Quais foram as principais crise hídrica no Brasil?

Falta de manejo adequado e uso sustentável dos recursos naturais contribuem para a escassez de água no Brasil e no mundo. Por isso, garantir o acesso à água de qualidade para toda a população brasileira é um dos principais desafios do poder público, visto que esse bem natural é um dos que mais dá sinais de que não subsistirá às mudanças climáticas e às intervenções humanas no meio ambiente.

Em diversas regiões do mundo, já é possível perceber diferentes impactos, como desaparecimento de rios e nascentes, escassez e poluição das águas. Por isso, é fundamental que a sociedade mude o seu comportamento e a sua relação com os recursos naturais.

Neste artigo, vamos abordar as principais causas para a escassez de água e algumas soluções para evitar a crise hídrica. Para auxiliar na construção do texto, contamos com Marcia Greco, responsável por Desenvolvimento de Negócios na área de Novas Fontes da BRK Ambiental. Boa leitura!

Dados sobre a escassez de água

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que 2,2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável. Nos países em desenvolvimento, esse problema está relacionado a 80% das doenças e mortes.

No século XX, o consumo de água aumentou em 6 vezes — o dobro do crescimento da população mundial. Ao todo, 26 países enfrentam escassez crônica de água e a previsão é de que em 2025 o problema afete 52 países e 3,5 bilhões de pessoas.

É importante entender que a água doce disponível no planeta tem uma distribuição desigual. O Brasil, por exemplo, detém 12% da água doce mundial, mas enfrenta desafios no que se refere à disponibilidade do recurso. A discrepância geográfica e populacional da água no país é um dos grandes problemas: a Região Hidrográfica Amazônica comporta 74% da disponibilidade de água e é habitada por apenas 5% dos brasileiros.

Ou seja, a água nem sempre está localizada próxima à população que necessita desse recurso para sua sobrevivência. De acordo com Marcia Greco, “existem populações concentradas, por exemplo, na bacia do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), no estado de São Paulo. Em 2014, tivemos uma crise hídrica que atingiu essa região fortemente”.

Marcia também reforça que as causas mais comuns para a crise hídrica, tanto no mundo quanto no Brasil, são:

  • desperdício de água;
  • diminuição do nível de chuvas;
  • aumento do consumo de água devido ao crescimento populacional, industrial e da agricultura.

Além disso, nosso planeta é composto, em sua maioria, por água do mar. Apesar do grande volume e da possibilidade de dessalinização da água – um modelo que inclusive já é implementado no Brasil desde 2004. No entanto, apesar do grande potencial dessa prática, o problema da crise hídrica é muito complexo e exige uma série de medidas para ser contornado.

Crise hídrica no mundo

A ONU reconhece o acesso à água e ao saneamento básico como um direito universal. A meta é que os países membros trabalhem para que todas as pessoas tenham acesso a esse direito até 2030. No entanto, a demanda crescente por água pode afetar a produção de alimentos e gerar conflitos.

A agropecuária é a maior consumidora de água atualmente, responsável por 69% da retirada anual de água no mundo. As residências particulares respondem por 12% e a indústria (incluindo a geração de energia), por 19%.

De acordo com as estimativas, 31 países passam por estresse hídrico entre 25% e 70%. Outros 22 países estão em situação grave de estresse hídrico, ou seja, acima dos 70%. Isso significa que essas nações fazem uso intenso do recurso, com grandes impactos na sustentabilidade.

Segundo a ONU, as principais razões para a falta de acesso à água são:

  • urbanização;
  • crescimento populacional;
  • desigualdade social;
  • pobreza;
  • falta de acesso à educação e ao trabalho.

Países que já sofrem com a escassez de água

Os países árabes são os que mais enfrentam estresse hídrico. Além do crescimento populacional e das mudanças climáticas, a região sofre com conflitos e violência em países menos desenvolvidos, como Sudão, Somália e Iêmen.

Na Ásia, 29 países foram categorizados como não seguros em relação ao acesso à água. Os motivos para isso são a baixa disponibilidade de água e o uso excessivo de águas subterrâneas. Altos níveis de poluição hídrica agravam a situação, com águas residuais sem tratamento lançadas em corpos d’água superficiais.

Na Europa, 57 milhões de pessoas não têm acesso à água encanada em casa. O problema é maior em países do Leste europeu. No Caribe e na América Latina, apenas 22% da população têm acesso ao saneamento básico de qualidade. Apenas 24% da população da África Subsaariana têm acesso a bons serviços de água potável. 

