Quais fatores contribuíram para o aumento populacional no século 21?

I. Falsa. Segundo dados da ONU, a população em 2050 irá aumentar atingindo a marca de 9 bilhões de pessoas. Um acréscimo de 2,1 milhões de habitantes.

II. Verdadeira.

III. Verdadeira.

IV. Falsa. O crescimento populacional ocorre de forma distinta nos continentes de acordo com os fatores econômicos e sociais. A África apresenta crescimento de 2,3% ao ano, enquanto a Europa apresenta crescimento de 0,1% ao ano.

O crescimento da população mundial foi influenciado pela forte diminuição da taxa de mortalidade, assim como pelas melhorias de assistência à saúde, em especial nos países menos desenvolvidos.

Que fator contribuiu para o crescimento da população?

O crescimento populacional de um determinado território ocorre através de dois fatores: a migração e o crescimento vegetativo, esse último é a relação entre as taxas de natalidade e as de mortalidade.

O que contribuiu para o crescimento da população brasileira no século XIX?

Bom, um dos principais fatores que fez com que contribuiu para o crescimento da população brasileira entre o final do século XIX e o início do século XX foi o processo de imigração onde foi necessario ate criar a Lei das Cotas para se ter um controle melhor.

Qual o perfil sobre o crescimento da população mundial até hoje?

Desde o final dos anos 1960, a taxa de crescimento entrou em declínio, movimento que se acentuou a partir de 1990. Atualmente, a taxa de crescimento da população mundial é de 1,1% (ONU, 2020). A projeção da ONU é que o mundo atinja o valor de 8,5 bilhões de habitantes em 2030 e 9,7 bilhões em 2050.

Quais são as três fases do crescimento demográfico?

1ª fase: Crescimento das sociedades tradicionais. Alta natalidade e alta mortalidade que geram crescimento demográfico insignificante. Predominante em países rurais e subdesenvolvidos. 2ª fase: Demarca o desenvolvimento industrial, social e econômico.

Quais fatores contribuíram para o crescimento da população brasileira no decorrer do século XX?

- melhora das condições médicas, hospitalares e sanitárias; - grandes fluxos migratórios que ocorrem ao longo do processo de povoamento do Brasil; - grande fluxo de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades); - criação de vacinas e de métodos de tratamento de doenças e patologias.

Quais são as duas causas básicas para o crescimento populacional brasileiro?

Há duas causas básicas para o crescimento populacional brasileiro: a contribuição da imigração e o crescimento natural ou vegetativo da população.

O que contribuiu bastante para a formação da população brasileira foi a vinda dos?

A população brasileira é bastante miscigenada. Isso ocorreu em razão da mistura de diversos grupos humanos que aconteceu no país. São inúmeras as raças que favoreceram a formação do povo brasileiro. Os principais grupos foram os povos indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos.

Qual a principal causa para redução das taxas anuais de crescimento da população mundial?

A principal causa das reduções, tanto das taxas anuais de crescimento da população mundial, quanto do incremento absoluto, foi, sem dúvida, o rápido e acentuado declínio dos níveis de fecundidade.

Analisam-se os principais fatôres que contribuiram para a dinâmica populacional dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a política por êles adotada, bem como a aplicação da demografia em saúde pública. O ritmo de maior crescimento populacional observa-se nos países subdesenvolvidos sendo que, para o ano 2.000, a região denominada de terceiro mundo é a que apresentará o maior contingente populacional pois os países subdesenvolvidos contribuirão com 79% do total da população mundial. A primeira transição demográfica iniciou-se no século 17, na Europa, com o processo de revolução industrial enquanto que, nos países subdesenvolvidos, isto ocorreu a partir do ano de 1940, porém, com uma diferença fundamental, pois a queda de mortalidade verificada não foi acompanhada por um declínio significativo da natalidade nem da modernização de suas economias. Entre os principais fatôres que afetam a mortalidade e a fertilidade analisou-se a influência do desenvolvimento econômico e social e dos avanços no campo da medicina e da saúde pública. Está sob uma política antinatalista oficial 66% da população dos países subdesenvolvidos e os contraceptivos mais utilizados têm sido, em ordem decrescente, o dispositivo intrauterino, esterilização e pílulas. Sòmente a Índia, em 4 anos (1964-68), esterilizou 5.200.000 habitantes com uma idade média de 32,2 anos. Entre as principais aplicações da demografia em saúde pública destacam-se o planejamento de saúde, migrações, epidemiologia e higiene materno-infantil.

