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Nesta aula você vai conhecer um pouco mais sobre as revoluções na Europa do Século XIX. Movimentos que ocorreram principalmente na França expressam o início de um sentimento de nacionalismo e ideias liberais que seriam combustível para mobilizações em outras partes da Europa e também na América. Para melhor compreensão das revoluções europeias do século XIX, recomendamos a leitura dos textos “Movimentos de trabalhadores – Lutas sociais na Revolução Industrial” e “Segunda Revolução Industrial”. O contexto da Europa no século XIXCom a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte na batalha de Waterloo pela Sétima Coligação, os governantes acreditavam que os resquícios da Revolução Francesa precisavam ser combatidos e as fronteiras das nações redefinidas. O Conde de Cavour, da França, defendia que as fronteiras de todos os países deveriam retornar tal qual eram antes da revolução de 1789. Assim, também a linhagem dos reis deveria retornar àquele período. Congresso de Viena e Santa AliançaFoi com esses argumentos que Luís XVIII assumiu o trono da França. Todas essas questões e medidas foram definidas no Congresso de Viena. Na ocasião, os representantes das diferentes monarquias europeias se encontraram para negociar e redefinir as fronteiras de cada nação, assim como a forma que os afetados seriam ressarcidos. No ocorrido, o Czar Alexandre, da Rússia, propôs a criação de um exército mútuo, pronto para invadir qualquer nação que apresentasse algum processo revolucionário. Sua intenção era manter as monarquias cristãs europeias a salvo das ideias iluministas. Tal iniciativa ganharia o nome de Santa Aliança. Juntamente com o Congresso de Viena, ela representa um antecedente das revoluções na Europa do século XIX. Veja mais sobre o assunto com esta videoaula do prof. Felipe!França e a Revolução de 1830Luís XVIII governou até o fim de sua vida sob uma monarquia constitucional (onde há voto censitário e repartição dos poderes), sem buscar recuperar toda a autoridade do período absolutista. No entanto, não foi da mesma maneira que seu sucessor, Carlos X, conduziu o governo. Ele sofreu tantas pressões da oposição ao tentar recuperar o prestígio absolutista que acabou abandonando o trono e fugindo do país em 1830. A alta burguesia, a classe média e setores populares removiam outro rei francês de seu trono. A queda de Carlos X foi aproveitada como crítica nos jornais brasileiros em relação ao governo centralista de D. Pedro I. Nas disputas que se sucederam pelo novo governo, o projeto liberal da alta burguesia conseguiu esmagar, num primeiro momento, os grupos que lutavam por projetos que beneficiassem os mais pobres. Luís Filipe é quem assumiu o trono após a queda de Carlos X. Apesar de ser um monarca membro da aristocracia, ele era um grande representante da burguesia. Por isso, ficou conhecido como o Rei Burguês. Luís Filipe favoreceu os investimentos na indústria e promoveu invasões no norte da África (Argélia) a fim de obter recursos e mercado de consumo para a economia francesa. Mas se de um lado a alta burguesia ganhou com a lucratividade, do outro os operários franceses e argelinos sofreram com a exploração do trabalho e com as duras repreensões contra suas revoltas. França e a Revolução de 1848O cenário de profunda desigualdade social na França faz as tensões aumentarem entre grupos populares e governo. Socialistas e anarquistas tornam-se lideranças entre trabalhadores e passaram, assim, a promover greves e revoltas. A impopularidade crescente do governo foi ao encontro de uma crise econômica provocada pelo desastroso resultado no setor agrícola entre 1846 e 1847. Tal crise provocou uma forte inflação que, consequentemente, diminuiu o número de postos de trabalho e a reduziu o consumo. A partir de então, a alta burguesia, o único setor que havia sido beneficiado até então, também se voltou contra o governo de Luís Filipe, que acabou largando o trono em 1848. A revolução de 1848 é central não só na história da França como em toda a Europa Continental, pois ela iria alimentar do espírito nacionalista que defendeu independências e unificações de outras nações. Segunda República FrancesaAinda no caso francês, naquele mesmo ano foi instaurada a Segunda República Francesa. Necessitava-se, então, realizar eleições para uma assembleia constituinte e, posteriormente, para a eleição de magistrados. Esses momentos foram marcados pelas intensas disputas entre liberais e socialistas. Enquanto os primeiros queriam manter seus privilégios como o voto censitário e suas extensas propriedades, os últimos clamavam pela reforma agrária e pelo