Crise hídrica no Brasil

O Brasil tem a maior reserva de água superficial do mundo, vastos reservatórios de água subterrânea, como o Aquífero Guarani, e duas das maiores áreas úmidas: a Bacia Amazônica e o Pantanal Mato-Grossense. No entanto, essa abundância de água não garante a segurança hídrica do país.

Histórico

A crise hídrica que aconteceu em 2014 na região Sudeste do Brasil teve início em abril de 2012, conforme mostram imagens de satélites. Desde então, a parte mais populosa do país perdeu 56 trilhões de litros de água por ano.

A situação na região Nordeste também é grave. No mesmo período, a perda foi de 49 trilhões de litros de água por ano. Os dados obtidos pelas imagens foram analisados com o objetivo de quantificar a perda de água no Brasil.

As análises mostram que a maioria dos meses entre 2012 e 2015 foram mais secos do que a média histórica no Leste do país. As informações foram retiradas do satélite Grace (sigla em inglês para Experimento de Recuperação de Gravidade e Clima), que investiga mudanças no campo gravitacional terrestre desde 2012.

As mudanças acontecem basicamente por variações no volume de água na Terra, movimentação de grandes massas e gelo e por fenômenos naturais, como terremotos. 

Regiões mais afetadas

O Brasil tinha 917 municípios em crise hídrica, ou seja, que estão em situação de emergência por estiagem ou seca. A maioria das cidades está no Nordeste do país, porém, o problema não acontece somente nessa região.

Do total de municípios afetados, é possível identificar:

  • 211 na Bahia;
  • 196 na Paraíba;
  • 153 no Rio Grande do Norte;
  • 123 em Pernambuco;
  • 94 no Ceará;
  • 40 em Minas Gerais;
  • 38 em Alagoas;
  • 18 no Rio de Janeiro;
  • 17 no Rio Grande do Sul;
  • além de registros em outros estados.

Por esse motivo, o governo brasileiro busca formas de revitalizar o Rio São Francisco e fazer a integração entre bacias de diferentes regiões do país, além de investir em saneamento básico para a população.

Em 2021, a região Sudeste do país vive situação em que o déficit de chuvas já é considerado severo, segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM). Estão em período de estiagem e em estado de alerta para a escassez de água os estados que se localizam na bacia do Rio Paraná: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Principais causas

A ação humana é a principal responsável pelas alterações na disponibilidade de água e no regime de chuvas do país, mas alguns fenômenos naturais também contribuem para acentuar o problema. Conheça as principais causas da escassez de chuvas que afeta diversas regiões do Brasil:

Uso inadequado do solo

Especialistas afirmam que um dos principais motivos para a escassez de água no Brasil é o uso inadequado do solo. No Centro-Oeste, por exemplo, estão concentrados os rios e as nascentes mais importantes do país, devido à sua localização no Planalto Central.

A região é conhecida como berço das águas e tem como bioma o Cerrado. Essa vegetação ocupa mais de 20% do território e é uma das principais áreas de expansão da agropecuária, atividade que utiliza cerca de 70% da água consumida no país.

O avanço da fronteira agrícola causa diversas consequências para o Cerrado. Hoje, a região já tem quase metade da sua área totalmente devastada. O resultado da ausência de vegetação nativa para proteger o solo já é percebido especialmente na redução da vazão dos rios e na escassez de água para o abastecimento humano.

Desmatamento na Amazônia

A Amazônia é muito importante para o regime de chuvas da região sudeste, sul e centro-oeste. Os ventos alísios, que vêm da região equatorial do Oceano Atlântico, costumam trazer a umidade do oceano. Quando essa umidade chega na Amazônia, ela se precipita em forma de chuva, que hidrata o solo e é absorvida pelas raízes profundas das grandes árvores.

Essas árvores são responsáveis por drenar a umidade e, por meio da transpiração, a devolvem para o ar. Assim, há um ciclo de umidade e chuva que se repete, e assim as chuvas são levadas pelos ventos para outras regiões do país. Com a intensificação do desmatamento, a floresta perde a capacidade de manutenção da umidade atmosférica e esse ciclo é interrompido.

