Quais são os desafios atuais dos sindicatos?

Profecia e inovação são desafios a serem vencidos se o movimento sindical deseja continuar com seu papel pelo bem comum, pontuou Francisco.

Da Redação, com Rádio Vaticano  

Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato: antes da catequese desta quarta-feira, 28, o Papa Francisco recebeu os delegados da Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (Cisl), que estão reunidos em Congresso.

Quais são os desafios atuais dos sindicatos?

O discurso do Pontífice partiu do tema em debate: “Pela pessoa, pelo trabalho”. De fato, afirmou, pessoa e trabalho são duas palavras que podem e devem estar juntas. “O trabalho é a forma mais comum de cooperação que a humanidade gerou na sua história, é uma forma de amor civil”.

Francisco ressaltou que a pessoa não é só trabalho, também é preciso repousar, recuperar a “cultura do ócio”; é desumano os pais não poderem brincar com os filhos por falta de tempo. Para o Papa, crianças e jovens devem ter o trabalho de estudar e os idosos deveriam receber uma aposentadoria justa. “As aposentadorias de ouro são uma ofensa ao trabalho, assim como as de baixa renda, porque fazem com que as desigualdades do tempo de trabalho se tornem perenes”.

O Papa definiu como “míope”  uma sociedade que obriga os idosos a trabalhar por muitos anos e uma inteira geração de jovens sem trabalho. Para isso, é urgente um novo pacto social para o trabalho e ele indicou dois desafios que o movimento sindical deve enfrentar e vencer se quiser continuar desenvolvendo seu papel essencial pelo bem comum: a profecia e a inovação.

A profecia é a vocação mais verdadeira do sindicato, explicou o Papa, é “expressão do perfil profético da sociedade”. Mas nas sociedades capitalistas avançadas, o sindicato corre o risco de perder esta natureza profética e se tornar demasiado semelhante às instituições e aos poderes que, ao invés, deveria criticar. Com o passar do tempo, o sindicato acabou por se parecer com a política, ou melhor, com os partidos políticos. Ao invés, se falta esta típica dimensão, a sua ação perde força e eficácia.

O segundo desafio é a inovação. Isto é, proteger não só quem está dentro do mercado de trabalho, mas quem está fora dele, descartado ou excluído. “O capitalismo do nosso tempo não compreende o valor do sindicato, porque esqueceu a natureza social da economia. Este é um dos maiores pecados. Economia de mercado: não. Digamos economia social de mercado, como nos ensinou São João Paulo II”.

Para Francisco, talvez a  sociedade não entenda o sindicato porque não o vê lutar suficientemente nos lugares onde não há direitos: nas periferias existenciais, entre os imigrantes, os pobres, ou não entende simplesmente porque, às vezes, a corrupção entrou no coração de alguns sindicalistas. Não se deixem bloquear. Francisco pediu mais empenho em prol dos jovens, cujo desemprego na Itália é de 40%, e das mulheres, que ainda são consideradas de segunda classe no mercado de trabalho.

Renascer das periferias

Habitar as periferias pode se tornar uma estratégia de ação, uma prioridade do sindicato de hoje e de amanhã, indicou o Papa. “Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato. E não há um bom sindicato que não renasça todos os dias nas periferias, que não transforme as pedras descartadas da economia em pedras angulares. Sindicato é uma bela palavra que provém do grego syn-dike, isto é, ‘justiça juntos’. Não há justiça se não se está com os excluídos”.

Férias, 13° salário, licença maternidade. Os sindicatos, historicamente, têm sido fundamentais para a conquista de direitos dos trabalhadores, porém, atualmente, eles enfrentam diversos desafios para conseguir dialogar com a classe, como se adaptar as novas tecnologias e combater a disseminação de notícias falsas que, cada dia mais, confundem e desinformam a população.

A consequência é uma crise de representatividade do movimento sindical e dificuldades financeiras que acontecem em meio a um cenário político marcado pela retirada de direitos trabalhistas.

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Nesse contexto, o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Tadeu Porto, acredita ser necessário que os sindicatos reaprendam dialogar com a classe trabalhadora.

“De alguma forma o Bolsonaro entrou em camadas da classe trabalhadora, e boa parte dela votou nele. Nosso desafio é entender como dialogar com os companheiros e companheiras que a gente sabe que são trabalhadores como a gente”, disse, em entrevista à reportagem do programa Central do Brasil, que foi ao ar na última quarta-feira (1).

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Para Tadeu, os ataques sofridos pelo movimento sindical nos últimos anos fazem parte da agenda neoliberal dos governantes desde o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016. Apesar disso, que acredita os sindicatos irão se recuperar da crise e continuar o trabalho de representatividade e luta pela classe trabalhadora.

“A gente acredita que vai conseguir repensar o sindicalismo de maneira responsável, sem deixar para trás as memórias que nem podem ser deixadas de lado, sem apagar as lutas históricas que nos fizeram chegar aqui, não deixar que sejam invisibilizados os nossos companheiros e companheiras, mas conscientes que tem coisa que tem que mudar para atender as demandas da presente conjuntura”, finaliza.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse


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