Quais regiões brasileiras apresentam os maiores índices de desigualdade social?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana os dados de rendimento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual de 2017. Dentre estes, destaca-se o aumento da desigualdade de renda, que cresceu em quinze estados. Outros onze estados apresentaram leve redução, em sua maioria motivada pelo achatamento no rendimento dos mais ricos, ao invés do crescimento da renda dos mais pobres. A desigualdade de renda é medida pelo Índice de Gini, que varia de zero a um, onde zero seria a ausência de desigualdade, e um, o máximo de desigualdade possível.

Pode-se observar na tabela a seguir que o índice médio do país manteve-se idêntico em 2016 e 2017, com valor de 0,549, mas isto decorreu da redução de 1,1% no índice da região Sudeste, região mais populosa do país. Em todas as demais regiões houve aumento da desigualdade (média de 1,6%), com destaque para as regiões Centro-Oeste (2,5%) e Nordeste (2,2%).

Entre os estados, a Bahia apresentou o maior crescimento do índice, cerca de 9,3% apenas neste um ano. Os demais com grande crescimento foram Amapá (6,3%), Amazonas (5,6%), Paraíba (4,3%), Goiás (4%), Distrito Federal (3,3%) e Mato Grosso (2,6%).

Os que apresentaram maior redução foram Rio Grande do Norte (5,2%), Rondônia (4,8%), Pernambuco (3,6%) e Sergipe (2,4%). Os estados mais desiguais do país são Amazonas (índice de 0,604), Distrito Federal (0,602) e Bahia (0,599). Os menos desiguais são Santa Catarina (índice de 0,421), Rondônia (0,455) e Mato Grosso (0,469).

Desde o início do século 21, o Brasil veio apresentando grande redução neste índice de desigualdade, chegando a pontuar 0,515 em 2015. No entanto, apresentou um grande crescimento em 2016. Atualmente o país se posiciona como a sétima nação mais desigual do mundo, atrás apenas da África do Sul (índice de 0,634), Namíbia (0,610), Haiti (0,608), Botsuana (0,605), República Centro-Africana (0,562), e Zambia (0,556). As nações menos desiguais são Ucrânia, Slovênia e Noruega, que apresentam os índices 0,241, 0,256 e 0,259 respectivamente.

O país fechou o ano passado com o índice de Gini, principal medida da desigualdade de renda, estável. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita ficou em 0,549, praticamente igual ao de 2016, e mesmo com variação pequena em 2017, o indicador subiu em todas as regiões, com exceção do Sudeste, onde o índice recuou de 0,535 para 0,529.

Quais regiões brasileiras apresentam os maiores índices de desigualdade social?
Quais regiões brasileiras apresentam os maiores índices de desigualdade social?

Os dados são da pesquisa Rendimento de todas as fontes de renda 2017, divulgada hoje (11) pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). O índice de Gini é o instrumento que mede o grau de concentração de renda da população, mostrando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos

Nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul, as mais populosas do país, esses índices foram de 0,529, 0,567 e 0,477, respectivamente. Assim, a Região Sudeste foi a única a reduzir o indicador que, em 2016, foi de 0,535. As demais regiões apresentaram indicadores maiores que no ano anterior.

“É bom lembrar que, apesar do quadro não ter se alterado muito, o Brasil está entre os países com maior desigualdade no mundo. Somos talvez o segundo na América Latina. Se olharmos para o ranking mundial, ele é bem mais elevado, e talvez sejamos um dos últimos colocados”, disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, do IBGE.

“A situação permaneceu estável tanto no país quanto nas cinco grandes regiões e nas 27 unidades da federação. Não percebemos avanço, nem recuo, mas se percebe que a situação de desigualdade no Brasil continua bastante perversa."

Segundo Azeredo, o país até vinha em um processo de avanço, mas com a crise econômica, a desigualdade persistiu. “Houve aumento do índice no Sudeste, mas foi em razão de ter sido a região que mais sofreu com a crise. Teve a questão do preço do barril de petróleo, perda do número do trabalho com carteira assinada e na qualidade do emprego”.

A redução no índice de Gini no Sudeste, de acordo com o coordentador, não se deu pelo avanço da população de menor renda. “Não foi ela que subiu um degrau, mas foi quem estava em cima que desceu um degrau e não é essa a melhor forma de se reduzir a desigualdade. O ideal é que se reduza desigualdade com todo mundo avançando”, afirmou.

A desigualdade econômica apresentou ligeira queda no país em 2019, com redução do indicador em quase todas as regiões. A exceção ficou por conta do Nordeste, onde a redução do número de beneficiários do programa Bolsa Família fez aumentar o nível de pobreza, como apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador usado pelo IBGE para monitorar a desigualdade de renda é o Índice de Gini, que tem escala de 0 a 1 - quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

Considerando o rendimento médio mensal real domiciliar per capita, o Índice de Gini para o Brasil caiu de 0,545 em 2018, recorde da série histórica da pesquisa iniciada em 2012, para 0,543 em 2019.