Dinâmica populacional; Demografia; Política populacional; Saúde pública


The main factors that contributed to the population dynamic in developed and underdeveloped countries and the policies of these countries used, even the aplication of demography in Public Health, are analysed. The greater population growth in under developed countries is observed. Thus, by the year 2000, the region called "third world" will present the higger population contingent, for the underdeveloped countries will contribute with 79% from the total world population. The first demographic transition began in 17th century in Europe with the process of industrial revolution while in underdeveloped countries this occurred in the beginning of 1940 with a deep difference since the decline of mortality rate presented was not followed either by a significative decline of birth rate, or even by the modernization of their economics. Among the main factors that influenced mortality and fertility factors are the influence of economic and social development, and also the progress in medical and public health fields. 66% of underdeveloped countries population is under birth rate control and in a decrescent order the most used contraceptive has been the intrauterine device (IUD), sterilization and pills. India, in four years (1964-68), sterilized 5,200.000 inhabitants with an average age of 32 years old. The health planning, migration, epidemiology and maternal and child health are mentioned among the main applications of demography on Public Health.

Demography control; Population growth; Public Health


ATUALIZAÇÕES / CURRENT COMMENTS

A dinâmica populacional dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos

Population dynamics on the developed and underdeveloped countries

João Yunes

Do Centro de Estudos de Dinâmica Populacional do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP, Av. Dr. Arnaldo, 715, São Paulo, SP - Brasil. Da Disciplina de Pediatria Social da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP - Brasil

RESUMO

Analisam-se os principais fatôres que contribuiram para a dinâmica populacional dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a política por êles adotada, bem como a aplicação da demografia em saúde pública. O ritmo de maior crescimento populacional observa-se nos países subdesenvolvidos sendo que, para o ano 2.000, a região denominada de terceiro mundo é a que apresentará o maior contingente populacional pois os países subdesenvolvidos contribuirão com 79% do total da população mundial. A primeira transição demográfica iniciou-se no século 17, na Europa, com o processo de revolução industrial enquanto que, nos países subdesenvolvidos, isto ocorreu a partir do ano de 1940, porém, com uma diferença fundamental, pois a queda de mortalidade verificada não foi acompanhada por um declínio significativo da natalidade nem da modernização de suas economias. Entre os principais fatôres que afetam a mortalidade e a fertilidade analisou-se a influência do desenvolvimento econômico e social e dos avanços no campo da medicina e da saúde pública. Está sob uma política antinatalista oficial 66% da população dos países subdesenvolvidos e os contraceptivos mais utilizados têm sido, em ordem decrescente, o dispositivo intrauterino, esterilização e pílulas. Sòmente a Índia, em 4 anos (1964-68), esterilizou 5.200.000 habitantes com uma idade média de 32,2 anos. Entre as principais aplicações da demografia em saúde pública destacam-se o planejamento de saúde, migrações, epidemiologia e higiene materno-infantil.

Unitermos: Dinâmica populacional*; Demografia*; Política populacional*; Saúde pública.

SUMMARY

The main factors that contributed to the population dynamic in developed and underdeveloped countries and the policies of these countries used, even the aplication of demography in Public Health, are analysed. The greater population growth in under developed countries is observed. Thus, by the year 2000, the region called "third world" will present the higger population contingent, for the underdeveloped countries will contribute with 79% from the total world population. The first demographic transition began in 17th century in Europe with the process of industrial revolution while in underdeveloped countries this occurred in the beginning of 1940 with a deep difference since the decline of mortality rate presented was not followed either by a significative decline of birth rate, or even by the modernization of their economics. Among the main factors that influenced mortality and fertility factors are the influence of economic and social development, and also the progress in medical and public health fields. 66% of underdeveloped countries population is under birth rate control and in a decrescent order the most used contraceptive has been the intrauterine device (IUD), sterilization and pills. India, in four years (1964-68), sterilized 5,200.000 inhabitants with an average age of 32 years old. The health planning, migration, epidemiology and maternal and child health are mentioned among the main applications of demography on Public Health.

Uniterms: Demography control*; Population growth*; Public Health*.

1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional é, no mundo hodierno, sem dúvida, um dos temas mais debatidos e as conseqüências dêste aumento um dos mais controvertidos.

