Qual a diferença entre Champagne espumante e frisante?

Muitos brasileiros ainda têm dúvida sobre o que é champagne, confundindo a famosa bebida francesa com outros espumantes brasileiros e ainda frisantes e cidras.

Mas essa confusão é justificável. Afinal, até 2012 todos os espumantes brasileiros levavam o nome champagne no rótulo.

Isso só acabou quando o Brasil entrou no acordo internacional reconhecendo a região de champagne, na França, como única produtora legítima da bebida.

Entretanto não podemos explicar o que é champanhe sem antes explicar o que é o espumante e a diferença entre champanhe e espumante.

Pode ser óbvio para alguns, mas segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Federal do Rio Grande do sul em 2021, mais da metade dos consumidores de espumantes consideram que tem baixo conhecimento ou são leigos com relação à bebida.

Portanto se você é uma dessas pessoas, não se desespere! Neste artigo vou te contar o que é o champanhe, espumante e o frisante e a diferença entre essas três bebidas.

O espumante é uma bebida fermentada derivada do vinho. Na sua elaboração, o mosto da uva passa por dois processos de fermentação: o primeiro para obter o vinho base da bebida, e a segunda resulta na formação de gás carbônico (CO2), responsável pelas bolhas na bebida.

O espumante pode passar por três métodos diferentes de produção para chegar ao produto final, sendo eles:

  • Método tradicional, ou Champenoise
  • Método Charmat
  • Método Asti.
Qual a diferença entre Champagne espumante e frisante?
Crédito: Sabel Blanco/Pexels

Se o método utilizado na produção foi o Charmat ou Asti, a segunda fermentação acontece dentro de tanques de inox, chamados autoclaves.

Porém, se o método de produção utilizado for o champenoise, a segunda fermentação do vinho base acontece dentro da própria garrafa em que a bebida será vendida.

Nos dois casos a garrafa da bebida precisa ser resistente o suficiente para aguentar a pressão decorrente da formação do gás carbônico, ou pode explodir.

Segundo Sérgio Inglez de Souza, em seu livro “Espumante: o prazer é todo seu” da Editora Marco Zero, o principal fator para obter um espumante de qualidade não é o método de produção, mas a qualidade do mosto e da uva base utilizada na sua composição.

Sérgio descreve que: “[…] ao ser servido o vinho, (as bolhas) vão espocar sobre a língua, produzindo um pinicado que gera sensação refrescante na mucosa da boca”.

Além disso, dependendo da quantidade de açúcar e as técnicas utilizadas pelo enólogo na produção da bebida, podemos obter diferentes tipos de espumante.

Portanto o espumante é um vinho que passa pelo processo de fermentação duas vezes.

Além disso, sua maior característica são as bolhas que causam uma sensação refrescante no paladar.

Quando o vinho vira espumante?

Muitos acreditam que a origem do espumante aconteceu com o monge francês Dom Perignon, quando ele produzia vinhos para competir com os excelentes vinhos da região de Borgonha entre os séculos XVII e XVIII.

Porém Dom Perignon tinha um problema, como conta Arnaldo Grizzo na sua coluna na Revista Adega.

O problema era que os vinhos tranquilos produzidos por Peringon começavam a criar borbulhas indesejadas, pois fermentava duas vezes.

Segundo Grizzo, Dom Perignon morava na abadia de Hautvillers, e com a chegada do frio do outono na região, os vinhos paravam de fermentar.

Com a volta do calor na primavera, os vinhos fermentavam novamente e produziam o gás carbônico na segunda fermentação.

Como o monge utilizava garrafas frágeis, destinadas ao vinho tranquilo, elas acabavam explodindo com a pressão do gás carbônico formado na segunda fermentação.

Desta forma a abadia de Hautvillers tinha prejuízo na produção dos vinhos por conta das perdas.

Apesar de que os Ingleses eram grandes entusiastas da bebida fermentada, e incentivavam a abadia de Hautvillers a produzir e exportar mais da bebida para eles.

Mas esse problema acabou quando Dom Perignon passou a usar garrafas mais resistentes, compradas dos ingleses, que não se quebravam com a pressão.

Desta forma a abadia de Hautvillers pôde comercializar a nova bebida com bolhas, que foi um sucesso principalmente com os nobres ingleses que compravam da região de champagne.