Aquecimento global

O ciclo hidrológico da Terra está diretamente associado às mudanças de temperatura da atmosfera e ao balanço da radiação. É ele o responsável por distribuir continuamente a água dos oceanos para a atmosfera e para os rios e lagos. Quando esse ciclo se altera, há aumento nos níveis de vapor de água na atmosfera, o que torna a disponibilidade desse recurso menos previsível.

Isso ocorre porque a evaporação aumenta, o que causa alterações na umidade do solo, no escoamento, no regime de chuvas e, por consequência, na disponibilidade de água para o consumo humano. Com isso, alguns locais podem enfrentar chuvas torrenciais, ao passo que outras regiões podem passar por estiagens e secas severas. No Brasil, a redução de chuvas em decorrência desse fator é sentida principalmente nas áreas continentais do Nordeste brasileiro e na região central.

Atualmente, a principal causa do aquecimento global são as emissões da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural. Em razão do desmatamento, o Brasil é considerado o maior emissor de gases de efeito estufa. Na região central do país, a temperatura média já está aumentando, o que trará sérios impactos ambientais, econômicos e sociais, como redução significativa de chuvas e impactos na produtividade agrícola local.

Fenômenos naturais

Fenômenos naturais como o La Niña e o El Niño também impactam no regime de chuvas do país. Ambos interferem na temperatura da superfície das águas do oceano e geram uma série de mudanças importantes nos padrões de precipitação e temperatura no planeta.

Como o país está combatendo a escassez de água?

A crise hídrica no Brasil é assunto constante nas comissões de Desenvolvimento Sustentável e Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente, além dos comitês especiais, externos e de frentes parlamentares. Vários projetos de lei estão em análise e buscam formas de economizar água.

A reutilização da água de menor qualidade para rega de jardins e descargas está entre as propostas analisadas, assim como o reaproveitamento da água desprezada por aparelhos de ar-condicionado.

Outra solução para a escassez de água, principalmente quando a previsão de chuvas está abaixo da média, é a construção de infraestrutura hídrica. Isso significa mais barragens e reservatórios, depósitos com maior capacidade de acumular água e obras de interligação dos tanques com os centros de consumo de água.

Em alguns casos, as ações podem envolver obras de interligação de bacias e de sistemas de transporte de água. Também existem projetos governamentais para o tratamento do esgoto sanitário para criar água de reúso, que pode ser empregada principalmente na agricultura e na indústria, que são os setores que mais consomem esse recurso natural.

Impactos do desperdício de água

Em 2016, o Brasil desperdiçou 38% da água potável nos sistemas de distribuição, o que equivale a quase 7 mil piscinas olímpicas a cada dia. A perda financeira no ano chegou a mais de R$ 10 bilhões.

O desperdício de água, tanto doméstico quanto industrial, prejudica o abastecimento em todos os setores. Um dos impactos é a dificuldade para os sistemas de produção agropecuária. A escassez de água também pode prejudicar o turismo de uma região, resultando em impactos econômicos.

Além disso, o desperdício traz consequências para o meio ambiente, já que um elevado nível de perda acarreta na necessidade de captação e produção superiores ao volume que as pessoas normalmente precisam.

Com relação ao que é possível fazer no curto prazo para mitigar as crises hídricas, Marcia afirma que existem muitas possibilidades. Além do uso racional, a gestora cita a utilização da água de reúso. Para isso, é necessário tratar os esgotos domésticos para fornecer água para a indústria e deixar a utilização de água fresca para a população.

“Além disso, é possível coletar e reutilizar água da chuva, conservar as bacias hídricas (nascentes de água e rios) e pensar em técnicas de irrigação mais eficientes”, afirma a profissional.

No entanto, além da falta de legislação, o preconceito pode dificultar o aproveitamento da água de reúso no país. Embora tenha um importante impacto na economia, muitas pessoas não acreditam que a solução seja útil.

Vale lembrar que a água de reúso é considerada tão limpa quanto as águas dos rios antes do tratamento. Apesar disso, o alto investimento dificulta a implementação da solução em curto e médio prazo no Brasil.

Soluções adotadas pelos países para combater a escassez de água

A maior parte da água doce do mundo está congelada nos polos e nas montanhas. Por isso, apenas uma pequena parte do recurso está disponível nos mananciais, como lagos, rios e lençóis subterrâneos, para o uso humano. Conheça algumas soluções usadas em diferentes países para combater a escassez de água no mundo.

Austrália

A Austrália passou uma importante adaptação com o objetivo de evitar a escassez de água. O período de seca mais rigoroso ocorreu entre 1997 e 2009. Entre 2013 e 2014, o país passou por diversos recordes de temperatura.

