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Como o desenvolvimento tecnológico para acelerar a exploração espacial afeta a vida na Terra.A corrida espacial se iniciou na década de 1950 quando o primeiro satélite — Sputnik I, foi lançado à órbita. Nessa época, a atividade era restrita aos governos e instituições de pesquisa, além de ser predominantemente dominada por Estados Unidos, União Soviética e China. Passaram-se algumas décadas e os avanços tecnológicos nos permitiram saltar de satélites de telecomunicação para missões com o objetivo de viabilizar o turismo espacial e a ocupação de Marte. O espaço se transformou em um negócio e empresas privadas apostam corrida para desenvolver tecnologias que permitam condições de sobrevivência fora da Terra. A SpaceX, empresa fundada por Elon Musk em 2002, atualmente está estimada em mais de US$ 20 bilhões de dólares e pretende levar pessoas para Marte em 2024. Já a NASA, trabalha e acredita que essa conquista será possível próxima a 2030. Além da SpaceX, Virgin Galactic (fundada por Richard Branson) e Blue Origin (fundada por Jeff Bezos) são empresas que também se preparam para levar turistas além da órbita do nosso planeta. A Virgin já vendeu mais de 700 passagens antecipadamente, custando cerca de US$ 250 mil cada. A viagem ainda não tem data confirmada para acontecer. Atualmente, o principal desafio de realizar as expedições está no custo. Por isso, os investimentos em soluções tecnológicas que auxiliam a indústria espacial crescem cada vez mais. Nesse texto, decidimos abordar as tecnologias emergentes por trás da exploração espacial — assim como o seu impacto em diversos setores. Pois, acreditamos que elas fazem parte do que há de mais inovador e avançado sendo desenvolvido. DIETA ESPACIALUmas das questões centrais é a alimentação das pessoas que vão para o espaço. Viagens para Marte estão estimadas a durar até 5 anos. Levar alimentos para todo esse tempo acarreta em um enorme acréscimo de peso e ocupação de espaço nas naves, dois ativos valiosos em missões espaciais. Já houve uma evolução grande em termos de sabor. O problema ainda está na validade dos alimentos. Por isso, a NASA está pensando em como viabilizar o cultivo de alimentos fora da órbita, o que não é uma missão simples em condições restritas de água, ar e solo. Os primeiros experimentos envolvem o cultivo de diferentes folhas em argila e parece estar dando certo. Outro grupo de cientistas alemães estão no mesmo caminho. Em uma estação de pesquisa na Antártida, foi possível cultivar vegetais em um ambiente projetado sem sol e sem solo. A equipe reuniu cerca de 8kg de produção de seus primeiros rendimentos, incluindo ervas, alface, rúcula e rabanetes vermelhos. O cientista Paul Zabel mostra alguns dos vegetais frescosNa Finlândia, a startup Solar Foods desenvolveu um método para produzir proteína em pó a partir de CO2 e ingredientes químicos como fósforo. A solução pode ajudar na produção de alimentos nutritivos de forma sustentável na Terra. E, também pode se tornar uma solução viável para astronautas com recursos limitados. Tecnologias que aumentam a durabilidade dos alimentos vão poder ser utilizadas para alimentar populações em locais remotos, em situações de vulnerabilidade e instabilidade (como campos de refugiados)? Soylent é um exemplo de marca que se inspira em alimentos para astronautas para o desenvolvimento dos seus produtos. As grandes empresas produtoras de alimentos estão atentas à esses desenvolvimentos? Será que dentro de alguns anos este não será um nicho de mercado significativo? GERAÇÃO DE ENERGIA E RESFRIAMENTO DE SATÉLITESAinda em fase de teste, o EmDrive seria uma possível solução para tornar foguetes mais leves, potentes e ecológicos. O cientista britânico Roger Shawyer propôs a ideia em 2001. Através de impulsos para bombear microondas dentro de um cone de metal, as ondas se rebateriam nas paredes exercendo força suficiente para movimentar o objeto. Em 2015 a NASA realizou um teste inicial em que teoricamente a máquina teria funcionado. Entretanto, o impulso observado no experimento é tão pequeno que são necessários mais testes para entender se o movimento foi de fato gerado pela engenharia da máquina. Em Junho deste ano (2019), novos testes foram desenvolvidos. A equipe da Technische Universität Dresden construiu um instrumento hiper-sensível para medir o impulso , que acreditam ser imune à interferências externas. A equipe planeja publicar os resultados oficiais em Agosto. O EmDrive, se realizado, será um método de viagem espacial que pode facilitar a chegada à Marte em apenas 10 semanas. Hoje, leva-se no mínimo 6 meses. O que a comprovação do EmDrive pode significar para toda a indústria de energia e mobilidade? Será a solução para a redução de custo e consequente viabilidade de mais viagens para fora da Terra? Será que outras empresas aéreas já estão acompanhando o setor espacial e pensam em um futuro impacto na indústria? LIXO ESPACIALQuanto mais acesso temos à órbita terrestre, maior é o acúmulo de lixo no espaço. Segundo a NASA, estima-se que há pelo menos 20.000 detritos espaciais maiores que uma bola de baseball orbitando a Terra. E, pelo menos 500.000 do tamanho de uma bola de gude ou maior. Uma colisão entre um lixo espacial e um satélite, por exemplo, pode afetar a