Sim! Champanhe é uma região na França, e ela tem tudo a ver com a bebida de mesmo nome, como iremos ver na sessão abaixo.

Apesar de ser uma boa história, a origem da criação dos espumantes, assim como a famosa frase “Estou bebendo estrelas” que teria sido dita por Perignon ao provar a bebida, é incerta e não tem como ser comprovada.

Mas, como Sérgio de Souza explica no Espumante: o prazer é todo seu:

“Embora essa passagem seja considerada pura lenda, exageros à parte, os fatos atestam que Dom Perignon foi quem mais se aplicou no desenvolvimento e valorização do processo de refermentação do vinho na própria garrafa, hoje conhecido como método Champenoise”.

O que é Champanhe

Champanhe é um espumante de vinho branco produzido na região de Champagne, no nordeste da França. Ele normalmente é produzido com as uvas Chardonnay, Pinot Noir ou Pinot Meunie e segue o método tradicional (Champenoise) de elaboração de espumantes.

Portanto a maior diferença entre o champagne e o espumante é que todo champagne é espumante, mas nem todos os espumantes são champagnes.

Isso acontece porque somente a região francesa de Champagne pode produzir esta bebida, já que ela faz parte de uma Denominação de Origem Controlada reconhecida internacionalmente.

A Denominação de Origem (D.O.) é uma espécie de acordo internacional que reconhece e comprova a qualidade dos produtos produzidos na região.

Além disso, o champanhe é o espumante mais famoso do mundo, tanto pela qualidade da bebida, quanto pela sua origem.

Atualmente são produzidas cerca de 400 milhões de garrafas de Champagne por ano.

A região de Champagne

A região de Champagne fica localizada ao nordeste da França, e foi uma comuna (menor divisão territorial) da monarquia francesa.

As uvas já eram plantadas na região desde que ela estava sob o domínio do império Romano, que entrou em decadência e acabou após o ano 500 D.C.

Anos depois, em 1700, a região passou a ter maior reconhecimento no reino, a ponto de transformar a cidade de Reims na capital em que os reis eram coroados. 

Todo esse reconhecimento aconteceu por que champagne foi a região em que Dom Perginon inventou acidentalmente o espumante.

Esses eram espumantes de altíssima qualidade, que conquistou os nobres franceses.

Alías, a qualidade do champanhe não vem das técnicas e da experiência empregada à décadas na produção da bebida.

Mas o fator mais importante para obter um bom espumante é colher e produzir uvas de qualidade.

E o microclima da região de Champagne proporciona as melhores condições para que o enólogo obtenha uvas para elaboração dos melhores champanhes.

Isso acontece porque, além de outros fatores, a região tem uma grande amplitude térmica entre o dia e a noite, e um terroir favorável à plantação de vinhedos.

Madame Veuve Cliquot e o processo de remuage

Outra pessoa que contribuiu com a produção e difusão do espumante foi a Madame Clicquot.

Seu nome de solteira na verdade é Barbe-Nicole. Ela era filha de um rico fabricante têxtil.

Ao crescer em meio à aristocracia francesa, Barbe-Nicole se tornou uma mulher inteligente, visionária e empreendedora.

Barbe nasceu na cidade de Reims, em Champagne, e aos 21 anos se casou com François Clicquot, dono de uma vinícola na região.

François morreu pouco tempo depois do casamento, e Barbe-Nicole passou a ser chamada de Veuve Clicquot (viúva Clicquot), e herdou os negócios do marido.

A madame Clicquot foi revolucionária na produção de espumantes ao resolver um problema que incomodava e impedia a degustação da bebida.

Esse problema eram os sedimentos que as leveduras deixavam na bebida.

Clicquot então inventou uma técnica para retirar esses sedimentos, que consistia em deixar a garrafa virada com o gargalo para baixo, para que o conteúdo físico da garrafa se sedimentasse no gargalo.

Para que isso acontecesse corretamente, as garrafas precisavam ser giradas diariamente em ¼ ou ½ de volta, para que os sedimentos se desprendessem da borda da garrafa.

Esse processo foi chamado de Remuage, e por muito tempo foi um segredo da vinícola de Madame Clicquot.

Além disso, ela foi responsável pela exportação do espumante aos russos, contribuindo no aumento da qualidade da bebida e na divulgação dela.