No momento em que importantes decisões, que envolvem a política populacional, são discutidas tanto em países desenvolvidos como subdesenvolvidos, o esfôrço deverá ser concentrado no estudo, análise e investigação de caráter científico que possam superar a natureza apriorística e o nível emocional que, freqüentemente, dominam a controvérsia. As teses pró-natalistas e teses a favor do contrôle da natalidade se opõem, sem que se elaborem importantes distinções a respeito de fatôres como a densidade demográfica, os recursos naturais, as tendências das taxas de natalidade, o processo de urbanização, isto é, fatôres demográficos, econômicos, sociais e culturais que determinam a conveniência de opções políticas concretas, suscitando uma das mais agudas controvérsias de nossa época.

1.2 Crescimento populacional

O presente trabalho tem por objetivo, indicar a possibilidade de adoção de uma política populacional para os países subdesenvolvidos em geral e para o Brasil em particular. Para tanto, analisa-se o crescimento populacional e a transição demográfica ocorridos nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, bem como os principais fatôres econômicos e sociais que afetaram a mortalidade e fertilidade. Considera-se a situação da política populacional nos países subdesenvolvidos e a dimensão que a demografia pode ter na aplicação em saúde pública.

A fonte de dados secundários mais utilizada foi a das Nações Unidas e, a seguir, apresenta-se os principais resultados desta análise.

Apesar da dificuldade de se obter dados estatísticos fidedignos, o conhecimento geral do incremento populacional no passado apresenta-se bastante claro e a sua constatação serve de valioso marco de referência para a consideração do problema atual.

Durante a maior parte da história da humanidade, a população mundial aumentou a um rítmo lento, uma vez que tanto o coeficiente de natalidade quanto o coeficiente de mortalidade eram elevados. A mortalidade em massa, devido a epidemias freqüentes, inanição periódica e guerras, manteve baixo o crescimento populacional.

Para a população mundial duplicar-se a partir do comêço da Era Cristã foram necessários 1650 anos. O primeiro cálculo digno de confiança data dêste ano em que a população estimada era de 500 milhões de habitantes. Nos dois séculos seguintes esta cifra dobrou. Em menos de um século duplicou-se novamente e com as taxas atuais de crescimento, dobrará novamente em um têrço de século (Tabela 1) 2.

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A rápida expansão populacional verificada na Tabela 1, não foi devida a um crescimento homogêneo da população. O rítmo de maior crescimento se observa nos países considerados subdesenvolvidos, enquanto que as nações desenvolvidas permanecem pràticamente estacionárias, isto é, crescem em rítmo acentuadamente menor, conforme se verifica nas Tabelas 2 e 37.

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Tabela 4

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De acôrdo com os dados apresentados, as regiões de maior contingente populacional por ordem decrescente são representadas pela Ásia, Europa, África, América Latina, União Soviética, América do Norte e Oceania. Para o ano 2.000 com as taxas de crescimento previstas, ocorrerá uma alteração nesta ordem. As regiões que apresentarão por ordem decrescente um tamanho populacional maior serão: Ásia, África e América Latina, seguindo-se os outros continentes. Portanto, para o ano 2.000, a região denominada do terceiro mundo é a que apresentará o maior contingente populacional, pois os países subdesenvolvidos contribuirão com 79% do total da população, sendo 60% da Ásia, 9,6% da África e 9,4% da América Latina. Os países desenvolvidos contribuirão com apenas 21% da população mundial.

Esta situação está preocupando muito mais os países desenvolvidos. Estaria aí a razão da política do contrôle populacional e do financiamento, por parte dêstes países, nos programas de contrôle da natalidade?

Esta problemática será discutida com maiores detalhes porém, é digno de nota ressaltar-se que o principal fator responsável pela queda de mortalidade nos países desenvolvidos ocorreu quando êstes ingressaram no processo de desenvolvimento industrial.

1.3 Transição demográfica

A diversidade na tendência da mortalidade e do comportamento reprodutivo entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos é explicável pela chamada transição demográfica.

No passado, o aumento populacional apresentou um padrão de crescimento, em geral, semelhante, com algumas variações locais. Foi na Europa, mais ou menos na metade do século 17, que se manifestou a primeira transição demográfica e que se repetiu em outros países, à medida que êstes passavam por um processo de revolução industrial.

Os elevados coeficientes de natalidade e mortalidade, são características típicas das economias agrícolas pré industriais.

À medida que uma sociedade agrícola começa a transformar-se em uma estrutura econômica mais moderna, a mortalidade começa a diminuir. À medida que se desenvolve a economia, há uma maior oferta de trabalho, as cidades crescem e se urbanizam, os transportes são melhores e mais rápidos, eleva-se a produtividade e o ingresso per capita e, conseqüentemente, um melhor bem estar social. A revolução industrial produziu enorme progresso no conhecimento científico, contribuindo para o contrôle de muitas doenças endêmicas, permitindo, em alguns casos, eliminar certas enfermidades. Os países atualmente desenvolvidos passaram por esta etapa que lhes permitiu beneficiar-se dêste desenvolvimento, reduzindo sua mortalidade.