comunicação e a mobilidade aqui na Terra. Como um movimento inicial, a SpaceX pediu autorização para a FCC (Comissão Federal de Comunicações) — órgão regulador da área de telecomunicações e radiodifusão dos Estados Unidos — para modificar sua licença para que parte de seus satélites possam operar a uma altitude de 600 quilômetros abaixo do originalmente solicitado. Com essa redução, a empresa consegue obter os mesmos resultados com 16 satélites a menos e facilitar o descarte dos mesmos. Paralelo à isso, a ISS (International Space Station) e a empresa Made in Space trouxeram outra iniciativa para otimizar a produção de materiais e descartes das espaçonaves. Foi desenvolvido uma impressora 3D para que astronautas criem e imprimam materiais em plástico necessários em órbita. Assim, ao invés de levarem uma quantidade desnecessária de diferentes suprimentos, que eventualmente seriam descartados no espaço, é possível criar e reciclar os mesmos através desse sistema. Ainda, uma das inovações está na utilização da urina como matéria prima para produzir esse plástico. Ou seja, mais uma forma de maximizar a eficiência reduzindo o número de remessas e a quantidade de suprimentos necessários em missões. Como as empresas/instituições que estão trabalhando nessa indústria devem tratar o lixo produzido? Com a utilização de impressoras 3D no espaço, quais novos mercados e profissões podem surgir? Precisaremos ter pessoas/empresas que façam o projetem esse tipo de produto. A partir daí, como as empresas e marcas podem se posicionar? SAÚDE, CRISPR E OS EFEITOS A LONGO PRAZO DO CORPO A ZERO GUm dos grandes desafios está nas consequências a longo prazo da microgravidade, radiação e ambiente espacial no corpo humano. Em maio desse ano, pela primeira vez, astronautas usaram a tecnologia CRISPR/Cas9 para edição de genes no espaço. O objetivo do estudo é compreender mudanças moleculares, simulando o dano genético causado pela radiação cósmica e entender se os métodos de reparo do DNA são diferentes no espaço e na Terra. Embora as células tenham meios de corrigir falhas no DNA, erros no processo de reparo podem levar a consequências negativas para a saúde, incluindo o câncer. Entender o CRISPR/Cas9 ajuda a encontrar melhores maneiras de proteger os astronautas de danos.
Tomografias, ressonâncias magnéticas e câmeras de celulares são exemplos que tiveram seu surgimento no desenvolvimento espacial e acabaram beneficiando toda a população em outras áreas. A empresa TechShot, por exemplo, responsável por soluções para a impressão de órgãos 3D, juntou-se a NASA. Durante a impressão de corações humanos é necessário que eles cresçam em torno de uma estrutura, garantindo que os órgãos não entrem em colapso durante o processo. O desafio é a sua remoção, que até então não se provou possível. Assim, a empresa acredita que a impressão à zero G seja a solução. O avanço de métodos como CRISPR através da exploração espacial pode representar um avanço e consequentemente redução de custos e maior acesso à todos? Como a medicina de precisão — diagnóstico e desenvolvimento de tratamentos individualizados através de sequenciamento de genoma — pode se beneficiar na corrida espacial? Esses e outros questionamentos e reflexões norteiam a nossa visão de futuro. Mesmo que uma possível transição da vida humana para Marte por enquanto nos pareça impossível, o quanto as tecnologias desenvolvidas para isso podem afetar positivamente a nossa vida na Terra? Nos conte o que achou e que outros temas gostaria de encontrar por aqui. Todo o conteúdo apresentado faz parte do OLI, nosso ecossistema de multi aprendizagem digital via assinatura — por enquanto disponível apenas para ex-participantes dos cursos Tomorrow, Friends of Tomorrow Presencial e Online e FoT Conference. A Aerolito é um laboratório de exploração de cenários futuros. Ajudamos pessoas e empresas a absorver os conceitos de um contexto pós-digital. Quais são as tecnologias desenvolvidas durante uma corrida espacial?Nesse momento da corrida espacial, os soviéticos haviam realizado todas as grandes inovações. Conforme mencionamos, eles foram os primeiros a enviar um satélite artificial, uma sonda lunar, uma sonda que orbitou o Sol, um ser vivo e o homem para o espaço.
Quais são as novas tecnologias espaciais?Entre os novos projetos mais inovadores estão:. Asteroides usados como espaçonaves autônomas. ... . Robô multiforme. ... . Bloqueador gigante de luz. ... . Trajes espaciais inteligentes. ... . Limpador de lixo espacial. ... . Gerador portátil de oxigênio para Marte. ... . Industrializar o espaço.. Quais tecnologias foram desenvolvidas a partir das missões espaciais?10 tecnologias do dia a dia criadas graças à exploração espacial. 1 – A câmera do seu celular. ... . 2 – Termômetro de engolir. ... . 3 – Compressão de Video. ... . 4 – Comida de Bebê ... . 5 – Trajes de Compressão para Gestantes. ... . 6 – Ferramentas Wireless. ... . 7 – Pistas de Pouso. ... . 8 – Máquinas de Exercício.. Como a corrida espacial colaborou com a tecnologia na atualidade?A tecnologia da corrida espacial também foi aplicada para melhorar diretamente a segurança pública e reduzir o risco de acidentes e lesões. Sistemas anticongelantes permitiam que as aeronaves voem com segurança em climas frios.
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