Pouco tempo depois a técnica já estava sendo usada por toda a região de Champagne.

Hoje em dia todas as vinícolas que produzem espumantes pelo método tradicional realizam o Remuage, podendo ser feito manualmente ou automatizado por máquinas.

Você viu acima as principais diferenças entre o espumante e o champagne, e como o champagne é um tipo de espumante que só pode ser produzido na região de mesmo nome, protegido por uma Denominação de Origem Controlada.

Agora vamos falar de outro derivado do vinho: o Frisante, e quais as diferenças entre o frisante e o espumante.

O que é Frisante

O frisante é um derivado fermentado do vinho, assim como o espumante, porém passa por somente uma fermentação. Ele contém uma quantidade considerável de gás carbônico para que forme borbulhas quando é servido, porém a quantidade de gás carbônico é cerca de metade do contido no espumante.

O resultado são vinhos com poucas borbulhas e adocicados como os moscateis.

Para produzir o frisante, o vinho passa por somente uma fermentação, que não necessariamente será responsável pela formação das borbulhas.

O gás carbônico do frisante pode ser obtido de duas formas:

  • Naturalmente, no processo de fermentação
  • Artificialmente, sendo adicionada à bebida depois.

De acordo com a legislação brasileira que regulamenta a produção e distribuição de vinhos e derivados, o frisante pode ter de 1,1 até 2 atmosferas de pressão à uma temperatura de 20° célsius.

Já o espumante contém bem mais gás carbônico que isso, cerca de 4 atmosferas de pressão a uma temperatura de 20° célsius.

O método ancestral

Segundo o livro “Espumante: o prazer é todo seu”, algumas vinícolas utilizam o chamado método ancestral para produzir os frisantes.

Esse método é o mesmo utilizado sem querer por Dom Perginon ao criar espumantes.

O método consiste em colocar o vinho tranquilo nas garrafas, enquanto termina a primeira fermentação.

“O engarrafamento se dá antes do encerramento da fermentação alcoólica. A ação das leveduras continua dentro da garrafa atacando o açúcar restante, produzindo álcool e gás carbônico. Resulta em vinhos frisantes ou levemente espumantes”.

Este método é pouco utilizado hoje em dia, pois mantém as borras criadas pelas leveduras dentro do produto final. 

Neste artigo você aprendeu que a principal diferença entre o champagne e o espumante é de que todo champagne é espumante, mas nem todo espumante é champagne.

Isso acontece por que o champagne é o espumante produzido na região de Champagne, na França, protegida por uma Denominação de Origem Controlada.

Já o frisante é um derivado do vinho, assim como o espumante, porém contém a metade do gás carbônico (CO²) que o espumante.

Qual a diferença entre Champagne espumante e frisante?
Crédito: cottonbro/Pexels

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Deixe um comentário e nos conte o que achou do artigo. Nos vemos na semana que vem em mais uma postagem aqui no Blog Borbulhante.

Qual a diferença entre espumante frisante e champanhe?

O frisante é um vinho com menor concentração de gás carbônico. O vinho frisante é uma bebida que não é classificada nem como um espumante e nem como champagne. Essa bebida é produzida naturalmente no primeiro processo de fermentação da uva, contando com a concentração de gás carbônico dessa primeira etapa.

Qual a diferença de espumante e champanhe?

Existe uma confusão sobre usar champagne ou champanhe. Para entender melhor, o nome champagne - que significa champanhe em português - , por exemplo, é uma denominação utilizada unicamente para caracterizar as bebidas feitas em uma província da França, situada a 150 quilômetros de Paris.

Qual melhor frisante ou espumante?

Mais simples e mais econômico, o frisante é uma ótima opção para quem quer dar um chamr na celebração sem gastar muito. A elaboração do vinho frisante exige uma única fermentação. Por ter apenas essa única fermentação, o frisante tem menos da metade de gás carbônico encontrado em um espumante.

Qual é o verdadeiro champagne?

O verdadeiro champagne tem origem exclusivamente na região de Champagne, situada a 150 quilômetros de Paris. O champagne é um espumante especial que leva o nome de sua região de nascimento. Trata-se de um vinho fino, com uma das produções mais complicadas e elaboradas do mundo vinícola, envolvendo diversas etapas.