Quais os principais problemas que os indígenas enfrentam na atualidade?

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: “Desafios enfrentados pelos povos indígenas brasileiros no século XXI”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I 

Quando se fala em problemática atual das comunidades indígenas, não se pode dizer que nasceram na atualidade, mas sim que são resquícios de problemas que nasceram ainda na colonização, nos primeiros séculos do “descobrimento” do Brasil. Os principais problemas que as comunidades indígenas enfrentam hoje são a consequência daqueles que surgiram há anos. Nos dias atuais há problemas como a miséria, o alcoolismo, o suicídio, a violência interpessoal, que afetam consideravelmente essa população. Além do processo de colonização, conforme Eliane Potiguara, houve no Brasil o processo de Neocolonização, que foi o período em que o interior do Brasil passou a ser ocupado, acabando de inúmeras formas com as comunidades indígenas, período este que foi até em meados do século XX. Assim, houve intromissão de inúmeros segmentos, como as madeireiras, os garimpeiros, latifundiários, mineradoras, hidrelétricas, rodovias, entre outros. De acordo com a autora, esta intromissão “causou nas últimas décadas o desmatamento, o assoreamento de rios, a poluição ambiental e a diminuição da diversidade local, trazendo as enfermidades, a fome e o empobrecimento compulsório da população indígena.”

Disponível em https://www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/comunidades-indigenas-e-os-problemas-atuais/. Acesso em 26 de abril de 2021.

TEXTO II 

O ano 2018 apresenta-se como extremamente perigoso e desafiador para os povos indígenas no Brasil. (…) Temos alertado, insistentemente, acerca da existência e implementação de uma estratégia anti-indígena no país por parte de setores do Capital, nacional e transnacional, que atuam no campo brasileiro, que se beneficiam e fortalecem, cada vez mais, o modelo do agronegócio Brasil afora. (…) A estratégia antiindígena em curso tem provocado uma espiral de violações que chega, neste ano de 2018, numa fase onde a barbárie contra os povos é praticada sem remorsos por “indivíduos comuns” e por forças armadas do próprio Estado. Os discursos racistas e de incitação ao ódio multiplicados por membros da bancada ruralista e seus asseclas, na esteira de suas recorrentes iniciativas contra os povos e seus aliados, ao longo destes últimos anos, estão produzindo e servindo como mecanismo de defesa psicológica, a racionalização, das barbaridades cometidas contra os povos. (…) O mesmo raciocínio é aplicado relativamente aos direitos e, inclusive, aos aliados dos povos junto à sociedade brasileira. (…) Do poder Executivo, o Parecer Antidemarcação 001/17 da Advocacia Geral da União/Temer; a paralisação dos procedimentos de demarcação das terras indígenas; o estrangulamento orçamentário e a instrumentalização política da Fundação Nacional do Índio (Funai) aos interesses do fundamentalismo religioso e do agronegócio. Do Legislativo, a Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) 215/00; a cooptação de lideranças e a tentativa de legalizar a exploração externa das terras indígenas. Do Judiciário, as reintegrações de posse; a negativa do acesso à justiça aos povos e a sombra do Marco Temporal, especialmente em instâncias inferiores. Além disso, está evidente a estratégia do agronegócio e seus representantes locais de promoverem o loteamento, a comercialização, o apossamento e a exploração de fato dos territórios indígenas já regularizados.

Disponível em https://cimi.org.br/2018/02/2018-estrategia-anti-indigena-na-fase-da-barbarie-racionalizada-no-brasil/. Acesso em 26 de abril de 2021.

TEXTO III 

Os problemas se repetem no Maranhão (terras indígenas Arariboia, Awa e Caru), na terra Pankararu, em Pernambuco, na terra Tupiniquim, no Espírito Santo, na terra Kadiweu, que segue ocupada por pecuaristas no Mato Grosso do Sul, onde grande parte das terras não está regularizada – um problema que se arrasta por décadas. Cerca de 220 ameaças às comunidades indígenas no país são feitas por fazendeiros e pecuaristas, enquanto outras 207 são relacionadas à madeireiros e 139 ligados à posseiros, segundo monitoramento do Instituto Socioambiental. O banco de dados, apesar de registrar conflitos intermitentes, dá uma ideia da dimensão do problema. Houve aumento de 62% nos registros de invasões e exploração ilegal de recursos naturais em comunidades indígenas – homologadas ou não – entre 2016 e 2017, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que deve divulgar em abril os dados de 2018. Além de ameaçarem e atacarem os indígenas, os invasores estão destruindo extensas áreas de mata. O povo Uru-Eu-Wau-Wau gravou um vídeo onde se veem grileiros, área desmatada e grandes picadas na floresta. Um dos invasores diz, na gravação, que chegariam outras 200 pessoas. Em outubro de 2018, o sistema de monitoramento do Instituto Socioambiental encontrou 42 focos de desmatamento apenas nesta terra indígena.

Disponível em https://www.cartacapital.com.br/carta-capital/ao-menos-14-terras-indigenas-estao-invadidas-hoje-numero-deve-ser-maior/. Acesso em 26 de abril de 2021.

TEXTO IV

Quais os principais problemas que os indígenas enfrentam na atualidade?

Disponível em https://www.brasildefato.com.br/. Acesso em 26 de abril de 2021.