A todo instante, torcemos por Marcelo” e no fragmento “[...] a vida pode passar diante de nossos olhos [...]”.b) Releia esta afirmação.Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos [...] como um filme em alta velo-cidade. 6. c) “A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento!” Espera-se que os alu-A quem se refere o pronome muitos, empregado pelo autor? nos percebam que o autor registra a fra- se exclamativa como um desabafo doA pessoas indeterminadas, a pessoas em geral, quaisquer pessoas. personagem, reportando diretamente ac) Releia o primeiro parágrafo do texto. fala tal como foi dita por Marcelo.Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais como negar as evi-dências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade, quais característicasdominantes, quais recessivas e agora são as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz.A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Mar-celo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos damãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo, diferente e só, adotado. Nesse parágrafo, quando o autor da resenha apresenta o resumo da história, é possível “ouvir” a voz do personagem. Procure identificá-la e explique por que a selecionou.d) Em que momento, no texto da resenha, aparece a voz do narrador da história do rapaz que não era de Liverpool? E quem é esse narrador? Na citação do trecho que o resenhista transcreve entre aspas. O narrador é o próprio Marcelo. Unidade 1 15 15MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 9 7. b) No último parágrafo, o 7. Percebemos, ao longo do texto, o desenvolvimento da apreciação que o• Considerando-se a finali- autor da resenha dirige-se di- autor da resenha faz. retamente ao leitor, convidan- dade do gênero, espera-se do-o a “torcer” pelo persona- a) Essa apreciação é positiva ou negativa? Positiva. que os alunos respondam gem. Isso reforça a opinião de se obtiveram as informa- que a narrativa tem qualida- b) De que modo o último parágrafo reforça essa opinião? ções necessárias para to- des suficientes para envolver mar a decisão de ler ou não o leitor e emocioná-lo, já que c) Com os elementos que o resenhista apresenta, você se sentiu interes- o livro, e se a argumenta- isso ocorreu com o resenhista sado pela história de Marcelo? Por quê? Resposta pessoal. ção na resenha foi suficien- na leitura. te para estimulá-los a ler.• Se achar interessante, co- 8. Resenhas geralmente não antecipam informações que comprometam o mente que, em resenhas impacto do filme ou livro resenhado. publicadas em sites, é co- mum aparecer a mensa- a) Que efeito isso cria? Cria expectativa, curiosidade no leitor. gem: “Atenção, este co- mentário contém spoiler” b) A resenha lida recomenda explicitamente que o leitor leia o livro? De (do inglês, to spoil, “estra- que modo age o resenhista ao apresentar o livro? gar”). Isso quer dizer que a resenha dá informações so- Não. Comenta suas qualidades, estimulando, instigando o leitor a ler o livro. bre a história que podem es- tragar o prazer da descober- 9. Em sua opinião: ta do leitor ou espectador. a) os argumentos usados na resenha poderiam influenciar positiva ouAtividade 10 negativamente um leitor para escolher essa leitura? Em que medida• Comente que a estrutura de e por quê? Resposta pessoal. uma resenha pode variar. b) mesmo sem saber como termina a história de Marcelo, essa resenha Seus elementos básicos cumpriu sua finalidade com relação a você, como leitor? Por quê? são as informações sobre o objeto resenhado e a ava- Resposta pessoal. liação do resenhista, funda- mentada em argumentos 10. Resenhas, em geral, costumam apresentar a seguinte estrutura. válidos. A organização do texto deve incluir uma in- Apresentação Desenvolvimento Conclusão trodução e uma conclusão. 10. b) O resumo da história é Resumo Opinião e argumentos Informações Não deixe de ler apresentado em um bloco e, da história para comprová-la técnicas em seguida, em outro bloco, • No livro, o personagem vêm a opinião e os argumen- reconhece que a verda- tos para comprová-la. As in- deira família é aquela formações técnicas, como o que cuida de uma crian- trabalho com a linguagem, ça e atua em seu cres- são exploradas no final do de- cimento com amor e senvolvimento. dedicação, não neces- sariamente a biológica. N‹o deixe de ler A resenha lida obedece a essa estrutura? Explique sua resposta, comen- tando: O rapaz que não era de Liverpool, de Caio a) a apresentação. Riter, Edições SM. Não há propriamente uma apresentação do livro; o texto já começa com o resumo da história. Leia o livro e fique sabendo qual foi a resposta de b) o desenvolvimento. Marcelo a suas próprias indagações. Aproveite c) a conclusão. Apresenta a conclusão nas três últimas frases. para conhecer melhor as técnicas cinematográficas 11. Resenhas críticas publicadas em jornais e revistas de circulação nacional empregadas pelo autor e em sites confiáveis são geralmente escritas por especialistas: críticos de na trama. cinema e literatura, jornalistas, etc. Fazer escolhas com base na leitura de resenhas é um bom caminho para decidir o que ver ou ler? Por quê? Resposta pessoal. 16 Unidade 116 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Recursos expressivos 2. a) Sim, há várias palavras e Recursos expressivos expressões ligadas ao univer-1. Na resenha lida, alterna-se o uso de verbos no passado e no presente. so da ficção como persona- (EF69LP54) Analisar […] gem, primeira pessoa, nar- em gêneros em prosa […]a) Em geral, predominam, nas resenhas, as formas verbais no presente. rativa, ação, cena, leitor, os efeitos de sentido decor- Releia. autor, efabulação, flashback. rentes do emprego de pala- vras e expressões […] co- Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam 2. b) Além do universo da litera- notativas […], percebendo tura, referências ao universo ci- sua função na caracteriza-claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta nematográfico, com o uso de ção dos […] personagens palavras e expressões relacio- e ações próprios de cada gê-velocidade. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando nadas a esse campo semântico nero narrativo. como filme, imagem, técnicasvoz para o personagem: é Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o cinematográficas, match cut, Atividade 1 fusão. (EF89LP06) Analisar […]torvelinho de imagens e emoções num rápido pulsar de fragmentos que escolhas lexicais, constru- ções metafóricas […] eo autor ordena com técnica cinematográfica. O presente foi empregado pelo seus efeitos de sentido. autor da resenha para expor opi- Atividade 3 nião e avaliação, com afirmações ¥ Aceite respostas que sejamPor que foi empregado o presente nesse trecho? que revelam seu próximas dos sentidos do texto. posicionamento ab) Observe agora o uso das formas verbais no pretérito. respeito do objeto cultural resenhado.A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto damãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhosnão tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dosolhos do pai. Por que foi empregado o pretérito nesse trecho? Para relembrar Porque o autor se refere a fatos do enredo do livro quando o personagem rememora a Campo sem‰ntico é o descoberta da verdade (ou da “mentira” dos pais). conjunto das palavras ligadas a uma mesma2. Em uma resenha, emprega-se vocabulário específico da área a que per- área de conhecimento, a tence o objeto resenhado, a que damos o nome de campo semântico. uma mesma arte, ciência, profissão, etc. a) Isso acontece nessa resenha? Comprove sua resposta. 2. c) Possibilidades: atuação, b) A qual ou quais universos essa resenha faz referências? Explique trilha sonora, figurino, estúdio, sua resposta. bilheteria, cena, filme, diretor, espectador, episódio, fala, diá- c) Que palavras e expressões se esperaria encontrar em resenhas logo, maquiagem, técnicas, sobre filmes? atores, interpretação, produ- tor, direção, roteirista, entre3. O resenhista, ao se referir às emoções por que passa o personagem, faz outras. uso da linguagem figurada. Levando em conta o contexto, explique o sentido das expressões destacadas nestes trechos. Gustavo Grazziano/Arquivo da editora a) [...] e agora são as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do ra- paz.b) [...] eles, Inês e Pedro Paulo não ti- nham o direito. De trocar uma his- tória por outra!c) [...] é Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o torvelinho de imagens e emoções num rápido pulsar de fragmentos [...]d) [...] seus olhos não tinham a cor domar, a cor do céu [...]Resposta pessoal. Possibilidades: a) O personagem fica se lembrando das explicações sobre as leis da hereditariedade dadas na aulade Biologia; b) A história de vida do personagem seria outra se ele não tivesse sido adotado; c) As emoções sentidas pelo personagemsão como um redemoinho em espiral com movimentos ritmados, indo e voltando, rodando dentro dele; d) Seus olhos não eram Unidade 1 17verdes como os da mãe nem azuis como os do pai. 17MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 4 5. a) Somente no segundo 4. Para organizar o texto, o autor emprega várias conjunções, estabelecendo parágrafo. Ao citar os nomes relações de sentido entre orações ou parágrafos. Observe as conjunções (EF08LP13) Inferir efeitos dos membros da família, pe- destacadas e, no caderno, explique a relação que elas indicam. de sentido decorrentes do las novas referências incluí- uso de recursos de coesão das: “Alguém sobrava naque- a) Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia sequencial: conjunções e ar- la casa. O quinto Beatle não mais como negar as evidências. soma, adição ticuladores textuais. existiu. E era ele.” b) E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentementeAtividade 5 Para relembrar novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares… Discurso indireto livre (EF08LP15) Estabelecer re- é a combinação dos oposição lações entre partes do texto, discursos direto e indireto identificando o […] referen- em que o narrador não c) Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – claros, escu- te comum […]. utiliza as marcações de ros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade. nenhum dos dois (dois-Atividade 6 -pontos, travessão, comparação• Comente que a pontuação aspas, do discurso direto; ou verbos de dizer, do 5. No desenvolvimento do texto, há várias referências entrelaçadas que co- expressiva (exclamação e indireto), reproduzindo laboram para a progressão temática, contribuindo para a coesão do reticências) reflete o pen- as falas e, às vezes, até texto. Releia estes trechos. samento do personagem, pensamentos do reproduzido diretamente personagem tal como I. Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia pelo autor da resenha. teriam sido ditos, mais como negar as evidências. misturando-os com aAtividade 7 própria fala do narrador. II. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o personagem [...]. (EF89LP05) Analisar o efei- 18 Unidade 1 to de sentido produzido pelo a) Ao citar naquela família, logo na introdução da resenha, o autor se uso, em textos, de recurso a refere a uma determinada família. Em que momento do texto essa formas de apropriação tex- referência se explicita e de que forma? tual ([...] discurso [...] indi- reto livre). b) Em essa sensação, a que se refere o autor?Atividade 8 À sensação de ver um filme em alta velocidade.• Comente que, em jornais e 6. No bloco da resenha em que o autor fala dos sentimentos e das reflexões revistas semanais de infor- do personagem, é empregada a pontuação expressiva em que se mesclam mação, as resenhas cos- as falas do personagem e as do autor. Para cada fragmento, aponte se tumam aparecer em uma se trata do pensamento do personagem ou da fala do autor. seção considerada mais “leve”, reservada à arte e a) A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! ao entretenimento. Pensamento do personagem. b) Algo como tristeza ou desespero? Fala do autor. c) No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... Pensamento do personagem. d) Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua verdadeira história? Pensamento do personagem. 7. Releia este fragmento. Seus pais – ou melhor: eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra! E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. a) Nesse trecho, qual frase reproduz diretamente um pensamento do personagem? “[...] eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra!” b) A reprodução das falas é feita por meio do discurso indireto livre. Quais marcas convencionais do discurso direto ou do indireto não estão presentes na reprodução dessas falas? Não há dois-pontos e travessão nem o uso de verbos de dizer ou de aspas. 8. A linguagem das resenhas pode ser mais ou menos formal, de acordo com o leitor, com o veículo em que é publicada e com o objeto resenhado. Con- siderando que essa resenha foi publicada em um blogue especializado, você acha que a linguagem é adequada ao público a que se destina? Explique. Espera-se que os alunos reconheçam que sim. A presença de palavras pouco conhecidas (vocabulário sofisticado e técnico) mostra que o blogue tem como público leitor pessoas fa- miliarizadas com o vocabulário específico da literatura.18 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 12. c) O resenhista supõe que o leitor poderia discordar, afirmando que o flashback não é nenhuma novidade. A argumentação na resenha críticaA argumentação na resenha crítica Para relembrar (EF89LP04) Identificar e1. O autor da resenha aborda dois pontos importantes que são empregados Contra-argumento é o avaliar teses/opiniões/posi- pelo escritor Caio Riter no livro. argumento que se opõe cionamentos explícitos e im- I. a originalidade e o laborioso trabalho técnico na ordenação dos fatos. a outro, a fim de plícitos, argumentos e con- II. a linguagem em harmonia com as emoções do narrador-personagem. desqualificá-lo. O autor tra-argumentos em textos de um texto argumentativos do campo Quais são, respectivamente em I e II, os argumentos que o autor da argumentativo expõe ([…] resenha crítica etc.), resenha apresenta para fundamentar sua opinião? determinadas posições e posicionando-se frente à o interlocutor, por meio questão controversa de for-2. Releia estes trechos e compare os dois comentários. de objeções, de ma sustentada. Fragmento 1 argumentos contrários, Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente procura refutar as teses Atividades 1 e 2 para introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não que aquele defende. lineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. Muitas vezes, quem (EF89LP14) Analisar, em argumenta pode também textos argumentativos e Fragmento 2 prever possíveis objeções propositivos, os movimen- É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a de um interlocutor, tos argumentativos de sus- originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico. desmontando, tentação, refutação e ne- antecipadamente, no gociação […], avaliando a a) No fragmento 2, a expressão diferentes planos retoma que infor- momento em que força […] dos argumentos mação já mencionada no fragmento 1? flashback, idas e vindas. escreve, a possível utilizados. refutação do oponente. b) No fragmento 1, pode-se considerar que, para o autor da resenha, • Estas atividades enfocam o uso do flashback é algo original em uma narrativa? Explique sua 1. I. Menciona o uso de técni- a argumentação: movi- resposta. Não; o autor da resenha considera que é algo comum, que todo leitor já co- cas cinematográficas para fazer mentos argumentativos, o movimento entre passado e tipos de argumento e força nhece e não se espanta com seu uso. presente no fluxo da narrativa. argumentativa. c) No fragmento 1, o autor da resenha apresenta um contra-argumento. 1. II. Comenta a pontuação Atividade 2, item d O que ele tem em mente em relação ao leitor que o lê e ao que este usada nas frases curtas, como • Comente que o autor da re- poderia pensar? no trecho inserido na resenha (pontuação rígida e seca) que senha antecipa uma pos- d) Em sua opinião, por que o autor faz o comentário do fragmento 1 procura representar as emo- sível discordância do lei- antes de falar sobre a originalidade do autor no fragmento 2? ções e o pensamento entrecor- tor (a de que o flashback tado do narrador-personagem. é algo comum) e apresen- ta um contra-argumento,3. Releia a continuidade da argumentação do resenhista. Qual é a palavra, deixando claro que já prevê neste trecho, que enfatiza seu posicionamento? O advérbio exatamente. essa possibilidade de con- testação.É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a Atividade 3originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico. (EF89LP16) Analisar a mo-Para lembrar 2. d) Resposta pessoal. Possibilidade: O autor busca avisar o leitor antecipadamente que o uso dalização realizada em tex- do flashback, nesse caso, é original, diferente, e requer um grande trabalho, pois o autor inova tos […] argumentativos, ao combinar esse recurso com técnicas cinematográficas, como o match cut e a fusão. por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas Resenha crítica por classes e estruturas gra- maticais como […] advér-Intenções principais Informar e expressar opiniões sobre um produto (livro, filme, CD, exposição, etc.). bios […] etc., de maneira a perceber […] as posiçõesLeitores Leitores em geral; interessados em informações sobre objetos culturais. implícitas ou assumidas.Organização Apresentação informações Desenvolvimento resumo Conclusão opinião argumentos Elementos paratextuaisLinguagem Mais ou menos formal, tendo em vista o leitor, o veículo e o produto resenhado. Emprego de vocabulário específico relacionado ao produto resenhado. Unidade 1 19 19MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Do texto para Do texto para o cotidiano Não escreva no livro!o cotidiano O filho do coraçãoCompetência geral daEducação Básica Na resenha lida no início desta Unidade, você conheceu um pouco sobre a história de O rapaz que não era7. Argumentar com base de Liverpool, que gira em torno dos sentimentos do personagem principal, Marcelo. Ele se sente só e diferente dos irmãos, pois descobre que é um filho adotado. Vamos pensar sobre isso?Junte-se a dois colegas para realizar em fatos, dados e in- as atividades a seguir. formações confiáveis, para formular, negociar 1. Leiam os comentários abaixo, feitos por internautas que leram o livro resenhado. Por meio das e defender ideias, pon- informações presentes, mesmo sem ter lido a obra completa, é possível ter uma ideia da história. tos de vista e decisões comuns que respeitem Imagens: Reprodução/ e promovam os direitos <https://www.skoob.com.br/> humanos, a consciência socioambiental e o con- sumo responsável em âmbito local, regional e global, com posiciona- mento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. (EF69LP13) Engajar-se e SKOOB. Resenhas – O rapaz que não era de Liverpool. Disponível em: <www.skoob.com.br/livro/resenhas/37526/edicao:41072>. contribuir com a busca de conclusões comuns relati- Acesso em: 18 jul. 2018. vas a […] temas […] de interesse da turma e/ou de a) Qual é o posicionamento de cada internauta em relação a Marcelo? O primeiro solidariza-se com ele; relevância social. o segundo, critica-o. b) Com qual deles vocês concordam? Resposta pessoal. (EF89LP02) Analisar dife- rentes práticas (curtir, […] 2. Com base na resenha e nos comentários, reflitam: comentar […] etc.) e tex- a) Marcelo tem razão em sua mágoa? Por quê? Resposta pessoal. tos pertencentes a diferen- b) Considerando o tema do livro, vocês concordam com o comentário de que a história é “bobi- tes gêneros da cultura digital nha”? Justifiquem. Resposta pessoal. ([…] comentário […] etc.) envolvidos no trato com a in- 3. Preparem-se agora para apresentar suas reflexões com os demais colegas. No momento da apre- formação e opinião, de forma sentação: a possibilitar uma presença a) ouçam a opinião dos colegas sem interrompê-los. mais crítica e ética nas redes. b) lembrem-se de apresentar suas opiniões e reflexões de modo respeitoso e colaborativo. c) utilizem expressões como concordo, discordo porque..., o que você disse é importante, (EF89LP15) Utilizar […] mas..., do meu ponto de vista..., entre outras. operadores argumentati- vos que marcam […] diá- 20 Unidade 1 logo com a tese do outro: concordo, discordo, con- perimentados em famílias com filhos biológicos. Peça aos alu- mo sendo uma referência a um personagem ficcional, é válido cordo parcialmente, do meu nos uma síntese da discussão. fazer qualquer comentário na internet como os que são feitos ponto de vista, na perspecti- • Comente que a adoção é um processo jurídico legal, que consis- pela internauta. Fomente a discussão no sentido de que, embo- va aqui assumida etc. te em aceitar e acolher espontaneamente uma criança como ra seja um personagem ficcional, Marcelo poderia representar filho(a), não devendo ser considerada um ato de caridade, um jovem real, um colega, um amigo ou amiga, que enfrentas- (EF89LP27) Tecer conside- pois, em realidade, reflete o desejo de amar e proteger um ser se uma experiência semelhante. Nesse caso, teríamos o direi- rações e formular proble- humano em seu desenvolvimento. to de chamá-lo de “burro” por sentir-se frágil e desamparado matizações pertinentes, diante da verdade que precisou enfrentar? Ou deveríamos em momentos oportunos, Atividade 1  apoiá-lo, ampará-lo e ajudá-lo a compreender e superar essa em situações de aulas […]. • Comente com os alunos que o segundo comentário expressa experiência? Chame a atenção para o fato de que a internau-• Nestas atividades, o obje- uma opinião enérgica a respeito de Marcelo. Pergunte se, mes- tivo é proporcionar aos alu- nos a oportunidade de ava- liar sua forma de pensar, integrando a prática refle- xiva ao seu cotidiano. Su- gerimos que realizem a ati- vidade em duplas ou trios. Estipule um tempo para as diferentes etapas. Ao final da troca de opiniões, ouça as considerações dos gru- pos para compartilhamen- to e socialização com a tur- ma. Fomente a discussão no sentido de que os vínculos amorosos que se desenvol- vem em famílias com filhos adotivos são iguais aos ex-20 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Fique atento… Não escreva no livro! Fique atento…... à pontuação na resenha Atividade 2, item b • O professor Evanildo Be- Os sinais de pontuação, além de serem empregados para separar palavras, ora-ções e parágrafos, contribuem para a construção dos sentidos de um texto. Saber chara, em sua Modernacomo e por que são usados ajuda na interpretação e na produção de textos. gramática portuguesa, es- tabelece a diferença entre 1. Releia estes trechos da resenha. ponto simples final e ponto parágrafo. Para ele, ponto Fragmento 1 simples final é o que ter- mina uma oração que não Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam seja interrogativa direta, claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta exclamativa ou com reti- velocidade. cências. Ponto parágrafo é o que encerra um grupo de Fragmento 2 orações que se “prendem pelo mesmo centro de in- As lembranças surgem encaixadas pelo incurso do MATCH CUT, isto é, teresse”. “Quando se pas- alguma informação do instante presente (um nome, uma foto, uma pa- sa de um para outro centro lavra, uma dor) repete uma situação já vivida, assim deflagrando a visão de interesse”, após o pon- do passado. to parágrafo, reinicia-se o texto em outra linha, esta- a) Qual é a função do uso do travessão duplo no primeiro fragmento? 2. a) Frases declarativas são belecendo-se um novo pa- empregadas para fazer afirma- rágrafo. (Parte III – Pontua- Inserir um comentário sobre a palavra olhos, relacionada ao conflito vivido por Marcelo. ções, expor informações, ava- ção, item “A pontuação e o liações, opiniões e argumen- entendimento do texto”, b) Observe o uso da expressão isto Ž, intercalada entre vírgulas no tos, como acontece em textos segundo trecho. Qual a função dela no contexto da resenha? opinativos e argumentativos p. 606-607). como a resenha. Introduzir uma explicação ou esclarecimento sobre a expressão em inglês match cut. Atividade 2, item c Não deixe de ver • Comente com os alunos que c) A que termo as palavras entre parênteses se referem e por que eles foram usados nessa frase? A informação. Foram usados para incluir exemplos Star Wars: Os últimos os pontos de exclamação e Jedi, direção de Rian interrogação ocorrem no que possam esclarecer que tipo de informação poderia ser essa. Johnson. Estados Unidos: bloco em que é apresenta- Lucasfilm, 2017. 151 min. do o resumo da história.2. No bloco da resenha em que são feitas a análise e a avaliação do livro, todas as frases são declarativas. Os últimos Jedi, quinto filme da saga Star Wars, a) Que relação existe entre o predomínio de frases declarativas e o gê- retoma a luta dos Jedi nero resenha? contra o Império. A jovem Rey sai em busca de Lucas b) Foram usados também vários sinais de pontuação com diferentes Skywalker, o último Jedi, funções. Qual deles predomina nesse bloco? O ponto final. para aprender com ele os mistérios da Força. O filme c) Que relação se pode deduzir entre o predomínio do sinal de pon- traz novos vilões e tuação identificado na questão anterior e a resenha? mistérios são revelados.  Em frases declarativas que expressam informação, opinião, análise, é empregado o ponto final.Oralidade Não escreva no livro!Divergência de opinião O que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo? Diferenças de opinião são inevitáveis, e é preciso conviver com elas. Como éa sua reação quando experimenta divergências com alguém a respeito de umassunto? Ou quando se defronta com opiniões divergentes? Para que lado ir? Oque levar em consideração? Sente-se com um colega com o qual você ainda não tenha trabalhado nesteano. Juntos, leiam os trechos de uma resenha sobre um filme lançado em 2017,publicada em um site, e observem o posicionamento do autor. Em seguida, leiamtambém comentários de internautas sobre o conteúdo dessa resenha. Unidade 1 21ta fala a partir de sua própria experiência, desconsiderandooutras realidades e outros modos de lidar com a adoção. Seráque todas as pessoas reagem da mesma forma em situaçõessemelhantes? Ou cada uma tem seu modo de encarar suasemoções e isso deve ser respeitado? 21MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Oralidade Star Wars – Os últimos JediAtividade 1 Encontros e despedidas Reprodução/Lucas Film Ltd por Lucas Salgado (EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, [...] em textos, de estratégias de modalização e argumen- O filme divide bem as duas linhas de ação. Por mais que a tatividade ([…] adjetivos, forte presença em cena de Hammil seja evidente, o outro nú- substantivos, […] verbos cleo também é essencialmente Star Wars, com estratégias de […], advérbios etc.). combate, tentativas de invasão, exploração de planetas exóti- cos e muito mais.Atividade 1, item b¥ Comente que, usado nesse A saga Star Wars sempre dedicou atenção ao público infantil, com inúmeros personagens bobinhos ao longo das décadas. E sentido, o advérbio tem o sig- isso não é diferente aqui, embora pareça que o filme erra um nificado de que o filme não pouco na mão do humor, no que parece ser um novo padrão decepciona os fãs, pois man- Disney. Principalmente na primeira metade, há um excesso de tém a essência da trilogia. piadinhas e personagens bobinhos, como os Porgs, nova espécie bonitinha feita para vender bonequinhos. The Last Jedi (no original) oferece uma tempestade de Capa do DVD do filme Star Wars – emoções aos fãs da franquia [...]. Os últimos Jedi, direção de Rian Johnson, Estados Unidos: Lucasfilm, 2017. 151 min. [...] Como geralmente acontece, o longa conta com excepcionais trabalhos de edição de som, mixagem e efeitos especiais. As coreografias dos confrontos remetem a filmes de guerra realistas, como O resgate do soldado Ryan, tornando a experiência mais empolgante. [...] Star Wars – Os últimos Jedi não é um filme perfeito, mas oferece um ótimo entretenimento e apresenta personagens apaixonantes. [...] SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/ filme-215099/criticas-adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018. 