No padrão histórico típico, decresce, primeiro, a mortalidade enquanto que a natalidade se mantém alta por um certo tempo. Portanto, existe um período caracterizado por uma natalidade elevada e uma mortalidade declinante. Na atualidade, esta última sofreu tão rápida redução que levou alguns autores a denominarem o fenômeno de "explosão demográfica". Há dúvida quanto a existência da verdadeira "explosão demográfica". Com o tempo inicia-se uma nova etapa de transição demográfica. As pessoas começam a limitar deliberadamente o número de filhos trazendo, como conseqüência, a queda da natalidade. Êste processo é o resultado de um grande número de decisões pessoais e não de uma política oficial de contrôle populacional, mesmo porque, durante esta fase de transição demográfica, não havia contraceptivos mecânicos, químicos ou hormonais. Não se sabe, exatamente, qual é o principal fator que determinou a queda, porém, se considera que a taxa decrescente de natalidade está associada ao processo de industrialização, urbanização, aumento do nível educacional, participação da mulher na força do trabalho e do desaparecimento da atitude fatalista em relação ao nascimento e à morte infantil. Os países que já efetuaram a transição de uma economia agrícola, de baixos ingressos, para uma urbana e industrial, com ingressos mais altos, seguiram estas etapas. Portanto, no início, as taxas elevadas de natalidade e mortalidade compensam-se entre si e o resultado é um crescimento demográfico lento. Numa segunda fase começa a queda de mortalidade com manutenção da natalidade ainda em nível alto, trazendo como conseqüência o acelerado aumento populacional. Numa terceira fase, a mortalidade e natalidade equilibram-se a um nível muito mais baixo e o crescimento novamente é lento. Êste processo denomina-se transição demográfica.

Os países altamente desenvolvidos já passaram por estas etapas. Em algumas áreas do mundo em que êste fenômeno ocorreu, está se processando uma nova mudança, em que a prosperidade econômica tem dado lugar a um incremento moderado de população, que se ignora por quanto tempo perdurará.

Por volta de 1940, as nações menos desenvolvidas iniciaram uma mudança demográfica. Um nôvo padrão começou a aparecer que, em certos aspectos, se assemelha à antiga transição demográfica mas, ao mesmo tempo, apresenta diferenças fundamentais porque ocorre em uma época muito diferentes da do séc. 17.

Existe, atualmente, possibilidade de reduzir-se o coeficiente de mortalidade sem modernização da economia agrícola. No passado, os conhecimentos médicos desenvolveram-se a um rítmo lento, concomitantemente ao de transformação econômica. Algumas das armas mais efetivas contra a enfermidade e a morte, tais como os quimioterápicos, antibióticos e vários inseticidas, são produtos mais recentes dos países industrializados, inclusive posteriores à queda das taxas de mortalidade e natalidade e o aparecimento do padrão de família reduzida1.

Os países menos desenvolvidos têm podido aproveitar-se dos conhecimentos médicos e de saúde pública dos países desenvolvidos, reduzindo sua mortalidade, sem haver modernizado suas economias.

Muitos países subdesenvolvidos têm ainda índices de mortalidade e de esperança de vida ao nascer idênticos aos da Europa em 1915 e os níveis econômicos bem como o padrão geral de vida, aos de 1840 a 1850.

Uma das conseqüências demográficas da estagnação ou do pequeno progresso econômico e social nos países não industrializados é a manutenção de índices de natalidade elevados.

Portanto, o que caracteriza os países subdesenvolvidos, quanto a sua dinâmica populacional, é a queda brusca da mortalidade, ocorrida, sobretudo, após a segunda guerra mundial sem ser acompanhada no declínio da fertilidade que permanece com taxas elevadas.

2. FATÔRES ECONÔMICOS E SOCIAIS QUE AFETAM A MORTALIDADE

Mudanças no padrão de mortalidade estão relacionadas com a mudança da estrutura social e econômica. Alguns dos mesmos fatôres sociais e econômicos que afetam a mortalidade também afetam a fertilidade e a migração.

2.1 Fatôres que contribuíram para a alta mortalidade

2.1.1 Nos países desenvolvidos

Os registros mostram que a população européia teve um coeficiente de mortalidade tão alto quanto os agora observados na maioria dos países subdesenvolvidos.