De acordo com a analista da pesquisa Alessandra Scalioni, essa redução não é estatisticamente relevante, apontando para uma estagnação da desigualdade. Na análise regional, porém, houve mudanças mais significativas, sobretudo no Nordeste e Norte, que apresentaram movimentos opostos.

O Nordeste foi a única região com alta do indicador, passando de 0,545 em 2018 para 0,559 no ano passado. Já o Norte teve a redução mais significativa, caindo de 0,551 para 0,537. No Sudeste a queda foi de 0,533 para 0,527 e no Centro-Oeste, de 0,513 para 0,507. Já a Região Sul, que tem a menor desigualdade, o índice recuou de 0,473 para 0,467.

Desigualdade - Índice de Gini — Foto: Economia G1

Segundo a analista da pesquisa, ao dividir a população por faixas de rendimento foi possível observar que, na Região Norte, todas as faixas perderam renda em 2019, tendo sido mais expressiva entre as parcelas que estão no topo da pirâmide. Ou seja, a desigualdade diminui porque os mais ricos perderam mais.

Considerando apenas o rendimento do trabalho, no Norte a parcela com os menores rendimentos perdeu 6,4% da renda no ano, enquanto a parcela com os maiores rendimentos perdeu 16,2%.

“No Nordeste ocorreu o oposto do Norte. Houve ganho renda em quase todas as faixas, à exceção da primeira, que tem os menores rendimentos. Enquanto os mais pobres perderam 5%, e mais ricos ganharam 14,9%”, enfatizou Alessandra Scalioni.

A possível explicação para o aumento da desigualdade no Nordeste, segundo a pesquisadora, é o corte de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

“A única fonte de renda que teve queda foi a de outros rendimentos, que caiu 1,5% no país, e é onde estão os programas [de transferência de renda]. E é justamente a parcela com os menores rendimentos que concentra os beneficiários destes programas.

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Bolsa Família em queda

De acordo com a pesquisa do IBGE, o número de beneficiários do programa Bolsa Família vem se reduzindo a cada ano. Em 2012, 15,9% dos domicílios brasileiros contavam com o benefício. Já em 2019 esse percentual caiu para 13,5% - 0,2 ponto percentual a menos que em 2018, quando foi de 13,7%.

Na passagem de 2018 para 2019, a Região Nordeste foi a que mais perdeu beneficiários do Bolsa Família – caiu de 28,2% para 27,6% do total dos domicílios. A Região Norte vem em seguida, com uma redução de 25,4% para 25%.

“Menos domicílios recebendo o Bolsa Família no Nordeste pode ter afetado a renda desses 10% com menores rendimentos, fazendo com que o Índice de Gini aumentasse”, ressaltou a analista da pesquisa Alessandra Scalioni.

Percentual de domicílios beneficiáriao do Bolsa Família — Foto: Economia G1

No Sudeste, o percentual de domicílios que contavam com o benefício permaneceu estável em 7%. No Sul passou de 4,8% para 4,7%, e no Centro-Oeste de 8,4% para 8,5% - ambos resultados apontando para uma estabilidade estatística.

O IBGE destacou a grande diferença de rendimento entre os domicílios que contavam com o Bolsa Família daqueles que não recebiam o benefício. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita nos domicílios contavam com o programa foi de R$ 352, contra R$ 1 641 naqueles que não o recebiam.

Concentração de renda

A pesquisa mostrou também que, em 2019, o 1% da população com os maiores rendimentos no país ganhavam 33,7 vezes mais que os 50% com os menores rendimentos. Na comparação com 2018, houve ligeira queda dessa razão – era de 33,8 vezes.

Segundo o IBGE, este indicador se mantém entre os maiores da série histórica da pesquisa. Ele teve trajetória de redução de 2013, quando era de 31,2 vezes, até 2016, quando atingiu a menor razão da série, de 30,5 vezes, alcançando 31,2 vezes em 2017.

Um estudo realizado no ano passado, porém, mostrou que a diferença entre os extremos das classes de renda do país seria quase o dobro da apurada pelas pesquisas oficiais.

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Qual das regiões brasileiras possui o maior índice de desigualdade social?

A Desigualdade Social no Brasil é um problema que afeta grande parte da população brasileira, embora nos últimos anos ela tem diminuído. As regiões mais afetadas pelos problemas sociais são o Norte e o Nordeste do país, os quais apresentam os piores IDH's (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Qual região tem mais desigualdade social?

O Rio Grande do Norte é o segundo estado do país com maior desigualdade de renda e o primeiro do Nordeste. É o que aponta o módulo “Rendimentos de todas as fontes”, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE com dados referentes a 2021.

Quais as regiões brasileiras que apresentam os maiores índices de pobreza?

O levantamento estatístico aponta que a região Nordeste concentra um valor proporcional a 47,9% da concentração da pobreza no Brasil. Em seguida, também com índice alto, vem a região Norte, com 26,1%. O Sudeste é a terceira região, com 17,8%.

Qual região do Brasil possui maior índice de pobreza social?

Os estados do norte e nordeste têm os maiores índices de pobreza, e Maranhão, Piauí e Alagoas são aqueles que possuem a maior proporção de pobres. No Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Social definiu que a linha de pobreza no Brasil é quem vive com uma renda de até 140 reais por mês.