Quais são as opiniões contrárias e as favoráveis à transposição do rio São Francisco?

Discursos acalorados marcaram a audiência pública sobre o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, realizada nesta quinta-feira (14) em Plenário. Com auditório e galerias lotados, os participantes - políticos, autoridades governamentais, acadêmicos, religiosos, artistas e ambientalistas - se dividiram em argumentos contra e a favor do projeto. A audiência pública, que durou mais de cinco horas, foi uma iniciativa conjunta das comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Desenvolvimento Regional (CDR), Serviços de Infra-Estrutura (CI) e Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Em defesa do projeto, falaram, entre outros, Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional; Ciro Gomes, deputado federal e ex-ministro da Integração; e dom Aldo Di Cillo Pagotto, presidente do Comitê Paraibano em defesa da Integração do São Francisco. A qualidade dos estudos técnicos que embasam as obras, os debates realizados com a sociedade e o benefício a 12 milhões de nordestinos foram os principais argumentos apresentados por aqueles que defenderam a transposição.

Contra o projeto, dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA), enfatizou que a água a ser disponibilizada pela transposição beneficiará o grande agronegócio e não servirá para matar a sede da população rural do semi-árido ou viabilizar as atividades produtivas dos pequenos agricultores. Também falaram contra o projeto Apolo Lisboa, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, os atores Letícia Sabatella, Osmar Prado e Carlos Vereza, entre outros.

Os impactos com a implementação do projeto geraram diversas manifestações de senadores. Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) se disse preocupado com a continuidade das ações de revitalização do rio e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ao afirmar que Minas Gerais é contra o projeto, defendeu um debate técnico e desapaixonado sobre o assunto. Já os senadores pelo Ceará Tasso Jereissati (PSDB) e Inácio Arruda (PCdoB) manifestaram apoio ao projeto. Para Inácio Arruda, "a transposição é primeira obra que poderá atender as carências de água da população nordestina". Também os senadores pelo DEM do Rio Grande do Norte Rosalba Ciarlini e José Agripino defenderam a transposição. A necessidade de continuidade do debate foi destacada por Eduardo Suplicy (PT-SP), autor do requerimento para a realização da audiência, e pelos senadores Sibá Machado (PT-AC), Heráclito Fortes (DEM-PI) e José Nery (PSOL-PA).

O projeto tem um custo estimado de R$ 4,5 bilhões e envolve a participação de 12 ministérios. Prevê a construção de dois grandes canais de ligação do São Francisco a bacias menores: o Eixo Norte, que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e o Eixo Leste, que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba.

O governo prevê que, até 2025, serão beneficiadas 60 cidades e uma população de 12 milhões de nordestinos. As obras do projeto foram iniciadas em junho de 2007, com os trabalhos de topografia e construção de uma barragem e dois canais de aproximação do rio com as estações de bombeamento, na região de Cabrobó (PE).

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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O projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há muito afeta as populações do semi-árido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios mais importantes do Brasil, tanto pela sua extensão e importância na manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.

O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e, depois de passar por cinco Estados brasileiros e cerca de 2,7 mil km de extensão, deságua no Oceano Atlântico na divisa entre Sergipe e Alagoas.

Considerado o “rio da unidade nacional”, o Velho Chico, como também é chamado, passa por regiões de condições climáticas as mais diversas. Em Minas Gerais, que responde por apenas 37% da sua área total, o São Francisco recebe praticamente todo o seu deflúvio (cerca de 75%) sendo que nas demais regiões por onde passa o clima é seco e semi-árido.

O projeto de transposição do São Francisco surgiu com o argumento sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem.

O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

O projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da barragem de Sobradinho) que será destinada ao consumo da população urbana de 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba.

O Eixo Norte do projeto, que levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e rio Grande do Norte, terá 400 km de extensão alimentando 4 rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu.

O Eixo Leste abastecerá parte do sertão e as regiões do agreste de Pernambuco e da Paraíba com 220 km aproximadamente até o Rio Paraíba, depois de passar nas bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste de Pernambuco.

Ambos os eixos serão construídos para uma capacidade máxima de vazão de 99m³/s e 28m³/s respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão contínua de 16,4m³/s no eixo norte e 10m³/s no eixo leste.

Por outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São Francisco afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica hídrica”, e que além de demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a necessidade da população da região uma vez que o problema não seria o déficit hídrico que não existe, o problema seria a má administração dos recursos existentes uma vez que a maior parte da água é destinada a irrigação e que diversas obras, que poderiam suprir a necessidade de distribuição da água pela região, estão há anos inconclusas.

Para se ter uma idéia, o nordeste é a região mais açudada do mundo com 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água. Portanto, o problema da seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 23 obras de distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela obra de transposição a um custo muito mais barato e viável do que a transposição do maior rio inteiramente nacional.

Veja no link abaixo detalhes das obras de transposição do Rio São Francisco, com mapas visualizáveis pelo Google Earth:

  • http://info.lncc.br/SFR.html

Fontes
http://ambientebrasil.com.br
http://www.carbonobrasil.com
http://www.manuelzao.ufmg.br
http://www.integracao.gov.br 

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/hidrografia/transposicao-do-rio-sao-francisco/

Quais são os argumentos a favor e contra a transposição das águas do Rio São Francisco?

Os favoráveis à transposição argumentam com as secas, o desemprego, a falta de geração de renda e com a demanda permanente de água, o que obriga à contratação de milhares de viagens de abastecimento ao longo de um período considerável, em especial, na temporada das “secas”.

Qual e a opinião sobre a transposição do rio São Francisco?

O projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há muito afeta as populações do semi-árido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios mais ...

Quais são os argumentos pós e contra ao projeto da transposição do rio São Francisco?

Resposta verificada por especialistas Isso mostra a incapacidade da gestão pública em realizar uma obra desse porte. Outro argumento contra a transposição do Rio São Francisco é o clima seco do Nordeste nos últimos anos e uma baixa no nível do rio, o que ameaça tanto o rio quanto todo o projeto.

São argumentos contrários à transposição das águas do Rio São Francisco?

RESPOSTA: Os argumentos contrários são: a região será mais dependente de água; apenas uma parte do Semiárido será beneficiada; pode causar prejuízos ambientais, como perda de terras férteis e ameaça à biodiversidade terrestre e aquática; pode causar problemas no regime fluvial do rio.