Embora o conhecimento das condições de mortalidade, nos primeiros séculos, seja precária, é evidente que a duração de vida, neste tempo, foi curta. Uma tábua de vida, constituída a partir dos registros de óbito na Grécia, indica uma média, na esperança de vida, de 30 anos, no ano de, mais ou menos, 400A. C. Estimativas na esperança de vida, em vários países europeus, do séc. 13 ao 17, baseadas em dados fragmentados, variaram de 20 para 40 anos. No séc. 18, 1755-1776, a esperança de vida ao nascer variou de 33 para 40 anos (Suécia 33,2 anos para o homem e 35,7 anos para a mulher; França 37,5 anos para ambos os sexos). Êstes dados podem ser comparados com a esperança de vida ao nascer na Índia, durante os anos de 1921-1931, que foi de 27 anos. Êstes níveis contrastam com a vida média européia que é, hoje, de 65 anos ou mais, em muitos países europeus.

As indicações do coeficiente de mortalidade entre os países europeus, durante o séc. 18, também evidencia a alta mortalidade. Nas duas primeiras décadas do séc. 19, a mortalidade, em tôda Europa, excedia a 32 óbitos por mil habitantes, cêrca de três vezes, em média, maior que a atual.

As condições de mortalidade na Europa e Estados Unidos, há 150 a 200 anos atrás, são as mesmas que as apresentadas hoje na maioria dos países subdesenvolvidos.

As informações que serão apresentadas a seguir parecem sugerir que as condições de vida da sociedade européia, que foram responsáveis por uma alta mortalidade, não foram muito diferentes daquelas prevalentes hoje nos países subdesenvolvidos.

2.1.1.1 Fome e escassez de alimentos

Na metade do séc. 19, as populações européias foram vítimas de inanição freqüente. A falta de transporte fazia com que cada pequena localidade dependesse de sua própria colheita e uma falha desta, resultaria em inanição, mesmo que, em localidades relativamente perto, a colheita fôsse normal. Durante o séc. 18 a França, o mais rico país do continente, sofreu repetidos períodos de inanição. Pelo menos 9 severas falhas da colheita foram registradas nos países escandinavos entre 1740 e 1800, e, cada uma delas, resultando em um acentuado aumento do coeficiente de mortalidade. Na Noruega, o coeficiente de mortalidade, em 1741, foi três vêzes maior que em 1736-1740, tendo morrido, no referido ano, 1/15 da população, tendo sido a principal causa, a falha de colheitas, que assolou todo o norte dos países europeus. Na Suécia, durante a severa inanição de 1773, o coeficiente de mortalidade elevou-se para 52,5/mil habitantes8.

Todos os grupos etários parecem ser afetados pela escassez de alimentos. É na criança que o crescimento e o desenvolvimento é atrasado ou permanentemente retardado.

2.1.1.2 Epidemias

Até recentemente, a peste, cólera, varíola, tifo e outras enfermidades ocorreram freqüentemente na Europa, agravadas pela carência de alimentos, foram responsáveis por elevada mortalidade.

Gilson estimou que a peste, no ano 543 D.C., foi responsável pela morte de cem mil pessoas. Esta enfermidade extendeu-se por tôda a Europa e permaneceu por várias décadas. Sòmente em 1348, a peste matou cêrca de 25 milhões de habitantes, 1/4 da população européia dessa época 8.

Doenças, como varíola e febre tifóide, foram disseminadas durante todo o tempo. Quando as epidemias coincidiam com os anos de más colheitas, o aumento da mortalidade era bem maior.

A varíola era responsável por grandes epidemias antes da introdução da vacinação. Em Londres, em 10 anos (1681-1690), a mortalidade por varíola foi de 3 óbitos por mil habitantes. Nos séculos 17 e 18, êste coeficiente, freqüentemente, alcançava um índice de 4,5/mil, sendo responsável por cerca de 1/10 de tôdas as mortes. A varíola foi, pràticamente, eliminada um século após a descoberta da vacina, sendo a última epidemia severa desencadeada no continente europeu, no período de 1870-1873.

O tifo é registrado como tendo assolado a Europa desde o séc. 17 até fins do séc. 19. As epidemias por tifo ocorriam em épocas próximas a guerras e períodos de inanição, responsabilizando-se por um enorme número de vítimas.

A tuberculose, embora não ocorresse sob a forma epidêmica, foi uma das principais causas de morte na população jovem (crianças e adolescentes).