A solução foi fazer um grande investimento em infraestrutura, evitando vazamentos e economizando água. A técnica utilizada foi a que muitos países aplicam em seu sistema: o tratamento e reúso da água.

O projeto encaminha as águas residuais que saem das residências para os reservatórios. Então, elas são tratadas e retornam para as casas, já adequadas para recebê-las em um encanamento especial.

Essa água é utilizada na lavagem de roupas, limpeza do chão e outras atividades. Assim, é possível economizar água potável, sem coletar mais recursos da natureza.

China

A China sofreu com a ameaça de seca na região Nordeste do país. Para resolver o problema, foi desenvolvido um plano integrado de ações. Duas medidas principais foram tomadas. A primeira se refere à implementação de cisternas e reservatórios em todo o país.

A segunda ação é um projeto de selos de eficiência hídrica para mictórios, vasos sanitários, torneiras e pias — parecido com o selo de eficiência energética brasileiro. Dessa forma, o consumidor pode optar por equipamentos mais econômicos, que além de serem mais sustentáveis, também reduzem a conta de água.

Estados Unidos

O estado da Califórnia também passou por muitas secas, devido a sua densidade populacional e as características geográficas da região. Algumas ações para solucionar esse problema visam a economia individual de água.

Também houve mudanças no paisagismo, com substituição das plantas que exigem aumento do consumo em centros comerciais, campos de golfe e casas. A água reciclada também é represada e utilizada para irrigação e descargas sanitárias.

Japão

Desde 1955, o Japão — país pequeno e superpopuloso — passa por cenários de seca. Por isso, foi desenvolvido um manual geral contra a seca, que apresenta medidas para prevenir o fenômeno, além de educar a população com ações a serem tomadas em momentos de estiagem.

No entanto, a grande mudança no Japão é comportamental. As campanhas massivas fazem com que as pessoas entendam o problema e economizem água de fato. Como o país é muito eficiente, o desperdício por infraestrutura é mínimo. Toneiras, pias e vasos sanitários são altamente tecnológicos, o que ajuda na economia, com sistemas avançados de reúso e reaproveitamento da água.

Israel

Israel é um país de clima árido. Para enfrentar essa situação, o governo regulamenta leis para o uso da água, com sistemas de economia. Assim como no Japão, a tecnologia também tem papel fundamental para o controle do desperdício.

Técnicas exclusivas permitem obter água até de geadas. O tratamento e reúso das águas também é altamente eficiente. O esgoto coletado e tratado é reutilizado para a agricultura, especialmente na parte Sul do país.

Israel também tem um controle rígido de perdas e cinco centros de dessalinização, que coletam água do Mar Mediterrâneo e fazem o abastecimento para consumo doméstico. Essa forma de obter água potável já é usada há mais de 80 anos em Curaçao.

Cingapura

Toda a população da pequena ilha de Cingapura recebe água potável. Além disso, todo o esgoto é tratado e reutilizado. Por isso, o país é um dos mais eficientes em reaproveitamento de água do mundo.

Tudo isso só é possível graças aos investimentos em infraestrutura. Com isso, é possível coletar a água, evitar vazamentos, realizar campanhas de conscientização e construir usinas de dessalinização.

O país ainda importa água da Malásia por meio de dutos — uma operação complicada e cara. Cingapura também tem um programa que incentiva o consumo de produtos com maior eficiência hídrica.

Aruba

A fonte principal de água da ilha de Aruba, no Caribe, é o mar. Apesar de ter um território pequeno, com área de 178,9 km², o país tem a segunda maior usina de dessalinização do mundo, inaugurada em 2000.

Apesar de caro, esse método permite que a água de Aruba seja reconhecida por sua qualidade, podendo ser bebida diretamente da torneira.

Principais ações dentro de casa para evitar a escassez de água

Economizar água nas tarefas do dia a dia é fundamental para evitar que o abastecimento seja comprometido. Para isso, veja as dicas a seguir.

Reduzir o tempo dos banhos

Quando não adotamos hábitos diários de consumo consciente para reduzir o desperdício, o chuveiro representa um dos maiores vilões do consumo de energia elétrica em casa. Ele também pode representar um enorme gasto de água.

Tomar banhos curtos é uma das principais ações para economizar água em casa. Reduzir o tempo embaixo do chuveiro em 1 minuto pode fazer você economizar 6 litros de água por dia, o que representa uma economia de 180 litros por mês.