1. A escolha de adjetivos, substantivos, verbos e advérbios por um resenhista pode revelar seu posicionamento acerca da obra. Analisem o trecho e apontem a palavra ou as palavras que identificam avaliação, julgamento ou argumentação do autor. a) forte presença em cena forte b) essencialmente Star Wars essencialmente c) excesso de piadinhas excesso d) personagens bobinhos bobinhos e) divide bem bem f) erra um pouco na mão do humor erra um pouco g) tempestade de emoções tempestade (= grande quantidade, em sentido positivo) h) excepcionais trabalhos de edição excepcionais i) experiência mais empolgante empolgante j) ótimo entretenimento e apresenta personagens apaixonantes ótimo, apaixonantes 22 Unidade 122 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 12. Para vocês, o uso dos adjetivos, verbos e advérbios nesse trecho revela um posicionamento po- Atividade 3, item b sitivo ou negativo em relação ao objeto resenhado? ¥ Espera-se que os alunosEspera-se que os alunos respondam que é uma avaliação positiva, embora o resenhista apresente também algumas falhas do filme. percebam que a única que se aproxima, em parte, do 3. Leiam agora alguns comentários postados por internautas a respeito da resenha. tom da resenha é a primei- m. • 3 meses atrás ra, que confirma os perso- nagens “fracos” (bobinhos [...] Filme muito demorado. Sobre a crítica das piadas, não teve tanta assim, o Star Wars sempre segundo a resenha) e faz teve bichinhos engraçados e algumas piadas com Han Solo. Achei o vilão Kylo muito fraco [...]. referência às piadas. A se- gunda e a terceira são total- G. P. • 4 meses atrás mente divergentes; a quar- ta porque apenas elogia, Sinceramente, o pessoal do Adorocinema deve ter sido pago pra dar uma nota 4 pra esse lixo de sem apontar falhas. filme. O pior filme da franquia e um dos piores filmes que já assisti. Dei nota 0,5 estrela.Walt Disney Co./courtesy Everett/Everett Collection/Easypix Brasil Cena do filme Star Wars – Os últimos Jedi com a protagonista Rey, 2017. J.A. • 6 meses atrás FILME LIXO!!! Acabaram com a série Star Wars, no meu ponto de vista não consigo imaginar umfã veterano da série achar este filme bom; história fraca, personagens ridículos, e um vilão emo quenão merece ser colocado como um vilão de uma série Star Wars [...] Mr. L • 6 meses atrás Filmaço! Star Wars na sua melhor forma! Enredo bom, boa dinâmica entre diferentes núcleos,bastante ação, drama bem encaixado, diálogos bem sacados, design show (novas armas, novos equipa-mentos, novas naves!), música 10 como sempre! Tem batalha espacial, batalha em solo, combatecorpo a corpo, uso da Força como nunca visto antes!!! Pacote completo! [...] SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-215099/criticas- adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018.a) Como você avalia esses quatro comentários sobre o mesmo filme? Positivos, negativos, equili- brados? O primeiro é equilibrado, ponderado; o segundo e o terceiro, muito negativos; o quarto é muito positivo.b) Em sua maioria, as opiniões são divergentes da resenha ou próximas? Explique. São divergentes.c) Se você assistiu ao filme ou conhece a série, responda. I. Com quem você concorda: Com o resenhista? Com algum dos internautas? Resposta pessoal. II. O que levou em conta para aderir à posição de um ou de outro? Resposta pessoal.d) Se você não assistiu ao filme nem conhece a série, responda. I. Com base no trecho da resenha e nos comentários lidos, você se sentiu interessado em ver o ãlme? Por quê? Resposta pessoal. II. O que mais levaria em conta para tomar essa decisão? Resposta pessoal. Unidade 1 23 23MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1A língua não é sempre A língua não é sempre a mesma Não escreva no livro! a mesma Recursos expressivos na escritaAtividade 1• Comente que queria-temia Lemos, em seções anteriores, uma resenha e comentários e réplicas de internautas sobre o livro O garoto que não era de Liverpool e sobre o filme Star Wars – Os últimos Jedi. se trata de um neologismo (nova palavra), criado pelo 1. Releia este trecho do livro, reproduzido na resenha. autor do livro, Caio Riter. “Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar.” Cultura digital – Pense nessa prática! Para unir duas palavras para (EF89LP02) Analisar dife- a) Por que foi empregado o hífen entre as formas verbais queria e temia? formar um novo vocábulo. rentes práticas (curtir, […] comentar […] etc.) e tex- b) Como você entende essa formação: queria-temia? Espera-se que os alunos respondam que ao mesmo tempo tos pertencentes a diferen- que o personagem queria saber a verdade, temia ouvi-la. tes gêneros da cultura digi- tal ([…] comentário […] c) Com que intenção foi usado esse recurso na escrita? Espera-se que os alunos percebam que se trata de etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, um recurso para reproduzir, na escrita, o dilema vivido pelo personagem, imerso entre dois sentimentos opostos. de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética 2. Nos comentários dos internautas foram usados alguns recursos gráficos e linguísticos. Quais são nas redes. eles e o que expressam?• Veja, nas “Orientações gerais” deste Manual do a) Os pais o adotaram porque QUERIAM [...]. Uso de maiúsculas para indicar ênfase. Professor, propostas de encaminhamento para o b) Sou adotada e achei ridícula a revolta do menino. Ele é burro? Pergunta que não espera resposta (per- trabalho com esta seção. gunta retórica) para expressar indignação. c) Filmaço! Uso do aumentativo, que expressa admiração. d) [...] uso da Força como nunca visto antes!!! Pontuação expressiva que expressa aprovação, admiração. e) FILME LIXO!!! Uso de maiúsculas e pontuação expressiva que expressam desagrado. 3. Por que, na modalidade escrita, se usam recursos gráficos e/ou linguísticos como esses? Espera-se que os alunos percebam que são utilizados para demonstrar a entonação que seria dada na modalidade oral, ou seja, na fala. Cultura digital Pense nessa prática! Não escreva no livro! Vale qualquer comentário? kominque/Shutterstock Vamos relembrar os comentários postados a respeito do filme Star Wars – Os últimos Jedi. Será que vale postar qualquer tipo de comentário? No dia a dia, é comum as pessoas trocarem ideias e opiniões com quem convivem sobre aquilo que leem, escutam ou vivenciam. E com o surgimen- to da internet ficou cada vez mais fácil e rápido comu- nicar-se com uma grande quantidade de pessoas, não é mesmo? Você já parou para pensar, porém, sobre como é importante refletir a respeito do modo como tornamos pública nossa opinião na rede? Aproveite o momento e converse com os colegas e o pro- fessor sobre as questões a seguir. 1. Você acha importante compartilhar apreciações sobre produções artísticas, mesmo quando essas avaliações não são positivas? Por quê? Resposta pessoal. 2. Em sua opinião, quando um internauta lê uma avaliação negativa sobre um produto de que gostou, é válido que comente essa avaliação, registrando uma opinião divergente? Se sim, há algo que é preciso evitar nessa postagem? Explique sua resposta. Resposta pessoal. 3. Para você, uma pessoa deve ter total liberdade para expressar sua opinião na internet, em redes sociais, ou há limites para aquilo que se torna público? Se há limites, quais são eles? Espera-se que os alunos reflitam que é importante avaliar se o conteúdo pode ofender, constranger ou prejudicar alguém e reconheçam que a liberdade individual de expressão tem limites no que diz respeito à liberdade do outro. 24 Unidade 124 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Produção escrita Não escreva no livro! (EF69LP06) Produzir e pu- blicar […] textos de apre- Resenha crítica sentação e apreciação de produção cultural – rese- As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o nhas […] etc. – […], vi- que ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não venciando de forma sig- são válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. nificativa o papel de […] comentador, […] de críti-© Adão Iturrusgarai/Acervo do cartunista co, […] etc., como forma de compreender as condições ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: de produção que envolvem <www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018. a circulação desses textos e poder […] vislumbrar pos- Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada são sibilidades de participação comuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando nas práticas de linguagem jornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e do campo jornalístico e do apreciação consistentes para avaliá-lo. campo midiático de forma ética e responsável, levan- Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para do-se em consideração o publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto, contexto da Web 2.0, que publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. amplia a possibilidade de circulação desses textos e Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenha “funde” os papéis de leitor e lido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. autor, de consumidor e pro- Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. dutor. Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. • Para a atividade de produ- ção escrita, sugerimos que Antes de começar proporcione aos alunos o contato com o gênero rese- 1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. nha em seu suporte original. Recomendamos que traga a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural para a classe – ou peça a se refere a resenha em cada grupo? eles que tragam – exempla- I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação show de música res de revistas ou jornais com resenhas publicadas II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico para que possam observar e analisar algumas delas an- espetáculo de circo tes de iniciar a produção tex- tual, comparando-as com a b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: que foi estudada. A ativida- I. uma peça de teatro. Sugestões: cenário, atores, figurino, peça, protagonista, cenas. de pode ser feita em duplas ou trios. II. um espetáculo de dança. • Dê tempo aos alunos para Sugestões: bailarinos, música, ritmo, movimento, precisão, harmonia, coreografia. que façam suas escolhas e, em seguida, crie um painel 2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- oral coletivo para comentar dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre: as propostas, mediando e controlando a duração dos a) um filme? Possibilidades: Título do filme, nome do diretor e dos atores principais; país e ano da produção, faixa etária, turnos de fala e as atitudes. Caso julgue pertinente, dê local de exibição, etc. a eles alguns dias para que decidam o que resenhar, b) um espetáculo musical? Possibilidades: Nome do artista ou da banda, estilo musical, local e horário do evento. caso desejem ler textos ou ver pessoalmente filmes, c) uma exposição de obras de arte? Possibilidades: Nome do artista ou dos artistas, tema da exposição, principais espetáculos, exposições, etc. para poder avaliar com obras expostas, local, horário. mais apuro. Na medida do possível, oriente a turma Unidade 1 25 para que não haja duplici- dade de assunto. Produção escrita • É importante definir o per- Competência geral da Base Nacional Comum Curricular fil do leitor e a esfera de cir- 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e culação da produção, o que determinará a linguagem decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em adequada ao público-alvo. âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Competência específica de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental • Sugerimos que, ao final do 2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e trabalho com esta Unida- utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) de, apresente aos alunos a e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. Produção do ano. 25MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Planejando o texto Planejando o texto (EF89LP26) Produzir rese- 1. Sua cidade ou cidades próximas à que você reside têm teatro, palco para shows, museu, livraria, nhas, a partir das notas e/ou biblioteca? Procure se informar e faça anotações ou esquemas que possam ajudar você na produ- esquemas feitos, com o ma- ção da resenha. nejo adequado das vozes en- a) Há filmes, peças, espetáculos de dança e música em cartaz? Há alguma exposição? Qual? volvidas (do resenhador, do autor da obra […]), […]. Resposta pessoal.Autoavaliação e b) Entre os livros disponíveis para venda em livrarias, físicas ou digitais, ou para empréstimo emreescrita bibliotecas, quais são imperdíveis, aqueles que seus colegas não podem deixar de ler? (EF69LP08) Revisar/editar Resposta pessoal. o texto produzido – […] re- senha […], dentre outros c) Entre esses produtos culturais, escolha um para ser objeto de sua resenha. Tem de ser algo que –, tendo em vista sua ade- você conheça bem, para dar informações confiáveis e produzir argumentos válidos. quação ao contexto de pro- dução, a mídia em questão, 2. Planeje as partes da resenha. características do gênero, a) Apresentação: apresente o produto cultural que será avaliado e, se quiser, já antecipe sua aspectos relativos à textua- opinião sobre ele. lidade, […] a formatação […] e adequação à norma b) Desenvolvimento: culta. I. Resumo: se sua resenha é sobre um livro, àlme ou peça, prepare o resumo da história, sem tirar a surpresa do desfecho. (EF69LP56) Fazer uso II. Opinião: exponha sua opinião, que pode ser positiva ou negativa. consciente e reflexivo de regras e normas da norma- III. Argumentação: dê ao leitor argumentos para comprovar sua opinião. -padrão em situações de IV. Elementos paratextuais: se não tiver as informações necessárias, recolha-as em jornais e revistas fala e escrita nas quais ela deve ser usada. ou na internet. c) Conclusão: retome e confirme seu ponto de vista. 3. Empregue vocabulário específico da área e use linguagem adequada a seus leitores. 4. Use recursos linguísticos característicos do gênero: emprego adequado das formas verbais, conjun- ções apropriadas para estabelecer relações de sentido entre as orações ou parágrafos. 5. Explore a pontuação, empregando parênteses ou travessões para intercalar comentários, in- formações adicionais ou explicações quando oportunos. Autoavaliação e reescrita 1. Faça uma autoavaliação, verificando se os elementos mais importantes de uma resenha estão pre- sentes. a) As informações sobre o produto cultural que o leitor não pode deixar de ter foram apresenta- das? b) No caso de livro ou filme, há o resumo da história, sem estragar a surpresa do final? c) Fica claro para quem lê se o produto é recomendável e por quais razões? d) A linguagem é adequada ao leitor e também ao produto que está sendo resenhado? 2. Reescreva o que for preciso e entregue a resenha ao professor. 3. Após a avaliação do professor, passe o texto a limpo. 4. Promova a circulação de sua resenha de acordo com o planejado (entrega em mãos, publicação no blogue da turma, apresentação, etc.). 26 Unidade 126 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Reflexão sobre a línguaA composição de palavras na língua portuguesa (EF08LP05) Analisar pro- Você já estudou e conhece alguns dos processos de formação, entre eles os casos de derivação. Vamos cessos de formação deaprofundar o assunto, agora com uma nova reflexão: além do auxílio de sufixos e prefixos, sabemos que há palavras por composiçãooutra maneira de formar novas palavras, que é a composição. Veja de que modo funciona esse processo. (aglutinação e justaposi- ção) […].Formação das palavras por composição • Nesta seção, continuamos Considera-se palavra composta aquela que é formada pela junção de dois elementos ou de duas palavras o trabalho com a formaçãoque, em geral, podem ser identificados pelo falante como uma unidade de significado único. do léxico e com a Morfolo- gia, abordando outros pro- Existem, na língua portuguesa, palavras compostas não só por outras que já existem e se juntam, como cessos de formação de pa-porta-retrato e porco-espinho, mas também pela combinação de elementos de outros idiomas (geralmente lavras.de origem grega ou latina), como agricultura e micróbio. • Elementos de composição1. Releia este fragmento da resenha e leia os títulos e os trechos das matérias jornalísticas a seguir. são morfemas sem exis- Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade [...]. tência autônoma na lín- gua; são empregados re- bio + logia gularmente no processo de composição para a for-Fragmento 1 mação de novas palavras, como bio-, crono-, -logia; Os cômicos flagras da vida Troy Mayne/Acervo do fotógrafo etc. São chamados de ra- selvagem vencedores dicais; referem-se à parte Tapa de tartaruga em peixe, foto de Troy da estrutura de uma pala- de prêmio de fotografia animal Mayne, ficou entre as finalistas no Prêmio de vra que contém seu signi- Fotografia de Comédias da Vida Selvagem, 2017. ficado básico. Podem even- [...] tualmente corresponder a uma palavra que é, em si, De 3,5 mil fotos inscritas, foram escolhidas 5 campeãs um radical, como mar, e quee diversas menções honrosas que mostram diferentes pode dar origem a outrasespécies em momentos inusitados [...] por meio do acréscimo de afixos, como marola e sub- OS CÔMICOS flagras da vida selvagem vencedores de prêmio de marino, ou de outro radical, fotografia animal. BBC, 18 dez. 2017. Disponível em: <www.bbc.com/ como maremoto. portuguese/geral-42380105>. Acesso em: 22 jun. 2018.Fragmento 2 Astrologia Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado FERRARI, Eunice. Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado. Terra, 25 ago. 2014. Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/horoscopo/astrologia/novo-ciclo-lunar-trazilusoes-e-enganos-e- pede-cuidado,26413192bdd08410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html>. Acesso em: 22 jun. 2018.Fragmento 3 6 mitos sobre o vício em tecnologia Quão preocupadas as pessoas devem estar sobre os efeitos psicológicos do tempo que passam em frente a uma tela? Equilibrar o uso da tecnologia com outros aspectos da vida cotidiana parece razoável, mas há muitos conselhos conflitantes sobre como esse equilíbrio deve ser. [...] FERGUSON, Christopher J. 6 mitos sobre o vício em tecnologia. Galileu, 22 maio 2018. Disponível em: <https://revistagalileu. globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2018/05/6-mitos-sobre-o-vicio-em-tecnologia.html>. Acesso em: 1º ago. 2018. Unidade 1 27 27MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 1, item a a) A que áreas do conhecimento estão ligadas as palavras Biologia, fotografia, Astrologia,• Comente que a astrologia é Espera-se que os alunos respondam que as palavras Biologia e psicólogo estão relacionadas tecnologia e psicólogo? à área das ciências; fotografia, relacionada à área da arte; tecnologia, relacionada à área da considerada uma pseudo- ciência por não ter base nem técnica; e Astrologia, relacionada ao estudo da relação entre os astros e a vida humana. comprovação científica. b) Quais palavras nos fragmentos foram formadas do mesmo modo que a palavra biologia?Atividade 1, item c• Comente que as múlti- Considerando o contexto em que são usadas, qual é o significado dos elementos