Estudos das causas destas calamitosas epidemias, geralmente, indicam que elas foram devidas, em grande parte, ao precário saneamento do meio e higiene pessoal, os quais, por sua vez, estavam ìntimamente ligados à falta de conhecimentos médicos e os baixos padrões de condições de vida.

2.1.1.3 Condições das áreas urbanas

Na Europa, antes do século 20, o coeficiente de mortalidade foi maior nas cidades do que em outras áreas. SÜSSMILCH apud UNITED NATIONS 8 estimou que, em Brandeburgo (1739-1748), o coeficiente de mortalidade foi ao redor de 25/mil habitantes nas áreas rurais, 31/mil em cidades menores e 36/mil em grandes cidades como Berlim. Em Estocolmo, nos anos de 1775-1776, de acôrdo com PRICE apud UNITED NATIONS 8, a esperança de vida ao nascer era, sòmente, de cerca de 14 anos para o homem e 18 anos para a mulher, enquanto que, para a Suécia como um todo, era de 33 e 36 anos respectivamente. Nos Estados Unidos, em 1830, as condições de mortalidade foram bem piores nas grandes cidades do que nas pequenas e nas áreas rurais. A maior mortalidade urbana do que a rural persistiu em alguns países até mesmo no fim do séc. 19. Nesta época, WEBER apud UNITED NATIONS 8, reportou o excesso de mortalidade urbana, em relação à rural, nos EUA, Rússia, Inglaterra e Holanda. Êste autor associou a variação da mortalidade com o grau de aglomeração e atribuiu a maior mortalidade urbana a uma maior "negligência" e "indiferença" urbana8.

As condições da vida urbana na Europa e América, nos séculos 18 e 19, é suficiente para indicar algumas das razões da excessiva mortalidade urbana. As cidades, nesta época, encontravam-se congestas, insalubres, com muitos doentes e eram formadas por grandes aglomerados, habitações com precaríssimas condições de higiene que se agrupavam ao redor dos locais de trabalho. Dentro das indústrias havia precária ventilação, a temperatura era muitas vêzes bem elevada, a iluminação precária, as horas de trabalhos longas e exaustivas e o risco de acidentes era maior. As ruas eram estreitas, com precária rêde de abastecimento de água e esgôto e ausência de áreas para recreação. Tais condições predispunham a um aumento de mortalidade, principalmente da criança.

2.1.2 Nos países subdesenvolvidos

Tem sido assinalado em muitos estudos que a alta mortalidade é característica das regiões econômicamente subdesenvolvidas da África, Asia e América Latina, estabelecendo relação com os baixos níveis de vida, educação e dificuldades de assistência médica.

Quando os dados, para mostrar a relação entre os coeficientes de mortalidade e certos índices de condições econômicas e sociais, são disponíveis, êles indicam que a alta mortalidade é associada à baixa renda per capita, elevado índice de analfabetismo, grande contingente de população rural e grande número de habitantes por médico.

Em áreas de alta mortalidade, as doenças transmissíveis foram responsáveis por uma grande parte dos óbitos. Na Índia, a cólera, varíola e a peste assumiram proporções consideráveis e a tuberculose é elevadamente prevalente. Pelo menos, estima-se que cem milhões de habitantes sofrem anualmente de malária e cêrca de 2 milhões morrem por ano, direta ou indiretamente, como conseqüência desta doença. Em muitos países, o coeficiente de mortalidade por diarréias e enterites é elevado, a febre tifóide e tifo são endêmicas e epidemias por varíola não são raras. Em Porto Rico, onde a mortalidade tem caído consideràvelmente em anos recentes, a diarréia e tuberculose participam com mais de 1/3 do total do número de óbitos nos anos próximos de 1940.

Na maioria dos países africanos, as principais causas de morte incluem a doença do sono, malária, tuberculose, esquistossomose, ancilostomíase, lepra, doenças venéreas, varíola, pneumonia e desnutrição. O coeficiente de mortalidade geral foi estimado para o período de 1939-1946, na África do Sul entre 21 e 25/mil habitantes comparado com 9/mil para a população européia.

Os fatôres sociais e econômicos responsáveis pelo baixo nível de saúde são semelhantes em tôdas as áreas dos países subdesenvolvidos. O saneamento do meio é precário; a deficiência nutricional é elevada, tornando a população mais susceptível às doenças; os serviços de saúde existentes são inadequados e uma grande parte da população tem baixo poder aquisitivo para manter sua saúde protegida.