sufrágio universal, que foi garantido na Constituição. Ainda assim, os liberais saíram vitoriosos após esmagarem violentamente a resistência socialista nas ruas de Paris. O saldo final foi de cerca de 4.500 mortos – em sua maioria trabalhadores – além dos milhares de outros presos e exilados. Fim do período revolucionárioO fim do período revolucionário francês durante o século XIX ocorreu com a eleição para presidente de Carlos Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho do antigo imperador. Ancorado na imagem de seu tio, ele ganhou as eleições com larga vantagem e buscou ampliar os domínios franceses, desta vez nos continentes africanos e asiáticos. No ano de 1852, com o apoio da burguesia, religiosos e militares, ele tornou-se imperador da França. Seu governo se encerrou em 1870 por consequência da guerra franco-prussiana, conflito que fazia parte dos planos de Otto Von Bismark para a expansão alemã. Primavera dos PovosComo mencionamos anteriormente, a revolução que começou na França em 1848 reverberou por todo o continente europeu. Para além disso, seus impactos foram maiores ainda, sobretudo nos continentes africanos e asiáticos. No centro desses acontecimentos estava o nacionalismo, fator fundamental para entender as revoluções na Europa do século XIX. Esse termo dá significado a ideias, sentimentos e a movimentos políticos centralizados no sentido de que há povos que possuem histórias e identidades culturais em comum. A partir dessa ideia, o nacionalismo enquanto movimento prega a união, defesa e fortalecimento dos povos em torno de governos centralizados. Com o movimento nacionalista, para além da manutenção do seu poder, os governantes irão se dedicar mais a formar cidadãos para defender seu governo, aumentar seus exércitos e fortalecer sua economia. O nacionalismo trouxe ganhos para os povos, como a educação pública (ainda que extremamente controlada) e a preocupação com a saúde e longevidade da população (ainda que para fins estratégicos). Por outro lado, é o nacionalismo que irá iniciar guerras (entre elas as duas guerras mundiais), suprimir greves e instaurar governos ditatoriais ao redor do globo. Os nacionalismos também motivaram a colonização da África e da Ásia, afundando a qualidade de vida e instituindo o racismo para com aquelas populações. Pode-se dizer, então, que o principal impacto dos acontecimentos de 1848 foi a difusão de revoluções nacionalistas pela Europa, momento que ficou conhecido como Primavera dos Povos. Foi neste momento, após diversas guerras, que a Alemanha e a Itália surgem enquanto Estados unificados. Justamente por conta desses conflitos que muitos refugiados alemães e italianos imigraram no Brasil no século XIX. A Bélgica conseguiu sua emancipação em relação a Holanda, mas o Império Austro-Húngaro e o Império Russo ainda eram os maiores da Europa. Não era menor o poder do Império Turco-Otomano, também próximo ao continente europeu. É nesta “era dos Impérios” em disputa que a Europa adentrou o século XX, provocando de início a Primeira Guerra Mundial. ExercíciosSobre o(a) autor(a):Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016. Compartilhe:Quais as principais características das revoluções de 1820 1830 1848 na Europa?(1820, 1830 e 1848) na Europa
Movimentos contrários ao Absolutismo, Movimentos liberais burgueses. A França foi o berço de todas essas ondas revolucionárias. Essas ondas revolucionárias são uma reação às medidas do Congresso de Viena e continuação dos ideais da Revolução Francesa.
Quais eram as características das revoluções de 1848 na Europa?Dá-se o nome de Revoluções de 1848 ou Primavera dos Povos à série de revoluções na Europa Central e Oriental que eclodiram em função de regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, do aumento da condição financeira e da falta de representação política das classes médias e do nacionalismo despertado nas ...
Quais as características das revoluções de 1830?A Revolução de 1830, na França, teve um caráter apenas liberal, isto é, antiabsolutista. Sua expansão para outras regiões da Europa, porém, assumiu também um caráter nacional, opondo-se às diretrizes do Congresso de Viena, que havia colocado várias nacionalidades sob o domínio de algumas potências européias.
Qual a principal característica das revoluções de 1848?A Revolução de 1848
Nesse sentido, buscou a ampliação do Poder Legislativo, anulou qualquer ato de censura aos meios de comunicação e realizou a separação entre Igreja e Estado. Contudo, mesmo com tais avanços, vários grupos políticos se voltaram com seu governo assim que o voto censitário fora preservado.
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