que as com- plas atividades dos usuá- põem? Se necessário, consulte um dicionário. rios de uma língua são res- ponsáveis pela criação de c) Considerando as áreas de conhecimento abordadas nos fragmentos, reflita: A que se deve a palavras que atendam às necessidade de processos de formação de palavras em um idioma? Resposta pessoal. suas necessidades cultu- rais, científicas e comuni- 2. Conhecer o significado de elementos de composição que vêm do gre- Conheça alguns cativas, seja para nomear go e do latim pode ajudar na interpretação e produção de textos? De elementos de composição novos objetos, processos, que modo? de origens grega e latina e invenções, seja para faci- seus significados: litar o dia a dia. Progressi- a) Com base em sua resposta à atividade anterior, consulte os ele- • crono-: tempo vamente, essas novas for- mentos de composição do boxe ao lado e explique, no caderno, o mações passam a circular significado das palavras cronologia, oftalmologia, geografia e • bio-: vida na mídia, em livros, no coti- odontologia. diano e são registradas nos • astro-: estrela, corpo dicionários. Estudo do tempo; estudo do olho; estudo da terra; estudo do dente. celesteAtividade 3, item b b) Que outras palavras você conhece que apresentam o mesmo ele- • hemo-: sangue• Comente que a palavra in- mento -logia em sua composição? Resposta pessoal. Possibilidades: ecolo- • -cida: matar tertropical é formada pelo gia, tecnologia, teologia, dermatologia, fonologia, cardiologia, patologia, etc. acréscimo do prefixo inter-, • oftalmo-: olho e não por composição. A composição das palavras em português faz-se de duas maneiras: por justaposição e por aglutinação. No primeiro caso, os elementos de • foto-: luz composição são justapostos – separados ou não por hífen. No segundo, nas palavras compostas por aglutinação, os elementos se fundem ge- • psico-: sopro de vida, ralmente com perda de um ou mais fonemas. alma, espírito • odonto-: dente 3. Leia este trecho de um artigo que fornece informações sobre a região Centro-Oeste do Brasil. 1. b) Foto (de -foto ñ luz) + grafia (de -grafo ñ escrever); astro (de -astro ñ astro) + logia (de -logo ñ palavra, [...] estudo, tratado); psico (de -psico ñ sopro de vida, alma) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado); tecno (de tecno- ñ habilidade) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado). Hidrografia do Planalto Central Estão presentes na região do Planalto Central, três importantes regiões hidrográficas brasileiras, sendo elas a Região Hidrográfica Amazônica, a Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia e a Região Hidrográfica Paraguai. São importantes rios que constituem essas regiões hidro- gráficas: o Rio Xingu e o Rio Tapajós (Amazônica), o Rio Araguaia e o Rio Tocantins (Tocantins- -Araguaia) e ainda o Rio Paraguai, na Região Hidrográfica Paraguai. O clima na região do Planalto Central é marcado por características de tropicalidade, por ser uma região localizada na região intertropical. São registradas duas estações bem defi- nidas, uma chuvosa (outubro a março) e outra seca (abril a setembro). [...] POLON, Luana. Planalto Central. Estudo prático. Disponível em: <www.estudopratico.com.br/planalto-central/>. Acesso em: 18 jul. 2018. a) Você sabe onde está situado o Planalto Central no Brasil? Resposta pessoal. O Planalto Central brasileiro compreende a região dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. b) Para caracterizar a região, são usadas algumas palavras formadas por composição. Você con- segue identificá-las? As palavras são hidrográfica e planalto. c) Observando o contexto em que é usada a palavra planalto, por que a região foi caracte- rizada assim? Por ser um local plano, situado em um ponto de grande altitude. 2. Espera-se que os alunos reconheçam que saber o significado desses elementos ajuda na compreensão mais precisa dos termos no contexto em que são usados e permite a aplicação desse conhecimento a palavras formadas pelos mesmos elementos (por exemplo, crono-, -logia, termo-, tele-, etc.) em diferentes áreas do saber. Além disso, amplia e enriquece o vocabulário. 28 Unidade 128 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 13. d) O autor teria de usar muito mais palavras para definir esse tipo de superfície. Por exemplo: “... no ponto elevado e Atividade 4 plano, localizado entre vales a uma altitude acima do nível do mar.” A frase ficaria longa demais. • Comente que o inventá-d) Se não existisse o termo planalto em nosso idioma, de que forma o autor teria de descrever rio se refere a uma região o local? O que isso traria como consequência para a construção da frase? do estado de São Paulo e foi realizado pela Empre- e) A palavra hidrográfica é composta pelos elementos hidro + grafia. Usando seus conhecimentos sa Brasileira de Pesquisa gramaticais, procure explicar o sentido dela. Parte da geografia física que estuda as águas correntes (rios), pa- Agropecuária (Embrapa). radas (lagos), oceânicas e subterrâneas de uma região ou país. Atividade 5, item b • Comente que o uso de pa-4. Em textos de divulgação científica, é comum o emprego de certas palavras relacionadas ao campo da ciência, que podem ser formadas por aglutinação. Leia este trecho de um inventário de aves. lavras formadas por aglu- tinação, com redução deSeriema Seriema, na cidade fonemas, obedece a uma(Cariama cristata)  de Miranda, Mato tendência natural de eco-Família Cariamidae Grosso do Sul. nomia linguística em mui- tos idiomas.Caracterização Mede 90 cm, seu peso é 1.400 g. Ave pernalta de aparênciaarcaica e porte avantajado; ave terrícola. De asas largas e “du-ras”, cauda longa. Plumagem cinzenta com ligeira tonalidadeparda ou amarelada [...].Habitat PicTtuiurdees/LRaotiy/nsMtioncdken Vive no cerrado, campos sujos, também nos planaltos descampados.O desmatamento progressivo contribui para expandir seus domínios namedida em que lhe proporciona novas áreas de habitat favorável. [...] SERIEMA. Embrapa. Disponível em: <www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ ave/seriema.html>. Acesso em: 22 jun. 2018. 4. a) O desmatamento, que é um fator de destruição do meio ambiente, paradoxalmente favorece a criação de novas áreas para a expansão do habitat da seriema.a) Em relação às informações do habitat da seriema, percebe-se um paradoxo, ou seja, uma con- tradição no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Qual paradoxo é esse?b) De acordo com o contexto, as características da seriema justificam o uso da classificação como ave pernalta? Por quê? Sim; porque se trata de uma ave que tem pernas altas, longas. c) Considerando que o elemento grego -cola significa habitar, explique o sentido de terrícola. Reprodução/Editora Intrínseca O uso desse termo também é apropriado à seriema em função do contexto em que é utilizado? Justifique. Aquele que habita, vive sobre ou no interior do solo; terrestre. Sim, porque a seriema é uma ave que vive no solo, não em árvores. As palavras cerrado e campo e a expressão planaltos descampados permitem essa inferência. d) Reflita: Quais são as vantagens de se usar processos de composição por aglutinação em uma língua? Espera-se que os alunos reconheçam que as palavras compostas por aglutinação têm poder de síntese e promovem a economia textual ao expor uma informação com um número menor de palavras.5. Observe a capa do livro Lua nova, da saga Crepúsculo, e a legenda que a acompanha.a) Na legenda, duas palavras remetem a seres fictícios. Consideran- do o contexto, qual é a relação entre o título da saga e a legenda? Segundo a lenda, lobisomens e vampiros só saem de casa à noite, a partir do crepúsculo.b) A palavra lobisomem formou-se por aglutinação (lobo + homem). Compare.lobo-homem ñ homem-lobo ñ lobisomem Em sua opinião, por que prevaleceu na legenda o uso da palavra lobisomem em vez de lobo-homem ou homem-lobo? Capa do livro Lua nova, editora Intrínseca, 2009. Bella (protagonista da saga Crepúsculo) descobre que seu melhor amigo faz parte de uma alcateia de lobisomens, inimigos naturais dos vampiros.5. b) Resposta pessoal. Possibilidade: A aglutinação de duas palavras (e sua consequente redução) para apenas uma, bem como a redu-ção de palavras longas para uma mais curta (como em fotografia por foto; motocicleta por moto), colaboram para a concisão do texto. Unidade 1 29 29MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 6, item a 6. c) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim; se fossem usados os termos formais, sem qualquer esclarecimento,• Espera-se que os alunos é possível que algumas pessoas não os entendessem; por isso o autor optou por usar a explicação primeiro e o termo entre parênteses depois. percebam que -voro signi- 6. O que você sabe sobre os morcegos? Sabe que eles são mamíferos e não aves? Leia mais sobre fica comer (do grego). As- sim, cada uma dessas pa- esses animais. lavras indica um tipo de alimentação: morcegos Ilustrações: Gustavo Grazziano/arquivo da editora[...] comem insetos, frutas, Merlin D. Tuttle/Science Source/LatinstockDas quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas, néctar, peixes, pequenos isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue. [...] vertebrados, de tudo um [...] pouco. Os hábitos alimentares dos morcegos são os mais diversos dentro de uma única ordem de mamíferos. Há um numeroso contingente de• Comente que o elemento devoradores de insetos (insetívoros), amantes de frutas (frugívoros), latino -oni significa todo, apaixonados por néctar (nectarívoros), gourmets de peixes (piscívoros), tudo. apreciadores de pequenos vertebrados (carnívoros), glutões que comem de tudo um pouco, como frutos, flores e pequenos vertebrados (onívo-Atividade 6, item b ros), e os já citados hematófagos. Ah, sim, na luta pela sobrevivência,• Comente que -voro vem do vale tudo: há morcegos que comem outros morcegos. latim e -fago, do grego . [...] GUIMARÃES, Beto. Morcegos. Superinteressante, 30 set. 2002. Disponível em: Morcego comendo um figo. <https://super.abril.com.br/ciencia/morcegos/>. Acesso em: 19 jul. 2018. no Quênia, África. Foto de 2017. a) Analise o assunto de que trata o trecho. Por que, nesse trecho informativo, foram usadas várias palavras compostas pelo elemento -voro? Porque o texto trata dos variados hábitos alimentares dos morcegos. b) Releia e observe. 