Além disso, é importante evitar deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa. Ligar o equipamento apenas quando for se enxaguar representa uma economia ainda maior ao final do mês.

Outro ponto básico é manter a torneira sempre fechada enquanto faz a sua rotina de higiene, como lavar as mãos, o rosto e escovar os dentes.

Economizar água na lavagem de louças

Primeiro, faça uma limpeza prévia da louça, retirando o excesso de alimento com uma esponja seca. Não se esqueça de usar um ralinho de pia para que a sujeira não desça para a rede de esgoto. Depois, umedeça um pouco todos os itens antes de ensaboar e comece a lavar aqueles menos gordurosos.

Parta para as louças mais sujas, até ensaboar tudo o que está na pia. No enxágue, a sequência é a mesma. Aproveite essa água para deixar as panelas de molho e facilitar a remoção dos alimentos e da gordura.

Outra dica é usar água quente para diluir a gordura. Isso faz com que seja necessário usar menos detergente e, consequentemente, menos água durante a lavagem.

Reutilizar a água das máquinas de lavar roupas

Um ciclo completo de lavagem utiliza, em média, 90 litros de água, podendo chegar a 200 litros em alguns casos. O sabão em pó e amaciante usados tornam a água da máquina especialmente útil para algumas tarefas domésticas, como para lavar pisos ou dar a descarga. 

Também é possível reutilizar a água do segundo enxágue para colocar outras peças de molho. Se for necessário armazenar a água por mais de dois dias, é recomendado adicionar pastilhas de cloro, pois os micro-organismos presentes na água podem causar mau cheiro.

Coletar e usar a água da chuva

Quem mora em casa, pode coletar e usar a água da chuva. A coleta e o armazenamento para uso doméstico podem ser feitos em cisternas, que é um sistema de baixo custo para o aproveitamento da água da chuva.

Essa água não é considerada potável para o consumo humano, pois pode conter partículas de poeira e fuligem, além de compostos tóxicos, como sulfato, amônio e nitrato. No entanto, ela pode ser utilizada em diversas tarefas domésticas, como para lavar o carro ou regar o jardim.

Verificar instalações hidráulicas

Vazamentos nem sempre significam grandes buracos no cano que podem ser percebidos facilmente. Mesmo quando se tratam de pequenas falhas, o desperdício de água pode ser grande. Como não é fácil detectar o problema, é importante ter atenção a qualquer alteração no consumo das contas para fazer um comparativo.

É possível encontrar problemas em:

  • vasos sanitários;
  • conectores que ligam torneiras internas e externas;
  • canos em paredes e próximos ao cavalete de água.

Os recursos hídricos são utilizados nos mais diversos setores, como na produção agrícola, criação de animais e geração de energia. A escassez de água já é uma realidade em diversos países. Nesse cenário, os avanços científicos e tecnológicos são fundamentais para evitar o agravamento da situação, assim como mudanças éticas.

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Este conteúdo foi produzido com base na entrevista realizada com Marcia Greco, responsável por Desenvolvimento de Negócios na área de Novas Fontes da BRK.

Quais foram as principais crises hídricas do Brasil?

Além da crise hídrica no Sudeste e no DF e a forte seca que assola o Nordeste, acrescentem-se secas intensas em 2005 e 2010 e enchentes em 2009, 2012, 2014 e 2015 na Amazônia; chuvas extremas e consequentes deslizamentos de terra em 2011 e 2013, na Região Serrana do Rio de Janeiro, que deixaram centenas de mortos; ...

Qual a maior causa da crise hídrica no Brasil?

Marcia também reforça que as causas mais comuns para a crise hídrica, tanto no mundo quanto no Brasil, são: desperdício de água; diminuição do nível de chuvas; aumento do consumo de água devido ao crescimento populacional, industrial e da agricultura.

Quais são as principais consequências da crise hídrica no Brasil?

A crise hídrica no Brasil reflete em diversos setores da sociedade, reduzindo a oferta de alimentos, diminuindo a oferta de água para a população, comprometendo o fornecimento de energia elétrica, além de afetar o orçamento das famílias e prejudicar o comércio.

Quando começou a crise hídrica?

Enquanto você lavava calçadas e tomava banhos longos com tranquilidade, satélites da Nasa já avistavam perda de água no Sudeste; situação é igualmente grave no Nordeste do país.