Geralmente dentro dos países subdesenvolvidos de hoje, a má nutrição é crônica, as doenças infecciosas são endêmicas, as quais, periòdicamente tornam-se epidêmicas, contribuindo como causa mais imediata pelo excesso de mortalidade nestas áreas. Estas causas são sintomas de pobreza, estando envolvidos fatôres políticos, culturais, religiosos e geo-físicos.

2.2 Fatôres que contribuiram para a redução da mortalidade

2.2.1 Nos países desenvolvidos

O comêço do séc. 19, especialmente a partir de 1850, constata-se o grande progresso que se começou a alcançar no combate a enfermidades e mortes e no prolongamento da vida humana. Estudos da redução da mortalidade que ocorreu nêste período e as mudanças econômicas e sociais que a acompanharam, mostram a maior evidência da relação entre mortalidade e fatôres econômicos e sociais.

A redução do coeficiente de mortalidade não foi uniforme para os diferentes grupos etários. Nos países europeus, a redução da mortalidade, a partir do séc. 20, tem sido, geralmente, mais acentuada nos casos de crianças e adolescentes. Para o grupo etário acima de 75 anos o decréscimo registrado tem sido discreto. Na Suécia, entre 1751-1800 e 1901-1945, a mortalidade para o grupo etário menor de 15 anos foi reduzida de 72 a 84%. Esta redução para o grupo etário com mais de 65 anos, para o período de 1901-1945, foi de 32%. Na Suécia, a redução ocorreu, primeiro, entre crianças menores de um ano, depois, para o grupo etário de 1- 5 anos e, finalmente, para o grupo de 5 - 14 anos. Na Inglaterra, no entretanto, na segunda metade do séc. 19, a mortalidade foi maior para o grupo etário de 5-14 anos que para crianças menores de 5 anos.

2.2.1.1 Influência do desenvolvimento econômico

Indubitàvelmente, a redução acentuada da mortalidade na Europa, a partir do séc. 18, tem sido devida, principalmente, à grande melhoria da situação econômica da população, através da industrialização, desenvolvimento comercial e agrícola e ao avanço, da medicina e saúde pública que se verificou nestes países. Outros fatôres contribuintes foram a mecanização da agricultura, inovações técnicas, disponibilidade de fertilizantes artificiais, meios de transporte e comunicações. A inanição foi eliminada, habitações mais adequadas foram construídas, roupas melhores foram viáveis, houve um aumento da renda familiar. Todos êstes fatôres contribuiram para a melhoria da saúde da população.

2.2.1.2 Influência das legislações sociais

A elaboração de uma legislação sanitária e o estabelecimento de agências de saúde estatais, principalmente na Inglaterra e Estados Unidos, contribuíram para a redução da mortalidade. Outro fator importante foi o aumento da idade mínima para o trabalho da criança e da mulher e a melhoria do meio ambiente de trabalho. Isto se verificou para a Inglaterra, Alemanha e outros países europeus. Na França e Inglaterra, uma lei estabelecida em 1850 e 1851, respectivamente, autorizou a condenação das habitações insalubres.

2.2.1.3 Influência do desenvolvimento do saneamento do meio

Foi no séc. 19, também, que ocorreu uma grande expansão dos serviços públicos e, entre êles, houve uma melhoria considerável do saneamento do meio. Estabelecimentos públicos para remoção dos dejetos começaram a operar, em Londres, em 1848 e, em 1865, se instalou a rêde de esgôto. A purificação do suprimento de água iniciou-se no comêço do séc. 19 com a instalação de filtros de areia em Paris. Em Londres, contou-se com êste recurso em ampla escala a partir de 1829 mas foi sòmente ao redor de 1875 que o uso de filtro espalhou-se através da Europa. O tratamento de água através da cloração começou a ser praticado no início do séc. 20. Nesta época, a maioria dos países do mundo ocidental e a Rússia já tinham introduzido sistemas de abastecimento de água e remoção dos dejetos, contribuindo para a melhoria das condições gerais de saúde.

Como resultado da melhoria das condições de saneamento a mortalidade por tifo, cólera, peste e as doenças do aparelho digestivo declinaram consideràvelmente. Houve, também, um interêsse crescente na higiene pessoal. O uso do sabão, que até então era considerado luxo, tornou-se de uso mais comum no séc. 19.