6. d) Resposta pessoal. Possibilidades: herbívoros (que se alimentam de ervas), melívoros (que se alimentam de mel), ovívoros (que se alimentam de ovos); antropófago (que se alimenta de carne humana), bacteriófago (que destrói bactérias). Das quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas [...]. O elemento grego hemato- significa sangue. Qual é, de acordo com o texto, o significado de -fago? Tem o mesmo significado de -voro, comer. c) Em sua opinião, por se tratar de um texto que fornece informações para um grande número de leitores, está adequado o uso do termo formal entre parênteses? Explique sua resposta. d) Você conhece outras palavras formadas por um desses elementos? 7. No cotidiano, não nos damos conta da existência de palavras que obedecem a esses processos. a) Refine seu olhar e indique, em uma palavra (formada por composição), o que expressam as imagens a seguir. Explique como você chegou a cada uma delas. I. II. III. I. Frutas e produtos que têm origem II. Lugar onde desfilam escolas de III. Conferência interativa com trans- em hortas. Hortifrúti. samba. Sambódromo. missão de imagem e som entre inter- locutores. Videoconferência. b) A formação dessas palavras atende a estratégias práticas de comunicação. O que explica o surgimento delas?Espera-se que os alunos respondam que, em muitos casos, o que determina a criação de novas palavras é também o desejo de rapidez e concisão na informação e não só a necessidade. No caso dessas, por exemplo, seria possível escrever de outro modo do que trata cada imagem; isso, entretanto, acarreta o uso de enunciados mais longos, por isso a opção por vocábulos sintéticos como estratégia de marketing. Os alunos podem perceber essa diferença ao explicarem como chegaram às respostas. 30 Unidade 130 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade de escuta Não escreva no livro! Atividade de escuta Resenha oral Competência específica de Língua Resenhas orais no ambiente digital são bastante comuns. Você vai assistir a uma resenha de um filme Portuguesa para ofeita por um crítico de cinema. Sua tarefa será assistir ao vídeo e, depois, analisar e comparar uma resenha Ensino Fundamentaloral a uma escrita. Será uma boa oportunidade para você conhecer algumas dicas de como fazer uma 3. Ler, escutar e produzirapresentação oral em vídeo. textos orais, escritos ewww.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ multissemióticos que circulam em diferentes Reprodução/<http://tvcultura.com.br> campos de atuação e mí- dias, com compreensão,TV Cultura Digital. Rubens Ewald Filho comenta “Transformers: A Era da Extinção” – Guia da Cultura. 11 jul. 2014. autonomia, fluência e cri-Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ>. Acesso em: 13 out. 2018. ticidade, de modo a se ex- pressar e partilhar infor- 1. Uma resenha escrita sobre livro ou filme divide-se, em geral, em três partes: introdução, desenvol- mações, experiências, vimento (resumo da história, avaliação/opinião e argumentos) e conclusão. Verifique se estão ideias e sentimentos, e presentes nessa resenha: continuar aprendendo. a) a introdução. Há uma introdução com saudação e explicação sobre o material sendo resenhado (o nome do filme e a (EF69LP40) Analisar, em gravações […], a cons- data de lançamento). trução composicional dos gêneros de apresentação b) o desenvolvimento. – abertura/saudação, in- I. Resumo da história? Não. trodução ao tema, […] de- senvolvimento dos conteú- II. Opiniões/avaliação? Sim; avaliação negativa (longo demais, exagerado, confuso, excessivo) e pontos positivos dos, […] síntese final e/ou conclusão, encerramento –, (recursos tecnológicos, tecnicamente excepcional, inova um pouco). os elementos paralinguísti- cos (tais como: tom e volu- III. Argumentos? Sim; com exemplificação (personagens todos parecidos, enredo sem foco; sucesso devido a interes- me da voz, pausas e hesita- ções […]. ses comerciais). • Sugerimos que salve o ví- c) a conclusão. Sim. deo em equipamento ade- quado e apresente-o aos 2. Comparando a resenha lida e esta, quais são as principais diferenças entre a versão escrita e a oral alunos em ambiente apro- em relação: priado em sua escola. O ob- jetivo é que eles analisem A organização do texto escrito é estruturada em parágrafos bem definidos, enquanto a resenha oral permite idas e vindas a composição do gênero, estabelecendo diferen- a) à organização, compreensão e clareza das informações? mais espontâneas entre as informações. No ví- ças, semelhanças, van- tagens e desvantagens deo, os trechos do filme ajudam a exemplificar as questões apontadas pelo autor da resenha. entre a modalidade escri- ta e oral de uma resenha. b) à capacidade de despertar o interesse? O uso de imagens, a trilha sonora do filme e a interação com o apresen- O vídeo está disponível em: <https://www.youtube.com/ tador na resenha oral podem despertar mais interesse do público. watch?v=rVNspBWJRQQ> (acesso em: 23 jun. 2018.) c) à interação autor/leitor e apresentador/espectador? No vídeo, o autor da resenha conversa diretamente com o público: “Você que é fã não fica preocupado: já estão começando a trabalhar no quinto [filme]”. d) ao uso da linguagem?Na resenha oral, a linguagem informal, com hesitações e pausas, é mais acessível. O texto es- crito utiliza um vocabulário mais sofisticado, não sendo acessível a todos os públicos. 3. A qual tipo de resenha você recorreria para obter informações sobre um livro ou filme que quises- se conhecer: à escrita ou à oral? Por quê? Resposta pessoal. Unidade 1 31 31MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Cultura digital – Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Experimente fazer! Resenha em vídeo (EF69LP06) Produzir e pu- blicar notícias, [...] textos de Na seção anterior, você e seus colegas analisaram uma resenha oral e puderam compará-la à resenha apresentação e apreciação escrita. Que tal agora produzir uma resenha em vídeo para apresentar uma produção cultural de sua de produção cultural – rese- escolha e, dessa forma, viver o papel de comentarista, assim como o crítico de cinema Rubens Ewald nhas e outros próprios das Filho? Seu vídeo será um dos episódios do vlog de indicações culturais da turma que vai ser divulgado formas de expressão das no blogue da escola! culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, 1. Aproveite o conteúdo da resenha crítica que você produziu na seção Produção escrita da gameplay, detonado etc.– página 25 para desenvolver o roteiro de seu vídeo. [...] vivenciando de forma significativa o papel de [...] 2. Na hora de reescrever o texto, faça as adaptações necessárias à nova circulação em vídeo. comentador, de analista, de Não se esqueça de dividir seu roteiro em: crítico, de editor ou articulis- ta, de booktuber, de vlogger • introdução, com saudação descontraída e apresentação do material resenhado, trazendo (vlogueiro) etc., como for- informações sobre a autoria e os dados de publicação; ma de compreender as con- dições de produção que en- • desenvolvimento, com o resumo do conteúdo, sua avaliação ou opinião sobre o material e volvem a circulação desses argumentos que embasem sua apreciação; textos e poder participar e vislumbrar possibilidades • conclusão, com a confirmação de seu ponto de vista e despedida. de participação nas práti- cas de linguagem do cam- Para relembrar 3. Siga as orientações do professor para decidir como e onde você e po jornalístico e do campo seus colegas realizarão as filmagens, sempre de acordo com os midiático de forma ética e Vlog é um canal ou recursos disponíveis na escola. responsável, levando-se programa de vídeos em consideração o contex- geralmente produzido 4. Para a realização da atividade, considere também as dicas a seguir. to da Web 2.0, que amplia a para divulgar possibilidade de circulação informações e opiniões • Faça adaptações na linguagem do roteiro, deixando o texto desses textos e “funde” os do autor, ou seja, do mais informal e prevendo momentos para a fala espontânea. papéis de leitor e autor, de vlogger ou vlogueiro, a consumidor e produtor. respeito de um • Aproveite a introdução do vídeo para divulgar a produção da determinado tema ou turma e a conclusão para convidar o público a assistir aos (EF69LP07) Produzir tex- fato. Pode ainda conter demais vídeos do vlog. tos em diferentes gêneros, vídeos com a considerando sua adequa- apresentação ou a • Ensaie o texto até se sentir seguro, porém, na filmagem, sinta-se ção ao contexto produção apreciação de filmes, livre para improvisar um pouco, pois os vídeos de um vlog per- e circulação – os enuncia- livros, jogos, séries, etc. mitem uma interação maior com o público! dores envolvidos, os obje- Os vídeos de um vlog tivos, o gênero, o suporte, são, na