2.2.1.4 Influência do desenvolvimento das ciências e dos programas de saúde pública

Antes do séc. 19, a redução da mortalidade foi resultado, primeiramente, da melhoria dos fatôres não médicos pois, era pouco conhecido, neste tempo, o papel que desempenhavam os organismos patogênicos na etiologia das enfermidades. Desde então, importantes descobertas no campo médico e de saúde pública têm sido associadas a mudanças bruscas na mortalidade. Por exemplo, a vacinação contra a varíola foi uma medida simples e bastante eficaz para o contrôle da enfermidade considerada até então, talvez, de maior letalidade.

A mortalidade decorrente de doenças infecciosas e de epidemias foi reduzida substancialmente a partir do último século como resultado dos progressos sociais, econômicos e médicos. Incluídas nesta categoria encontram-se as doenças como: febre tifóide, escarlatina, coqueluche, malária, varíola e tifo.

A redução das doenças infecciosas foi responsável pela redução da mortalidade, principalmente, nas crianças e no grupo etário jovem. Estas doenças reduziram-se de 87%, na Inglaterra, entre os anos próximos de 1850 e o ano de 1947. Neste período, a diarréia e enterites, principal causa de morte na infância, foi reduzida de 86% e a pneumonia em 53%. Nos Estados Unidos, no período de 1900-1946, o coeficiente de mortalidade por pneumonia foi reduzido em cêrca de 80% e de tuberculose acima de 80%. A mortalidade por diarréia e enterites e por doenças transmissíveis da criança foi reduzida em mais de 95%. Na Checoslováquia em 1919, a mortalidade por tuberculose e doenças da infância decresceram marcadamente. Comparativamente, pouco avanço tem sido feito no contrôle às doenças degenerativas, as quais, primariamente, afetam pessoas idosas.

2.2.2 Nos países subdesenvolvidos

Na maioria dos países da América Latina, Ásia e África, uma longa série histórica de dados de mortalidade apresentam-se bastante precários e falhos. É evidente, no entretanto, que a mortalidade nestas regiões do mundo, quase que universalmente permaneceu muito alto até relativamente anos recentes.

Em relação às causas responsáveis pela queda da mortalidade nos países subdesenvolvidos, três importantes fatôres merecem ser mencionados:

a) Enquanto nos países europeus o declínio de mortalidade foi dependente do desenvolvimento econômico e científico, os países subdesenvolvidos beneficiaram-se da importação destas técnicas e conhecimentos.

b) É possível alcançar a redução da mortalidade nos países subdesenvolvidos a um preço relativamente baixo. Como a mortalidade nestes países foi extremamente alta, uma grande redução foi possível com a aplicação de técnicas simples e relativamente baratas.

c) O declínio da mortalidade não pode ser sempre atribuído ao melhoramento das condições econômicas da população. A saúde pública e as técnicas médicas têm contribuído para a manutenção e o aumento da vida média do homem, sem um acompanhamento na melhoria das condições econômicas. Portanto, os países subdesenvolvidos têm podido aproveitar-se dos conhecimentos médicos e de saúde pública sem ter havido modernização de suas economias.

A rápida queda na redução da mortalidade pelo qual muitos países da América Latina, Ásia e África passaram durante as décadas mais recentes, é ilustrada através da queda da mortalidade geral que se verificou em 9 dêstes países 1 1 Egito, Guiana Britânica, Chile, Costa Rica, El Salvador, Jamaica, México, Porto Rico, Ceilão. 2 A Folha de São Paulo, 22 set. 1970. p. 19.

Quais os fatores que contribuíram para o aumento populacional?

Inúmeros fatores influenciam o crescimento populacional, mas os principais são natalidade, migração, qualidade de vida, geração de empregos e desenvolvimento social.

Quais foram os principais fatores que influenciaram o crescimento da população brasileira entre os séculos 21 e 20?

O intenso crescimento brasileiro se deve, sobretudo da cultura de famílias com um grande número de filhos, dos fluxos migratórios que ocorreram ao longo do processo de povoamento do país, a melhoria das condições médico-sanitárias, além da criação de vacinas e métodos de tratamento de doenças.

Quais fatores contribuíram para o aumento populacional no século?

Quais fatores influenciam o crescimento populacional?.
Melhoria na qualidade de vida da população que consequentemente leva ao aumento da expectativa de vida;.
Avanços das áreas da medicina e da tecnologia;.
Aumento da taxa de natalidade (número de nascimentos) e do crescimento vegetativo (crescimento natural);.

Como está o crescimento da população mundial no século 21?

Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que a população do planeta, atualmente de 7,7 bilhões de pessoas, chegará aos 11 bilhões até o fim do século 21. De acordo com os cálculos, a Terra terá 2 bilhões de habitantes a mais em apenas 30 anos.