maioria das • Expresse-se com fluência, com timbres e modalizações de voz a circulação –, ao modo vezes, produzidos de que possam envolver e prender a atenção dos espectadores. (escrito ou oral; imagem forma caseira (por meio Capriche nas expressões faciais e nos movimentos corporais estática ou em movimento de uma câmera de e selecione outros recursos que ajudem você a divulgar o etc.), à variedade linguís- celular ou webcam, por conteúdo e a cativar o público. tica e/ou semiótica apro- exemplo) e têm duração priada a esse contexto, à média de 10 minutos. Os 5. Converse com o professor sobre a circulação dessa produção e construção da textualida- vlogs são hospedados elabore coletivamente um post para o blogue da escola, no qual de relacionada às proprie- em plataformas de será divulgado o vlog de indicações culturais da turma! dades textuais e do gêne- compartilhamento de ro), utilizando estratégias vídeos e podem ser de planejamento, elabora- entendidos como uma ção, revisão, edição, rees- espécie de blogue em crita/redesign e avaliação formato audiovisual. de textos, para, com a aju- da do professor e a colabo- 32 Unidade 1 ração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções dcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de realizadas, fazendo cortes, por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e de- livros de literatura e por outras produções culturais do campo e acréscimos, reformula- monstrando domínio dos gêneros. receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, ções, correções de concor- que representem um desafio em relação às suas possibilidades dância, ortografia, pontua- (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de lei- atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas ção em textos e editando tura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, [...] marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a imagens, arquivos sono- escrevendo comentários e resenhas [...] e utilizando formas de temática e nas orientações dadas pelo professor. ros, fazendo cortes, acrés- expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts cul- cimos, ajustes, acrescen- turais (literatura, cinema, teatro, música) [...] • Veja, nas “Orientações gerais” neste Manual do Professor, pro- tando/ alterando efeitos, postas de encaminhamento para o trabalho com esta seção. ordenamentos etc. (EF69LP10) Produzir [...] comentários, vlogs, [...] dentre outros possíveis, re- lativos a [...] textos orais de apreciação e opinião – po-32 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Leitura 2 Não escreva no livro! Leitura 2 Antes de ler Competência geral da Educação Básica 1. Ao ler sobre um assunto que lhe interessa, você vai em busca de mais informações? Onde costuma 8. Conhecer-se, apreciar- pesquisar? Resposta pessoal. -se e cuidar de sua saú- 2. Quando encontra mais conteúdo sobre esse assunto, de que tipo são os textos que você seleciona? de física e emocional, compreendendo-se na Resposta pessoal. diversidade humana e re- conhecendo suas emo- 3. Já fez esse tipo de busca? Sobre qual assunto? Resposta pessoal. ções e as dos outros, com autocrítica e capacidade Você leu, nesta Unidade, a resenha de um livro que conta a história de um adolescente e seus sentimentos para lidar com elas.e reflexões sobre o fato de ser filho adotivo. A literatura para jovens frequentemente aborda temas relacio-nados à fase da adolescência: relações familiares, mudanças e maturação física e psicológica, relacionamentos Vocabulárioafetivos, inseguranças e incertezas sobre o futuro. Esses temas, porém, não estão limitados ao campo lite- alardear: anunciar comrário; textos com intenção de informar, divulgar conhecimentos e proporcionar aprendizagem ao leitor grande exibição.também podem ter esse mesmo objetivo. carcaça: (uso informal) o O trecho a seguir faz parte do livro Corpo: limites e cuidados, integrante da coleção De olho na Ciência, corpo humano; corpo velhocuja intenção é discutir temas comuns à fase da adolescência. Leia para conhecer a ideia desenvolvida pelo e cansado.autor e saber mais sobre o assunto. obsessão: compulsão, ideia Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas apa- fixa.recem. Se for preciso, consulte o dicionário. prerrogativa: direito espe- As possibilidades e os limites do corpo cial, privilégio. Nos últimos tempos, o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etique-ta de marca famosa. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência – o que é Assista ao vídeo Os pe-verdadeiro – e que as marcas da idade podem ser adiadas indefinidamente – o que é falso –, e esses mitos rigos da busca pelalevam alguns a dedicar tempo e dinheiro a um compromisso com a beleza e a juventude, como se fossem beleza com os alunos.passaportes para a felicidade. No Material Digital do Foi a partir da década de 1950 que a beleza deixou de ser vista como um dom divino, que só algumas Professor há orienta-pessoas recebem, e passou a ser considerada como um ideal ao alcance de todos. “Só é feia quem quer!”, ções para o trabalhorepete a propaganda, na tentativa de seduzir as mulheres. com esse recurso.Há algumas décadas, usar maquiagem no dia a dia eraprerrogativa de artistas e mulheres extravagantes. Agora, Sanzio, Rafael. Musée Conde, Chantilly, France/Giraudon/The Bridgeman Art Library/Keystonea maquiagem passou a ser mais do que um direito, qua-se um dever: para algumas mulheres, faz parte da rotina,como escovar os dentes e pentear os cabelos. Alguns homens participam dessa obsessão de umaoutra forma, talvez porque o poder masculino sempreesteve mais ligado à força do que à beleza – o que levamuitos a tomarem drogas para encorpar e a fazerem mus-culação sem orientação nem limites. [...] As três graças, de Rafael Sanzio, c. 1504-1505. Óleo sobre tela, 17,8 cm 3 17,6 cm. Museu Condé, Chantilly, França. A diversidade dos padrões de beleza assume formas e proporções diversas ao longo do tempo. Unidade 1 33 33MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1© Ucha Aratangy A cirurgia plástica passou a ser um recurso usado por todas as faixas de idade e todos os níveis eco- Patrick Foto/Moment/Getty Imagesnômicos. Há médicos dispostos a atender qualquer pedido e a aprimorar qualquer corpo, ainda que às vezes as queixosas sejam pessoas com corpos perfeitos, mas insatisfeitas com a própria imagem. A ju- ventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento para se tornar um estilo de vida, a que todos acreditam ter acesso. Eliminar as marcas do tempo passou a ser uma obrigação e quem não o faz pode ser tachado de “largado”. Beleza a qualquer preço Parece fácil definir o que é beleza: formas perfeitas, proporções harmoniosas, agradáveis aos sentidos. Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? E aos sentidos de quem essas formas devem agradar? As galerias dos museus expõem um conceito de beleza diferente da que se exibe nas passarelas de moda. Mesmo dentro dos museus, o belo assume formas e proporções diversas. Talvez não haja mulheres mais bonitas do que as pintadas por Rubens ou Renoir, mas elas diferem entre si, e são diferentes das mulheres retratadas nas estátuas gregas, cuja leveza contrasta com a pedra de que são feitas. Dificilmente uma mu- lher, de qualquer idade e tipo físico, não encontraria num museu alguma imagem de beleza em que se visse refletida. Então, com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando? [...] Ainda que fosse possível, à custa de esforço, atingir este ideal inventado pela propaganda, será mesmo que as pessoas seriam mais felizes? Não parece provável que a conquista da felicidade passe pelo tipo de cabelo e pela medida da cintura. É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar quando a gente gosta do que vê refletido no espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam mais contentes quando o espelho mostra aqui- lo que queremos ver. Mas o amor-próprio não pode depender de um bumbum firme e de uma barriga lisa. A be- leza não se expressa em quilos ou centímetros: o charme tem razões que os padrões convencio- nais de beleza desconhecem. O que seria dos mais belos dentes sem o sorriso? É bom ter um corpo vivo e trabalhado, mas castigá-lo não é o caminho para ser feliz. O cor- po não é um pedaço de papel brilhante que em- brulha uma carcaça vazia: é a forma pela qual nos fazemos presentes, o meio através do qual expressamos carinhos e raivas. [...] ARATANGY, Lídia Rosenberg. Corpo: limites e cuidados. São Paulo: Ática, 2006. p. 25-26. Lídia Rosenberg Aratangy é psicóloga, pesquisadora, professora e autora de diversos livros sobre família, relacionamento, educação e outros temas pertinentes à área da Psicologia, como Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas e Olho no olho. 34 Unidade 1

34 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1


Qual é o tema principal dado pelo advogado Geraldo Nogueira?

Em 1990, Geraldo sofreu um acidente de carro, o que lhe causou uma paraplegia. Ao invés de desistir de seus sonhos, o advogado investiu seu potencial nos estudos jurídicos, principalmente voltados para a defesa dos direitos humanos, sendo hoje um especialista em Direitos da Pessoa com Deficiência.

Quantos anos tem Geraldo Nogueira?

GERALDO NOGUEIRA.

Por que ele emprega o pronome nós?

Os pronomes nós e a gente, ora são empregados para referir à primeira e segunda pessoas; ora à primeira, segunda e terceira; ora como forma genérica, com uso indeterminado, revelando a intenção de não exposição da primeira pessoa.